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A CONDIÇÃO HUMANA NA ISP SEGUNDO PENSAMENTOS FILOSÓFICOS E

3. SEGURANÇA PÚBLICA: UMA APROPRIAÇÃO DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

3.1 A CONDIÇÃO HUMANA NA ISP SEGUNDO PENSAMENTOS FILOSÓFICOS E

Começo este capítulo com uma citação de Arendt (2007, p. 13) ―o que proponho, portanto, é muito simples: trata-se apenas de refletir sobre o que estamos fazendo‖.

Refletir sobre o que estamos fazendo e como estamos realizando a atividade de Inteligência em Segurança Pública é seguir a proposta levantada por Arendt (2007, p. 13) sobre a reflexão de uma cogitação da ―reconsideração da condição humana à luz de nossas mais novas experiências e dos temores mais recentes‖ Para Arendt era muito evidente ―requer reflexão; e a irreflexão – a imprudência temerária ou a irremediável confusão ou a repetição complacente de ―verdades‖ que se tornaram triviais e vazias – parece ser uma das principais características do nosso tempo‖.

Quando cogitamos falar sobre a Inteligência em Segurança Pública – ISP, dentro das instituições que compõem o Sistema da ISP, reconsiderando uma melhor atuação, melhor atenção de como realizamos a atividade. Muitos ainda que estão na ponta, na tomada de decisões, na gestão do instrumento de Inteligência em Segurança Pública e até os que estão inseridos no processo de coleta e análise de dados e informações para produção de conhecimento, penam, por não darem a devida atenção à proteção dos Agentes de Inteligência – AIs, aos sistemas por eles acessados e realizados, aos métodos, procedimentos e técnicas

aplicadas para a obtenção de dados e informações para a produção de um conhecimento que gerará certezas para tomada de decisões pelos gestores.

Por ser uma política pública, a ISP deve ser, a todo instante, avaliada, fiscalizada, reconsiderada, reavaliada posto que, a condição humana por suas experiências e temores assim levantados por Arendt (2007), deve ser refletida para que não se tenha imprudências e que estas não sejam irremediáveis. Um bom exemplo foi em relação aos Estados Unidos da América, quando por força da complacente realidade de verdades, pensando que nada poderia ser ou sair de seu controle, teve, de forma crucial danosa sobre sua Inteligência, suas ações apresentadas ao mundo por uma falha humana no serviço de proteção, ou melhor apresentando, de contrainteligência.

Os Estados Unidos da América - EUA ao repetirem verdades, deixaram de lado como impedir que tais conhecimentos fossem divulgados. Não estou defendendo a postura dos Estados Unidos, mas mostrado a fragilidade que temos na atividade da ISP por não realizarmos a devida proteção e constante reflexão.

Percebamos que a proteção não se dá apenas ao conhecimento, às informações, pois elas eram de fato resguardadas. O que não ocorreu foi a fiscalização aos seus agentes, tão pouco a proteção por conta da contrainteligência.

Refletir sobre como agimos frente a ISP é analisar o sistema e a condição humana de forma a identificar cada um no todo. Não é o sistema que é falho, mas as ações humanas.

Detalharemos a atividade da ISP de forma precisa, Inteligência, Contrainteligência e Operações. Porém, para ainda demonstrar que não é o sistema que é falho, mas sim as ações humanas, um exemplo a apresentar:

Supomos, que em determinada localidade, esteja ocorrendo uma ação danosa envolvendo policiais, bandidos, vítimas e, no centro, troca de tiros, vandalismos, diversas formas de criminalidade.

Existe na localidade Polícias Civil e Militar para conterem e apaziguarem a situação. Porém, uma equipe da ISP é deslocada com a intensão de prover ―ajuda‖ aos policiais e levantarem o que for preciso para se saber o que gerou tal estado de desconforto social.

