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A Estratégia Europeia de Segurança Interna

4. As formas de expressão política da União Europeia e Portugal

4.1. União Europeia

4.1.4. A Estratégia Europeia de Segurança Interna

A Estratégia Europeia de Segurança Interna (EESI), apreciada pelos Estados- Membros a 23 de fevereiro de 2010 e aprovada pelo Conselho da União Europeia a 25 de março de 2010, refere que a segurança interna deve ser entendida “como um conceito amplo e completo que se estende a múltiplos sectores a fim de fazer face a graves ameaças e a outras que tenham um impacto direto na vida, na segurança e no bem-estar dos cidadãos, incluindo as catástrofes naturais e as provocadas pelo homem, tais como os incêndios florestais, os terramotos, as inundações e as tempestades” (Conselho da União Europeia, 2010, p. 2). Ou seja, pode-se desde logo deduzir que se trata de uma abordagem abrangente que visa a integração e a cooperação entre todos os serviços e instituições dos

Estados-Membros com competências e responsabilidades na segurança dos cidadãos europeus.

Não obstante ter vigorado no período 2010 a 2014, importa realçar que os objetivos estratégicos da ESI 2010 permanecem válidos e devem continuar a ser alcançados, pelo que se torna necessário proceder à sua análise, para identificar e compreender os fins da política de segurança interna da UE naquele período e comparar com a atual agenda posteriormente (CE, 2015b, p. 2).

Os efeitos a alcançar pela ESI eram vários: proteger os direitos e as liberdades dos seus cidadãos; melhorar a cooperação e a solidariedade entre os Estados-Membros; responder às causas da insegurança e não apenas aos seus efeitos; colocar no topo das prioridades a prevenção e a antecipação; implicar todos os sectores que, nos seus respetivos domínios de responsabilidade (Político, Económico, Militar e Civil) tenham uma função a desempenhar na proteção pública; informar os cidadãos sobre as políticas de segurança; e reconhecer a interdependência entre segurança interna e segurança externa elaborando uma abordagem de "segurança global" com os países terceiros (Conselho da União Europeia, 2010).

Em termos de objetivo principal trata-se de colocar em comum as atividades existentes relacionadas com as ações das autoridades policiais e judiciais, gestão das fronteiras e a proteção civil, e estabelecer os princípios e diretrizes de ação futura, por forma a prevenir a criminalidade e reforçar a capacidade para dar uma resposta oportuna e adequada às catástrofes, quer as naturais como as provocadas pelo homem, através do desenvolvimento e a gestão dos instrumentos adequados, por forma a garantir a proteção das pessoas e dos valores da liberdade e democracia. Para o efeito esta estratégia expõe as ameaças e desafios comuns, estabelece a política comum de segurança interna da União, e define um modelo de segurança europeu.

Relativamente às ameaças comuns os principais desafios identificados para a segurança interna são os seguintes: o terrorismo; as graves formas de criminalidade organizada; a cibercriminalidade; a criminalidade transfronteira; a violência em si mesma; as catástrofes naturais e as catástrofes provocadas pelo homem; e outros fenómenos comuns99 . Para dar resposta a estes desafios têm sido desenvolvidos diversos instrumentos para facilitar a cooperação entre os Estados-Membros, os instrumentos mais importantes são: a análise das situações e a construção de cenários para antecipação da

99 Outros fenómeno comum significa situações que suscitem preocupações e constituam ameaça para a

ameaça; o planeamento, programação e gestão de consequências; a criação de agências específicas da União, por exemplos a EUROPOL para a recolha e troca de informações entre autoridades policiais na luta contra a criminalidade organizada e terrorismo, a EUROJUST para assegurar a coordenação e melhorar a eficácia das autoridades judiciais, e a FRONTEX para a gestão da cooperação operacional nas fronteiras externas; mecanismos baseados no reconhecimento mútuo, para partilha de informações e facilitar as investigações e as operações conjuntas, tais como o Mandato de Detenção Europeu e as disposições para o congelamento de bens, o Sistema de Informação Schengen e redes para troca de informações sobre registos criminais, etc.; e foram ainda desenvolvidos mecanismos de avaliação para medir a eficácia das ações da União, por exemplo realização de exercícios no domínio do terrorismo ou da criminalidade organizada.

