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Capítulo I – Contextualização da Prática Supervisionada

1.2. Modelo Pedagógico e Programático da Prática Supervisionada

1.2.1. Fundamentos Didatológicos

Atualmente, o sistema de ensino encara com realidades educativas diversas e o educador/professor tem um papel fulcral na procura de respostas e soluções para estas diversidades. O educador/professor acarreta uma enorme responsabilidade, enquanto agente do processo educativo e assume construir uma sociedade melhor recorrendo a metodologias dinâmicas e estratégias inovadoras a aplicar no campo de ação educativa. O atual educador/professor, no processo ensino-aprendizagem tem

Apresentação, contacto com a escola e com a turma

7 a 9 de outubro de 2014 Semana de grupo

Observação, caraterização do meio, da escola e da turma

14 a 16 de outubro 2014 Semana de grupo

Prática Pedagógica

21 a 23 de outubro de 2014 Semana de grupo 28 a 30 de outubro de 2014 Semana individual 04 a 06 de novembro de 2014 Semana do par pedagógico 11 a 13 de novembro de 2014 Semana individual 18 a 20 de novembro de 2014 Semana do par pedagógico 25 a 27 de novembro de 2014 Semana individual 02 a 04 de dezembro de 2014 Semana do par pedagógico 09 a 11 de dezembro de 2014 Semana individual

16 de dezembro de 2014 Semana de grupo 06 a 08 de janeiro de 2015 Semana do par pedagógico 13 a 15 de janeiro de 2015 Semana individual 20 a 22 de janeiro de 2015 Semana do par pedagógico

que se adaptar às novas realidades que a ciência, a tecnologia e a sociedade fazem surgir a uma velocidade cada vez maior e aplicar metodologias face à integração didática que promovam experiências únicas e globalizantes. Conforme refere Pais (2012):

Os estudos didáticos realizados nas últimas décadas revelam a importância da integração didático-curricular como forma e opção metodológica de abordagem aos processos de ensino e aprendizagem […] com opção organizativo-curricular nos primeiros anos de escolaridade globalizada e centrada na figura de um professor titular (magister). (p. 38).

Ao longo das Práticas Supervisionadas baseámo-nos num trabalho transversal e multidisciplinar, o que nos permitiu um acompanhamento integral dos alunos e proporcionámos ferramentas atuais para garantir a sua eficácia baseadas, sempre que possível na cultura, na arte e na sociedade. Neste sentido e tendo em consideração as funções sociais do sistema educativo defendidas por Ribeiro e Ribeiro (1990) apostámos na promoção do desenvolvimento das funções cultural, social, económica e político-institucional que lhes são inerentes.

Recorrendo à leitura e análise dos vários documentos oficiais que orientam o ato pedagógico, dos quais destacamos o Projeto Educativo das instituições onde decorreram as práticas. O Projeto Educativo do Centro Infantil II, define estratégias sociopedagógicas que visam promover as áreas de desenvolvimento expostas nas

Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Relativamente, às formas de

avaliação, o Projeto Educativo é um documento ativo. A avaliação é de forma periódica, no final de cada ano através de um relatório e a avaliação final decorrerá na data de conclusão do Projeto Educativo.

No que concerne ao Projeto Educativo do Agrupamento de Escolas Afonso de Paiva, em jeito de reflexão crítica, ao analisarmos este documento é visível a sua orientação estratégica, começando desde já com o seu ideário diretamente proporcionado para os alvos educativos: “sucesso de todos os elementos da

comunidade educativa”, de maneira a promover uma dinâmica de inovação, de

integração da comunidade (multiculturalidade), formar indivíduos de acordo com as suas potencialidades. Como pontos fortes, de uma maneira geral, destacamos as definições das metas, dos objetivos, das prioridades e estratégias partindo de um trabalho de investigação minucioso e previamente realizado junto dos intervenientes no processo educativo: alunos, professores, encarregados de educação e funcionários do Agrupamento. A conceção do currículo no Projeto Educativo emerge segundo o Currículo Nacional por forma a adaptar-se à realidade, integrando-se nas teorias técnica e crítica, uma vez que este é visto como produto ou como conteúdos organizados em disciplinas para a aprendizagem e autorrealização dos alunos.

