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3.3 MODELOS DE AVALIAÇÃO APLICADOS NO BRASIL

3.3.5 Avaliação Docente

Nesta etapa do trabalho, pretende-se demonstrar que a avaliação docente é um importante instrumento para qualificar o processo de tomada de decisão dos gestores acadêmicos,

principalmente por permitir uma visão do desempenho dos recursos humanos disponíveis na consecução dos objetivos da organização.

Para Macedo, Verdinelli e Stuker (2004), a avaliação interna é importante para que as universidades monitorem a qualidade dos serviços que prestam frente as necessidades e desafios da sociedade em que estão inseridas. Neste contexto, os autores enfatizam a participação de toda a comunidade acadêmica na mensuração do valor da sua qualidade institucional, deixando assim transparecer seus êxitos, fracassos, pretensões e circunstâncias inerentes ao seu cotidiano, podendo ser conduzida numa perspectiva somativa, formativa ou ainda por ambas.

A avaliação de desempenho está sendo adotada pelas organizações para avaliar o desempenho das pessoas e saber se realmente estão ajudando a alcançar os resultados planejados, ou mesmo se estão adicionando valor ao produto final. Isto é, se os recursos humanos disponíveis na empresa estão trabalhando para o alcance e a manutenção da competitividade da organização. Assim, a avaliação de desempenho busca elevar o nível de produtividade, qualidade e satisfação dos clientes, bem como demonstra preocupação com a motivação dos recursos humanos envolvidos, e isto tudo para a consecução dos objetivos da organização. (PONTES, 1999).

A avaliação ou administração de desempenho é um método que visa estabelecer um contrato com os funcionários em função dos resultados desejados pela empresa e os desafios propostos, com o objetivo de corrigir os rumos para alcançar os resultados esperados.

É o sopro de vida da organização, e sem a sua existência o planejamento ou as estratégias organizacionais não farão o menor sentido. O processo de avaliação consiste na definição dos resultados esperados, tendo como palco o planejamento estratégico ou as estratégias da organização, o acompanhamento diário do progresso, a solução contínua dos problemas que ocorrem e a revisão final dos resultados conquistados, para elaboração das propostas futuras. (PONTES, 1999, p. 24).

Macedo, Verdinelli e Stuker (2004) afirmam ainda que a avaliação interna trabalha em uma perspectiva institucional, visando a elaboração de diagnósticos das dimensões e variáveis que determinam a qualidade do ensino: o desempenho discente e docente, a infra-estrutura de suporte às suas atividades e a organização didático-pedagógica. Dentro da avaliação interna, os autores dão grande ênfase ao corpo docente e enfatizam que a qualidade de uma instituição de ensin o

superior tem relação direta com a qualificação dos seus professores, o que consolida a idéia da necessidade do processo de avaliação para melhor gestão destes importantes recursos humanos. Desta forma, ter-se-á informações que nortearão os gestores nas ações que visem melhorar a qualificação do corpo docente, que por acréscimo certamente irá promover a consecução dos objetivos institucionais e reafirmar o compromisso da instituição com a sociedade a que serve.

Pimenta e Anastasiou (2002, p. 143) destacam

que, embora o sistema não se preocupe com a profissionalização dos professores e não estabeleça princípios e diretrizes para a profissionalização dos docentes do ensino superior, realiza uma série de verificações externas sobre a docência: os resultados que os alunos obtêm no provão, os índices de professores com mestrado e doutorado nas instituições, o prazo em 2004 para que seja feita a avaliação dos definidores de qualidade. Assim, o Estado avaliador, aparentemente desconhecendo as funções da universidade como instituição social, estabelece os parâmetros, cabendo às instituições prover formas de profissionalizar seus professores, o que ocorrerá conforme a visão do que seja essa profissionalização.

Ao contrário do que ocorre em outros países, a avaliação docente é tema recente no Brasil e é considerada por muitos autores como essencial para o alcance da requerida qualidade do ensino. De uma forma geral, os professores têm recebido pouca preparação para o desempenho das suas funções, merecendo especial atenção dos gestores acadêmicos. A avaliação docente é uma atividade de importância crítica nas Instituições de Ensino Superior, que precisam se especializar para atender as expectativas daqueles que as procuram para a desejada formação acadêmica e profissiona l. (SOUZA, 2002).

Para Both (1992), a avaliação docente poderá ser encarada com otimismo se tanto avaliador quanto avaliado a virem como um instrumento para melhorar a qualidade dos serviços prestados pela instituição. É essencial que o processo não compreenda elementos repressores e intranqüilizadores, apenas aqueles de ordem qualitativa. De acordo com Arruda (1997), a avaliação docente objetiva aferir através do parecer dos alunos a qualidade do processo de ensino- aprendizagem, considerando-se para tanto os seguintes itens: conteúdo programático, método de ensino, relacionamento entre aluno e professor, atitudes pessoais e comportamento funcional. Os resultados da avaliação deverão subsidiar a tomada de decisão com o objetivo de melhorar a qualidade do pr ocesso de ensino-aprendizagem.

