• Nenhum resultado encontrado

Capítulo 3 Dimensões do gesto musical

3.4 A Mecânica do Gesto Musical

Entende-se que, em razão de se tratar de uma atividade prática, as informações teóricas devem nortear o conhecimento concreto do corpo, o que é facilitado pela propriocepção, isto é, a

percepção sensorial dos próprios músculos e articulações, que é favorecida, por exemplo, pelos movimentos. A importância da propriocepção é reconhecida por terapias de abordagem corporal e, surge especialmente nas propostas elaboradas pelo físico e terapeuta corporal Moshe FELDENKRAIS

(1977), que desenvolveu uma abordagem terapêutica fundada no movimento. A proposta de

FELDENKRAIS traz preciosas indicações que, se projetadas ao trabalho do músico, mostram que no

centro do trabalho do instrumentista, está o elemento adequado ao desenvolvimento proprioceptivo: os movimentos. Acredita-se que o aprimoramento da consciência corporal possa contribuir grandemente para o desenvolvimento da habilidade motora, enriquecer o trabalho, diminuir e transformar a repetição, procedimento necessário, de qualquer maneira, para a apreensão e a memória, e que pode ser a fonte para o conhecimento mais profundo e interior do gesto musical.

Em razão do caráter pessoal e individual da atividade musical pianística, reafirma-se que o que se vai apresentar a seguir corresponde à experiência e à compreensão, por parte deste pesquisador, de todos os aspectos nela envolvidos. Apresenta-se, então, uma descrição sumária de um procedimento básico, conforme se aprendeu, e que se entende como contendo a essência de uma forma de organização dos movimentos. Posteriormente à explanação deste princípio, serão apontadas as relações que encontramos entre este fundamento e os princípios expostos por STRUYF- DENYS (1982).

O que se aborda a seguir, como princípio de organização para o gesto musical, trata especificamente do braço, por ser através dele que se dá a execução musical. Por outro lado, a compreensão da unidade funcional que ele representa, enquanto cadeia articular envolvida e acionada por componentes das cinco cadeias musculares, permitem abordá-lo por essa sua autonomia relativa. No entanto não se pode conceber a movimentação dos braços independentemente do corpo, como um todo, que se centra na coluna vertebral, em um eixo central, vertical, a partir do qual se expande o outro eixo, o horizontal em que os braços se situam, o qual compreende o espaço da caixa torácica e de toda a musculatura que sustenta e articula a cabeça, o tórax, o abdômen, a bacia e as conexões com as pernas. A questão fundamental para a melhor ação dos braços, é a maneira de se sentar ao piano. Uma boa posição inicial ocorre pela conjunção de uma série de elementos participantes, que compreendem os ossos, a musculatura e ligamentos que se organizam em agrupamentos e sistemas que merecem cuidados e atenção. Da cabeça às pernas, o posicionamento da coluna envolve uma rede muscular complexa, que funciona em interação e mantém o corpo em equilíbrio dinâmico. Embora seja difícil conceber o corpo dentro de uma determinada posição específica, pois se trata de um corpo em ação, em movimento, não se pode esquecer que ele é um grande sistema e, desse modo, os subsistemas e as partes operam de maneira organizada, em interação do todo. A liberdade se encontra na organização, e não fora dela. Esse é o grande princípio defendido por STRUYF-DENYS, o que, se for realmente compreendido, pode trazer

bons frutos a uma relação ensino/aprendizagem do instrumento, baseada no conhecimento do corpo e seu funcionamento em redes e sistemas, e na reflexão a respeito de como tudo isso incide no fazer musical.