Pensando no que é ser atividade de inteligência, a primeira demanda para a equipe da ISP é, totalmente, fora do contesto das ações que engendram a diligência. Vez que, agentes de inteligência, quando em campo, devem ser invisíveis, oportunos, discretos, sigilosos. A ―ajuda‖ que podem prover os AIs, para os policiais de ―rua‖ conterem a ação danosa é no repasse de informações a estes, com o intuito de realizarem os atos necessários para o restabelecimento da paz social e nunca os AIs interferirem como policias de rua.

Uma breve discordância deste nunca está na questão de, em caso de vida, procederem com rapidez e agilidade para salvaguarda da vida e, da mesma forma, saírem do cenário, aquele ou aqueles que desta ação de emergência participaram.

Nenhuma ordem deve ser dada de cima e a esta se ter obediência, quando for para colocar em risco a idoneidade do agente de inteligência. Devemos lembrar que a primeira arma do AI é a memória, sua capacidade de reflexão, e, depois a arma como instrumento de polícia necessário para a proteção do agente.

Lembramos que, a proteção do agente quando em campo é sua estória cobertura aprendida lá nos ensinamentos de contrainteligência, como veremos adiante.

Desta forma, por estas simples análises a reflexão de como estamos realizando a atividade de Inteligência em Segurança Pública é pertinente e nos leva a ficar preocupados em relação a como promover a conscientização nas Instituições que trabalham com ISP, para a prática de proteção, segurança e vigilância dos métodos, procedimentos, tecnologias (equipamentos e sistemas) e de seu corpo humano (agentes de inteligência - AI) voltados à produção do conhecimento, para tomada de decisões pelos gestores.

As partes que compõem a ISP como as Polícias Civil, Militar, Corpo de Bombeiros, Técnica, em nível estadual e, em nível federal a Polícia Federal e Forças Armadas devem estar a todo tempo protegidas, seguras e vigiadas para que forças adversas não às obtenham e as usem contra o Estado, contra a sociedade, contra a própria ISP, pois os resultados negativos poderão ser irreversíveis.

Muito se tem divulgado pela mídia quanto da invasão de sistemas por hackers, uso indevido de métodos por organizações criminosas e, principalmente, muito se tem de contrainteligência aplicada pelo próprio pessoal da área de Inteligência contra ela mesma.

A preocupação pela ausência de proteção, segurança e vigilância dos procedimentos, tecnologias (equipamentos e sistemas) e de seu corpo humano (agentes de inteligência - AI) voltados à produção do conhecimento, para tomada de decisões pelos que trabalham na ISP. Levou ao entendimento de que, não basta salvaguardar apenas a informação e o conhecimento produzido como apresentados na literatura brasileira. É preciso ter boas práticas e ampliação da literatura para sanar esta ausência no funcionalismo da ISP.

Frente a esta realidade é que os antropólogos Assis e Kümpel (2011, p. 111) apud Mello (1992, p, 237) relata a preocupação em estudar e explicar o funcionalismo da cultura em dado momento.

Estudar, analisar, avaliar, reavaliar o funcionamento de uma determinada política pública em seu contexto espacial atual é poder preparar, corrigir e manter práticas exitosas para um melhor resultado para a sociedade.

Para Assis e Kümpel (2011, p. 112) ―a preocupação funcionalista com a adequação das categorias à realidade estudada está estritamente associada ao empenho em reconhecer e preservar a especificidade e particularidade de cada cultura‖. Ora, se deve haver a preocupação frente as funções adequadas para a preservação das culturas através do empenho e este quem o faz é o humano, preocupar-se com a função das políticas públicas, a exemplo da Inteligência em Segurança Pública é buscar adotar ações que a fortaleçam a cada dia como a fiscalização e proteção do todo que a compõe e não especificadamente informação e conhecimento produzido.

Segundo Leslie White (in ASSIS e KÜMPEL, 2011, p. 112, apud, MARCONI e PRESOTTO, 2006, p. 257).

