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1. FUNDAMENTOS

3.1 A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TECNOLÓGICA NO ESPÍRITO SANTO

A história da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica começou em 1909, quando o então Presidente da República, Nilo Peçanha, criou 19 Escolas de Aprendizes e Artífices em todo o Brasil.

Em 23 de setembro de 1909, o governo Nilo Peçanha oficializou a criação da Escola de Aprendizes e Artífices no Espírito Santo (EAAES), que, depois de muitas transformações, deu origem ao Instituto Federal do Espírito Santo. A regulamentação da EAAES ocorreu por meio do Decreto 9.070, de 25 de outubro de 1910, com o objetivo de formar profissionais artesãos, voltados para o trabalho manual. Os cursos ofertados inicialmente foram: carpintaria e marcenaria; alfaiataria; eletricidade; ferraria e fundição.

O primeiro prédio da EAA-ES (Figura 3), estava localizado na Rua Presidente Pedreira, nº13, na região do Parque Moscoso. Em 1917, a EAA-ES mudou-se para outro prédio, na mesma rua, no nº 150, onde permaneceu até 1942, quando mudou- se para o bairro de Jucutuquara.

Figura 3 - Primeiro prédio da EAA-ES

Fonte: Ifes.

Em 13 de janeiro de 1937, foi assinada a Lei 378, que transformava as Escolas de Aprendizes e Artífices em Liceus Profissionais, destinados ao ensino profissional, de todos os ramos e graus. A EEA-ES então passou a denominar-se Liceu Industrial de Vitória.

Na década de 40 foi criada a lei conhecida por Reforma Capanema,que remodelou o ensino do país e o ensino profissionalizante passou a ser considerado de nível médio, dependente de exames de admissão e dividido em dois níveis: 1- o básico industrial artesanal, de aprendizagem e de maestria; e 2- o curso técnico industrial com várias especialidades.

A Reforma Capanema organizou a educação brasileira nos níveis básico e superior, além de fazer os ajustes entre as propostas pedagógicas existentes para a formação de intelectuais e trabalhadores, segundo o contexto que ocorria no mundo do trabalho. Nela, foi incluída uma série de cursos profissionalizantes para atender diferentes profissões decorrentes dos setores econômicos. Com isso, as escolas profissionais se multiplicaram. A partir dessa época, o ensino industrial passa a assumir um papel importante no país, devido ao contexto histórico de

industrialização e desenvolvimento. Na mesma época da Reforma Capanema, foi criado o SENAC e o SENAI, impulsionando a formação profissional para o trabalho. Esta reforma tinha como principais pontos:

O ensino profissional passou a ser considerado de nível médio; o ingresso nas escolas industriais passou a depender de exames de admissão;os cursos foram divididos em dois níveis, correspondentes aos dois ciclos do novo ensino médio: o primeiro compreendia os cursos básico industrial, artesanal, de aprendizagem e de mestria. O segundo ciclo correspondia ao curso técnico industrial, com três anos de duração e mais um de estágio supervisionado na indústria, e compreendendo várias especialidades (BRASIL, p.4, 2013).

O Decreto-Lei 4.073, de 30 de janeiro de 1942, estabeleceu a chamada Lei Orgânica do Ensino Industrial. Neste período, iniciou-se uma nova etapa na caracterização do ensino profissionalizante no Brasil.

Em 25 de fevereiro de 1942, através do Decreto 4.127, ocorreu a transformação das Escolas de Aprendizes e Artífices em Escolas Industriais e Técnicas. O nome Liceu Industrial de Vitória foi substituído por Escola Técnica de Vitória (ETV).

A partir desse ano, inicia-se, formalmente, o processo de vinculação do ensino industrial à estrutura do ensino do país como um todo, uma vez que os alunos formados nos cursos técnicos ficavam autorizados a ingressar no ensino superior em área equivalente à da sua formação (BRASIL, p.4, 2013)

Ainda no ano de 1942, a Escola Técnica de Vitória inaugurou suas instalações em Jucutuquara. A ETV demorou um pouco para se identificar como instituição eminente de formação de técnicos. Segundo Suet et al (2009):

Assim, até a década de 1950, por exemplo, seu curso industrial básico ainda oferecia as modalidades de Alfaiataria, Artes do Couro, Tipografia e Encadernação, Marcenaria, Mecânica de Máquinas e Serralheria. Quem o finalizasse não poderia ir diretamente para o que na época seria o Ensino Médio (SUET ET AL, p.74, 2009)

No ano de 1959, as Escolas Industriais e Técnicas são transformadas em autarquias com o nome de Escolas Técnicas Federais. Segundo Histórico da Educação Profissional (2009):

As instituições ganham autonomia didática e de gestão. Com isso, intensificam a formação de técnicos, mão de obra indispensável diante da aceleração do processo de industrialização (BRASIL, p.4, 2009).

Em 20 de agosto de 1965, através da Lei 4.759 e da Portaria MEC 239, de 3 de setembro de 1965, a Escola Técnica de Vitória (ETV) passou a ser denominada Escola Técnica Federal do Espírito Santo (ETFES), atendendo às exigências que a sociedade industrial e tecnológica estabelecia.Na década de 1980, iniciou-se o processo de construção das Unidades de Ensino Descentralizadas (UNEDs), no Espírito Santo.

Através da Lei nº 8.948, de 8 de dezembro de 1994, ocorre a transformação gradativa das Escolas Técnicas Federais e das Escolas Agrotécnicas Federais em Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFETs). Segundo Histórico da Educação Profissional (2009):

[...] mediante decreto específico para cada instituição e em função de critérios estabelecidos pelo Ministério da Educação, levando em conta as instalações físicas, os laboratórios e equipamentos adequados, as condições técnico-pedagógicas e administrativas, e os recursos humanos e financeiros necessários ao funcionamento de cada centro (BRASIL,p.5, 2009).

Em 20 de novembro de 1996, foi sancionada a Lei 9.394, considerada a segunda LDB, seguida pelo Decreto Lei 2.208/97, que compuseram os novos instrumentos da formação no Brasil.

Neste sentido, a ETFES preparou-se para se transformar no Centro Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo (CEFETES), oferecendo cursos de nível médio, pós-médio e de graduação. No ano de 1996, esta mudança se efetivou.

A terceira UNED implantada foi a de Cachoeiro de Itapemirim, no ano de 2005, embora sua inauguração oficial tenha acontecido em 2008.

E, por fim, em 29 de dezembro de 2008, a Lei nº 11.892 institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de

Educação, Ciência e Tecnologia e dá outras providências relacionadas ao funcionamento e atribuições.

De 1909 a 2002 foram construídas 140 novas unidades no país. No ano de 2005, com a publicação da Lei 11.195, ocorreu o lançamento da primeira fase do Plano de Expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, com a construção de 64 novas unidades de ensino.

A Rede Federal contava, até 2010, com 354 unidades e mais de 400 mil vagas em todo país. Com outras 208 novas escolas previstas para serem entregues até o final de 2014, serão 562 unidades que, quando em pleno funcionamento, gerarão 600 mil vagas.

O IFES tem uma história muito rica em seus 104 anos de existência, possuindo campi instalados em quase todas as regiões do Espírito Santo. No mapa da Rede Federal no Espírito Santo (Figura 4), é possível observar em várias cidades os diversos campi em funcionamento, implantação e os polos de ensino superior e técnico ofertados na modalidade à distância.

Figura 4 – Mapa da rede federal no Espírito Santo

3.2 O INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CAMPUS CACHOEIRO DE