• Nenhum resultado encontrado

4 LETRAMENTO CRÍTICO, DISCURSO E APRENDIZAGEM DE LE: Implicações

5.3 A Geração dos dados: Instrumentos e Procedimentos

Neste estudo, como a pesquisa de campo envolveu a observação, a participação e a filmagem das interações em uma sala de aula, antes do início da entrada no campo, foram cumpridas todas as exigências do Comitê de Ética em Pesquisa – CEP. Isso significa que, somente após a aprovação do Projeto de Pesquisa da Tese pelo CEP da instituição à qual o estudo está vinculado, foram iniciados os registros dos dados de campo, em áudio e vídeo. Assim, os registros anteriores às filmagens se limitam às minhas notas de campo.

Antes e durante todas as fases da pesquisa a escolha dos instrumentos adequados é fundamental para garantir que os dados sejam validados. Logo, os tipos de instrumentos e sua forma de utilização podem conferir ou não confiabilidade aos dados de um estudo. Antes de acessar o espaço dos participantes, eles tomaram conhecimento e assinaram um TCLE17.

17 O TCLE ou Termo de Compromisso Livre e Esclarecido, é um documento exigido pelo PPGLA da Unisinos, ao qual este trabalho está vinculado. Antes de iniciar qualquer pesquisa com seres humanos é obrigatório, não apenas na UNISINOS, mas em todas as IES nacionais. Sua elaboração e tramitação na Plataforma Brasil, assim como a consecução da assinatura dos participantes, é de responsabilidade do(a) pesquisador(a).

Portanto, no tocante às normas para a aprovação de pesquisas com seres humanos, os procedimentos para a geração dos dados deste estudo seguiram todas as determinações técnicas e éticas do CEP da UNISINOS.

Para a geração dos dados, que serão discutidos no capítulo seguinte, além da leitura e dos documentos que regulam a oferta da EJA e orientam o seu currículo (nacional e estadual), fiz usos de diferentes recursos e procedimentos, tais como: a) observação, b) gravações em áudio e vídeo, c) entrevistas e d) notas de campo. Como as notas de campo são fundamentais para o pesquisador e, no campo, têm relação direta com a observação, neste estudo, elas foram necessárias durante todo o seu percurso.

Quanto aos demais instrumentos e procedimentos para geração dos dados, me atenho a detalhar um pouco sobre a observação, a vídeo gravação e a entrevista. Não porque os demais não sejam importantes, mas porque estes três requerem cuidados mais técnicos e éticos na sua utilização na pesquisa envolvendo seres humanos.

Assim, iniciando pela observação, ressalto que na primeira fase da pesquisa de campo utilizei a observação não participante. Assim, ao mesmo tempo que observava os acontecimentos, os registrava nas minhas notas de campo. Posteriormente, passei a gravar o que acontecia, enquanto registrava o que via. Depois de algumas interferências no que estava acontecendo, a observação pôde ser caracterizada como participante. Sobre este tipo de observação, Guerra (2014, p.32) diz que:

a observação participante é a técnica mais utilizada nas pesquisas de natureza qualitativa. Nesta técnica, o observador faz parte da vida dos observados e assim é parte do contexto sob observação. Ao mesmo tempo em que investiga, é capaz de modificar o objeto pesquisado e também de ser modificado pelo mesmo.

No contexto deste estudo, a fase inicial da observação não objetivou conhecer os participantes, no sentido de aprender seus nomes ou enturmar-se com eles, já que se tratava de uma turma com a qual eu já trabalhava. Ela serviu mais ao propósito de entender como eles lidavam com a disciplina de inglês durante as aulas. Foi o período inicial de um ciclo de planejamento, observação, reflexão para chegar à ação (BURNS, 2009; PAIVA, 2019; THIOLLENT, 1986). Este instrumento serviu para identificar a lacuna entre o real e o ideal (BURNS, 1999, 2009a) e propor uma nova ação. Quanto a isso, posso dizer que registrar o que estava acontecendo na sala, durante e após as aulas de inglês, foi fundamental para analisar o foco principal da aula e como o grupo observado (alunos e professora de inglês) lidavam com o que estava acontecendo ali.