A essência, a natureza fundamental ou característica do funcionalismo pode ser exposta com rapidez e simplicidade; as sociedades humanas e suas respectivas culturas existem como todos orgânicos, constituídos de partes independentes. As partes não podem ser plenamente compreendidas separadamente do todo, e o todo deve ser compreendido em termos de suas partes, suas relações umas com as outras e com o sistema sociocultural em conjunto. (LESLIE WHITE, apud, ASSIS e KÜMPEL, 2011, p. 112)

Por esta citação de Leslie White, a natureza fundamental da ISP é promover conhecimento científico capaz de orientar, indicar decisões aos gestores, mas nunca determina-las, com o intuito da gestão pública, social fazer o seu melhor para o bem da comunidade, da sociedade como um todo.

A ISP é constituída por partes sendo elas a própria inteligência, a contrainteligência e a operações. Cada uma dependente da outra, mas que podem ser compreendidas separadamente para um entendimento mais aprofundado e aprimorado do todo que só funciona com a interatividade, interligação delas. O mesmo ocorre para o Sistema da ISP, onde cada unidade é independente, mas para uma melhor ação e obtenção de melhores resultados é imprescindível a integração. Pois, conforme Assis e Kümpel (2011, p. 113) ―cada costume é socialmente significativo, já que integra uma estrutura, participando de um sistema organizado de atividades‖.

Assim o pensamento de Assis e Kümpel (2011) define e reforça o Subsistema de Inteligência de Segurança Pública - SISP pela Resolução n.º 01 de 15 de julho de 2009, da Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP, em seu art. 1º:

O Subsistema de Inteligência de Segurança Pública - SISP, que compõe o Sistema Brasileiro de Inteligência – SISBIN, constituído de rede própria e responsável elo processo de coordenação e integração das atividades de inteligência de segurança pública no âmbito do território nacional, tem por objetivo fornecer subsídios informacionais aos respectivos governos para a tomada de decisões no campo da segurança pública, mediante a obtenção, análise e disseminação da informação útil, e salvaguarda da informação contra acessos não autorizados. (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, SENASP, 2009).

A realidade da Segurança Pública não pode ser vista fora das áreas que refletem a sociedade como a própria antropologia, sociologia, filosofia, direito, economia, dentre outras que devem ser observadas para melhor compreensão e apresentação de ações de Segurança Pública.

Perante o que é estabelecido no § 1º do SISP, na referida Resolução, parece um contrassenso a não observação da proteção aos meios de construção do conhecimento para a tomada de decisões pelos gestores. Pois assim, está redigido o parágrafo:

―O SISP tem como fundamentos a preservação e defesa (grifo nosso) da sociedade e do Estado, das instituições, a responsabilidade social e ambiental, a dignidade da pessoa humana (grifo nosso), a promoção dos direitos e garantias individuais e do Estado Democrático de Direito‖. (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, SENASP, 2009).

Segundo o Ministério da Defesa (1999), sobre o conceito de defesa:

O conceito de DEFESA mais usualmente aceito pressupõe um conjunto de medidas e de ações empreendidas em todas as expressões do Poder Nacional, de modo permanente e integrado, em face de antagonismos, pressões e óbices, manifestos ou latentes, visando restabelecer, manter ou aperfeiçoar a segurança em todos os níveis. Ora, já que é um fundamento estabelecido pela Resolução que regulamenta o Subsistema de Inteligência em Segurança Pública - SISP, de que a preservação e defesa devem atender a dignidade da pessoa humana e já que o agente de inteligência é um cidadão, uma pessoa humana, por que não haver esta preocupação?

Reforça o § 3º e seu inciso IX da referida Resolução que, entre os elementos constituintes do SISP, as Agências de Inteligência – AI – a ela vivenciadas respectivo pessoal e material.

Vem mais uma vez a reflexão. Por que não realizamos a proteção do pessoal, dos métodos, procedimentos, técnicas, sistemas da ISP?

Destarte, das considerações iniciais sobre a Doutrina Nacional de Inteligência em Segurança Pública – DENISP, Régis Limana (2009), quando então Coordenar-Geral de Inteligência da Coordenação Geral de Inteligência - CGI/Secretaria Nacional da Segurança

Pública – SENASP e Ministério da Justiça/MJ afirma, categoricamente, que ―precisamos ter sempre o horizonte da evolução de conceitos, processos e métodos‖.

