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A DISTÂNCIA ENTRE AS NORMAS E A REALIDADE

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tal como os seus Pais e os Pais destes e assim sucessivamente, por vezes numa cadência solidamente estabelecida em que o amor parece mais frágil que o esquecimento e o perdão. O peso do passado toma conta do presente e parece desejar continuar a escrever torto pelas linhas do futuro, tinta invisível mas permanente.

9.4 A DISTÂNCIA ENTRE AS NORMAS E A REALIDADE

O autor Edson Sêda desenvolve a ideia de que há normas que observamos com os atos repetitivos e as pessoas e a coletividade enunciam, normas que aos poucos são inseridas no contexto social e repetidas. Para que a norma e a realidade descrevam o mesmo tipo de comportamento é necessária a construção de hábitos no dia-a-dia para atingir a eficácia da norma.

O autor106 comenta que

quando portanto maus hábitos, maus usos, maus costumes, estabelece-se uma tensão entre os fatos e as normas, estabelece-se pessoas ou coletividade pretendem implantar hábitos, usos e costumes adequados a um novo estado de justiça social.

A verdadeira atuação da norma se fará no tempo. Enquanto não há uma percepção direta entre normas e realidade; e hábitos e costumes haverá uma dissonância.

Para o autor107,

se se quisesse um conjunto normativo sem qualquer diferença de potencial com a realidade e portanto sem tensão, só se as normas do Estatuto (e também da Constituição) reproduzissem fielmente os hábitos, usos e costumes da injustiça, da opressão, dos maus tratos, da negligência e do descuido. O que seria um absurdo. [...] Nós somos um povo que maltratamos crianças e fizemos uma lei para acabar com

106

SÊDA, Edson. Construir o passado ou Como mudar hábitos, usos e costumes, tendo como instrumento o Estatuto da Criança e do Adolescente. 1993, pág. 15.

107

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isso. Vejamos como as leis são usadas para mudar realidades. Ou seja, vamos ver como se usa o Direito para transformar o real.

Todos os ramos do direito, principalmente quando envolve questões sociais, necessitam de períodos de adaptação para que demonstrem resultados de forma prática. De forma lógica, não é a simples instituição de determinada norma que automaticamente faz com que a mesma seja cumprida na realidade de forma eficaz.

10 LEI 12.594/2012

A lei 12.594/2012 foi sancionada em 18 de Janeiro de 2012. Essa lei institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE) e regulamenta a execução das medidas socioeducativas destinadas ao adolescente que pratique ato infracional. A lei traz alterações ao Estatuto da Criança e do Adolescente e altera também outras leis.

A intenção do legislador é melhorar o desempenho dos programas que são aplicados aos adolescentes, de forma que um novo sistema seja capaz de avaliar e monitorar melhor a aplicação das medidas. A União, Estados e Munícipios devem juntos aplicar ações relacionadas aos programas de atendimento das medidas.

Devido a ineficácia de muitas medidas pelo motivos anteriormente expostos, a lei vem como uma resposta à realidade da aplicação das medidas. A intenção do legislador é trazer a co-responsabilidade da União, Estados, Munícipios, família e sociedade, através de investimentos na área e uma melhor fiscalização e monitoramento da aplicação das medidas.

A lei demonstra a percepção do Estado em relação à falta de eficácia das medidas, se dando conta de que na prática os direitos de crianças e adolescentes não são devidamente respeitados; os educadores e orientadores entre pedagogos,

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psicólogos etc, não estão devidamente treinados; que os locais e espaços destinados à área não são adequados; entre outros fatores.

A lei passou a vigorar em abril de 2012. Um passo, em relação a modificação da forma em que é percebido o adolescente, já foi dado. Para concretização da norma é necessário investimentos nas medidas e na preparação (real preocupação com a questão) dos programas e nas ações pedagógicas, lembrando do adolescente como sujeito de direitos.

ϲϰ 11 CONCLUSAO

O direito à criança e ao adolescente ainda é uma inovação no direito brasileiro. O surgimento do Estado Democrático Social, com a Constituição Federal de 1988, traz uma nova ótica ao Direito. O direito aos menores sofreu uma evolução e com a instituição do Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei n. 8.069 de 1990 – direitos e garantias são direcionados às crianças e adolescentes.

O Estatuto, em seu artigo 1º, traz a doutrina da proteção integral, garantindo direitos e garantias às crianças e adolescentes. Os menores passam à condição de sujeitos de direitos e de pessoas em fase de desenvolvimento. Pela condição de pessoa em desenvolvimento possuem direitos específicos, tendo proteção pelo Estado.

O adolescente, de 12 a 18 anos, que comete ato infracional será responsabilizado através dos direitos e garantias previstos no Estatuto, sendo aplicado as medidas socioeducativas previstas, conforme o caso, de advertência, reparação do dano, prestação de serviço à comunidade, o regime de liberdade assistida, regime de semiliberdade e regime de internação.

Para a aplicação das medidas socioeducativas são necessários diversos fatores. O Estatuto tem 22 anos de atuação. Pode parecer que 22 anos seja um longo prazo, porém a funcionalidade e eficácia do Estatuto depende de um conjunto de elementos para atingir seus objetivos. Para efetividade na aplicação das medidas é necessário investimento em recursos na área.

O Estatuto traz um direito inovador, não criando uma pena ao menor, e sim, o legislador enxergou que o necessário é a ressociliazação da pessoa que está em fase de desenvolvimento. Enxergou que a punição de outras formas, não atinge um objetivo com a pessoa que ainda está em desenvolvimento, pois ainda está em um processo de

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formação. O Estatuto instituiu as medidas previstas em no artigo 112, com a intenção de ressocializar o menor e fazê-lo entender a gravidade, em cada caso, de cometer atos antijurídicos.

As medidas são estipuladas conforme a gravidade do ato cometido e considerando a subjetividade de cada adolescente. Se houve todo esse cuidado do legislador na preparação do Estatuto por quais motivos a sua aplicação torna-se difícil e muitas vezes de aparência ineficaz? A resposta para isso vem de questões profundas em relação ao Estado, as bases da família e da sociedade.

A Constituição Federal prevê em seu artigo 227, o dever da família, do Estado e da sociedade a garantia de direitos à criança e ao adolescente. Dessa forma o Estado responsável divide a sua responsabilidade com a família e a sociedade.

Se o Estado, de forma isolada, investisse em recursos na área de forma adequada a atender as exigências, com certeza, ainda não seria suficiente no atendimento da ressocialiazação do adolescente. Por mais que houvese o investimento adequado, mesmo assim seria necessária a participação adequada da família e da sociedade. Ocorre que o Estado não investe adequadamente seus recursos, o que por si só, já se torna um problema bem maior do que o apresentado.

Quando ocorre a aplicação das medidas socioeducativas pelo Estado, o ato infracional já foi cometido pelo adolescente. Se o adolescente chegou a cometer o ato, houve algum fator em seu processo de desenvolvimento que não foi adequado.

Por um lado, o Estado tem a responsabilidade de proteção à criança e o adolescente, evitando abusos de todas as formas e garantindo condições mínimas aceitáveis para o seu desenvolvimento. O problema encontra-se na falta de vontade de políticos que invistam nessas condições como saúde, educação e esporte, investindo orçamentos mínimos para aplicação desses direitos aos menores.

Por outro lado, a família e a sociedade tem tanta responsabilidade quanto o Estado no processo de formação do menor e do adolescente. O conceito de família modificou e a desestruturação familiar é uma das consequências que leva o

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adolescente ao ato infracional. A baixa situação econômica da família, em um mundo moderno e tecnológico, também é um dos fatores. A sociedade, como um todo, não se envolve nas questões de criminalidade cometida pelos menores. A sociedade é indiferente a esse tipo de “problema”.

Tanto em relação à aplicação das medidas socioeducativas e sua dificuldade de eficácia quanto na responsabilização no processo de formação dos menores, há um “defeito” na co-responsabilidade entre o Estado, a família e a sociedade.

A questão relacionada à criança e ao adolescente necessitam de prioridade. A partir do momento que os “co-responsáveis” entenderem essa necessidade, quem sabe, possa haver mudanças.

O problema não está no Estatuto da Criança e do Adolescente, tampouco está na Constituição Federal. O legislador trouxe um texto legal com intenções sérias de ressocialização e investimento. O problema está em um país subdesenvolvido com estruturas básicas “quebradas” e preconceitos que impedem totalmente a sua aplicação e efetividade.

ϲϳ REFERÊNCIAS

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ϲϴ

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LIBERATI, Wilson Donizeti. Comentários ao Estatuto da Criança e do Adolescente. 11ª Edição, revista e ampliada de acordo com a Lei 12.010, de 3.8.2009. Impresso no Brasil: Malheiros Editores, 2010.

MASERA, Elizabeth dos Santos. STURZA, José Carlos. Conselhos Tutelares, impasses e desafios: A experiência de Porto Alegre. Volume I. Porto Alegre: Editora Dom Quixote, 2006.

PEREIRA, Cassio Rodrigues. Estatuto da Criança e do Adolescente à luz do direito e da Jurisprudência (Anotações ao novo código civil). Belo Horizonte: Cultura Jurídica Ltda. Editora Líder, 2002.

PEREIRA, Irandi. Programas de Socioeducação aos Adolescentes em conflito com a lei: Programa Multidisciplinar de Estudo, Pesquisa e Defesa da Criança e do Adolescente. Caderno de Ação e Defesa dos direitos 3. Maringá, 2004.

RAMIDOFF, Mário Luiz. Lições de direito da criança e do adolescente:Ato Infracional e Medidas Sócioeducativas. 4ª Edição. Curitiba: Juruá, 2008.

SÊDA, Edson. Construir o passado ou Como mudar hábitos, usos e costumes, tendo como instrumento o Estatuto da Criança e do Adolescente. Série Direitos da Criança 2. Impresso no Brasil: Malheiros Editores Ltda, 1993.

SILVA, Enid Rocha Andrade da. O direito à convivência familiar e comunitária: os abrigos para crianças e adolescentes no Brasil. Brasília: IPEA/CONANDA, 2004.

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TAVARES, José de Farias. Comentários ao Estatuto da Criança e do Adolescente. 7ª Edição. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2010.

VARALDA, Renato Barão. Responsabilidades na garantia dos direitos de crianças e adolescentes. Revista Jurídica CONSULEX. 2008, Ano XII, nº 286.

ϳϬ ANEXOS

ϳϭ

ANEXO A – Quadro comparativo

ASPECTO CONSIDERADO CÓDIGO DE MENORES ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 1) Mecanismos de proteção Não abria espaços à

participação de outros atores que limitem os poderes das

autoridades judiciárias e administrativas

Prevê instâncias colegiadas de participação (conselhos paritários estado/sociedade nos níveis federal, estadual e

municipal 2) Vulnerabilidade

sócio-econômica

Os menores carentes, abandonados e infratores devem passar todos pelos

mãos do juiz

Os casos de situação de risco pessoal e social são atendidos

por uma instância sócio-educacional colegiada: o

Conselho Tutelar

3) Infração Todos os casos de infração

penal passam pelo juiz

Os casos de infração que não impliquem grave ameaça ou violência à pessoa podem ser

beneficiados por remissão (perdão) como forma ou

suspensão do processo 4) Internamento Medida aplicável a crianças e

adolescentes por pobreza (manifesta incapacidade dos

pais para mantê-los). Sem tempo e sem condições determinados, e também aos

casos de infração penal

Medida só aplicável a adolescentes autores de ato infracional grave, obedecidos

os princípios da brevidade, excepcionalidade e respeito à

sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento 5) Caráter Social

Penalizava a pobreza através de mecanismos como: Cassação do pátrio poder

Imposição da medida de internamento a criança e

adolescentes pobres

A falta ou insuficiência de recursos deixa de ser motivo

para perd ou suspensão do pátrio poder. Através do

Conselho Tutelar desjuridicionaliza os casos

exclusivamente sociais 6 ) Posição do magistrado

O código não exigia fundamentação das decisões

relativas à apreensão e confinamento de menores.

Era subjetiva.

Garante à crianças e adolescentes o direito à ampla

defesa com todos os recursos a ele inerentes. Limitou os

poderes absolutos do juiz 7) Objetivo

Dispor sobre a assistência a menores de 0 a 18 anos, que

se encontrem em situação irregular, e entre 18 e 21 anos

nos casos previstos em lei através da aplicação de

Garantia dos direitos pessoais e sociais através da criação de oportunidades e facilidades a

fim de propiciar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e

ϳϮ medidas preventivas e terapêuticas social em condições de liberdade e dignidade 8) Efetivação em termos de política social As medidas previstas restringiam-se ao âmbito Da Política Nacional de Bem-Estar do Menor (FUNABEM)

Segurança Pública Justiça de Menores

Politicas sociais básicas Politicas assistenciais (em

caráter supletivo) Serviços de proteção e defesa

das crianças e adolescentes vitimizados

Proteção jurídico-social 9) Direito de defesa

Considerava que o menor acusado de infração penal já era defendido pelo curador de

menores (promotor público)

Garante ao adolescente a quem se atribua autoria de infração penal defesa técnica

por profissional habilitado (advogado) 10) Fiscalização de

cumprimento de lei

Não há fiscalização do judiciário por nenhuma instância governamental ou

não-governamental.