Na Fase 2 da pesquisa, (quando assumi as aulas de inglês) a observação me fez perceber dados sobre o conceito de aprender na perspectiva dos alunos. Além disso, serviu para que,

como professora, eu fizesse uma autoavaliação sobre o que chamamos de domínio de turma. Já que os mesmos alunos foram gravados nas aulas da professora de inglês na Fase 1 da pesquisa e nas minhas aulas na Fase 2.

Sobre a geração dos dados gravados em áudio e vídeo, Wray e Bloomer (1998) destacam sua eficiência no sentido de evitar que alguma informação importante escape ao pesquisador. Segundo elas, a vídeo gravação, além de evitar que o pesquisador se veja obrigado a fazer notas rápidas no momento dos acontecimentos, também elimina “o risco de perder informações importantes”18 (WRAY; BLOOMER, 2006, p.139).

Porém, às vezes, é necessário ouvir a interpretação dos próprios participantes sobre determinadas situações observadas e ou gravadas. Por isso, além da observação e das gravações das aulas, fiz uso da entrevista para a geração dos dados. Por meio dela pude ouvir a professora de inglês no final da Fase 1 da pesquisa e os alunos em dois momentos diferentes.

A entrevista com a professora ocorreu em um formato semelhante a uma conversa entre duas professoras de inglês. Assim, serviu para troca de informações sobre nossas percepções sobre o ensino de inglês na EJA, e alguns problemas como: o material didático, o perfil dos alunos e as características da modalidade no nosso estado, o Maranhão.

Quanto aos alunos, as entrevistas, na Fase 1 e Fase 2, além de terem sido fundamentais para levantamento de dados sobre o perfil dos participantes, também serviram, para obter uma avaliação, na percepção deles, do andamento da Fase 1 e para avaliar as (im)possibilidades de ensinar e aprender inglês para alunos da EJA. Por conta do perfil dos entrevistados e dos momentos de cada entrevista, houve variação entre entrevista semiestruturada e conversa conduzida pela entrevistadora (a professora-pesquisadora). Contudo, nos diferentes momentos houve troca de informações entre entrevistados e entrevistadora.

Quanto à utilização de entrevistas para a geração de dados, há diferentes opiniões sobre sua validade nas pesquisas de abordagem qualitativa. Briggs (2007) explica que as entrevistas incorporam três ideologias que são: ideologia da língua, da subjetividade e do conhecimento. Segundo ele, essas ideologias produzem um discurso. E esse discurso pode externar vozes interiores transformando-as em público discursivo.

Assim, na percepção de Briggs (2007, p.554), na entrevista, o discurso pode construir tipos particulares de subjetividade e induzir os sujeitos a revelarem suas vozes interiores (atitudes, crenças, experiências, etc.). Ele destaca que “diferentes tipos de entrevistas

18 No original: Many kinds of researcher use audio or video-recording in order to avoid having to make frantic

privilegiam uma ou mais ideologias”. Por isso, alerta que a maneira como as entrevistas“são conduzidas, analisadas e apresentadas tende a maximizar sua capacidade de incorporar noções de auto expressão, publicação e interação social”19 (BRIGGS, 2007, p. 554).

O trabalho de Briggs, sobre a utilização de entrevistas para a geração de dados levanta um rico debate sobre os modos de produção de conhecimento de quem faz pesquisa etnográfica. E, mais diretamente, como os modos de produção da antropologia interagem com as práticas midiáticas e como são utilizadas nas empresas, na política eleitoral nas diversas profissões (BRIGGS, 2007). Com isso, o autor faz com que pensemos sobre a influência do modo como os dados são gerados a partir do gênero entrevista e como isso pode afetar a validade da pesquisa qualitativa. Sobre a credibilidade do referido gênero para divulgação do conhecimento científico, ele advoga sua viabilidade dizendo que:

Embora pesquisadores alinhados com a análise da conversação e a etnometodologia evitem a visualização como um dispositivo metodológico, entrevistas, pesquisas, entrevistas de notícias e outras modalidades de perguntas e respostas têm garantido uma importante fonte de dados20 (BRIGGS, 2007, p.552).