Grillo (1996 apud PERESZLUHA, 2000) afirma que a avaliação do desempenho do professor não deve estar limitada apenas a visão do aluno, apesar da importância da opinião deste no processo de avaliação, pois a opinião pode ser parcial se o acadêmico deixar qualquer sentimento pessoal influenciar o seu conceito.

A qualidade de ensino envolve os processos e meios oferecidos aos discentes para o seu desenvolvimento, entre eles ambientes físicos adequados e um corpo docente preparado para atender aos objetivos de ensino propostos. A avaliação docente galgada apenas nos indicadores tradicionais – evolução das matrículas, aprovação, reprovação, evasão e outros, é insuficiente para mensurar o desempenho do sistema de ensino. (SOUZA, 2002).

De acordo com Macedo (2001), os objetivos mais conhecidos da avaliação docente são melhorar o desempenho dos professores na perspectiva da avaliação formativa, e dar suporte às decisões eqüitativas e eficientes com relação ao corpo docente numa perspectiva somativa. O autor afirma ainda que as Instituições de ensino estão deixando a desejar no que se refere às teorias de avaliação requeridas a utilização dos sistemas avaliativos, a utilização da avaliação de desempenho de forma padronizada, a não consideração do contexto quando elaborada as metodologias de avaliação, o envolvimento insipiente dos profissionais no planejamento e na implantação do sistema e, por último, na utilização dos resultados com vistas a punição.

Com o necessário suporte da instituição, será o professor de forma individual o maior responsável pela melhor qualificação do processo de ensino-aprendizagem. Contudo, cabe ressaltar que os professores não mudam a forma de ensinar a menos que assim a desejem, que tenham oportunidade e que sejam assistidos em suas novas atitudes, comportamentos e métodos. Talvez este seja um dos grandes desafios dos gestores institucionais. (MACEDO, 2001).

O contexto de expansão do número de vagas para professores nas Instituições de Ensino Superior, faz com que a Avaliação de Desempenho no ensino seja cada vez mais

considerada pelos gestores acadêmicos nas tomadas de decisão sobre promoção, efetivação, contratação ou recontratação de docentes. Por outro lado, também orienta os acadêmicos na seleção do Curso e do corpo docente a cada semestre, bem como proporciona informações aos futuros acadêmicos que acabarão por se beneficiar diretamente com as melhorias resultantes do processo de avaliação. (SOUZA, 2002).

Para Macedo (2001, p. 62),

o professor universitário, sujeito capaz de criticar o desenvolvimento de seu próprio trabalho, deve considerar a avaliação do desempenho uma atividade natural, parte integrante do próprio processo de ensino. Através da reflexão, deve considerar os resultados de sua avaliação para planejar, replanejar e/ou repensar a sua ação pedagógica, pois, à medida que o professor vivenciar um processo de avaliação significativo para o seu próprio crescimento, ele descobrirá como melhor ensinar a seus discentes, e mais adequadamente, avaliá-los com a mesma preocupação de conduzi-los ao seu aperfeiçoamento como alunos, como futuros educadores e como pessoas.

A avaliação do corpo docente é uma atividade vital para a manutenção e aperfeiçoamento da qualidade do processo de ensino-aprendizagem, de tal forma que as Instituições precisam aperfeiçoar continuamente o processo de avaliação na perspectiva do gestor acadêmico. Ao escolherem uma carreira, os clientes das organizações acadêmicas buscam obter a formação que lhes diferenciará no mercado de trabalho e, para tanto, irão exigir o máximo dos seus professores. Na era da informação, as instituições dependerão cada vez mais dos recursos humanos ao seu dispor, pois os seus clientes voltarão cada vez mais exigentes neste contínuo processo do aprender a aprender, onde a empregabilidade depende cada vez mais do retorno aos bancos escolares. (MACEDO, 2001).

Portanto, este capítulo buscou determinar a importância da cultura da avaliação para o direcionamento das políticas de educação superior no Brasil, bem como evidenciá- la como instrumento essencial para correção dos rumos da organização, principalmente no que se refere à adequação das estratégias e ações adotadas para consecução dos objetivos organizacionais.

4 AS ESTRATÉGIAS E AS ORGANIZAÇÕES

Este capítulo tem por objetivo demonstrar a importância do ambiente externo direto e indireto, bem como as estratégias no contexto empresarial onde se destacam como grandes responsáveis pelo alcance dos resultados das organizações.