Prevê participação ativa da comunidade e, através dos

mecanismos de defesa e proteção dos interesses difusos e coletivos, pode levar as autoridades omissas

ou transgressoras dos réus. 11) Internamento provisório Era medida das mais

rotineiras

Só haverá internamento provisório em caso de crime cometido com grave ameaça

ou violência à pessoa. 12) Estrutura FUNABEM FEBEM(s) Justiça de Menores Segurança Pública Programas Municipais e comunitários

Conselhos paritários, fundos e instâncias técnicas em todos

os níveis: União, Estados e município.

FONTE: Antonio Carlos Gomes da Costa108

ϭϬϴ

COSTA, Antônio Carlos Gomes da. É possível mudar: A criança, o Adolescente e a Família na Política Social do Município. 1993, págs. 85,86 e 87.

ϳϯ

ANEXO B - Prestação de Serviços à comunidade

Atividades/ações: passo a passo

com o adolescente com a família com as entidades acolhedoras e educadores

sociais

Atender o adolescente e família, assim que chegar ao programa de socioeducação, e (re)interpretar a medida socioeducativa recebida; Elaborar Plano de Acompnhamento

Personalizado (PAP) com o (a) adolescente e família; Criar condições para que o adolescente possa vivenciar esse momento de vida de forma saudável e

compreendendo-o como necessário no processo de construção de sua identidade; Possibilitar que o adolescente desenvolva formas solidárias de convivência social, uma vez que, vai lidar com pessoas e instituições que exercitam a solidariedade; Encaminhar o adolescente, com medida judicial, para realização de tarefas na comunidade, segundo suas aptidões e habilidades; Acompanhar e orientar individualmente adolescentes durante o tempo de cumprimento da medida, inserindo-os em outros programas sociais de caráter universal e/ou de proteção;

Buscar o compromisso da família ou responsáveis pelo adolescente, durante o processo de cumprimento da medida;

Identificar as condições sociais da família e, quando necessário, encaminhá-la a programas oficiais de

assistência e promoção, apoio e orientação;

Realizar o cadastramento de instituições e educadores para que possam cumprir a função de acolhedores e orientadores de adolescentes;

Sensibilizar e capacitar a comunidade para sua participação no programa de socioeducação;

Organizar programa de capacitação permanente dos educadores sociais,

voluntários e equipe das entidades acolhedoras; Participar de encontros e atividades de capacitação e mobilização ofertados pelo Rede de Atendimento.

ϳϰ

Fonte: PEREIRA e MESTRINER, in IEE-PUC-SP/FEBEM-SP, 1999; PEREIRA, in CMDCA/Maringá, 2001.109

.

ANEXO C - Liberdade Assistida

Ações/atividades: passo a passo

Ações Momentos Atribuições

Atender individualmente ou em pequenos grupos o adolescente e sua família, realizado a devida (re)interpretação da medida estabelecida Dia da apresentação do adolescente ao programa Coordenação do programa/equipe técnica

Proceder a leitura detalhada do processo legal do adolescente como

pressuposto para os próximos atendimentos

No prazo de 10 dias, a partir da apresentação, marcar novo encontro com o adolescente/família/responsável legal Equipe técnica Realizar entrevistas individuais com o adolescente e sua família/responsável legal para elaboração do Plano de Acompanhamento

Personalizado

Nos primeiros vinte dias de aplicação da medida para que se inicie o acompanhamento sistemático do adolescente nos programas sociais

estabelecidos no ECA

Equipe técnica/educadores

Orientar a família sobre o procedimento do caso e as implicações do não cumprimento da medida. Encaminhar a família, caso, necessário, a programas psico-sócio-jurídicos

Em 30 dias dar início ao processo de visitas técnicas domiciliares. Em 30 dias dar início ao processo de visita técnica aos locais de inserção do adolescente nos programas sociais e no trabalho (quando houver e caso seja necessário)

Equipe técnica e educadores

Definir o Plano de Acompanhamento Personalizado

Fimar compromisso por escrito e assinado pelas partes encarregadas do cumprimento do plano

No máximo em 45 dias Equipe técnica, educadores, coordenação do programa, família, adolescente

ϭϬϵ

PEREIRA, Irandi. Programas de Socioeducação aos Adolescentes em conflito com a lei: Programa Multidisciplinar de Estudo, Pesquisa e Defesa da Criança e do Adolescente. 2004, pág. 54.