As partes que compõem a ISP, os agentes, o modus operandi, o sistema como um todo devem estar a todo tempo evoluindo em seus conceitos, processos e métodos para salvaguardar, proteger e vigiar a AI contra forças adversas, para que estas não às obtenham e use em desfavor do Estado, da sociedade, pois o resultado será negativo e poderá ser irreversível. Muito se tem veiculado pela mídia quanto da invasão de sistemas por hackers e, principalmente, pelo próprio pessoal da área de Inteligência.

Um agente de inteligência com problemas financeiros, traumáticos por perseguição, por ameaças, dentre outros fatores como saúde trabalhista, sociocultural, política- administrativa, poderá promover a fragilidade do sistema, por ser cooptado por forças adversas.

Não ter um código seguro para acesso de pessoas e equipamentos no ambiente da ISP. Não ter a preocupação de salvaguardar um método, um procedimento e apresentá-los ao público externo sem a devida cautela de não descrever seu passo a passo, pode tornar a atividade de Inteligência em Segurança Pública frágil face às ameaças de forças adversas4 que buscam o vulnerar a AI.

Destarte, a preocupação pela observação em apresentar a fragilidade dela na segurança e vigilância dos agentes de inteligência, dos métodos, procedimentos, equipamentos e sistemas da Inteligência em Segurança Pública, não basta apenas pontuar defeitos, debilidades é preciso propor melhores práticas para esta ação, à luz da Escola Superior de Guerra – ESG, pontua: a adequabilidade (pela ação estratégica no cumprimento dos objetivos estabelecidos), exequibilidade (devendo ser acessível os meios a serem empregados) e a aceitabilidade (na mais perfeita aplicação custo/benefício), para um planejamento estratégico seguro.

Desta forma, a Inteligência no Brasil vem evoluindo, significativamente, ao auxiliar a Segurança Pública, empregando uma produção de conhecimento com alto teor informativo analítico, para tomadas de decisões por parte dos gestores másteres. A esta importância deriva a contribuição que este instrumento passou a ter pela investigação científica, atuada pelas forças policiais, para o controle, salvaguarda e proteção da sociedade, na manutenção da ordem e da paz social.

4

Pessoas com grande poder de intervir negativamente contra o sistema, contra a sociedade, contra o Estado. Querem obter algum lucro em benefício pessoal ou de outrem. Podem estar entre nós ou ingressar na ISP por meio de outra pessoa ou do próprio sistema precário.

As polícias se empoderaram do conhecimento por meio do avanço tecnológico, capacitação de seus agentes para o uso das novas técnicas, dos novos métodos e procedimentos, os quais eram usados, no passado, pelas forças nacionais de segurança, Marinha, Exército e Aeronáutica de forma a obter dados, informações dos inimigos nacionais, políticos.

Entretanto, a Inteligência em Segurança Pública é um instrumento de políticas públicas. Suas ações, seus conhecimentos produzidos devem ser direcionados, precisos para a tomada de decisões pelos gestores másteres em prol de uma sociedade segura. Para tanto é necessário o sigilo, um princípio requerido pela ISP, pois vindo a ser cooptada por forças adversas, estas poderão conferir prejuízos, danos irreversíveis à Sociedade, ao Estado.

A Inteligência encontra-se hoje, também, de forma a contribuir com as Polícias nas investigações judiciárias. As Polícias não fazem, hoje em dia, apenas investigação policial, realizam também a Inteligência Policial, concomitantemente, apresentando melhores resultados de suas ações para segurança da sociedade.

É necessário se fazer presente as Polícias no desenvolver da Atividade de Inteligência (AI), posto que esta sozinha não atinge, pelo sigilo, a garantia que os Inquéritos Policiais (IP) necessitam para serem procedimentos aceitos pela Justiça. A Atividade de Inteligência não produz provas, apenas subsídios para que a Investigação Policial seja direcionada para a obtenção de indícios correlatos e provas necessárias para a elucidação do tipo penal. Os documentos produzidos no decurso das Atividades de Inteligência deverão ser assinados pelos respectivos prepostos das Policias Judiciárias/Civis com o intuito destes documentos serem parte nos autos do IP e, quando do chamado da Justiça para testemunhar, ser o policial requisitado e não o agente de inteligência.

