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3 METODOLOGIA DA PESQUISA

4.4 A GESTÃO POR PROGRAMAS COMO DEFINIÇÃO ESTRATÉGICA

Em agosto de 1999, o Ministério Público do Estado de Santa Catarina realizou o primeiro processo formal de planejamento estratégico de sua história. O processo foi organizado pelo então Departamento de Informatização e Planejamento (atual Coordenadoria de Planejamento e Estratégias Organizacionais) e conduzido, com o apoio de consultores externos, para determinar o negócio, a missão, a visão, as diretrizes estratégicas, os objetivos, as metas e o plano de ação com as estratégias para alcançá-los.

Já naquele primeiro momento, observou-se que a demanda e as expectativas relativas à atuação ministerial eram crescentes, ao passo que a estrutura e os recursos disponíveis não acompanhavam o crescimento dessa demanda. Ainda hoje se pode constatar que há uma discrepância entre as necessidades da sociedade e a capacidade produtiva do Ministério Público catarinense.

Havia também uma disfunção na aplicação do princípio constitucional da independência, que fazia com que o trabalho ocorresse, muitas vezes, de forma desorganizada e duplicada. Para mitigar esses problemas, Procuradores e Promotores de Justiça, diretores e outras lideranças formais e informais ligadas à administração superior da instituição adotaram, como uma das principais estratégias extraídas do planejamento estratégico, a gestão por programas, que buscaria apoiar a atuação institucional nas diversas áreas de atuação do Ministério Público, organizando a informação, padronizando a atuação e os instrumentos utilizados bem como coordenando esforços.

Um segundo produto inovador surgido nesse primeiro planejamento estratégico foi o sistema de gerenciamento de informações municipais, que será abordado no sub-capítulo 4.6, e ainda a decisão de dar-se maior ênfase às relações com parceiros, estratégicos para a consecução do planejado, como visto no sub- capítulo 4.5, como forma de somar esforços e gerar sinergia, a partir da cooperação que uniria competências, estrutura e recursos de cada parceiro.

Em fevereiro de 2004, novamente a alta administração do Ministério Público se encontrou para participar de novo workshop de Planejamento Estratégico, com o intuito de revisar os conceitos anteriores, avaliar os programas em curso e

delinear novas estratégias para a organização, encerradas em um novo plano estratégico.

Dentre os conceitos revistos estão o negócio - “promover a defesa dos

direitos da população”; a missão - “promover a defesa dos direitos da população, visando à redução dos conflitos e à construção da paz social”; e a

visão - “ser uma instituição que sirva de referencial pelos padrões de eficiência

e regularidade na geração de resultados úteis à sociedade e na garantia dos direitos do cidadão”.

4.5 PARCERIAS

Diante do crescimento das demandas e das limitações de ordem estrutural e financeira, o Ministério Público tem buscado estabelecer parcerias, para que, no âmbito de suas áreas de atuação, as atividades somadas e coordenadas de cada parceiro, possam gerar a sinergia necessária para dar a melhor solução para uma certa demanda, ainda que, individualmente, cada ente talvez não fosse capaz de resolvê-la sozinho.

Nesse sentido, as parcerias são estabelecidas com outros órgãos públicos, com organizações civis de interesse público e mesmo com a iniciativa privada, por meio de termos de cooperação técnica, protocolos de intenções, convênios e termos de ajustamento de conduta, dos quais o Ministério Público e uma ou mais outras organizações são signatários.

O Ministério Público vem celebrando parcerias com diversas organizações, atendendo, virtualmente, todas as áreas em que atua. Destaque para parcerias recentes estabelecidas para o incremento de ações no combate ao narcotráfico, ao crime organizado, aos desvios de recursos do Fundo Nacional de Educação, às cobranças indevidas feitas aos beneficiários do Sistema Único de Saúde, à evasão escolar, à desnutrição infantil, à exploração sexual infanto-juvenil, à sonegação fiscal, à cartelização e adulteração de combustíveis, à cobrança de taxas indevidas na prestação de serviços públicos e à proliferação de loteamentos irregulares. As parcerias permitiram ainda a intensificação de ações com vistas à humanização no trânsito, ao controle de internações psiquiátricas involuntárias, à

proteção dos recursos hídricos, da flora e da fauna, ao controle de insumos utilizados na construção civil, a defesa da moralidade administrativa e a destinação final de embalagens de agrotóxicos e do lixo urbano.

As principais organizações com as quais o Ministério Público catarinense se articulou, integrada, coordenada e solidariamente, no período levantado por este trabalho, foram:

i. No plano federal: Ministério do Meio Ambiente; Ministério Público Federal;

Ministério da Educação; Ministério da Saúde; Secretaria Nacional Antidrogas; Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça; Conselho de Controle das Atividades Financeiras (COAF), do Ministério da Fazenda; Secretaria da Receita Federal (SRF); Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda; Agência Brasileira de Inteligência (ABIN); Polícia Rodoviária Federal (PRF); Agência Nacional do Petróleo (NAP); Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO); Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM); Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA); Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

ii. No plano estadual: Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social, Urbano

e Meio Ambiente (SDS); Secretaria de Estado da Segurança Pública (SESP); Secretaria de Estado da Fazenda (SEF); Secretaria de Estado da Educação e do Desporto (SED); Secretaria de Estado da Saúde (SES); Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (SEJC); Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura (SDR); Polícia Militar Estadual; Companhia de Polícia Militar de Proteção Ambiental (CPMPA); Fundação Catarinense de Cultura (FCC); Conselho Estadual de Entorpecentes; Conselho Estadual do Idoso; Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente; Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (CASAN); Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC); Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e Escola Superior de Administração e Gerencia (ESAG); Empresa de Pesquisa e

Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI); Fundação do Meio Ambiente (FATMA).

iii. No plano municipal: Houve articulação com todas as 293 prefeituras

catarinenses, visto que várias das ações planejadas dependiam da participação direta e responsável de diversos órgãos municipais, como aquelas relacionadas à regularização de loteamentos; à proteção dos recursos hídricos; à fiscalização dos produtos de origem animal; e à regularização do sistema de coleta e destinação final do lixo urbano.

iv. Outras organizações: Houve também, no período estudado, articulação com

diversas organizações desvinculadas da administração pública. Dentre outras, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); o Conselho Regional de Medicina – (CREMESC); o Conselho de Engenharia e Arquitetura (CREA-SC); o Conselho de Medicina Veterinária (CMV); o Conselho Regional de Farmácia (CRF-SC); a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC); a Federação Catarinense das Associações de Municípios (FECAM); a Associação Catarinense dos Conselheiros Tutelares; a União dos Dirigentes Municipais de Educação; a União Catarinense de Vereadores; a Rede Brasil Sul de Telecomunicações (RBS), a Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho; a INTELBRAS; o Sindicato das Indústrias do Fumo; a Associação de Fumicultores do Brasil; o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino; o Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí; Universidade do Sul do Estado de Santa Catarina (UNISUL); a Associação Catarinense de Empresas Florestais; e a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental.