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Sim Não Rede pública Rede privada TOTAL OBS. Freq. % 15 24,2% 47 75,8% 12 19,4% 3 4,8% 62

Tabela 3 – Acúmulo de função docente

Fonte: Dados coletados e tabulados pela autora, 2014.

O acúmulo de cargos docentes é comum na educação, visto as condições de trabalho, principalmente de desvalorização salarial. Na amostra verificamos que praticamente ¼ (um quarto) do total de PMEC exerce outra função docente. A docência é a principal atividade dos PMEC, sendo que 24,2% acumulam a docência, dos quais 19,4% na rede pública e 4,8% na rede privada.

Entendemos que o acúmulo de trabalho mostra que a disponibilidade de tempo do docente é restrita. Podemos inferir que a necessidade de suprir necessidades pessoais com mais uma jornada de trabalho influencia no tempo que poderia ser dedicado aos estudos, atualização e aperfeiçoamento profissional. O acúmulo de cargo é regulamentado legalmente, com vistas a salvaguardar as condições físicas e mentais do profissional, bem como garantir a eficiência no trabalho, por isso só é autorizado mediante análise de compatibilidade de horários e observância de descansos entre e intra jornada, mas pode, em alguns casos, mesmo sendo legais, ser fonte geradora de estresse ou outras condições que afetam a saúde do trabalhador.

Com relação ao tempo de carreira docente e de função PMEC, os dados nos mostram diversos tempos de exercício e, consequentemente, de experiência profissional:

TEMPO NO MAGISTÉRIO 1 10 15 19 13 4 de 1 a 5 anos de 6 a 10 anos de 11 a 15 anos de 16 a 20 anos de 21 a 25 anos mais de 26 anos

Gráfico 6 – Tempo no magistério

Fonte: Dados coletados e tabulados pela autora, 2014.

TEMPO NA FUNÇÃO PMEC 12 1 19 15 9 6 Menos de 1 ano 1 ano 2 anos 3 anos 4 anos Mais de 4 anos

Gráfico 7 – Tempo na função PMEC

Na amostra, há apenas 1 (um) docente com menor tempo no magistério, estando na fase inicial da carreira, 56 (cinquenta e seis) estão na fase mediana e 4 (quatro) estão na fase final da carreira (mais de 26 anos), considerando que, de acordo com a legislação, o professor pode se aposentar com 25 (vinte e cinco) anos de docência. Quanto ao tempo de exercício na função PMEC, à época da aplicação do questionário, 6 (seis) professores tinham mais de 4 (quatro) anos; 9 (nove) PMEC com 4 (quatro) anos; 15 (quinze) com 3 (três) anos; 19 (dezenove) PMEC com 2 (dois) anos; 1 (um) professor com um ano e 12 (doze) com menos de 1 (um) ano.

O tempo de exercício numa profissão é fator importante na análise, entendendo-se que há diferenças na atuação decorrentes da experiência de exercício profissional. No início da carreira, há maior insegurança e necessidade de apoio de colegas e de orientações técnicas, e quanto maior for o tempo de atuação há a ampliação dos conhecimentos, das práticas, portanto uma maior experiência. Gatti e Barreto (2009) afirmam que cada fase de carreira tem características próprias de atuação e que, quanto mais avançado o profissional estiver, mais capaz deve ser em criar inovações e solucionar problemas.

Ao refletirmos sobre o tempo na profissão e que, quanto maior este mais capaz o profissional é, pensamos sobre o que esperar em cada fase da carreira. No mesmo texto, as autoras colocam que,

Assim, do professor no início da carreira se deveria esperar que ponha em prática os conhecimentos e capacidades adquiridos na formação inicial e que se dedique a aperfeiçoar-se no diagnóstico de suas dificuldades e a aprender com seus pares. Alguns advogam que na incorporação de novos professores no exercício profissional lhes seja destinado um tempo menor em sala de aula para poderem se dedicar a estudos, realizar estágios com profissionais mais competentes, receber apoio de tutores em seu trabalho. Do professor mais avançado na carreira se poderia esperar um repertório de estratégias diversas que o auxiliem em sua prática e um investimento em ampliar e diversificar esse repertório. Em um nível profissional mais avançado estaria aquele professor que tem competência para gerar inovações, encontrar soluções para problemas mais complexos e exercer funções de acompanhamento tutorial de seus pares, fortalecido em suas competências pelo acompanhamento de instituições formadoras. Cada um desses estágios envolvendo o exercício de capacidades mais complexas demandaria, por fim, diferentes propósitos e procedimentos formativos. (GATTI; BARRETO, 2009, p. 221).

Na carreira docente, o tempo indica uma progressão. A partir da inserção do professor na sala de aula ou em um projeto, no caso o SPEC, e seu desenvolvimento ao longo dos anos, podemos deduzir que um maior tempo de profissão indica a possibilidade de o docente ter estabelecido relações mais aprofundadas com o conhecimento prático e teórico de sua atuação profissional. Uma maior experiência pressupõe um saber mais sólido.

Quanto maior o tempo de convivência com os educandos mais experiências em termos de conhecimentos pertinentes à área de trabalho, mais conhecimento da criança, do adolescente e do jovem, e mais fortalecimento das condutas de mediação adotadas.

Esse fator é positivo na vida profissional. Gera familiaridade com o trabalho e traz segurança ao profissional, que se percebe com a identidade de educador, pois conhece o contexto e sabe atuar sobre ele. A possibilidade de aspectos negativos deve ser considerada, advindos de condutas mediativas já enraizadas, que contêm alguma dosagem de autoritarismo, ironia, indiferença, omissão, chantagem e de ameaças/exigências, bem como liberalidade excessiva e não colocação de limites ajustados, na busca de respostas ao comportamento do aluno. Tais condutas podem ocorrer, mas conduzem às relações interpessoais não condizentes com o modelo de mediação de conflitos/vulnerabilidades proposto pelo programa SPEC.

Outro aspecto que consideramos ser importante para conhecer o PMEC é saber qual entre suas atribuições é a atividade que mais desenvolvem na escola.