ϳϱ

Elaborar primeiro relatório e encaminhamento para a autoridade competente

30 dias Equipe técnica e coordenação

do programa Realizar visitas técnicas ao

domicílio do adolescente sempre que necessário

Durante o período da medida estabelecida

Equipe técnica e educadores

Acompanhar o adolescente nos programas sociais de atendimento

Durante o período da medida estabelecida

Equipe técnica e educadores

Elaborar resultados e avaliação do programa; Sistematizar as práticas

Trimestralmente Coordenação do programa, equipe técnica, educadores Realizar encontro de

capacitação e mobilização social

Semestralmente Coordenação do programa e parceiros

Fonte: Re-elaboração de PEREIRA e MESTRINER, in IEE-PUC-SP/FEBEM-SP, 1999; PEREIRA, in CMDCA/Maringá, 2001.110

ϭϭϬ

PEREIRA, Irandi. Programas de Socioeducação aos Adolescentes em conflito com a lei: Programa Multidisciplinar de Estudo, Pesquisa e Defesa da Criança e do Adolescente. 2004, pág. 65.

ϳϲ ANEXO D - Semiliberdade

Ações/atividades: passo a passo

Ações Momentos Atribuições

Atender individualmente o adolescente e sua família, realizando a devida (re)interpretação da medida estabelecida Dia da apresentação do adolescente ao programa Equipe técnica Diferenciar as atitudes pedagógicas para adolescentes com Semiliberdade inicial em progressão (egressos da internação) Durante o cumprimento da medida, principalmente nas primeiras semanas

Equipe técnica e educadores

Realizar as entrevistas com o adolescente e família e/ou responsável legal para elaboração do Plano de

Acompanhamento Personalizado

Nos 10 primeiros dias de cumprimento da medida Equipe técnica Elaborar o primeiro relatório e encaminhamento para a autoridade competente

Após 15 dias Equipe técnica

Realizar estudo de caso Durante o cumprimento da medida

Equipe técnica/educadores/família Realizar reuniões com as

famílias

Durante o cumprimento da medida, devendo a

primeira ocorrer no máximo após 10 dias

Equipe

técnica/educadores/parceiros/famílias

Realizar reuniões institucionais

Quinzenalmente Equipe técnica/educadores

Organizar diário do adolescente para que ele possa registrar situações

A partir do segundo dia, durante o cumprimento da medida

Equipe

ϳϳ internas e impressões do cotidiano, iniciando um processo de (re)descoberta de sua identidade Realizar atividades educativas; Sistematizar as práticas Durante a execução do programa Equipe técnica/educadores/adolescentes Preparar para desligamento ou abrandamento da medida Equipe técnica/educadores

Acompanhar egressos Durantes os seus primeiros meses de desligamento Equipe técnica/educadores Participar em programas de capacitação e mobilização profissional e social

Sempre que necessário Equipe técnica/educadores

Fonte: Re-elaboração de PEREIRA e MESTRINER, in IEE-PUC-SP/FEBEM-SP, 1999; PEREIRA, in CMDCA/Maringá, 2001.111

ϭϭϭ

PEREIRA, Irandi. Programas de Socioeducação aos Adolescentes em conflito com a lei: Programa Multidisciplinar de Estudo, Pesquisa e Defesa da Criança e do Adolescente. 2004, págs. 70 e 71.

ϳϴ ANEXO E - Internação

Ações/atividades: passo a passo

Áreas de atuação Estratégias de ação Atribuição Em relação aos adolescentes Recepcionar adequadamente o adolescente Mostrar as dependências do programa e o local onde será abrigado

Passar pela equipe médica e técnica para avaliação de sua condição física, emocional e educacional Guardar seus pertences e fazer anotações

entregando-as ao adolescente para

conferência, devolvendo-as quando deixar o programa ou à sua família

Providenciar vestimenta condizente com sua compleição física, estação do ano e necessidades cotidianas

Providenciar material para higiene diária

Entregar e discutir com o

educadores/direção/equipe técnica

educadores

equipe profissional especializada

educadores

educadores

ϳϵ adolescente as regras de