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A Educação Ambiental na Constituinte Escolar e nos Sistemas

3 MÚLTIPLOS RAMOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

3.2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA GAÚCHA

3.2.2 A Educação Ambiental na Constituinte Escolar e nos Sistemas

Atualmente a EA é um dos temas priorizados pela Constituinte Escolar, ou seja, a Política de EA da Secretaria da Educação/RS é o resultado do processo da Constituinte Escolar que, em agosto de 2000, deliberou, entre outros: “A Educação Ambiental como conhecimento integrado à totalidade do currículo escolar”.

Um Caderno Temático da Constituinte Escolar foi dedicado ao estudo da EA. Ele inicia com a problematização do conceito de EA e da sua prática no contexto escolar. Após propõe um aprofundamento teórico através de dois textos de educadores ambientalistas gaúchos, com um roteiro de discussão dos mesmos.

1) A partir das discussões feitas na problematização inicial e da leitura dos textos, qual o teu entendimento de educação ambiental agora? Em que mudou o entendimento inicial?

2) Uma torneira pingando um dia inteiro em nossa casa. Um indústria de tratamento de couro para fábricas de calçados, despejando as sobras dos produtos químicos utilizados no trato do couro no(s) rio(s) da cidade. A falta de água potável para beber... O que cada uma dessas situações tem a ver com a outra?

3) Tendo em vista que os recursos naturais do planeta não existem para sempre e devem ser preservados e aproveitados de forma equilibrada, como deve ser um projeto desenvolvido que eleve em conta essas questões?

4) Qual a contribuição da EA na construção desse projeto? (RS, 2000, p. 21).

A partir deste estudo inicial @s professor@s deveriam elaborar um “Plano de Ação”, apresentando como a escola poderia trabalhar as questões ambientais em seu cotidiano; como contemplar a EA no PPP da escola, na perspectiva de romper com as práticas pontuais, fragmentadas e desarticuladas; colaborando deste modo na elaboração de referências comuns à rede pública estadual no trabalho de EA.

O Caderno n. 17 foi o único material disponibilizado pela SE às escolas gaúchas sobre EA. Apesar de ter acontecido durante o ano de 2001 um trabalho de formação com as lideranças das Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) em EA, não houve reuniões de estudo, seminários ou qualquer outra forma de trabalho por parte da equipe da 15ª CRE com @s professor@s das escolas, para discutir o processo de inserção da EA no currículo escolar. Ainda é importante ressaltar que o Caderno de EA, segundo depoimentos das direções das escolas, foi estudado pel@s professor@s da área de Ciências Naturais, “já que estes apresentam um maior vínculo com o assunto”.

Durante os anos de 2001 e 2002, a Coordenação de EA da Secretaria de Educação, contando com consultoria do professor Marcos Reigota, realizou em Porto Alegre encontros de formação em EA com @s coordenador@s de EA e coordenador@s pedagógic@s das CREs. Os Encontros I e II procuraram situar a EA no contexto internacional e brasileiro, procurando aprofundar a discussão sobre a forma como a EA vem acontecendo nas escolas da rede pública estadual, análise das experiências, visando seu fortalecimento e qualificação. O Encontro III, denominado “Educação Ambiental e Construção Social do Conhecimento”, visou aprofundar a Política de EA na perspectiva freireana, no diálogo entre os diversos saberes, através da pesquisa da realidade, problematizando os tempos/espaços da escola e relações de poder, contribuindo na ressignificação dos PPP e Planos de Estudos. O IV Encontro denominado “A perspectiva Sócio- ambiental em Educação”, também contou com a participação de representantes de professor@s e funcionári@s de escolas, representantes do governo e da sociedade civil, discutindo grandes temáticas relacionadas com a EA (sustentabilidade, biotecnologia, plantas medicinais), trazendo um aporte conceitual para a EA, permitindo o relato e a troca de experiências através da realização de nove painéis, distribuídos em 3 eixos temáticos: “A EA como

paradigma epistemológico”, “Alternativas para a Proteção Socioambiental” e “Sustentabilidade e Práticas Educativas”.

O V Encontro, realizado em Santa Maria, sobre “A Comunicação e o Ambiente”, através de 6 painéis e de 5 oficinas enfatizou abordagens em Ecojornalismo, Construção do Imaginário, Comunicação x Espetáculo e Sustentabilidade. Foi aberto também ao público interessado, em especial aos estudantes e profissionais da área de comunicação social.

No ano de 2002 alguns encontros regionais para professor@s foram realizados e nenhum material pedagógico referente à Política Estadual de EA foi encaminhado às escolas. Na região de abrangência da 15ª CRE, lamentavelmente a formação em EA ficou restrita às coordenações de EA da CRE, não sendo promovido pela Coordenadoria nenhum encontro de formação de educador@s em EA. Na região @s educador@s tiveram a possibilidade de participar de Programas de Educação Continuada propostos pela URI, em parceria com Secretarias Municipais de Educação e, nos últimos dois anos, dois eventos de EA: o Simpósio Gaúcho de Educação Ambiental”, realizado em agosto de 2000 na URI – Campus de Erechim e do I Simpósio Sul Brasileiro de Educação Ambiental e II Simpósio Gaúcho de Educação Ambiental, realizado pela mesma instituição em setembro de 2002 foram propiciados aos/às professor@s. É importante ressaltar que este último evento contou com a participação das coordenações de EA das 30 CREs do Estado.

Acreditamos que para @ professor@ transformar-se em um “sujeito crítico, construtor e pesquisador”, como propõe a Secretaria Estadual de Educação, não é suficiente que @ mesm@ esteja abert@ à mudança e sinta a necessidade de formação permanente. É fundamental que o Estado, enquanto instituição contratante, crie condições para que a educação continuada venha a ocorrer. Apenas deste modo será possível “desencadear propostas de ações fundamentadas nas práticas pedagógicas reorientadas a partir da pesquisa da realidade”, como propõe a Política Estadual de Educação.

4 - FLORESCÊNCIA NA FORMAÇÃO