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Capítulo I – Contextualização da Prática Supervisionada

1.1. Enquadramento físico e social dos locais de aplicação

1.1.3. Caraterização das salas das instituições

No espaço pedagógico devemos dar destaque ao ambiente do espaço sala de atividades/aula, devido aos longos tempos convencionados no atual sistema de educação. Assim, deve ser preocupação do Educador/Professor proporcionar as

melhores condições num espaço de educação físico e social, incentivador de conhecimentos no processo de ensino-aprendizagem. Cintando Paulo Freire (1975) relativamente aos contextos da educação, Carneiro, Leite & Malpique (1983, p. 9) dizem que “A educação é a aprendizagem que se faz para assumir uma atitude crítica perante o que nos rodeia (…). Todo o lugar é, potencialmente, um lugar para se fazerem aprendizagens: pode pois aprender-se em todo o sítio”.

a) Caraterização da sala de atividades do Pré-Escolar · Ambiente Físico

A sala de atividades tem um ambiente de vida que responde de modo particular às necessidades das crianças segundo a sua maturidade e o seu desenvolvimento. É um lugar agradável que valoriza a luminosidade natural permitindo, assim, o contato visual com o pátio exterior através de janelas que dão acesso a esse espaço, estando conforme os requisitos pedagógicos e técnicos estipulados no Despacho Conjunto n.º268/97, de 25 de Agosto de 1997. Como tal, este espaço é confortável e adaptado ao grupo de crianças para o desenvolvimento de atividades educativas.

Segundo a educadora cooperante o ambiente físico da sala aproxima-se ao modelo curricular High-Scope, no qual a divisão dos espaços se evidencia. Como refere Oliveira-Formosinho (2007, p. 82) no âmbito do currículo High-Scope “podemos verificar que se procura através de vários meios criar um espaço nítido (“divisão clara do espaço”), condição fundamental para a criança não se “perder”, e assim poder ser independente do adulto”. Sendo o modelo curricular High Scope um modelo de orientação construtivista, visando a manipulação e exploração de novas experiências, situações e acontecimentos, o espaço é segundo este modelo, um meio fundamental de aprendizagem que exige da educadora um investimento na organização da sala, dos materiais e equipamentos.

Ao nível dos espaços que caraterizam a sala VII, estes são organizados em áreas, cada uma delas com as suas respetivas funções e materiais, acessíveis às crianças e devidamente etiquetados. Começamos pelo pequeno átrio antes da entrada da sala, uma área que contém vinte e cinco cabides, despensa para materiais de desgaste e de higiene, placard de informação, comunicação aos pais e encarregados de educação e expositor de trabalhos. Segue-se, a respetiva sala de atividades que está organizada por áreas: área de reunião em grande grupo/cantinho das almofadas (com quadro de giz); área da casinha das bonecas; área da garagem e das construções; área da biblioteca/cantinho da leitura; área dos jogos de encaixe; área das expressões plásticas/pintura; área de trabalho/mesas e atividade. Estas áreas diferenciadas, estão de acordo com o modelo curricular High Scope, sempre a pensar na autonomia da criança que pode experimentar tudo o que a envolve, tal como sintetiza Oliveira- Formosinho (2013, p. 85) “fazer dessa experiência uma aprendizagem ativa (ela escolhe, usa e manipula)”.

O espaço e os materiais na sala de atividades são organizados de forma a permitir que o grupo de crianças possa agir autonomamente na sala, facilitando as escolhas destas perante as propostas da educadora. De facto a primeira forma de intervenção do Educador ao nível do modelo curricular High Scope é a organização do espaço em áreas e a colocação dos materiais, nessas áreas onde são utilizados, logo por sua vez, identificamos uma perspetiva construtivista, como defende Oliveira-Formosinho (2013).

Segundo a educadora cooperante, o material didático presente na sala é variado (para possibilitar escolhas), indo ao encontro das perspetivas de Piaget e Gréco (1979, p. 36) “A experiência física consiste, com efeito, em agir sobre os objetos de maneira a descobrir as propriedades, que ainda são abstratas” – como exemplo as diferentes texturas/composições (possibilitar o contato com vários materiais). O material é adequado à faixa etária das crianças e às suas necessidades, estimulando todos os mecanismos, tais como a imaginação, a fantasia e o jogo simbólico, a criatividade, o desenvolvimento cognitivo e as atividades físicas – atendendo sempre a critérios de qualidade, funcionalidade, durabilidade, segurança e com valor estético.