Por outro lado, é preciso considerar que os corpos não se posicionam todos igualmente. A predominância natural de determinada cadeia no indivíduo leva seu corpo a um posicionamento particular que, em linhas gerais, pode ser observado no seu eixo vertical, na forma de organização da coluna vertebral e de suas curvas, e em outras articulações, como as dos joelhos e tornozelos, por exemplo. Isso envolve toda a estrutura corporal, desde a colocação dos pés no chão, todas as articulações e toda a musculatura do corpo, até o posicionamento da cabeça. A organização corporal envolve também, participando da estrutura muscular, toda a rede de tecidos conjuntivos existentes na rede muscular, as aponeuroses e tendões. Na parte interna da coluna, desenvolve-se um encadeamento de tecidos, desde o crânio, que se insere em pontos determinados da coluna, mas não em todas as vértebras, participando do posicionamento da cabeça e da formação de suas curvas, envolve o diafragma, e, na parte inferior, o conjunto psoas-ilíaco, músculos importantes para o posicionamento e a movimentação da pélvis, que ligam, internamente, vértebras lombares da coluna e a região alta do osso ilíaco, da bacia, ao fêmur. O osteopata e fisioterapeuta Marcel BIENFAIT

(1983), também conhecido no Brasil, em cursos para fisioterapeutas, aborda essa estrutura interna em sua obra, apontando a “cadeia cervico-toraco-abdomino-pelviana” (p.10) e destacando sua importância para as disfunções na coluna e para o seu tratamento.

Os músculos não atuam separadamente, mas em conjunto com os ossos e ambos, os músculos, pelas suas inserções e ação conjugada, e os ossos, pela forma de suas superfícies articulares, determinam movimentos complexos que incluem a rotação da cadeia funcional como um todo, o movimento espiróide descrito por STRUYF-DENYS. Um exemplo típico é o da articulação

coxofemoral, onde se insere a cabeça do fêmur; em que os músculos à sua volta indicam um movimento para fora e o osso traz, inscrito em sua forma, a torção existente nesse esforço de rotação externa.

Portanto o posicionamento corporal é um fenômeno também complexo e o recurso a especialistas pode ser aproveitado, como um meio importante para o contato e conhecimento do próprio corpo, o estimulo da consciência corporal, o desenvolvimento da propriocepção, e assim por diante. Num trabalho como este, que estuda o ensino e a aprendizagem do piano, este tipo de informação tão especializada não pretende chegar à discussão de patologias corporais e muito menos à prescrição de tratamentos. No entanto, refletir sobre o gesto corporal em sua complexidade sistêmica é importante, sobretudo, para que se compreenda que o ato de tocar um instrumento não parte exclusivamente das mãos e dos braços, mas do corpo todo.

Destaque-se, então, antes de tratar das especificidades do gesto pianístico, a organização do corpo para o ato de tocar piano. Partindo da cabeça, a coluna vertebral descreve uma curva para

frente, na altura do pescoço, que é a lordose cervical, e está ligada à posição vertical da cabeça e horizontal do olhar. Logo abaixo dos ombros, em direção à cintura, a coluna descreve uma outra curva, desta vez na direção oposta, para trás, que é a cifose torácica, que novamente se combina, com uma terceira curva, abaixo das costelas, novamente para frente, na região da cintura, a lordose

lombar. Estas três curvas se complementam na linha sinuosa da coluna vertebral que podemos observar no perfil de uma pessoa em pé e elas tendem a se acentuar no cotidiano, pela posição vertical do corpo, pelo seu peso, pelo trabalho, pela sobrecarga física e/ou psíquica. A função central da coluna suscita o cuidado com que se deve aborda-la. Na verdade, essa sinuosidade é própria de uma coluna saudável e pode ser observada em bebês, na própria posição de seus corpos. Com o correr dos anos, porém, pode haver modificações estruturais ou enrijecimento, que tendem à verticalização excessiva, perdendo a sinuosidade natural ou ao enrolamento da coluna, tão trabalhado por M. BÉZIERS e STRUYF-DENYS.

