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A criação de signos e sua importância na construção da aprendizagem

No documento 2012Dulcicleia _Antunes (páginas 41-44)

1.2 A educação estética no desenvolvimento dos sentidos da criança

1.2.2 A criação de signos e sua importância na construção da aprendizagem

Na criação dos materiais lúdico-didáticos e dos brinquedos, deve estar presente a criatividade, além de se dar especial importância para os signos como a palavra, o som, a imagem visual, o gesto e o número, que devem ser reconhecidos como expressões fundamentais, pois são signos que podem ser transformados em ferramentas e desenvolvem as funções sensoriais e perceptivas fortalecendo a maturidade biológica. Gennari (1997) refere que a educação estética precisa de um processo que conduza à produção sígnica específica das múltiplas linguagens expressivas, com o objetivo de ler e escrever textos estéticos. A produção sígnica pode constar de cinco modalidades textuais fundamentais: a palavra, a imagem visual, o som, o gesto e o número. Os signos servem como meio de comunicação entre as pessoas e podem ser percebidos pelos órgãos do sentido. A seguir Gennari (1997), se refere às estratégias textuais esclarecendo que: A palavra: um dos requisitos mais importantes da formação humana no indivíduo, no grupo e na comunidade. A oralidade, a escrita e a palavra que se transformam em discurso, em colóquio, em mensagem que obtém um significado textual diferente, significados metafóricos, são partes dos objetivos dos trabalhos que pertencem ao solo da educação linguística e também da educação estética. A palavra faz parte da expressão artística, literária e também constitui instrumento básico para criação de invenção linguísticas (dicionários e enciclopédias).

A imagem visual: até o momento a função que se tem atribuído à imagem não tem muito o uso estético. É importante promover as informações da leitura das imagens relativas no estudo das características das imagens quando se transforma em arte. Os bens artísticos e culturais presentes em um contexto podem proporcionar bastantes propostas de trabalho nesse sentido. Por isso, deve- se fomentar uma educação do olhar que potencie o objeto tanto a imagem como o sujeito, que, por meio da observação de uma imagem lhe atribua sentidos novos dentro das margens de uma leitura estética sempre em renovação.

O som: a educação musical constitui a base não só do texto sonoro, mas também de outras linguagens relacionadas a este. A percepção sonora de ruídos, fenômenos acústicos e experiências auditivas marca presença em um ambiente rico em vozes, ecos, sonoridades, harmonias, notas, percussões, cantos, melodias e vibrações, todos com seus próprios significados capazes de manifestar individualmente uma variedade de sentidos por meio da sua leitura. A educação do

gosto estético não deve deixar de lado na formação do sujeito, desde sua primeira época evolutiva, a percepção da realidade sonora em suas diversas tipologias acústicas, para que ele gradualmente utilize a gramática, tenha compreensão e produza textos musicais.

O gesto: o gesto constitui o fundamento do movimento do corpo e o fundamento do gesto. Todo gesto é um ato de união entre o corpo e o movimento. O gesto é muito importante para o homem, pois possibilita a maturação biológica e psíquica do indivíduo, desenvolvendo corretamente as funções sensoperceptivas, psicomotoras e corpóreas. O controle da motricidade e a estruturação do corpo promovem numerosas ações de percepção, conhecimentos e descobrimentos da realidade. A organização do espaço e do tempo se realiza com uma correta e suficiente educação motriz que o indivíduo tenha recebido. O gesto constitui uma das estratégias possíveis que nos permite penetrar no mundo dos símbolos e revelar seus significados.

O número: o número é responsável diretamente na formação e comunicação humana. Sua presença, além de constituir uma unidade de toda a atividade textual matemática e dos programas de computadores, também aparece nas disciplinas estéticas. (A semiose é o resultado de um sistema de código que resulta num sistema de produção signicas). Por trás de uma produção intratextual, se encontram os códigos que permitem sua produtividade. Na formação do homem, a dinâmica intratextual se converte em modos de exploração das potencialidades do texto.

Os signos criados pelo homem são definidos como estímulos intermediários, que funcionam como um elo entre o estímulo contextual e a resposta de um organismo. No entender de Amorim e Castanho,

A arte não é parte de um domínio separado do domínio intelectual. A produção artística é regida por leis gerais comuns a todas as outras formas de conhecimento e constitui uma modalidade do saber, já que se realizam nela processos mentais de raciocínio, memória, imaginação, abstração, comparação, generalização, dedução, indução, esquematização (2008, p. 10).

A percepção e a educação da criança pela arte influenciam no desenvolvimento dos padrões de atenção, que vão se elaborando e organizando à medida que a criança entra em contato com experiências sensitivas. O incentivo educacional por meio dos sentidos desenvolve a criança e faz com ela alcance a autonomia. Os fatores biológicos, psicológicos e motores também são

desenvolvidos e fazem com que a criança tenha mais capacidade mental a serviço do desenvolvimento pessoal. Na educação estética, os sentidos devem ser aguçados para que a criança desenvolva sua autonomia, sua capacidade individual, sendo a educação um dever do Estado. Peña complementa dizendo que

Em relação a educação em arte, a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar, divulgar a arte está na base do ensino; o acesso aos níveis elevados da criação artística segundo capacidade individual é dever do estado e deve ser alcançado por meio da educação, respeito aos valores culturais e artísticos nacionais e regionais (2010, p. 23).

Para Amorim e Castanho (2008, p. 13), a preocupação com a dimensão estética na educação, entendida, na verdade, como uma dimensão humana, tem sido relegada nas instituições escolares em nome de uma educação do intelecto. Educação estética refere-se à atitude do sujeito diante do mundo, o estabelecimento de uma relação sensível, de beleza, de harmonia com o mundo.

Neste estudo a valorização da arte e da educação estética firma-se como reconhecimento de desenvolvimento humano, das interações com objetos de arte desenvolvendo as sensibilidades, da inserção da criança no mundo como um ser humano mais equilibrado.

Não se pode pensar num mundo em desenvolvimento sem que avaliemos com muito cuidado e responsabilidade o ambiente onde estamos, e que a principal missão do ser humano equilibrado e com sensibilidade é proteger e preservar esse ambiente, incentivando hábitos e comportamentos adequados visando a soluções de problemas e sensibilizando as próximas gerações. O desenvolvimento ecológico e sustentável é um compromisso que temos com o ambiente, sem que ele sofra extinções ou agressões naturais. Com a consciência de cada um de cuidar do ambiente e a reconhecida importância e sensibilização do poder público e dos políticos, certamente ainda podemos reverter muitos dos problemas já existentes, focando a educação para a sustentabilidade.

No documento 2012Dulcicleia _Antunes (páginas 41-44)