O material está bem arrumado na sala, nos locais corretos e à disposição das crianças. Na sala encontra-se: material didático, material pedagógico, material lúdico e material de desperdício. O aproveitamento do material de desperdício é, também, uma das condições da Instituição e da educadora cooperante para envolver a comunidade educativa e a colaboração da família.

b) Caraterização da sala de aula do 1.º Ciclo do Ensino Básico · Ambiente Físico

O espaço da sala de aula no qual decorreu a Prática Supervisionada no 1.º Ciclo do Ensino Básico é um espaço contemporâneo, colorido, amplo e bem iluminado por várias janelas ao longo de uma das paredes laterais, com condições físicas propiciadoras de um ambiente harmonioso indispensável para o sucesso no processo ensino e aprendizagem nos alunos que nela habitam.

Apesar das salas do pavilhão serem semelhantes no que concerne à sua estrutura, são visíveis as diferenças entre elas. A sala laranja apresenta um cunho pessoal da professora titular que espelha a história e a cultura do grupo de crianças. Como refere Arends (1997, p. 79), a professora usufrui da liderança para “criar ambientes de aprendizagem produtivos”. O espaço dispõe de equipamentos indispensáveis ao funcionamento integral das atividades propostas, tais como, um quadro de ardósia, a secretária da professora titular, várias mesas e cadeiras para os alunos, uma estante com materiais didáticos, um armário ao qual só a professora cooperante tem acesso, computadores com acesso à internet. Dispõe ainda, de um balcão com um lavatório onde se encontra algum material para a realização de atividades de pintura, trabalhos realizados pelos alunos e material de apoio da professora.

A sala está organizada, geralmente, com uma disposição em U, o que proporciona aos alunos e à professora titular uma melhor interação e desenvolvimento do ambiente educativo. A disposição das mesas fica a cargo da professora titular, sendo alterada consoante as necessidades diárias, em função da natureza das tarefas a realizar, da tipologia do trabalho a desenvolver ou da necessidade de promover a concentração e motivação do grupo. Quer a disposição da sala como a colocação dos materiais dos alunos são recursos educativos e organizacionais pertinentes, geridos pela professora. Como afirma Arends (1997, p. 97) “A maneira como o espaço é usado afecta a atmosfera de aprendizagem das salas de aula, influencia o diálogo e a comunicação e tem efeitos cognitivos e emocionais importantes nos alunos”. Além destas variáveis, a gestão do espaço é pensada para proporcionar autonomia no aluno, na medida que este pode observar, descobrir e experimentar tudo o que envolve o ambiente educativo. Sprinthall e Sprinthall (1993, p. 242) referem a posição do teórico cognitivista Bruner (1966) relativamente ao trabalho dos professores, sublinhando que estes “podem proporcionar as condições sob as quais a aprendizagem pela descoberta é alimentada e se desenvolve”. É visível, pela organização da sala, a existência de uma especial preocupação com a orientação construtivista, que visa a manipulação e exploração de novas experiências, situações e acontecimentos. O espaço está pensado para promover a motivação e desenvolver a autonomia do aluno em que este pode experimentar tudo o que a envolve e fazer dessa experiência um processo de aprendizagem ativa e significativa.

Na sala de aula destacamos vários espaços, como os espaços de arrumação, o espaço construído pelos alunos, o espaço da leitura/biblioteca e o espaço da informática. O espaço e os materiais na sala são geridos em função da participação ativa/motivação e do contacto visual da professora com os seus alunos no campo de ação, o que por sua vez gera efeitos produtivos no que respeita ao desenvolvimento cognitivo e emocional. O material está bem arrumado na sala, nos locais corretos e à disposição dos alunos. Na sala encontra-se: material didático, material pedagógico, material lúdico e material de desperdício.

Todos os materiais que se encontram expostos, quer nos placares quer nas paredes, são utilizados pelos alunos e pela professora titular no processo de ensino- aprendizagem, pois são produtos dos alunos, resultantes de atividades desenvolvidas pelo grupo e os recursos essenciais elaborados pela professora com um aspeto mais organizado, tais como quadros para o registo diário das presenças e do comportamento dos alunos, as regras de trabalho, mapas, roda dos alimentos, gráficos.