• Nenhum resultado encontrado

A Observação no contexto da Prática Supervisionada

Capítulo II – Desenvolvimento da Prática Supervisionada

2.1. A Observação no contexto da Prática Supervisionada

As primeiras semanas de observação ativa, nas Práticas Supervisionadas, proporcionaram-nos oportunidades de compreender as dimensões específicas dos dois contextos educativos em estudo, com recurso à observação, detalhada, da ação pedagógica do educador/professor. Para futuros profissionais de educação, esta etapa de observação foi uma experiência riquíssima sustentada no desenvolvimento de competências profissionais e aptidões para a realização de experiências inovadoras e práticas de ensino com qualidade. O contacto direto com a realidade educativa possibilitou, como refere Mesquita (2013, p. 14), “o desenvolvimento de potencialidades, para que possa crescer profissionalmente” e, assim, construir “as competências necessárias ao exercício da profissão, através de um processo (des) construcionista e contínuo”. Neste sentido, a observação é um meio privilegiado para relacionar e experimentar os conhecimentos científicos adquiridos. Tendo estes como base a análise e a estruturação do pensamento reflexivo sob a ação desenvolvida na prática, com o objetivo de desenvolver e apropriar-se de técnicas de ação assertivas e coerentes. A preparação da prática pedagógica assumiu, nesta fase, um papel fundamental no âmbito da observação da realidade educativa, como afirmam Paquay e Wagner (2002, citados por Mesquita 2013, p. 58), “permite «adquirir ‘habilidades’ do ofício na companhia de práticas experientes»”. A necessidade de observar o quotidiano pedagógico, compreender as situações vividas em sala, conhecer e relacionar os contextos educativos, os sujeitos da ação, as situações pedagógicas são condições básicas para, posteriormente, analisar e refletir sob as boas práticas que um futuro profissional da educação deverá adotar na altura certa.

Face ao exposto, este período de observação ativa foi orientado em função do desenvolvimento de competências que possibilitam a construção de um perfil docente nos domínios linguísticos, social, ético e profissional das estratégias e metodologias aplicadas pela educadora/professora cooperante. Neste sentido, torna- se assim, relevante demonstrar a continuidade educativa e a importância das variáveis que interferem no ambiente escolar, entre a Educação Pré-Escolar e o 1.º Ciclo do Ensino Básico.

Ao longo destas semanas de observação participante, integramo-nos com facilidade em ambos os contextos educativos, a educadora/ professora cooperante, o grupo/turma de alunos acolheram-nos de forma positiva no seu quotidiano educativo. Observámos um trabalho árduo e exemplar de bons profissionais de educação, que acarretam a disciplina e esforço perante grupos numerosos e com características específicas. A nossa observação teve objetivos e finalidades para identificar as operações a realizar a fim de conceber e planificar a ação pedagógica com qualidade. Nesta tivemos ainda, a oportunidade de conhecer a escola e a turma/o

desempenho do educador/professor cooperante, observar as metodologias, as intervenções, as estratégias adotadas e as aprendizagens desenvolvidas nas crianças pelos mesmos. Foi nosso objetivo também, começar a compreender as caraterísticas de cada criança, bem como o seu envolvimento com o grupo. Ao longo das atividades desenvolvidas, observámos que ambas as profissionais de educação utilizam diversas metodologias para desenvolver a concentração e atenção das crianças, tais como: a observação direta em silêncio; as chamadas de atenção de forma a captar a concentração; a utilização de recursos inovadores, de maneira a cativar a motivação das suas crianças perante as atividades propostas. Ao longo das observações, a metodologia base adotada era, predominantemente, o trabalho em grande grupo em ambos os ambientes educativos.

No que concerne à Educação Pré-Escolar, destacamos que a educadora cooperante tinha em conta o desenvolvimento motor da criança, o desenvolvimento verbal, a aproximação à escrita, desenvolvimento do raciocínio lógico e a promoção da sua autonomia, deste modo proporcionava atividades diversificadas promotoras destas competências e saberes sustentadas no desenvolvimento da reflexão das crianças.

No que diz respeito ao 1.º Ciclo do Ensino Básico, reconhecemos o papel de boa observadora na professora cooperante, pois, estava sempre atenta ao que acontecia à sua volta e a sua capacidade de intervir no momento certo era inata, de modo a corrigir a postura e comportamentos inadequados dos seus alunos. Evidenciamos, também, a metodologia adotada pela professora cooperante ao apresentar diversas atividades de motivação, como: a utilização de audição de textos no computador, de maneira a proporcionar um ambiente estimulante que promovesse atividades práticas e o uso de recursos interessantes e diversificados. Segundo esta, o objetivo principal, para as suas aulas era a utilização de um modelo de ensino-aprendizagem centrado numa metodologia ativa e participativa que tinha como base a aprender a aprender e em que ensinar a pensar é fundamental. A professora cooperante, também, promovia estratégias de organização de trabalho: à medida que os alunos iam concluindo as tarefas propostas eram-lhes dadas atividades de ampliação ou de reforço. Registámos ainda, que a professora estruturava ciclicamente a sala conforme o interesse dos seus alunos, para o combate da indisciplina e para a observação direta da turma em geral. É de evidenciar, também, a cooperação entre a professora cooperante e as restantes colegas, de modo a proporcionar um trabalho coeso, coletivo e promotor de um desenvolvimento integral dos seus alunos.

Em suma, em ambos os contextos educativos, destacamos a implementação de práticas inovadoras, motivadoras, intencionais e sistemáticas para potenciar o desenvolvimento das competências globais das crianças, com o objetivo de facilitar aprendizagens que estimulavam a curiosidade, a descoberta e o raciocínio, de forma sistematizada e integrada, motivando-as para a construção de saberes significativos. Para um aspirante a educador/professor a pesquisa e recolha de informação das experiências significativas dos outros é pertinente, pois desenvolve novas formas de

compreensão sobre os fenómenos educativos e o reconhecimento da realidade profissional que os envolve.