Com recurso aos Tratados da União e à Carta dos Direitos Fundamenais, foram identificados sete princípios essenciais para a política comum de segurança interna100, designadamente:

 A justiça, liberdade e segurança são políticas que se reforçam mutuamente, respeitando ao mesmo tempo os direitos fundamentais, a proteção internacional, o Estado de direito e a privacidade.

 A proteção de todos os cidadãos, especialmente dos mais vulneráveis, dando especial destaque às vítimas da criminalidade, como por ex. o tráfico de seres humanos ou a violência baseada no sexo, mas também as vítimas do terrorismo que necessitam igualmente de particular atenção, apoio e reconhecimento social.

 A transparência e a obrigação de prestar contas nas políticas de segurança, para que possam ser facilmente compreendidas pelos cidadãos, e que tenham em conta as suas preocupações e opiniões.

 O diálogo como meio para colmatar as diferenças, em consonância com os princípios de tolerância, respeito e liberdade de expressão.

 A integração, a inclusão social e a luta contra a discriminação são elementos chave para a segurança interna da UE.

 A solidariedade entre os Estados-Membros face aos desafios que não podem ser enfrentados pelos Estados-Membros isoladamente ou onde uma ação concertada se traduz em benefícios para a UE no seu conjunto.

 A confiança mútua, que é um princípio fundamental para o sucesso da cooperação.

Com base nos princípios fundamentais foi criado o modelo de segurança europeu constituído por dez linhas de ação estratégica para garantir a segurança interna da União nos próximos anos, designadamente: I – Uma abordagem ampla e integral da segurança interna; II – Garantir a supervisão democrática e judicial real das atividades em matéria de segurança; III – Prevenção e antecipação: uma abordagem proactiva e baseada na informação; IV – Elaboração de um modelo global de intercâmbio de informações; V – Cooperação operacional; VI – Cooperação judiciária em matéria penal; VII – Gestão integrada das fronteiras; VIII – Uma aposta na inovação e na formação; IX – Dimensão externa da segurança interna/cooperação com países terceiros; X – Flexibilidade para se adaptar aos futuros desafios.

I – Uma abordagem ampla e integral da segurança interna - garantir que as medidas de segurança interna devem ser consideradas segundo duas dimensões, uma horizontal visa alcançar um nível de medidas envolvendo as autoridades policiais e de gestão das fronteiras, apoiadas pelos organismos de cooperação judiciária e de proteção civil, e a outra vertical visa alcançar vários níveis de segurança, a cooperação internacional, as políticas e iniciativas em matéria de segurança da União, a cooperação regional entre Estados-Membros e as políticas nacionais, regionais e locais.

II – Garantir a supervisão democrática e judicial real das atividades em matéria de segurança - estimular a consulta efetiva a todos os níveis das políticas de segurança desenvolvidas pelo Parlamento Europeu e os parlamentos nacionais têm a competência de controlar a aplicação do princípio da subsidiariedade e participam na avaliação das políticas de liberdade, segurança e justiça.

III – Prevenção e antecipação: uma abordagem proactiva e baseada na informação, - assegurar que os Estados-Membros partilhem as informações a tempo de prevenir a criminalidade e de instaurar ações penais contra os criminosos, estimula, portanto, uma abordagem proactiva fundamentada nas informações.

IV – Elaboração de um modelo global de intercâmbio de informações - criar uma política de segurança interna baseada no intercâmbio de informações e na confiança mútua, culminando com o princípio da disponibilidade das informações, que previna e atue numa fase precoce com o máximo de informação possível. O modelo de intercâmbio de informações deve respeitar o direito à privacidade à proteção dos dados pessoais.

V – Cooperação operacional - com recurso ao Comité Permanente sobre Cooperação Operacional no domínio da Segurança Interna (COSI), visa garantir uma cooperação eficaz entre as autoridades policiais e de gestão das fronteiras, incluindo o

controlo e proteção das fronteiras externas, sendo que o trabalho deste Comité assenta fundamentalmente na avaliação das ameaças e prioridades tanto a nível nacional como da União. O COSI deve também assegurar uma cooperação entre as agências da União e dos organismos com responsabilidades na segurança interna da União (EUROPOL, FRONTEX, etc.), para que as operações sejam mais coordenadas, integradas e eficazes, quer para melhorar a segurança de grandes eventos internacionais e de massa, como em termos de proteção civil, promover uma abordagem integrada para cobrir as diferentes fases de uma crise – prevenção, resposta e recuperação – segundo o princípio da assistência mútua e da solidariedade europeia.

VI – Cooperação judiciária em matéria penal – garantir a cooperação estreita entre as autoridades judiciárias dos Estados-Membros em matéria de prevenção da criminalidade transfronteiras e também que a EUROJUST alcance todo o seu potencial, no âmbito da legislação aplicável.

VII – Gestão integrada das fronteiras - visa a luta contra a imigração ilegal e também a gestão integrada das fronteiras dada a sua importância para a manutenção da segurança interna. Devendo ainda ser dada especial ênfase à continuação do desenvolvimento do Sistema Europeu de Vigilância das Fronteiras (EUROSUR). A cooperação e a coordenação da FRONTEX com outras agências da União e dos serviços de aplicação da lei dos Estados-Membros são elementos essenciais para o êxito desta agência.

VIII – Aposta na inovação e na formação - promover e desenvolver as novas tecnologias segundo uma abordagem comum, assim como reduzir custos e aumentar a eficácia. A UE deve desenvolver normas e plataformas tecnológicas adaptadas às suas necessidades de segurança, cuja interoperabilidade dos diferentes sistemas tecnológicos é um objetivo estratégico, para que os sistemas / equipamentos não constituam um obstáculo à cooperação entre os Estados-Membros na prossecução de operações conjuntas. No âmbito da formação os aspetos europeus devem ser incluídos nos currículos nacionais de formação e desenvolvidos programas de intercâmbio baseados no modelo ERASMUS, no sentido de contar com profissionais europeus altamente formados que partilhem uma cultura semelhante. As agências e órgãos europeus, e em particular a CEPOL101, deverão desempenhar um papel importante.

101 A CEPOL é a Academia Europeia de Polícia (CEPOL), trata-se de uma agência da União Europeia

destinada a proporcionar aos agentes dos serviços de polícia oportunidades de formação e aprendizagem sobre questões essenciais para a segurança da UE e dos seus cidadãos.

IX – Dimensão externa da segurança interna/cooperação com países terceiros - promover a cooperação internacional da UE e dos seus Estados-Membros, tanto a nível bilateral como multilateral, essencial para garantir a segurança e proteger os direitos dos cidadãos europeus, assim como promover a segurança e o respeito pelos direitos no estrangeiro. Através de políticas europeias, que em relação aos países terceiros, contemplem a segurança e desenvolvam mecanismos de coordenação entre as políticas de segurança e outras conexas, como a política externa, promovendo uma abordagem global integrada e proactiva. Desenvolver por parte dos Estados-Membros, quando adequado, abordagens bilaterais regionais para enfrentar ameaças específicas. Combater a criminalidade transnacional fora da UE para fortalecer o estado de direito, reforçando a cooperação no âmbito da PCSD, especialmente entre as agências da UE e as respetivas missões. No âmbito da gestão de crises / resolução de conflitos, promover a participação dos serviços policiais e dos órgãos competentes em matéria de justiça, liberdade e segurança, através da cooperação com todos os outros atores (militares, diplomáticos, serviços de urgência, etc.), com especial atenção aos “Estados frágeis ou em situação de rutura”, para que não se transformem em plataformas favoráveis à criminalidade organizada e terrorismo.

X – Flexibilidade para se adaptar aos futuros desafios - promover uma abordagem abrangente e flexível, em permanente adaptação à realidade, por forma a garantir aos cidadãos europeus níveis de segurança mais elevados.

A ESI 2010 termina com o estabelecimento das próximas etapas, nomeadamente a atribuição ao Comité Permanente o aprofundamento, controlo e implementação da estratégia sobre a Cooperação Operacional Segurança Interna, e à Comissão a analise sobre a possibilidade de criar um Fundo de Segurança Interna que promova a implementação da ESI.