Um ponto importante para se buscar a melhor maneira de sentar-se é procurar o apoio sobre os ossos inferiores da bacia, os ísquios, que tem uma forma curva e já permitem um certo balanço do corpo sobre ele e, portanto, uma variação de posições. No entanto, essa variação de posições não pode ser compreendida em seus extremos, que provocam encurtamento da musculatura em torno do sacro, colocando-o em retroversão, ou, ao contrário, o projetam demasiadamente para baixo, fazendo com que perca a verticalidade natural e colocando-o em posição de anteversão. Os ísquios, portanto, permitem a mobilidade corporal, mas não o desvio do corpo demasiadamente para trás ou para frente, que desestrutura e desequilibra o seu sistema de sustentação, de responsabilidade da bacia. Sobre eles procura-se organizar os músculos da pélvis, do abdômen, e da região lombar, com a participação da complexa rede muscular que participa interna e externamente.A pélvis e o tórax, estão interligados, em posições complementares, tanto pelo funcionamento integrado da coluna vertebral, que, curvando-se para frente ou para trás, se move como um todo, quanto pela ação complexa das cadeias musculares, anteriores e posteriores, pela cadeia interna “cervico-toraco- abdomino-pelviana”, com a participação das cadeias laterais, lembrando que os músculos e tecidos posicionam-se em diversas direções, permitindo a rotação do tronco e os movimentos laterais, por exemplo, em uma intrincada rede de forças. Enfatiza-se, portanto, que não se pode alterar a posição de uma das partes isoladamente e que a posição básica e o equilíbrio dinâmico que se busca, no posicionamento do corpo, precisa ser investigado nesta complementaridade toraco-pelviana, em

uma cadeia, articular e funcional, que integra a cabeça, e que constitui a base para a movimentação dos braços.

A retroversão do sacro se dá em um contexto de tensões que levam a curvar-se excessivamente a região lombar para frente, “refazendo” a lordose enquanto se está sentado, posição que muitas vezes é encontrada nos corpos dos pianistas durante execução pianística, que podem ser fixas, ou surgir, em especial, nos momentos em que as dificuldades motoras ainda persistem. Cabe ao professor observar essas mudanças de posição da coluna em seu aluno, chamando a sua atenção para o fato de que as disfunções e movimentos errôneos não se dão isoladamente, mas são frutos da falta de organização do próprio corpo como um todo. Se os pés não estiverem participantes, articulados, suscitando e interagindo, com a ação das pernas e da bacia, a musculatura da região lombar não terá seu funcionamento adequado, provocando posições forçadas ou desestruturadas na região do tórax. Assim, nenhuma correção pode ser efetiva, se for trabalhada isoladamente, sem levar em conta a estrutura corporal como um todo. Outro ponto importante é que o aluno precisa desenvolver consciência do próprio corpo em movimento, aprendendo a atentar para suas próprias sensações que, com o correr do tempo, o auxiliarão na organização funcional do corpo, levando-o a obter resultados positivos no manejo específico de seus braços, mãos e dedos, no ato de tocar piano.

Observe-se, ainda, que a articulação do braço se dá pelo movimento conjugado de dois ossos móveis, a clavícula e a escápula, um situado na parte anterior do tórax, e o outro na posterior. Um movimento adequado de braços necessita de uma posição equilibrada do corpo, pela interação entre esses dois ossos, pois isso traz equilíbrio aos ombros e facilita os movimentos livres e amplos dos braços, que se obtém pelo deslizamento lateral da escápula, acompanhada da rotação interna do úmero, iniciando o movimento espiróide. Ao observar seu aluno e notar que este apresenta os ombros caídos, ou particularmente tensos para trás, o professor observará, novamente, o mesmo princípio anterior, de que é inútil a correção localizada dos movimentos de ossos e músculos. Assim, ele fará o aluno acionar a musculatura das cadeias medianas, reposicionando o corpo buscando sustentação também na sua parte anterior, desde os pés, como auxiliar da correta posição do tórax e, conseqüentemente, dos ombros, permitindo a rotação interna funcional do úmero. A musculatura anterior do corpo é integrada na concepção de STRUYF-DENYS, na sua visão do

conjunto e na sua abordagem terapêutica, e a autora aponta essa diferença em relação à abordagens quecentram sua atenção apenas nas cadeias musculares posteriores (1982, p.21).

