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4. CONHECENDO A REALIDADE

4.1. A cidade de Guaíba/RS

O Município de Guaíba se originou a partir do Decreto nº. 3.697, de 14/10/1926, sendo formado, à época, pelos territórios de Pedras Brancas, Barra do Ribeiro e Mariana Pimentel. No entanto, ao longo das décadas, alguns Municípios se emanciparam de Guaíba, o que acarretou transformações em sua população (GIL, s/d). Segundo dados do Censo Demográfico 2010, Guaíba possui uma área de 376,947km², onde estão distribuídos os seus 95.204 habitantes, possuindo uma das maiores densidades demográficas – 252,57 hab./km². Seus moradores orgulham-se em dizer que a cidade carrega o título de “Berço da Revolução Farroupilha”.

A maior concentração da população encontra-se localizada na área urbana. Entre os anos de 1970 e 2010, a taxa de urbanização quase triplicou, passando de 59,8% para 97,8% - em números absolutos, dos 95.204 habitantes totais, 93.064 estavam localizados na área urbana, e apenas 2.140 (2,2%), na rural.

O território de Guaíba, segundo dados do Censo IBGE 201024, era dividido em 17 áreas, compostas por 61 glebas e 52 loteamentos integrantes, oriundos de urbanizações espontâneas e implantação de empreendimentos de parcelamento do solo. A área 2, composta pelos loteamentos Jardim Santa Rita, Ruy Coelho Gonçalves, Industrial Takeda, IPE e Mato Alto, caracterizava-se como a mais populosa: 21.975 habitantes (23,08%), inseridos em 7.472 domicílios e distribuídos numa área de 5.436.555,79. Em extensão, encontrava-se a área 13 (29.225.000,33), composta pelos loteamentos: São Francisco, Industrial São Francisco, Nova Guaíba, Vera Cruz, Bom Fim, com um total de 8.146 habitantes (8,55%), inseridos em 2.752 domicílios.

Há a proposta de um Projeto de Lei, de 2011, que propõe a divisão do território em 17 bairros, pois “estes loteamentos possuem diferentes dimensões (metragem quadrada

24 Disponível em:

http://www.guaiba.rs.gov.br/Sec_Planejamento/bairros/Sintese%20bairros%20x%20populacao%20x%20glebas. pdf Acesso em: 13/08/2014.

superficial – hectare) e densidades populacionais (quantidade de moradores), o que torna inviável qualquer determinação de governo que estabeleça políticas justas de implantação de serviços urbanos e sociais (saúde, educação, assistência social). Somente a partir desta nova distribuição as ações poderão ser efetivas e com resultados visíveis” 25.

Furtado (2013) declara que os bairros localizados na região sul (área 13) da cidade apresentam grande contradição, pois, apesar de ser caracterizada como uma área que possui grande desenvolvimento industrial, especialmente pela presença da Celulose Riograndense, constatam-se altos níveis de vulnerabilidades sociais, e chama a atenção o fato “de que nos próximos anos teremos um aumento de áreas à margem da inclusão social no entorno desta região podendo se gerar grandes cinturões de miséria se não forem tomadas atitudes preventivas a estas desigualdades sociais [...]” (s/p), dados estes que sinalizam que o desenvolvimento econômico nem sempre vem acompanhado do social.

De acordo com as informações do “Acompanhamento Municipal dos Objetivos do Milênio – Relatório Dinâmico sobre os Indicadores Municipais”26, a população teve um

crescimento anual, entre 2000 e 2010, de 0,10%. Seu índice de urbanização estava, nesse último ano, em 97,74%, com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0, 73, com uma expectativa de vida de 73,59 anos, maior, inclusive, que a de Porto Alegre e a de outros Municípios da Região Metropolitana.

Por faixa etária e sexo, a concentração maior encontrava-se entre a de 10 a 40 anos, sendo que a população masculina era superior nas faixas etárias iniciais, iniciando seu declínio a partir da faixa entre os 20-24 anos. Ainda de acordo com o documento, a proporção de pessoas com renda domiciliar per capita, entre 2000 a 2010, inferior a R$ 140,00, reduziu- se em 43,4%, sendo que para chegar à meta de redução de 50% deverá ter, em 2015, no máximo 6,7%.

Em relação a outros dados, Furtado (2014) informa que o Coeficiente de Mortalidade Infantil, em 2010, estava em 7,9 por mil nascidos vivos; contava com um Produto Interno Bruto (PIBpm), em 2011, de R$ 2.522.753,00 e um PIB per capita de R$ 26.479,00. Ainda de acordo com esse autor, houve um aumento no número de ocorrências policiais no Município, no período de 2010 a 2013: 8.855 para 13.076, com um leve declínio dos casos de homicídios – 30 para 27 casos. As ocorrências por furto contabilizaram 1.184, em 2011, e 1.048, em 2013. E nos anos intermediários, 2011 e 2012, houve a elevação desse número de ocorrências.

25 Informações obtidas no Portal da Prefeitura de Guaíba/RS, disponível em:

http://www.guaiba.rs.gov.br/Sec_Planejamento/bairros.html Acesso em: 13/08/2014.

26 Disponível em: http://www.relatoriosdinamicos.com.br/portalodm/perfil/BRA004043187/guaiba---rs Acesso em: 29/01/2014.

Com a redução em 2013, infere-se que houve maior intensificação no combate a esse tipo de crime, especialmente por ter acorrido uma

maior articulação das ações de policiamento ostensivo da Brigada Militar e investigação criminal por parte da Polícia Civil. Os investimentos municipais e federais na aquisição, implantação e continuidade de vigilância das câmeras de videomonitoramento que constituem medidas importantes para aprofundar os patamares de controle e redução dessa tipologia de crime na cidade (FURTADO, 2014, p. 10).

Houve elevação no número de ocorrências de roubos: 328 (2011), com queda em 2012 para 304 casos, mas com elevado crescimento em 2013, com 427 ocorrências, declara Furtado (2014). Além disso, em seu diagnóstico, o autor revela dados sobre as ocorrências de Posse e Tráfico de Entorpecentes. Em relação à posse de entorpecentes, o número saltou de 106, em 2011, para 131, em 2013. No que diz respeito ao tráfico, houve também aumento: de 63 ocorrências, em 2011, para 98, em 2013.

Furtado (2013) afirma que Guaíba possui “bairros com uma carência muito grande de saneamento básico, pavimentação, saúde, educação e áreas de lazer, onde os bairros da periferia são os mais afetados e excluídos socialmente” (s/p). A ciência de tais dados é imprescindível no processo avaliativo para a implantação, implementação, qualificação e planejamento de planos, projetos e políticas públicas e sociais.

4.2. Processo de Implantação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) –