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A Construção de Indicadores no âmbito dos Programas Públicos Federais

Quadro 4 Iniciativas da Agenda Social e os ODM correspondentes

1.4 A Construção de Indicadores no âmbito dos Programas Públicos Federais

Na administração pública federal, a EPT nos IF constitui-se como ação integrante do Programa de Desenvolvimento da Educação Profissional e Tecnológica institucionalizado no Plano Plurianual – PPA e para construção dos indicadores dos programas do PPA o MPOG orienta, por meio do Guia Metodológico dos Indicadores (2010), a utilização da metodologia do Modelo Lógico.

O modelo lógico é um instrumento de análise e pensamento estruturado no planejamento de projetos e programas públicos. Consiste ―em organizar ações de um programa de forma articulada aos resultados esperados apresentando também as hipóteses e as ideias que dão sentido à intervenção. [...] resulta em processo que facilita planejar e comunicar o que se pretende com o programa e qual o seu funcionamento esperado.‖ CASSIOLATO, 2010.

A construção de uma referencia para a avaliação proporciona uma estrutura de diálogo entre os diferentes interessados. O ponto de partida da construção de indicadores é a análise dos problemas sociais que se pretende solucionar. A partir daí pode- se estruturar a análise por meio dos objetivos, que é a metodologia do Marco Lógico, Örtengren (2005), ou orientada por resultados, que é o Modelo Lógico, conforme Cassiolato (2007), para em seguida se iniciar o processo de identificação os respectivos indicadores.

Entre Marco Lógico e Modelo Lógico há pouca diferença. O primeiro tem o foco nos objetivos e é estruturado em objetivos geral e específicos, com suas respectivas metas; nos resultados imediatos, com suas metas de desempenho; e nas atividades, que corresponderiam às metas operacionais. Cada uma dessas metas teriam seus indicadores, estaria especificado os meios de verificação e os fatores de risco.

O Modelo Lógico, que foi desenvolvido por autores voltados para a avaliação de programas, é organizado de forma a explicitar a estrutura de programa orientado para resultados,

explicitando os recursos disponíveis; as ações a serem desenvolvidas; os produtos gerados; os resultados intermediários; o resultado final e os impactos.

Contudo, para os dois modelos as perguntas referem-se aos problemas que o programa pretende solucionar, aos objetivos que se pretende alcançar, às metas, ao público alvo beneficiário e aos usuários do sistema de indicadores. Essas questões são investigativas e devem ser aplicadas aos gestores. Para respondê-las, no entanto, recorremos aos dados e informações disponíveis com base em análises de autores pesquisadores e na respectiva legislação.

Assim, o problema social que os IF pretendem solucionar seriam: (i) a insuficiência de oferta de educação profissional de qualidade, CDES (2010); (ii) a desarticulação dos subsistemas de educação técnica e de formação profissional continuada CDES (2010); (iii) níveis insuficientes de acesso, permanência, desempenho e conclusão no ensino médio e na educação profissional, CDES (2010); (iv) o ensino médio como o elo frágil entre o ensino fundamental e o superior, Castioni (2010, p. 126); (v) necessidade de fortalecer a cidadania e a democratização do conhecimento, Pacheco (et. al 2010, p. 74-75); (vi) necessidade de desenvolver um sistema de informação e comunicação avançado e melhorar o investimento em pesquisa na educação, para garantir o conhecimento fundamental acerca das mudanças na sociedade, Carvalho e Kipnis (2010).

Os objetivos que se pretende alcançar com a criação dos IF, com base na Lei 11.892/08, são: (i) Ofertar de cursos de educação básica, superior, técnica e tecnológica; (ii) Realizar pesquisas aplicadas e extensão; (iii) Promover a geração e inovação tecnológica e pós-graduação stricto sensu; (iv) Ofertar programas especiais de formação pedagógica e licenciaturas.

O público potencial beneficiário dos IF são: adolescentes, jovens e adultos, trabalhadores e professores da educação básica. E os usuários do sistema de indicadores poderão ser: os Institutos, para terem a dimensão local e nacional dos resultados obtidos; a SETEC/MEC, por ser gestora do Programa de Desenvolvimento da EPT; e a sociedade, por ter o direito à informação sobre o que produz a política da EPT nos IF.

Com relação às metas, nos IF elas têm a ver com: (i) melhoria da relação entre alunos e vagas por turma; (ii) melhoria da relação entre concluintes e vagas ofertadas; (iii) melhoria da relação entre alunos matriculados e o quadro de professores ativos na instituição; (iv) garantia de pelo menos 50% de vagas para os cursos técnicos de nível médio; (v) garantia de pelo menos 20% de vagas para cursos de licenciatura e formação de professores; (vi) garantia da oferta de

PROEJA; (vii) desenvolver pelo menos um projeto de melhoria da qualidade da educação básica, por campus; (viii) implementar programas de reconhecimento de saberes e competências profissionais para fins de certificação e acreditação profissional em pelo menos um eixo tecnológico; (ix) ofertar cursos a distância como atividade regular; (x) estabelecer formas de acesso ao ensino técnico; (xi) estabelecer formas de acesso ao ensino superior; (xii); estabelecer formas de acesso às licenciaturas; (xiii) promover programas de apoio a estudantes com elevado desempenho; (xiv) promover ações de pesquisa e inovação; (xv) implementar projetos de ação social; (xvi) implementar núcleo de inovação tecnológica; (xvii) realizar programas de ensino, pesquisa e extensão intercampi e interinstitucional; (xviii) adesão aos sistemas de registro e monitoramento do MEC, tais como SIMEC e SISTEC; (xix) adesão ao sistema SIGA-EPT, considerando a disponibilidade da descrição de formatos para intercâmbio de dados do SIGA- EPT com outros sistemas.

Além disso, apesar de extrapolar os limites dos IF, vale destacar a meta e as estratégias propostas no Projeto de Lei do Plano Nacional de Educação - PNE (2011-2020)6 referentes à educação profissional: Meta 3: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e elevar, até 2020, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%, nesta faixa etária.

Algumas das estratégias definidas são: (i) fomentar a ampliação das matrículas de ensino médio integrado à educação profissional, especialmente para população do campo, quilombolas e indígenas; (ii) fomentar a ampliação da oferta de matrículas gratuitas do ensino técnico de nível médio por entidades privadas de formação profissional vinculadas ao sistema sindical, concomitante ao ensino médio público; (iii) estimular o estágio preservando-se o caráter pedagógico integrado ao itinerário formativo do estudante, visando ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional, à contextualização curricular e ao desenvolvimento do estudante para a vida cidadã e para o trabalho. CONAE (2010)