Na nossa opinião, um professor deve observar, analisar, refletir, planificar, atuar e refletir/avaliar sempre em função de um trabalho flexível que se adapte à realidade e à lógica evolutiva, científica e curricular de cada nível de ensino. Por conseguinte, a

nossa metodologia das Práticas Supervisionadas desenvolveu-se em torno destes critérios. Neste sentido, a nossa linha de atuação pedagógica compreendeu o conhecimento e a caraterização das instituições, do grupo/turma, da planificação didática, da lecionação e da reflexão/avaliação.

Nas três primeiras semanas, em ambas as Práticas Supervisionadas, as metodologias de ensino organizaram-se, inicialmente, na caraterização das instituições e do grupo/turma sustentada em processos de recolha, análise e reflexão, nas quais nos reunimos com os professores supervisores e os educadores/professores cooperantes. Nas restantes semanas, nos momentos de planificação, execução/lecionação e reflexão regeram-se pelos seguintes princípios: planificação geral apresentada pelo educador/professor cooperante, designadamente através da explicitação dos conteúdos programáticos selecionados; planificação específica elaborada pelos professores estagiários em par pedagógico ou individualmente com a supervisão do educador/professor cooperante e do professor supervisor; lecionação/execução do plano de ação didática possibilitando a experimentação de métodos, técnicas e estratégias de ação adequadas de ensino e o desenvolvimento da investigação empírica; reflexão/avaliação da ação pedagógica desenvolvida assente em reuniões entre o par pedagógico, o educador/professor cooperante e o professor supervisor.

A educação depara-se com uma problemática redutora de conhecimento, uma vez que, apesar dos progressos manifestados no sistema educativo, assistimos ainda em termos disciplinares a uma compartimentação de saberes que se encontram dispersos constituindo-se como obstáculos a um conhecimento global. Um dos princípios base no processo de ensino e aprendizagem, tanto na Educação Pré-Escolar como no 1.º Ciclo do Ensino Básico é a exploração de ambientes de ensino e aprendizagem que procuram meios alternativos para atingir os objetivos curriculares e reforçar a motivação nos alunos para a aquisição dos conteúdos definidos. Segundo Cardoso (2005, p. 65) “A concepção de ambientes de ensino e aprendizagem pode ser inspirada e concretizada tendo por base referências conceptuais que determinem os seus requisitos no quadro da educação contemporânea”. O educador/professor tem que ser o realizador/criador de ambientes de ensino e aprendizagem dinâmicos e eficazes com a construção de recursos inovadores propícios a aprendizagens significativas nos alunos. A sua ação assenta na criação, planificação, execução e avaliação do processo em função de uma visão global de ensino e aprendizagem. Assim sendo, a promoção de uma educação com sucesso, em ambos os percursos de formação, passa com a conceção de ambientes de ensino e aprendizagem que promovam percursos didáticos globalizantes que suportam processos de aprendizagem com qualidade, reflexivos, contextualizados, complexos, intencionais e ativos.

A planificação geral utilizada durante a Prática Supervisionada foi, oficialmente, aprovada pelo agrupamento de escolas onde decorreu a prática, sendo a planificação específica (construção das diferentes unidades de ensino) da responsabilidade dos

alunos de prática supervisionada com a coadjuvação do educador/professor cooperante e do professor supervisor, que também monitorizou, como define o programa da Unidade Curricular.3

Em termos gerais, definiu-se o modelo globalizante de ensino e aprendizagem na Educação Pré-Escolar e no 1.º Ciclo do Ensino Básico, como um modelo integrante em que os atores principais no processo de ensino e aprendizagem são dois – o educador/professor e o aluno, mas cada um tem o seu contributo e participação específica para esse processo (o aluno é o protagonista e o educador/professor tem que ter presença). A interdisciplinaridade deverá constituir-se não como uma aspiração mas como uma realidade que vise experiências de ensino de integração de saberes, reconhecendo as múltiplas vantagens que poderão decorrer da sua colaboração.