As reflexões e os exemplos apresentados por Briggs (2007) esclarecem os tipos de entrevista e o que elas podem revelar sobre os entrevistados. O autor reconhece a credibilidade da entrevista para a geração dos dados de uma pesquisa qualitativa, porém não ignora que entrevistas são construídas ideologicamente. Por este viés, os procedimentos para a geração dos dados podem ser o diferencial para a validação de um estudo.

Os procedimentos para a construção dos dados deste estudo seguem o cronograma de etapas da pesquisa de campo, às quais chamei de Fase1, Fase 2 e Fase 3. Cada uma dessas fases segue um cronograma, conforme descrevo logo abaixo.

Fase 1: essa fase foi marcada pela ação de assegurar o acesso ao locus da pesquisa de campo. Nela apresentei a proposta do projeto de pesquisa aos gestores da escola e à professora da turma. Posteriormente, dialoguei com os alunos sobre a proposta e expliquei os procedimentos éticos e técnicos da pesquisa, para então, solicitar a assinatura da Carta de Anuência, pelo gestor da escola e do TCLE, pelos alunos. Assim, foi estabelecida a parceria entre pesquisadora, escola, alunos e a professora participante da pesquisa. A Fase 1 durou de agosto a dezembro de 2017. E durante a mesma, no papel de observadora-não-participante, havia planejado não intervir no

19 No original: different types of interviews privilege one or more ideologies […] the way they are conducted,

analyzed, and presented tends to maximize their ability to embody notions of self-expression, publication, and social interaction.

20 No original: Although researchers aligned with conversation analysis and ethnomethodology eschew

interviewing as a methodological device, interviews, surveys, news interviews, and other question-response modalities […] have provided an important source of data.

andamento das aulas observadas. Porém, fiz duas intervenções, em forma de sugestões à professora. Uma sugestão foi uma ideia de atividade extraclasse e a outra para provocar os alunos com perguntas relacionadas a um texto que ela estava trabalhando com a turma. Devido aos resultados dessas duas intervenções, a observação na Fase 1 acabou sendo também participante e deu à minha pesquisa-ação o status de pesquisa-ação colaborativa.

No final dessa fase, entrevistei a professora e os alunos das duas turmas de Primeira Etapa. Assim, os dados gerados na Fase 1 provêm: a) das aulas gravadas nas duas turmas durante a observação não-participante; b) da entrevista ou conversa, com a professora participante; c) das entrevistas com os alunos das duas turmas e d) dos registros em áudio e vídeo das aulas e de dois momentos de apresentações de atividades pelos alunos, um na turma e outro no pátio da escola.

Fase 2: Nessa fase, em acordo feito com a professora participante, eu, com o aval da direção e coordenação da escola, assumi as aulas de inglês da turma. Nessa fase, as duas turmas de Primeira Etapa, observadas na Fase 1, agora formavam uma única turma de Segunda Etapa, como eu havia previsto. Essa fase estava prevista para encerrar em junho de 2018, mas durou até setembro do mesmo ano. Isso porque, de fevereiro a março, ainda havia incertezas sobre a formação das turmas. No mês de março entrevistei todos os alunos que já estavam frequentando as aulas e que haviam participado da Fase 1, um total de 16 alunos. Resolvi fazer a entrevista antes, porque, dentre outras informações, precisava ter uma noção do que eles esperavam das nossas aulas de inglês. No mês de abril precisei me ausentar para a qualificação da Tese e só retornei à turma na penúltima semana de maio. Assim, embora a Fase 2 tenha sido iniciada em fevereiro, só iniciei as primeiras filmagens das minhas aulas nas duas últimas semanas de maio. Esclareço que das 22 aulas ministradas na Fase 2, somente os dados de 12 delas foram utilizadas para análise proposta aqui. Essas 12 aulas foram selecionadas, porque considerei que os dados registrados nelas são suficientes para levantar as discussões propostas aqui e, a partir dessas discussões chegar às respostas para as perguntas norteadoras do estudo.