O posicionamento da cabeça é importante para todo o conjunto da coluna, mantendo o alongamento e a flexibilidade da região cervical com o auxílio da musculatura anterior, acionada a partir da musculatura pélvica. O arqueamento das costas, ou, a posição em que o tórax pende para frente, como é comum entre muitos pianistas, é provocada pelo hábito de tocar de cabeça baixa, com o rosto voltado para o teclado. Essa posição da cabeça produz uma série de inadequações no posicionamento dos ossos e na organização da musculatura, provocando tensões e dores e reduzindo a eficiência dos membros superiores, o que incide diretamente na produção musical. As duas posições – de retificação ou de arqueamento das costas, são impróprias, desequilibrando a organização muscular. Ainda em relação à cabeça é preciso observar o maxilar, outro lugar que revela tensões decorrentes de dificuldades motoras, a serem superadas na execução pianística. Manter o maxilar bem estruturado é uma forma de perceber o momento em que surge a tensão, facilitando a identificação da dificuldade subjacente. Além do alongamento do pescoço e da manutenção de todo o corpo na posição já esboçada, com o correto alinhamento dos ossos da bacia e do tórax, um recurso auxiliar é levar o aluno a manter a língua no céu da boca, o que ajuda na estruturação da face. Um maxilar tenso é ruim, mas mantê-lo completamente relaxado é também inadequado, pois, nessa posição, a boca se abre, e cabeça se projeta sobre os ombros, criando tensões desnecessárias. Não se pode esquecer, em nenhum momento, que a interação funcional do corpo é sistêmica. Sendo assim, é inútil tentar corrigir alguma disfunção, diretamente. Muitas vezes, o que provoca a disfunção é outra coisa, para a qual nem se está atento. Somente com o auxílio de

profissionais do corpo – médicos, fisioterapeutas, por exemplo, é que o professor de piano pode superar essas questões relativas ao conhecimento corporal e sua compreensão como sistema.

O professor que procurar recursos e informações, sobre o funcionamento corporal e suas interações com o todo do indivíduo, poderá, entretanto, auxiliar o aluno, apontando esses lugares mais evidentes em que a tensão surge, muitas vezes em decorrência da própria atividade, propondo o re-posicionamento do corpo, esclarecendo-o sobre a sua organização funcional e iniciando-o em um processo de conscientização, de desenvolvimento da propriocepção e de pesquisa dos movimentos. Estes são aspectos essenciais para o melhor andamento da prática pianística, sem solicitar, contudo, um trabalho de correção postural ou o recurso a outro especialista, já que é pertinente, ao professor de piano, açambarcar este tipo de conhecimento dentro da sua própria especialidade. Reconhece-se também que o corpo tem suas razões, e uma abordagem sistêmica permite compreender o outro lado dessa organização que é o fato de que, atuando sobre um elemento do sistema, essa atuação se irradia para os outros componentes, de forma que uma ação pontual também não é descartável e existem métodos terapêuticos, que se constituem a partir de manobras localizadas. Claro que em um tratamento o corpo todo será abordado e de qualquer maneira, o aluno poderá desenvolver um trabalho mais amplo e profundo, junto aos especialistas do corpo. Dentro dos limites da prática instrumental, com os esclarecimentos acima colocados, o posicionamento do corpo pode ser investigado experimental e individualmente, tendo sempre que o movimento propiciará melhor a busca dessa interação do todo, que é funcional e dinâmica, do que a fixação do corpo em determinada posição, que propicia o enrijecimento da musculatura responsável por ela.

Trata-se, portanto, de compreender o corpo na organização de sua ação, em movimento, em equilíbrio dinâmico, portanto, em uma posição flexível e em constante variação, orientando-se, o mais possível, pela organização dos sistemas ósseo e muscular, sem deixar de levar em conta, porém, as características particulares e individuais de cada um. O principal é manter o corpo em equilíbrio, encontrando um apoio confortável para sentar-se, sobre os ísquios, recorrendo à musculatura lombar, abdominal e pélvica, sem enrijecer a coluna, deixando-a estável, porém flexível, respirando com a maior amplitude diafragmática, dando suporte para todo o potencial de movimentação dos braços, compondo com eles.

Há muitos livros que tratam do assunto, que podem ser lidos e compreendidos mesmo por profissionais de outras áreas; atualmente também são freqüentes os cursos, seminários e workshops que lidam com a questão corporal e podem auxiliar o professor a lidar melhor com esse tipo de conhecimento. São ainda diversas as abordagens que também compreendem a unidade corporal, e que aportam contribuições importantes.