Concluída a análise dos efeitos, objetivos, princípios e linhas de ação da ESI 2010, importa analisar a agenda Europeia para a segurança. Para o efeito, começamos pela Comunicação da Comissão Europeia de 28 de abril de 2015, atendendo que esta surge após os atentados terroristas em Paris, Copenhaga e Bruxelas, os quais estimularam a necessidade de uma resposta efetiva e coordenada ao nível da UE. Decorrente destes acontecimentos as instituições europeias avançaram com a revisão à ESI para os próximos cinco anos (2015 a 2020), tendo como objetivos melhorar a partilha de informação, a coordenação operacional e a confiança mútua, entre todos os atores envolvidos – agências

e instituições da UE, os Estados-Membros e as autoridades nacionais competentes em matéria de segurança interna. (CE, 2015b)

Para maximizar as medidas em vigor e desenvolver se necessário novas e complementares ações, foram definidos cinco princípios fundamentais para uma atuação abrangente e integrada por parte dos atores competentes, designadamente: I – Garantir o pleno respeito dos direitos fundamentais; II – Maior transparência, responsabilidade e controlo democrático, para dar confiança aos cidadãos; III – Assegurar uma melhor aplicação dos instrumentos legais da UE; IV – Criar mais interagências conjuntas e uma abordagem intersectorial; V – Reunir todas as dimensões internas e externas de segurança. I – Garantir o pleno respeito dos direitos fundamentais - garantir que todas as medidas de segurança a implementar devem estar em conformidade com o princípio da necessidade, proporcionalidade e legalidade. Novas iniciativas sobre livre circulação e a proteção dos dados pessoais deve estar em plena concordância com o princípio da proporcionalidade e dos direitos fundamentais. Sendo uma responsabilidade partilhada por todos os Estados-Membros e órgãos da União Europeia, como a Agência Europeia para Direitos Fundamentais e a Autoridade Europeia para a Supervisão e Proteção de Dados, as quais têm um papel fundamental em apoiar as instituições e outras agências da UE de defender e promover os valores da União.

II – Maior transparência, responsabilidade e controlo democrático, para dar confiança aos cidadãos - tendo o Parlamento Europeu assumido totalmente e seu papel de colegislador e os Parlamentos Nacionais o seu papel específico na área da liberdade, segurança e justiça. A Comissão, duas vezes por ano, atualiza o Parlamento Europeu e o Conselho sobre a agenda de segurança interna e deverá ainda desenvolver indicadores de desempenho para os vários instrumentos chave da UE. Para aumentar ainda mais a transparência e a participação, a Comissão tinha previsto criar em 2015, um Fórum Consultivo de Segurança da UE, que reunisse os Estados-Membros, o Parlamento Europeu, as agências da UE, e os representantes da sociedade civil.

III – Assegurar uma melhor aplicação dos instrumentos legais da UE - este princípio estabelece como uma das prioridades da Comissão, ajudar os Estados-Membros a desenvolver a confiança mútua, explorar plenamente os instrumentos existentes para a partilha de informações e promove a cooperação operacional transfronteiriça entre as autoridades competentes, cujo papel de avaliação e o controlo eficaz da execução das medidas europeias e desempenhado pelos pares.

IV – Criar mais interagências conjuntas e uma abordagem intersectorial - decorrente da crescente relação entre diferentes tipos de ameaças, este princípio visa que a ação da política no terreno deve ser coordenada entre todas as agências relevantes da UE, da área da Justiça, Assuntos Internos, entre outras. Tendo a Comissão ficado de lançar uma reflexão sobre a forma de maximizar a contribuição, através do reforço da cooperação interagências, a coordenação com os Estados-Membros, uma programação abrangente, um planeamento cuidadoso e atribuição de recursos.

As ações especificas decorrem de um largo espectro de políticas da UE que contribuem para os objetivos da segurança, onde se incluí as áreas de transporte, finanças, alfandegas, educação, política de segurança marítima, tecnologias da informação, energia e saúde pública. Ações no Digital Single Market (DSM)102 e da European Neighbourhood

Policy (ENP)103 complementam e reforçam a Agenda Europeia de Segurança. A Agenda contempla ainda ações de estratégias sectoriais que possam contribuir de forma direta ou indireta para melhorar a segurança. Sendo que esta Agenda tem de ser vista de forma conjunta com a futura Agenda Europeia para a Migração, que irá abordar as questões diretamente relacionadas com a segurança, como o contrabando de migrantes, o tráfico de seres humanos, a coesão social e a gestão das fronteiras.

