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3 O SISTEMA DE PROTEÇÃO ESCOLAR – SPEC

4. A FORMAÇÃO DO PROFESSOR

4.2 A formação inicial e contínua do PMEC

De acordo com as informações disponibilizadas no ambiente virtual da SEESP, a formação inicial do PMEC é feita por um curso a distância, que se chama Mediação Escolar e Comunitária, com ações voltadas para o estudo de diferentes conteúdos relacionados às situações de vulnerabilidade, pesquisa do contexto da unidade escolar em que trabalha e desenvolvimento de um projeto. O professor também recebe um kit com o manual Proteção Escolar e Promoção da Cidadania, que padroniza procedimentos na escola, e alguns livros que tratam de temas como violência na escola e mediação de conflitos.

O curso a distância é composto de 6 (seis) módulos, sendo os 3 (três) primeiros módulos realizados na Rede do Saber, espaço de videoconferência da SEESP. Os 3 (três) últimos módulos são feitos em ambiente virtual de aprendizagem (AVA). O curso possui no total 72 (setenta e duas) horas e pretende que o PMEC compreenda seu papel na escola. (SÃO PAULO, 2015).

O documento Apresentação do Curso, sobre a formação inicial do PMEC, disponível no ambiente on-line da Escola de Formação de Professores (EFAP) da SEESP, diz que o curso

[...] foi formulado para conduzir, passo a passo, a inserção do Professor Mediador Escolar e Comunitário no ambiente escolar, de forma a que todas as pessoas envolvidas tomem conhecimento e até mesmo participem da construção e consolidação das atribuições que competem a ele dentro da escola (SÃO PAULO, 2015).

O mesmo documento também indica os 3 (três) módulos desenvolvidos em AVA:

1º Módulo: Sistema de Proteção Escolar e o papel do Professor Mediador Escolar e Comunitário na escola. [...]

2º Módulo: Conflito e violência: o que têm a ver com a escola e as pessoas? [...] 3º Módulo: Gestão pacífica de conflitos: mediação (SÃO PAULO, 2015).

Os 3 (três) primeiros módulos têm por objetivo apresentar conceitos introdutórios fundamentais à compreensão das práticas de Proteção Escolar (SÃO PAULO, 2015).

Após a videoconferência, iniciam-se os estudos e atividades em ambiente virtual de aprendizagem (AVA), no site da Escola de Formação de Professores (EFAP) da SEESP, acessado por login e senha pessoal.

O conteúdo do AVA é disposto em mais três módulos e há um Fórum Geral. São estabelecidos prazos para a realização dos estudos, pesquisas e atividades e os gestores regionais atuam como tutores, acompanhando o percurso e avaliando as atividades.

Inicialmente, são apresentados os princípios do SPEC, bem como o papel do PMEC. Após, são disponibilizados o regulamento e o calendário do curso. Apresenta-se um guia de utilização do AVA e o quarto módulo começa com informações

[...] bases para a elaboração do diagnóstico de vulnerabilidade da sua escola [...] conteúdos, dicas e reflexões que possibilitarão o aprimoramento da sua sensibilidade e do seu olhar para as correlações existentes entre as diversas dimensões que compõem a vida escolar e as situações que afetam a convivência dentro da escola (SÃO PAULO, 2015).

A primeira atividade do AVA solicita ao professor que defina, embasado nas videoconferências, as características mais importantes para a atuação efetiva do Professor Mediador na escola.

Após, inicia-se o quarto módulo, que contempla o conceito de vulnerabilidade e os tipos de situações; dimensões da escola; relações interpessoais no ambiente e espaço escolar. Há uma atividade de levantamento de dados da escola, e uma segunda atividade de levantamento das ocorrências da escola e uma análise entre a escola que temos e a que queremos.

O quinto módulo estuda a escola e a comunidade, a Rede de Garantia de Direitos e Proteção Social. A atividade do quinto módulo é o mapeamento dos recursos institucionais e comunitários. Neste módulo, o PMEC ampliará seus estudos, para fora dos muros da escola, voltando sua atenção para a comunidade vizinha ao prédio escolar e para os órgãos e instituições parceiras – efetivas ou potenciais – da escola.

O sexto e último módulo trata do desenho e gestão de projetos transversais, culminando com a última atividade que é a elaboração de um projeto transversal. Baseado no diagnóstico da realidade da escola onde atua e no mapeamento dos recursos comunitários com os quais a escola pode contar, vai identificar as questões prioritárias, sobre as quais irá se debruçar, e construir um plano de trabalho, em forma de projeto transversal, que orientará sua atuação dentro da escola. O desenho de um projeto transversal serve como fio condutor para o início da atuação.

A SEESP realiza ao final do curso, via e-mail, uma avaliação do curso, onde tanto o aluno (PMEC) como o tutor (gestor regional) respondem questionários sobre o curso. As questões para os alunos tratam sobre a validade dos ensinamentos transmitidos, a clareza da apresentação do conteúdo e sobre o quanto o aprendizado poderá favorecer a escola em que atua, para se tornar um ambiente mais democrático, pacífico e seguro. O tutor responde questões sobre o ambiente virtual, o conteúdo do curso, as iniciativas do SPEC e sobre como avalia a atuação do PMEC na rede estadual de ensino.

O término do curso, com aproveitamento no mínimo satisfatório, é condição obrigatória para permanência e recondução na função PMEC.

A formação contínua do PMEC é feita por diversificados métodos e estratégias. Ela é desenvolvida algumas vezes por responsabilidade do órgão central (SEESP), mas, principalmente, nas diretorias regionais e pode ser feita por meio de: encontros presenciais; videoconferências; visitas da equipe de gestão regional nas unidades escolares; indicações via

e-mail de materiais diversos, como textos, vídeos, imagens, cursos; seminários e palestras;

parcerias com as instituições de ensino superior (IES) da região, com instituições municipais e com órgãos e instituições da sociedade civil.

Segundo instrução da SEESP, obrigatoriamente, a formação continuada se faz através de orientações presenciais que acontecem em oito (8) encontros, cada um com duração de 8 (oito) horas, sendo um dia por mês, em 8 (oito) meses do ano letivo (à exceção dos meses de janeiro, julho, novembro e dezembro) (SÃO PAULO, 2012b).

Pelas leituras de orientações e outros documentos da SEESP, percebemos que a construção do desenvolvimento profissional do PMEC é na perspectiva de uma “formação

continuada” construída na prática reflexiva. As palavras de Chamon descrevem a perspectiva

desta formação. Ela

[...] pode ser vista em um sentido mais amplo de reflexão e questionamento, próxima da formação no sentido de transformação da pessoa. É uma abordagem centrada no professor como sujeito, buscando a formação do professor reflexivo tanto em relação ao seu saber (teórico) como seu saber- fazer (prático). (CHAMON, 2006, p. 7).

Na análise da documentação disponibilizada na Diretoria de Ensino, observamos que há registros e portfólios das ações e acompanhamento do projeto. Quanto aos encontros presenciais, observamos que são previamente organizados, contemplam pautas formativas, com leituras em voz alta, abordagem de temas específicos do projeto, oficinas e dinâmicas que reforçam posturas e condutas esperadas ou mais adequadas para os contextos do trabalho,

são previstos momentos de socialização e troca de experiências, e todo encontro culmina com uma avaliação do momento, o que permite à equipe regional observar como foi o envolvimento do PMEC no encontro e se seus métodos e conteúdos estão adequados, servindo para a tomada de decisões sobre permanências e/ou mudanças dos assuntos e das formas e estratégias aplicadas.

Entre os documentos verificados, destacamos um rol elaborado por gestores regionais da Diretoria de Ensino, responsáveis pelo projeto em 2012. Ele é apresentado aos professores no início do trabalho.