Ainda a título de esclarecimento, destaco que na EJA maranhense a carga horária de LE é de 2 horas aulas semanais. Porém, são divididas em uma de inglês e uma de espanhol. Assim, a distribuição das aulas ministradas nesta fase da pesquisa de campo ficou da seguinte forma:

Tabela 5: Demonstrativo da distribuição das aulas da turma participante

21/02: 01 28/02: 01 Total: 02 07/03:01 14/03:01 21/03:01 28/03:01 Total:04 04/04:01 11/04:01 Total:02 23/05:01 30/05:01 Total:02 06/06:01 13/06:01 20/06:01 27/06:01 Total:04

Férias dos docentes da Rede Estadual de Ensino do Maranhão 08/08:01 15/08:01 22/08:01 29/08:01 Total:04 05/09:01 12/09:01 19/09:01 26/09:01 Total:04 Total de aulas ministradas na turma: 22 aulas

No final do mês de setembro, entrevistei os alunos participantes antes de devolver as aulas de inglês para a professora. Após isso, encerrei as gravações e continuei na turma com as aulas de português. Nessa mesma fase, intensifiquei a leitura dos documentos que regulam e orientam a Educação Básica e, particularmente, a modalidade EJA. Assim, os dados dessa fase são oriundos das seguintes fontes: a) das gravações das aulas ministradas pela professora- pesquisadora, b) das entrevistas com os alunos participantes, c) das atividades de inglês escritas e d) das gravações das interações dos alunos durante atividades orais e escritas nas aulas de inglês.

Fase 3: Nessa fase foram feitas as primeiras transcrições dos dados de campo. Os resultados das análises e discussões desses dados foram submetidos à uma Banca de Qualificação do Projeto de Tese, que foi aprovado. Sendo assim, o início da Fase 3 é marcado pela aprovação do Projeto de Tese pela Banca de Qualificação do PPGLA da UNISINOS, em maio de 2018. Quanto aos dados dessa fase, eles foram gerados a partir dos seguintes instrumentos: a) gravação das iterações dos alunos nas minhas aulas de inglês; b) a gravação de uma apresentação de atividade oral dos alunos e c) uma entrevista final com os alunos participantes. Quanto à escolha dos instrumentos para a geração dos dados, isso tem relação direta com o tipo de análise que eles proporcionam. E, a partir da análise dos dados, é possível explanar quais perguntas norteadoras da pesquisa foram respondidas e quais objetivos foram alcançados.

Como o objetivo geral deste estudo centrou-se em compreender de que modo fatores como o perfil socioeconômico, a faixa etária e as experiências pessoais dos alunos da EJA se refletem no processo de ensino e aprendizagem de inglês, alguns instrumentos e procedimentos estiveram presentes em diferentes fases do estudo. Assim,as notas de campo, a entrevista e a gravação em áudio e vídeo se mostraram úteis em todas as etapas do estudo.

Na Fase 1 decidi usar a gravação porque o objetivo daquela fase eradescrever como os alunos, a partir dos temas tratados na sala de aula, percebiam as relações de poder em diferentes grupos sociais e como essa percepção os afetava. No final dessa mesma fase, a gravação foi

fundamental para registrar o conteúdo da entrevista com os alunos e com a professora. E, durante a Fase 2, assim como no seu encerramento, registrar os dados por meio da gravação também foi fundamental, porque naquela fase eu precisava analisar como a professora e seus respectivos alunos percebiam as (im)possibilidades de ensinar e aprender inglês. Assim, a gravação das aulas e as transcrições do conteúdo das gravações foram fundamentais.

