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6 RESULTADOS

6.2 RESULTADOS QUALITATIVOS

6.2.4 A convite de outros colegas

Nesta categoria de análise se destacam os idosos que foram convidados, seja por amigos, por orientação médica, ou até mesmo por meios de comunicação a participarem de grupos de exercícios físicos direcionados à terceira idade e que desenvolveram alguma modalidade de atividade física, a fim de melhorem sua qualidade de vida, como se pode observar nos relatos a seguir: “[...] fui convidada

por uma vizinha que já fazia atividades na PUCRS e também queria fazer exercícios para não ficar sedentária, mas não queria ir sozinha, aí eu fui [...] “. (iafC). “[...] porque uma médica me orientou, disse que seria interessante eu fazer algum tipo de exercício físico para cuidar da saúde e para os ossos! “(ipfE).

[...] inicialmente eu vim para acompanhar minha mãe que precisava fazer exercícios, devido a recomendações médicas [...] eu também já estou com uma certa idade, achei bom, e por conta própria resolvi participar do grupo,também [...]. (ipfJ)

Sobre o perfil sociodemográfico e de adesão inicial de idosos ingressantes em um programa de Educação Física, apontou que a maioria dos participantes foi estimulada e convidada a participar por seus amigos, destacado por dezessete em um grupo de quarenta e quatro indivíduos.127

Os idosos, quando foram questionados sobre como eram suas vidas antes da realização de atividades físicas regulares, a maioria respondeu que sentia dores pelo corpo, seguidos respectivamente pela falta de motivação, vida sedentária e falta de tempo, como se pode observar a seguir: “[...] sentia dores nas articulações e mais

desânimo”. (iafA). “Era ruim, assi, sem graça, sem amigos, sem resistência, vivia só em casa. Vivia só para casa e netos, vidinha chata, mas o que eu ia fazer? não tinha outra coisa para fazer, né”. (ipfL).

Olha guria, eu nunca fui parada, viajava muito, aí quando parei de trabalhar e iniciei a fazer exercícios físicos. Antes eu não tinha tempo para me dedicar certinho com os exercícios, por causa do trabalho, agora to dedicado, não falho. (ipmC).

“[...] tinha atividade de trabalho até os 55 anos, sem tempo para nada, nem para cuidar de minha mesma, a verdade é essa, e agora quero recuperar o tempo perdido”. (ipfK). “Eu era um pouco sedentária por não fazer atividades. Só ficava em casa, tava me sentindo sem fôlego”. (ipfT). “[...] era menos ativa, pois me sentia menos disposta, sem lazer, vida de dona de casa”. (ipfC).

A motivação pode ser considerada o principal fator influenciador no comportamento de um indivíduo, no processo de ensino e de aprendizagem, pois influi com muita propriedade em todos os tipos de comportamentos, permitindo assim um maior envolvimento e/ou uma simples participação, especialmente em casos de atividades que se relacionam com aprendizagem, desempenho e atenção. Muitas vezes os idosos se desmotivam pela forma como são tratados, mais do que pelo tipo de atividades que lhes são oferecidas e acabam por se desmotivarem também pelo modo como são avaliados.128

Este autor nesse sentido destaca que:

A possibilidade de ter um espaço no qual possa realizar diferentes atividades e, ao mesmo tempo, conversar, sorrir e estar com outras pessoas, é referido pelos entrevistados deste estudo como sendo um ponto positivo para os participantes. Tal situação favorece um aumento na autoestima, valoriza a pessoa e faz com que o idoso exerça sua cidadania. Ser convidado ou querer participar é uma das formas de acesso do idoso ao grupo e independente de qual das vias é utilizada, percebemos que, ao iniciar as atividades, esses indivíduos geralmente gostam e passam a frequentar o grupo, tendo uma avaliação positiva em relação aos resultados

proporcionados pelo grupo a suas vidas.129

Em relação às mudanças provocadas pela atividade física regular em suas vidas, a maior disposição física, a socialização e o convívio com outras pessoas foram os mais apontados; apenas duas idosas relataram nenhuma mudança pós

prática de exercícios físicos, como visto em trechos de suas falas: “Por enquanto

nenhuma, tenho que praticar mais para eu ver“. (ipfE). “Não mudou, pois sempre tive o meu dia ocupado”. (ipfF).

Todos os idosos praticantes de exercícios físicos regulares e os entrevistados relataram se sentirem bem e estarem feliz durante a realização das atividades. Consideraram importante praticarem atividades físicas regularmente e dentre os motivos descritos nas entrevistas destacaram: o bem estar físico e mental, a promoção da autoestima associada com a felicidade de estar praticando atividades físicas de forma coletiva.

Pode-se constatar nos seguintes trechos: “[...] é importante, pois melhora

minha saúde, física, psíquica e emocional”. (ipfA). “[...] me faz muito bem, me sinto gente, dedicando um pouco de tempo para o meu bem estar”. (ipfB). “[...] é fundamental para a manutenção da saúde em geral”. (ipmA). “Melhora a autoestima e aumenta o círculo de amizades”. (ipfC). “A importância é de fazer novas amizades e aprender coisas novas”. (ipfD). “[...] me sinto bem e feliz”. (ipmB).

A maioria dos idosos praticantes relataram que indicariam outros idosos a praticarem regularmente exercícios, que receberam orientação dos amigos e familiares ou médico para se exercitarem; um idoso relatou por si só ter buscado informações na mídia (rádio/televisão).

A recomendação médica representou cerca de 18,6% entre os motivos de adesão e motivação de um grupo de idosos participantes de um programa de hidroginástica para terceira idade. Segundo os autores a recomendação médica para a prática de exercícios físicos estimula consideravelmente o ingresso nos programas, principalmente para os idosos.122,123

Ressalta-se que este estudo mostrou que os idosos ativos da FEFID, enxergaram nas aulas um ambiente de acolhimento, carinho e atenção, tanto por parte dos professores como dos colegas de turma. Essa premissa se torna verdadeira pelo fato de que nas faltas prolongadas de um colega todos procuravam saber o porquê desta situação, programavam visitas, passeios, entre outras atividades integradoras entre o grupo.