Desta forma, a Atividade de Inteligência sozinha não legaliza o procedimento do IP, pois ela é amparada, como já mencionado, pelo princípio do sigilo, encontrado na Lei federal de acesso a informação n. 12.527/11 que, conforme seu art. 6º, § 1º - ―o acesso à informação [...] não compreende as informações [...] cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado (grifo nosso)‖, desta forma o art. 23, incisos III e VIII, ampliam, respectivamente, este entendimento que coloca em risco a vida, a segurança dos cidadãos, e comprometer as ―atividades de inteligência, bem como de investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a prevenção ou repressão de infrações‖ poderá incorrer em prejuízos. Considera a referida lei que é imprescindível o sigilo à segurança da sociedade ou do Estado.

Assim, as informações são passíveis de classificação, cuja divulgação ou acesso incondicional não permite que todos os atos sejam públicos, os quais devem ser para o IP, além de certos e determinados, para que o indiciamento de autoria e materialidade constitua acolhimento pelo Juiz e este transforme o procedimento inquisitorial em processo judicial acusatório. Sendo que, a doutrina mais balizada preconiza, a todo tempo, os Princípios do contraditório e da ampla defesa em qualquer das fases, seja na Inquisitorial, pelo procedimento do Inquérito Policial ou na Acusatória pelo Processo Judicial.

Diante deste cenário a Inteligência em Segurança Pública - ISP e Investigação Policial - InP se contrapõem pelas atividades que desenvolvem, porém a AI complementa a InP no sentido de propor a esta caminhos certos, otimizando a investigação.

A ISP dentro da Polícia Judiciária/Civil age para direcionar as investigações, ou seja, se existem mais de um caminho para análise do crime, a mesma orienta a InP para um direcionamento mais preciso, confiável para a conclusão de um procedimento inquisitorial.

Tabela 3 - Distinções comparativas entre a AI e INP

Atividade de Inteligência (AI) Investigação Criminal (InP)

Instrumento de políticas públicas Técnica, método de investigação criminal Preza pelo Princípio do Sigilo Preza pela Princípio da Publicidade Seu produto não pode ser utilizado como

prova judicial

Seu produto deve ser utilizado como prova judicial

Arcabouço técnico-científico Arcabouço técnico-científico (DPT)

Visão futura Visão passada e presente

Utiliza-se de técnicas da AI Fonte: Residência Social do autor e pesquisa documental. (2014).

A ISP como instrumento de políticas públicas adentra num campo amplo, multidisciplinar, rico e que merece destaque e reconhecimento por quem a realiza e para quem é direcionada. Deve ser aplicada antes do crime acontecer, por isso é um instrumento de políticas públicas, pois sua premissa é antecipar-se a fatos futuros e apresentar soluções não apenas na área da Segurança Pública, mas de forma a propor melhores práticas para um agir consciente da gestão pública na oferta de serviços públicos para a sociedade, consequentemente, colaborando com a redução da violência e aumentando a sensação de segurança pública.

Sua prática não é indevida quando o crime acontece, mas isso significa que as Polícias não agiram de forma devida com precaução e prevenção. Nesta situação o Estado foi omisso, a Sociedade indiferente. A Investigação Policial passa a agir de forma repressiva.

Ao se aplicar a Inteligência em Segurança Pública, depois que o crime ocorreu, a instrumentalidade deixa de ser eficaz e eficiente e passa a compor um campo de ação que opera na repressão à criminalidade. Desta forma, é confundida com a Investigação Policial que é um método usado para se chegar ao autor de um delito, para constituir autoria e materialidade que respondam ao CPP – Código de Processo Penal.

Nota-se que a Investigação Policial não satisfaz os anseios sociais de Segurança