Já na Fase 3 do estudo, quando o conteúdo das gravações já estava ao meu dispor, observei o conteúdo das aulas da Fase 1 e da Fase 2. E me debrucei sobre o conteúdo das entrevistas com a professora e com os alunos participantes e, particularmente, com 02 alunas e 01 aluno sobre o uso que eles fizeram de um aplicativo de tradução. Somei esses dados ao conteúdo da gravação das apresentações dos alunos, uma delas no pátio da escola. Tudo isso me levou a examinar mais detalhadamente o conteúdo dos documentos que devem orientar as políticas públicas para a EJA.

Assim, nessa última fase, os dados foram pareados à leitura da proposta dos Referenciais Curriculares Maranhenses e outros documentos oficiais que orientam o ensino de inglês no Ensino Médio da modalidade EJA.

A seguir passo à análise dos dados deste estudo. Ressalto que aqui me interessa observar como os dados do estudo dialogam com a Teoria Sociocultural e com as perspectivas da Pedagogia Crítica, da Análise Crítica do Discurso e do Letramento Crítico ao mesmo tempo em que responderei às questões de pesquisa.

6 ANÁLISE E DISCUSSÕES: Diálogos sobre os Significados dos Dados

Neste capítulo apresento os dados que foram codificados para compor o corpus da análise deste estudo. Isso, significa que, embora as notas de campo, as gravações das aulas e as entrevistas tenham fornecido uma enorme quantidade de dados, aqui mostro apenas aqueles que considero suficientes para responder às duas principais questões levantadas no início do estudo.

Considero que a seleção de quais dados usar é uma decisão, às vezes, apoquentadora, porém necessária. E como este é o momento de usar somente o que é relevante para o que foi cogitado nas questões norteadoras e nas metas estabelecidas pelo estudo, é necessário, retomar aqui as questões que motivaram as diferentes fases da pesquisa para melhor compreensão do que vem a seguir.

Assim, jugo pertinente explicar que as primeiras ações da pesquisa foram no sentido de compreender a estrutura da EJA nos documentos oficiais que a regulam e orientam. Creio que isso pode dizer algo sobre as ações inclusivas e as excludentes das pessoas da EJA no locus investigado, assim como, em outros semelhantes.

Nesse ínterim, olhei os dados para responder às duas questões centrais deste estudo que são: 1) Como as atividades encaminhadas na sala de aula podem revelar o modo como os alunos da EJA percebem as relações de poder e como isso repercute em suas vidas como aprendizes e como cidadãos? e 2) Partindo do conceito de letramento crítico, quais as percepções dos alunos e da professora da turma da EJA sobre o ensino e aprendizagem de língua inglesa?

Para responder à questão 1 busquei dados que pudessem chegar ao objetivo específico demandado por ela, que é descrever como os alunos, a partir dos temas tratados na sala de aula, percebem as relações de poder em diferentes grupos sociais e como essa percepção os afeta.

Assim, os dados que foram selecionados para responder à referida questão emergiram dos seguintes instrumentos e procedimentos: a) notas de campo a partir da observação do que estava acontecendo no contexto investigado, b) transcrições de entrevistas com a professora e com os alunos e c) gravações das interações dos alunos em quatro momentos distintos, a saber, três deles em sala durante as aulas de inglês e outro em uma apresentação no pátio da escola.

Quanto ao significado dos dados, vale destacar que a base teórica deste estudo fundamenta-se na teoria sociocultural, cujas vertentes evocadas aqui estão também relacionadas à Pedagogia Crítica, ao Letramento Crítico e à teoria do discurso como prática social, na perspectiva crítica (FAIRCLOUGH, 2016; FREIRE, 1987,1997; TAGATA, 2017; VYGOTSKY, 1991). Sendo assim, os significados dos dados serão discutidos a partir das perspectivas das interações dos sujeitos em contextos sociais e na perspectiva do ensino de

línguas como prática discursiva, ou seja, vinculado ao contexto dos aprendizes. Isso implica dizer que se tratam de práticas situadas dentro de uma comunidade específica, porém sem esquecer que essas práticas são permeadas por ideologias internas e externas a elas.

Dito isto, passo à contextualização dos dados para prosseguir às discussões sobre seus significados.