• Nenhum resultado encontrado

A Professora Orientadora e a Professora Cooperante

3. Enquadramento da Prática Profissional

3.6. A Professora Orientadora e a Professora Cooperante

De acordo com Rodrigues (2013), o PC e o PO executam tarefas de orientação pedagógica, acompanhamento, orientação e supervisão do trabalho desenvolvido pelos estudantes-estagiários. É o PC quem mais interage com o professor estagiário. Por um lado porque a turma na qual o professor estagiário realiza a PES é uma turma atribuída ao PC, o qual está sempre presente no momento de lecionação das aulas e por outro lado, porque ambos passam muito tempo juntos na escola, entre reuniões e aulas dos restantes elementos do NE.

A PO, por se encontrar mais distante dos professores estagiários, uma vez que exerce as suas funções profissionais na Faculdade, acaba por interagir menos com os orientandos. No entanto, tem toda a liberdade para assistir, sempre que quiser, às aulas lecionadas pelos professores estagiários.

O trabalho efetuado pelo PO é essencial para o processo formativo do professor estagiário. De acordo com o artigo 6º do Regulamento da Unidade Curricular de Estágio Profissional, os deveres do PO durante a orientação do estagiário, passam por dar cumprimento ao regulamento do EP; apoiar a conceção e a realização do Projeto de Formação Individual (PFI) do estudante- estagiário (EE), num quadro de colaboração com a escola cooperante, PC, numa lógica de equidade e de corresponsabilização; garantir todas as fases do ciclo de supervisão na realização do PFI de cada estagiário; supervisionar a prática educativa dos professores estagiários em todas as áreas de desempenho, de acordo com os documentos orientadores do EP; observar as aulas previstas no documento orientador de estágio; reunir com os professores cooperantes, NE e estagiários individualmente; avaliar e aprovar o desempenho da prática de ensino supervisionada e propor a classificação do EE; participar nas reuniões de

36

orientadores da FADEUP, partilhar e discutir as questões inerentes ao processo de estágio com os seus pares; participar nos ciclos de formação dos estagiários, realizados na FADEUP; colaborar na realização do plano de formação dos professores cooperantes; e orientar o RE e integrar o júri das provas públicas.

Ao longo do EP a professora Luísa foi o elo de ligação entre a Faculdade e a escola que me acolheu. Foi por isso mais uma pessoa que comigo colaborou na realização das minhas tarefas enquanto professor estagiário, que me ouviu, me aconselhou e que acima de tudo me orientou nesta fase da minha formação. É com grande satisfação e agrado que me cruzei com a sua competência. Deu-me total liberdade e autonomia para a realização do meu trabalho e tentei sempre não quebrar as expetativas.

“Ser professor cooperante, é uma responsabilidade e um desafio e requer ter-se perfil. O professor cooperante tem muita responsabilidade na imagem que dá da educação física aos futuros professores” (Reina, 2013, p. 87).

O PC monitoriza o trabalho do professor estagiário, garantindo a partilha das suas vivências, metodologias e estratégias. Partilha com este a personalidade docente, deixando que o estagiário construa a sua própria identidade profissional, através das vivências em contexto real. Dá-lhe também autonomia para trabalhar em função do que este considera ser a EF, de acordo com a interpretação que o mesmo faz ao longo do tempo. Posto isto, o PC assume o papel de mentor, conduzindo, com as ferramentas que dispõem, o processo de mentoria com o estudante-estagiário. De acordo com o dicionário online Priberam (consult. 28/4/2015), “mentoria” é cargo ou função de mentor, relação entre o mentor e a pessoa guiada ou aconselhada por ele.

Como é referido no artigo 7º do Regulamento da Unidade Curricular de EP, o PC tem inúmeras obrigações, que deve corresponder, enquanto orienta os professores estagiários. Estas obrigações são: integrar o professor estagiário na comunidade escolar; elaborar o perfil inicial de cada estagiário e efetuar a avaliação de cada um no final do ano letivo; programar as atividades do NE e orientar os estagiários na efetivação das mesmas, através de um trabalho conjunto com o orientador da FADEUP; e supervisionar a prática pedagógica, realizando sessões semanais de cariz pedagógico-didático com todos os

37

estagiários. Facilmente, estas obrigações são definidas como “uma ação de acompanhamento, orientação e supervisão de atividades práticas ao nível da docência, de alunos que, na continuidade dos conhecimentos teóricos que adquiriram, têm agora que os testar, experimentar e utilizar na prática a fim de aprenderem como funcionam em contexto real” (Rodrigues, 2013, p. 93).

O PC deverá ser um observador constante, capaz de diferenciar os aspetos mais importantes, daqueles que revelam menos importância, emitindo a sua opinião, tendo em conta as individualidades dos estagiários e facilitando a sua integração na prática.

Atendendo aquilo que foi a minha realidade enquanto estagiário, realço o facto de o PC ser o elemento facilitador da ligação da escola com a faculdade. A PC adotou a liberdade e a autonomia como estratégia de orientação. Muitas foram as vezes que ouvi “Arrisca, experimenta, só assim sabes se corre bem ou mal”. A meu ver, esta estratégia traduzindo-se numa importante ferramenta de autossuperação, que funcionou com descoberta guiada e que enriqueceu as minhas aprendizagens. Tudo isto vai ao encontro daquilo que refere (Rodrigues, 2013) quando assume que as estratégias de colaboração devem ser pouco diretivas, de modo a dar espaço ao estudante-estagiário, para que este procure o seu caminho, pois assim é-lhe dada a oportunidade de construir e desenvolver uma postura profissional assente em firmes alicerces de conhecimento.

A orientação efetuada pela professora Felismina possibilitou-me uma vasta aprendizagem, dentro daquilo que o EP possibilitou e por isso, julgo que a minha evolução foi notória. Devo destacar ainda a excelente relação que mantive com a PC ao longo deste percurso, uma das melhores coisas que levo para a minha vida.