V – Reunir todas as dimensões internas e externas de segurança - sendo certo que as ameaças à segurança não estão confinadas pelas fronteiras e que a segurança da UE e a segurança global estão mutuamente dependentes e interligadas, a resposta da UE deve ser abrangente e baseada num conjunto de ações coerentes que combinam a dimensão interna e externa, pelo que este principio visa reforçar ainda mais as ligações entre a área da Justiça e dos Assuntos Internos e da Politica Comum de Segurança e Defesa. O sucesso destas ligações depende da cooperação com os parceiros internacionais.

O envolvimento com países terceiros será necessário para abordar as causas profundas dos problemas de segurança de forma preventiva. O diálogo político alargado com países vizinhos, parceiros estratégicos e organizações internacionais e regionais, em matéria de segurança, com prioridade para a cooperação na luta contra o crime organizado

102 O DSM ou Mercado Único Digital (tradução livre do autor) é a estratégia para o Mercado Único Digital

que visa abrir oportunidades digitais para as pessoas, as empresas e melhorar a posição da Europa como líder mundial na economia digital.

103 A European Neighbourhood Policy ou Política Europeia de Vizinhança (tradução livre do autor) é um

instrumento de relações externas da UE que procura vincular os países a leste e ao sul do território europeu à UE, incluem-se alguns que procuram um dia se tornar Estado-Membro da União Europeia – Os países abrangidos incluem a Sul: Argélia, Marrocos, Egipto, Israel, Jordânia, Líbano, Líbia, Palestina, Síria, Tunísia. A leste: Arménia, Azerbaijão e Bielorrússia, Geórgia, Moldávia e a Ucrânia.

transnacional e o terrorismo, o contrabando de migrantes e tráfico de seres humanos – que poderá resultar em planos comuns de ação específica com os principais países terceiros. As delegações da UE colocadas nos países terceiros são importantes para o diálogo sobre segurança, assim como a continuidade de incluir especialistas sobre segurança naquelas delegações em países englobados pela European Neighbourhood

Policy.

O desenvolvimento das relações com as Organizações Internacionais (OI), tais como a ONU, o Conselho da Europa, e da INTERPOL, e a utilização ativa de fóruns multilaterais, como por exemplo o Global Counter Terrorism Forum (GCTF), permitirá acesso às melhores práticas e atender aos objetivos comuns.

As questões externas de segurança serão desenvolvidas de forma mais alargada no quadro de revisão estratégica iniciado pelo Alto Representante para os Negócios Estrangeiros Política de Segurança / Vice-Presidente (AR/VP) da Comissão, bem como na revisão em curso da Política Europeia de Vizinhança.

Para reforçar os pilares de atuação da UE, a agenda identifica três medidas de atuação, designadamente: melhorar a partilha de informação; aumentar a cooperação operacional; a formação e treino, financiamento, investigação e desenvolvimento.

No que concerne à medida para melhorar a partilha de informação o Sistema de Informação Schengen (SIS) é o principal instrumento utilizado atualmente para a partilha de informação. Tendo a Comissão ficado responsável para proceder à sua revisão legal, de forma a incorporar no sistema novas necessidades operacionais, assim como a introdução de categorias adicionais de alertas. Para reforçar a segurança das fronteiras externas aquele sistema deve ser utilizado conjuntamente com a base de dados Stolen and

Lost Travel Documents (SLTD) da INTERPOL. Dada a importância da gestão das

fronteiras para a prevenção do crime organizado transfronteiriço e terrorismo, a Comissão tem intenção de apresentar o Smart Borders104 que visa melhorar a sua eficiência e eficácia. Medidas complementares para melhorar a segurança em relação à movimentação de bens também contribuirá para a deteção de atividades ilícitas nas fronteiras, como o tráfico de armas, drogas ilícitas e contrabando de tabaco ou transferências de ilegais de valores. Os sistemas a serem explorados são o Customs

Advance Cargo Information System para controlo do movimento de cargas para dentro e

104 Smart Borders é uma proposta legislativa da Comissão de 2013, que visa melhorar a gestão das fronteiras

externas. Tem como objetivo contribuir para a luta contra a imigração irregular e facilitar a travessia das fronteiras.

fora da UE, e o Anti-Fraud Information System (AFIS) para a troca de informação