3.4.1 O “Impulso do Braço”

O impulso de braço é um movimento em que as teclas são acionadas não só pelos dedos, mas pelo braço, como um todo, em uma ação integrada de todas as suas partes. A idéia que subsidia o trabalho a partir deste impulso do braço é exatamente a da participação do braço inteiro na ação implícita na execução pianística. Tomando-se a divisão anatômica do membro superior em braço, antebraço e mão, este impulso básico, gerador dos movimentos, pode ser descrito da seguinte forma:

A - Diante do piano, o indivíduo posiciona as mãos sobre o teclado, mantendo os dedos articulados, ou seja, com as mãos em estado de prontidão. Pode-se ter idéia deste estado pensando-se na forma como alguém se prepara para apanhar um objeto atirado a uma certa distância por outra pessoa: a mão se levanta inteira articulada, com uma tensão suave que mantém a posição, sem estar relaxada ou excessivamente tensa. Inicia-se, então, um movimento de rotação do ombro de modo que o cotovelo descreva uma forma circular, aproximando e afastando a mão do teclado, em movimento contínuo.

Este movimento põe em função as três principais articulações, ombro, cotovelo e pulso. O antebraço, para manter a posição horizontal e “perpendicular” à disposição do teclado, deverá acompanhar o movimento do cotovelo com uma pequena rotação interna”.

O pulso, por sua vez, deve chegar ao teclado de modo que a mão seja um prolongamento do antebraço, e relaxar no momento do ataque de forma que, na continuidade do movimento para frente, a mão sai do teclado aparentando uma ligeira flexão do pulso. Este é um ponto a ser ressaltado, porque muitos iniciantes, nesta abordagem, tendem a fazer força, de fato, com a flexão do pulso, no momento do ataque, o que, a nosso ver, não é pertinente.

B – Dentro deste movimento contínuo, no momento em que as pontas dos dedos, com a mão articulada, encostam-se ao teclado, uma ação pontual e instantânea dos músculos posteriores do braço, sobretudo o tríceps, impulsionam todo o conjunto, provocando um ataque rápido, sobre as notas de um acorde, por exemplo, com a participação do braço, como um todo. A força do impulso é para frente e o pulso é “solto” no momento do ataque, de forma que o movimento do antebraço para frente, descrito anteriormente, tenha a sua continuidade. A volta do braço para trás conta com o apoio das leis fisiológicas e da gravidade, buscando uma posição de repouso. O peso leva o antebraço e a mão a descerem, favorecendo a retomada e a continuidade do movimento total, que passa a ser alimentado “apenas” pelos impulsos aplicados a cada entrada das mãos no teclado. C – A movimentação dos dedos, neste exercício básico, fica por conta de uma “beliscada” nas teclas, no momento mesmo do impulso, integrando-se, desta maneira, ao ataque, colaborando para a reflexão de sua força, para a impulsão da mão e antebraço para cima, na continuidade do movimento circular que vem do cotovelo.

D – A ação principal do tríceps, é a extensão do braço. No caso específico, na posição em que se encontra sobre o teclado, semiflexionado, braço e antebraço em ângulo, a extensão, a abertura do braço, provoca um movimento que é, simultaneamente, para frente e para baixo. A força aplicada por este movimento tem uma direção oblíqua em relação ao teclado, mesmo estando os cotovelos levantados e afastados do corpo. Este fato é importante e ajuda a melhor conceber a força geradora, nos músculos posteriores do braço, e a direção que esta força imprime ao movimento, em relação ao teclado. Normalmente, a posição horizontal do teclado induz a pensar que a pressão sobre as teclas deveria ser para baixo. No entanto, o movimento dos braços propõe uma direção dinâmica própria da ação, oblíqua, que favorece a sua continuidade.

E - Outra forma de pensar e perceber a atuação desta força que vem do braço e vai atuar junto ao antebraço, às mãos e aos dedos, no toque, pode ser a sua participação no ataque de uma seqüência de notas. Trata-se de experimentar usar o mesmo movimento, não mais como um impulso rápido, mas de maneira que a força exercida pelo braço (tríceps) se exerça lentamente, podendo assim ser transferida de um dedo para outro, como se estivesse caminhando com a mão, e o antebraço, sobre

Documentos relacionados