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A geometria na escola

No documento Metodologia do Ensino da Matemática (páginas 23-31)

A tendência de revalorização da geometria que, nos últimos anos, tem sido marcada pela evolução do ensino e do currículo matemático,

baseia-se no apelo à intuição e à visualização, recorrendo com naturalidade à manipulação de materiais, proporcionando, desse modo, um ensino fortemente baseado na resolução de problemas.

Ainda que exista uma reconhecida importância do ensino da matemática no contexto da formação geral dos cidadãos, as avaliações locais, regionais, nacionais e internacionais sobre o ensino e a aprendizagem têm mostrado um baixo desempenho de nossos estudantes, evidenciando uma ausência de conexão entre as propostas de ensino elaboradas pelos órgãos governamentais e os resultados constatados nas instituições de ensino.

Então, a concepção que se tem da matemática e os objetivos buscados no seu ensino surgem como os elos fundamentais por onde se pode agir em relação ao problema do insucesso. É possível redirecionar o ensino de modo a torná-lo uma experiência escolar de sucesso.

Isso pressupõe, naturalmente, uma intervenção nos mais diversos níveis, incluindo as práticas pedagógicas, o currículo, o sistema educativo e a própria sociedade em geral.

Dessa forma, pode ser proposto o enriquecimento das práticas pedagógicas, valorizando-se o trabalho de grupo, a realização de projetos, as atividades exploratórias e de investigação, a resolução de problemas, a discussão e a reflexão crítica das ações de ensino.

Figura 7: Práticas pedagógicas na geometria

Fonte: Pixabay

Neste sentido, por exemplo, um espaço próprio ou, até mesmo, um laboratório de matemática constitui um importante local de experimentação para o estudante e para os professores, que têm a oportunidade de avaliar na prática novos materiais e metodologias, resultados de pesquisas disponibilizadas na literatura, ampliando a sua formação de modo crítico.

O espaço, ainda, incentiva a melhoria da formação inicial e continuada de educadores de matemática, promovendo a integração das ações de ensino, pesquisa e extensão.

Uma das formas de análise e ação compreende a elaboração dos materiais didáticos de matemática e de geometria, considerando que a principal função do material didático é auxiliar o professor é fazer com que o ensino da matemática seja mais atraente e acessível.

REFLITA:

Um recurso didático pode ser reestruturado, tendo a noção de que a aprendizagem não está em sua estrutura física ou na simples ação sobre ele, mas é o resultado do aprofundamento de reflexões sobre as ações.

Nesse sentido, o material didático exerce um importante papel na aprendizagem, pois facilita a observação e a análise, desenvolve o raciocínio lógico, crítico e científico, é fundamental para o ensino experimental, auxiliando o estudante na formação de seus conhecimentos.

Dessa forma, jogos, quebra-cabeças, sólidos geométricos, modelos estáticos ou dinâmicos, materiais didáticos industrializados, instrumentos de medida, transparências, filmes, softwares, calculadoras, computadores, entre outros, deverão fazer parte do Laboratório de Matemática.

A melhor das potencialidades do uso do material didático seja revelada no momento de sua construção pelos próprios estudantes e professores, pois é durante a construção que surgem imprevistos e desafios, os quais conduzem a refletir, fazer conjecturas e descobrir caminhos e soluções.

Portanto, utilizar materiais didáticos diversos é uma ótima tática, mas algumas questões acabam surgindo, como o que é material, e é fácil responder, pois o material pode ser considerado como um conjunto de objetos que constituem ou formam uma obra, uma construção e os utensílios de uma escola ou de qualquer outro estabelecimento.

EXPLICANDO MELHOR:

O que seria didático? O termo didático é relativo ao ensino, próprio para instruir, transmitir conhecimentos, ensinar, habilitar, esclarecer, exercitar e informar.

Então, o que é material didático? Podemos defini-lo como qualquer recurso a ser utilizado num processo que combina aprendizagem e formação.

O material didático facilita a observação e a análise, desenvolve o raciocínio lógico, crítico e científico, e é fundamental para o ensino experimental, assim como auxilia o estudante na aquisição de seus conhecimentos.

Sua finalidade é auxiliar o professor na apresentação de um assunto, motivar e ajudar os estudantes no aprendizado de conceitos, além de tornar o ensino da Matemática e da Geometria mais acessível aos estudantes.

No estudo da Geometria é comum que os estudantes encontrem dificuldades para compreender os conceitos e as aplicações que envolvem os conteúdos estudados. Normalmente, os conceitos são trabalhados com auxílio de figuras e objetos planos, por exemplo os blocos lógicos, porém, mesmo que as figuras que geralmente são trabalhadas em sala de aula forem as mais conhecidas, como o quadrado, o triângulo e o círculo, estes conceitos ainda acabam sendo abstratos para os estudantes.

Em um primeiro momento, estudar geometria acaba não fazendo muito sentido para os estudantes. Isso ocorre pelo fato de que ela acaba sendo ensinada partindo sempre da geometria plana, por meio da apresentação de figuras achatadas, desenhadas em um livro, com pouca

ênfase para a parte tridimensional e, assim, não integrando objetos sólidos com o espaço, com a representação das formas e, principalmente, sem fazer relações com os objetos da realidade.

Nos dias atuais, trabalha-se nas escolas a geometria espacial através do uso de dedução das fórmulas e da resolução de exercícios, considerado um trabalho muito mecânico. Por este motivo, os educandos acabam por se confundir na realização de atividades e não compreendem os conteúdos e os conceitos.

O fato de apresentar uma quantidade significativa de fórmulas contribui para que os estudantes não consigam visualizar os objetos nem fazer a relação com o que está ao seu redor.

Ao trabalhar a geometria, o professor normalmente acaba não se preocupando em trabalhar as relações existentes entre as figuras, e este fato não ajuda o estudante a conseguir evoluir na compreensão dos conceitos. De maneira geral, pode ser observado que, nas práticas escolares, não existe uma organização nem uma sistematização dos conhecimentos espaciais.

IMPORTANTE:

A resolução de problemas por meio dos conceitos da geometria espacial pode ser uma possibilidade de fazer com que o estudante pense, estabeleça as relações e as estratégias necessárias para se chegar a novas soluções.

As atividades diversas podem proporcionar uma forma de apropriação de conceitos por parte dos estudantes que, de maneira individual ou em grupos, encontram soluções a partir de discussões de estratégias para a resolução de problemas, de modo a se considerar também as incorretas.

Os materiais que podem ser utilizados possibilitam ainda a visualização dos problemas que podem ser propostos, pelo fato de que objetos concretos serem considerados auxílios mentais em um trabalho de aprendizagem, reflexão e autonomia.

A Geometria é considerada uma importante ferramenta na formação global de um estudante, bem como para o seu desenvolvimento intelectual.

REFLITA:

Os conhecimentos geométricos podem desenvolver as ideias de maneira a possibilitar as compreensões do mundo no qual está inserido, do espaço que o rodeia, explorando e descobrindo as ações que lhe dão o sentido desse espaço.

Um estudante consegue alcançar essas formas de saberes ao construir e desenhar as figuras geométricas. As suas primeiras noções espaciais são construídas por meio das percepções dos movimentos.

Assim, nessa perspectiva, as aulas de geometria devem possibilitar aos estudantes terem uma maneira de expressar as suas ideias através das representações externas e, assim, desenvolver as suas habilidades de desenho e de construção.

Em um sentido mais abstrato, a geometria se constitui também de maneira paradoxal, de saberes lógicos, intuitivos e sistematizados, de modo a colocar-se como um recurso primordial nas produções dos conhecimentos e do raciocínio.

Com a observação destes aspectos, a geometria torna-se diretamente relacionada com a preparação profissional dos estudantes e, ainda, do desenvolvimento das habilidades consideradas fundamentais na construção de suas carreiras.

Estes aspectos acabam por se tornar alguns dos motivos essenciais que conseguem justificar a importância da geometria como conteúdo na grade curricular da educação básica.

É considerado um tema de suma importância, pelo fato de que a concepção dos espaços pelas crianças ser realizada por meio da sua interpretação e da interação com o meio ambiente. Então, as criações das imagens constituídas mentalmente por elas, podem influenciar todas as suas representações e visualizações geométricas.

Assim, fica nítido que as reflexões sobre o ensino da geometria desde os primeiros anos da educação escolar sejam tão importantes, de modo a viabilizar que as crianças tenham familiaridade com formas geométricas, com os conceitos e com os diversos significados, bem como com as práticas coerentes aos estudos da área de ensino da matemática, podendo assim evidenciar uma ligação entre a teoria e a prática na geometria.

IMPORTANTE:

As maneiras possíveis de se trabalhar a geometria em sala de aula podem representar que o ensino da matemática não se constitui em um momento isolado, distante até do mundo real, mas, pelo contrário, ela está interligada e vinculada com outras áreas do conhecimento.

Para isso, no entanto, deve-se trazer para sala de aula a geometria encontrada no cotidiano dos estudantes, de modo a se fazer a ligação com os conteúdos matemáticos. Neste caso, alguns materiais concretos podem auxiliar a apresentação dos conteúdos e facilitar a aprendizagem dos educandos.

A considerada aprendizagem para a vida tem início ainda na infância, quando começa a construção das ideias e dos conceitos que são formados a respeito dos temas que envolvem a geometria e que dificilmente o estudante irá se enganar quando estiver interagindo com situações com as quais se depara no dia a dia.

Situações diversas do cotidiano possuem ligação direta com aspectos importantes do sentido espacial e são ideias e intuições sobre figuras bi e tridimensionais, como as características e a relação entre as figuras e os efeitos causados pelos movimentos sobre as mesmas.

Por adquirir os sentidos concretos das relações espaciais e possuir um domínio sobre os conceitos e a terminologia própria da geometria, os estudantes estarão mais bem preparados para assimilar ideias numéricas e ideias de medição, assim como de outros temas avançados da matemática.

SAIBA MAIS:

Para compreender melhor a geometria, acesse o link:

https://bit.ly/3mZYPQa.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu tudo mesmo? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste tópico, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que o conceito de geometria é da ciência que investiga o espaço, as formas que ele pode conter e as propriedades dessas formas, sendo ainda parte da matemática, estudando as propriedades, as medidas e as relações entre pontos, linhas, ângulos, superfícies e sólidos. Em Geometria, o conceito expressa uma ideia, uma representação geral, ideal de uma classe de objetos, baseada em seus traços comuns. Os conhecimentos são construídos por meio das interações de um indivíduo com o mundo. O processo de construção possui algumas características básicas, sendo estas as biológicas, as que se referem às transmissões sociais e as que dizem respeito às experiências. Em um sentido mais abstrato, a geometria se constitui também de maneira paradoxal, dos saberes lógicos, intuitivos e sistematizados, de modo a colocar-se como um recurso primordial nas produções dos conhecimentos e do raciocínio.

No documento Metodologia do Ensino da Matemática (páginas 23-31)

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