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O contexto da avaliação institucional exige uma ma ior preocupação com a compreensão e entendimento do significado da avaliação para as organizações de ensino superior, onde se requer que o gestor acadêmico estabeleça padrões de mensuração do desempenho organizacional e assegure que todos os colaboradores tenham seus padrões de avaliação bem definidos e voltados, concomitantemente, tanto para o desempenho da organização como um todo quanto para o trabalho de cada um dos seus indivíduos, ajudando- os a bem executá- lo. (PERESZLUHA, 2000).

De uma forma geral, o processo de avaliação de desempenho deve estar integrado com as expectativas do negócio, principalmente no que se refere ao alcance dos objetivos empresariais. Assim, a gerência do desempenho se confunde na prática com a própria gerência do negócio na proporção em que as ações são direcionadas para o alcance de resultados. Neste caso, fica evidente que a falta ou mesmo uma gerência inadequada do desempenho poderá implicar numa administração ineficiente. (LUCENA, 1992; CAMERON, 1978).

Andrade e Amboni (2004) observam a importância do ambiente no contexto das Organizações, principalmente no que se refere a dificuldade que encontram para se adaptar a situações de mudança em função de estarem planejadas para atingir objetivos pré- estabelecidos, e não para qualq uer ação de inovação que se faça necessária. Nos ambientes complexos e dinâmicos por natureza são necessários diferentes tipos de ação e de resposta, onde se exige que a organização seja flexível e tenha capacidade de ação criativa. Nestas circunstâncias, ao invés da empresa estar fazendo bem a coisa errada ou mesmo o que é certo tarde demais, é mais importante que empreenda as ações adequadas no tempo certo.

A lógica inerente ao processo evidencia que todas as ações empreendidas deverão buscar a realização da missão empresarial, que se traduz em objetivos econômicos e sociais. Para alcançar estes objetivos, as empresas utilizam vários recursos (financeiros, tecnológicos e outros) que por si só não garantem sua consecução, pois isto depende das pessoas que os manipulam. É destas pessoas que vêm a ação, a criatividade, o desempenho e, conseqüentemente, as decisões sobre a forma como os recursos são utilizados. Ou seja, caso as pessoas falhem na utilização dos recursos, no processo de tomada de decisão ou na execução das atividades, os resultados planejados estarão comprometidos. (LUCENA, 1992).

De acordo com Ristoff (1995, p. 46),

a palavra avaliação contém a palavra “valor” e, por isso mesmo, não podemos fugir dessa concepção valorativa. Quando dizemos que avaliar tem a função de (a)firmar valores, estamos dizendo também que negamos a suposta neutralidade do instrumento e do processo de avaliação para admitir que eles são sempre resultado de uma concepção impregnada de valores, sejam eles científicos-técnicos, didático- pedagógicos, atitudinais, éticos, políticos, ou outro.

Para Rebelo, Colossi e Estevam (2004), a avaliação institucional é um processo de identificação e promoção da qualidade, e apresenta-se como uma ferramenta de coleta de informações que objetiva dar suporte ao processo de tomada de decisão para melhoria dos serviços prestados pela organização. Assim, observa que se trata de um instrumento de gestão que visa verificar o desempenho da instituição na consecução dos seus serviços, produtos, recursos e processos, com o objetivo de mensurar a excelência do trabalho realizado no âmbito social em que está inserida. Da mesma forma, Verdinelli, Granzotto e Tarnowski (2004) observam que a avaliação é um processo para determinar as áreas de decisão em questão, bem como selecionar, coletar e analisar as informações necessárias para desenhar um sumário de dados úteis aos gestores institucionais.

A avaliação relaciona-se ao sistema de controle da organização, desde que na administração tais controles signifiquem mensurações que busquem informações sobre o desempenho para realimentar os gestores, que poderão comparar os resultados reais com

aqueles planejados e então poderão decidir o que fazer com quaisquer desvios, discrepância ou problemas que vierem a detectar. (HAMPTON, 1992).

No cenário das organizações, ao considerar o administrador responsável pelo desempenho do trabalhador, este tem cinco operações básicas que juntas compõem a integração de recursos em um organismo ativo e em crescimento, sendo elas: fixar objetivos, organizar tarefas, motivar e comunicar a equipe de trabalho e, o mais fundamental, avaliar o trabalho por padrões de mensuração. (DRUCKER, 1997). Neste contexto, Drucker (1997) afirma que os gestores deverão cada vez mais se preocupar com a expressão das crenças e valores básicos e com o alcance dos resultados mensuráveis das organizações em que trabalham. Observa ainda que serão cada vez mais responsáveis pelo padrão e qualidade de vida da sociedade em que estão inseridos.

Para Aquilar e Anderegg (1994 apud PERESZLUHA, 2000, p. 48),

a avaliação é uma forma de pesquisa social aplicada, sistemática, planejada e dirigida; destinada a identificar, obter e proporcionar de maneira válida e confiável dados e informação suficiente e relevante para apoiar um juízo sobre o mérito e o valor dos diferentes componentes de um programa (tanto na fase de diagnóstico, programação ou execução), ou de um conjunto de atividades específicas que se realizam, foram realizadas ou se realizarão, com o propósito de produzir efeitos e resultados concretos, comprovados a extensão e o grau em que se deram as conquistas, de forma tal que sirva de base ou guia para uma tomada de decisão racional e inteligente entre cursos de ação, ou para solucionar problemas e promover o conhecimento e a compreensão dos fatores associados ao êxito ou ao fracasso de seus resultados.

Constata Barcelos (1987) que, numa concepção sistemática, a avaliação é uma atividade integradora que revela, discute, complementa, amplia e propõe outros caminhos ainda não percebidos na prática desenvolvida, mas que através dela podem ser percebidos. Arruda (1997) corrobora ao afirmar que a avaliação refere-se ao julgamento e análise sistemática sobre a eficácia de uma atividade, programa ou processo, onde se constitui num instrumento para a mudança planejada que resulta do esforço concentrado das pessoas que compõem a instituição. Para o autor existe um consenso entre os diversos segmentos que

compõem a sociedade, de que a qualidade de qualquer tipo de instituição, inclusive as acadêmicas, somente poderá ser assegurada com um mecanismo de avaliação.

Conforme Lucena (1992), a sistematização da avaliação do desempenho busca dotar a empresa de uma ferramenta gerencial ou de um processo mais bem estruturado para conduzir com eficácia a gestão do desempenho em busca da motivação, qualidade, produtividade e de resultados positivos do trabalho. A autora ressalta que a empresa precisa, além de diversos recursos dimensionados de acordo com a sua infra-estrutura produtiva, de certos requisitos e condições para o desempenho humano que se desdobram em quatro componentes básicos: qualificação profissional, cultura organizacional, estilo gerencial e ambiente externo.

O surgimento de um mercado educacional globalizado empreendeu novas reformas no ensino superior, o que acarretou a diversificação dos provedores, dos tipos de instituições e dos perfis docentes, fazendo surgir novas ofertas educativas, ampliando as matrículas e apresentando um aumento crescente das demandas e da competitividade. Por outro lado, a globalização da educação e do conhecimento, em resposta aos desafios da nova ordem econômica e tecnológica, amplia o desafio da educação superior ao conciliar as exigências de qualidade e inovação com as necessidades de aumentar o acesso e diminuir as assimetrias sociais. (BRUSEK, 1996; HÉKIS, 2004).

Portanto, é visível a importância do processo de avaliação para o sucesso dos gestores acadêmicos, principalmente ao permitir que a organização alcance a eficiência e a eficácia requeridas pelo ambiente complexo em que estão inseridas.