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BADENBADEN ADENTRO:

A S COMISSÕES DE TRABALHO

O trabalho com as comissões merece menção, pois através delas aspectos relevantes do aprendizado que envolve a prática de montagem são mobilizados.

Atribuir às integrantes do processo a responsabilidade por determinadas áreas da criação também auxilia a administração do pouco tempo disponível para a elaboração da montagem inal, que evidentemente não cabe nas 10 horas semanais previstas para a disciplina.

Em nosso processo, as integrantes das comissões deveriam optar pela área que lhes interessasse de acordo com suas preferências artísticas, dedicando-se a pesquisar e trazer propostas a partir de deinições tomadas pelo grupo e de sugestões encaminhadas pela direção. Isso gera acertos e conlitos tanto no interior das próprias comissões como consensos ou discordâncias com o grupo todo de integrantes.

Nos protocolos transcritos a seguir, aparecem menções a esse trabalho, evidenciando tanto as conquistas como as frustrações causadas por essa opção.

Nos relatos da comissão de dramaturgia, discussões sobre a interferência pessoal em um texto já escrito e a relação entre texto e encenação aparecem como questões fundamentais às discussões do grupo. Escreve Luísa Bresolin:

O encontro com a equipe de dramaturgia foi mais marcante no início do primeiro semestre, pois estávamos envolvidos na leitura das peças didáticas, encontrando semelhanças e características dessas peças. As reuniões realizadas tiveram por objeto principal a deinição do percurso do Prólogo, aperfeiçoamentos de tradução e cortes do texto.

A criação do percurso teve por base algumas improvisações e depoimentos pessoais, que foram encaixados numa sequência que remetesse ao texto O voo sobre o oceano, peça radiofônica que antecede A peça didática de Baden-Baden sobre o Acordo. Durante as aulas anotamos as ideias do grupo e comentários do professor Vicente sobre as ações que deinitivamente fariam parte da procissão. Então escolhemos trechos signiicativos que ajudariam o público a mergulhar no contexto da peça, trazendo um prólogo que conotasse a viagem sobre o oceano.

As revisões de tradução foram feitas especialmente pelo colega de faculdade, Dimitri Carmolinga, mas também pela Vanessa Civieiro e a Marina Sell, estas integrantes da comissão de dramaturgia. Eu, por não falar alemão, me restringi a apontar os trechos que me pareciam, pelo português, pouco compreensíveis, e ajudar a escolher as opções de tradução. Um exemplo de tradução alterada é o trecho “A Multidão”, que lemos juntos durante o espetáculo.

Por im izemos alguns cortes, especialmente na parte inal da peça original quando o coro dialoga entre si, pelo fato de não termos focado o estudo da peça na individualização das pessoas que integram o coro. A comissão também ajudou nos momentos críticos de decisão de direção, quando ensaiávamos em sala e justiicávamos a manutenção ou não de trechos e a redistribuição de falas.

No protocolo, aparece a dinâmica do processo e do envolvimento da comissão em momentos de deinição dos rumos de BadenBaden. Todo o Prólogo do espetáculo foi experimentado e analisado pela comissão, cujo trabalho cuidadoso foi essencial à tônica desse trabalhoso momento do espetáculo.

No protocolo de Vanessa Civiero, ela também se refere a aspectos mencionados no protocolo anterior, mas relembra da fase inicial do trabalho, quando lemos todas as peças didáticas de Brecht:

Eu gostei muito de ter feito parte da Comissão de Dramaturgia. Além de me interessar muito pelo assunto, em especial os textos de Brecht, foi uma experiência muito interessante e admito que também foi o que me manteve mais empolgada com a disciplina de Montagem Teatral durante o primeiro semestre.

Num primeiro momento, esperamos que todas as peças didáticas requisitadas pelo Professor Vicente fossem lidas e comentadas por nós. A comissão anotou os principais detalhes discutidos, assim como as cenas “preferidas” – que se desejava de alguma forma que fossem inseridas, se assim possível, dentro da própria A peça didática de Baden-Baden sobre o acordo.

Assim, depois de discutidas as peças, a Comissão realizou a sua primeira reunião para realizar uma análise da estrutura da peça que seria encenada e das outras cenas que foram discutidas como possibilidades de também fazerem parte da apresentação. Como já havíamos tido várias aulas desde o começo do semestre até a primeira reunião da Comissão, já havia sido criado o esboço do percurso externo pelo qual o público iria passar antes de entrar no Espaço II, o “Prólogo” do espetáculo. Por isso, o foco dessa primeira reunião foi criar uma Dramaturgia para esse momento inicial. O segundo foco foi veriicar quais seriam as chances de cenas de outras peças didáticas, analisadas e discutidas com o grupo, entrarem também para a apresentação. Com isso, inalizamos a reunião tendo criado o primeiro “roteiro” do espetáculo.

Depois do roteiro deinido outras adaptações foram feitas ao decorrer do semestre, consequentes da estruturação das cenas, ou seja,

durante as aulas da Disciplina com a turma participando, o que culminou no fato de que não foi mais necessário que a Comissão realizasse reuniões, pois as últimas decisões e adaptações estavam sendo realizadas com o grupo. Entretanto, durante as aulas mantivemos sempre contato por email, discutindo todas as alterações feitas.

A dinâmica estabelecida entre o texto original e o trabalho que foi realizado com ele para tecer suas relações com a cena aparece nos protocolos da comissão de dramaturgia. Esse aspecto merece destaque pois o trabalho com o texto e sobre o texto, não só no campo da “adaptação”, mas da própria relação com o material, é um dos já mencionados aspectos de interesse do processo: o texto como modelo de ação.

Aos poucos, foi icando claro que nosso trabalho com o texto não aconteceria de forma a alterar as palavras escritas pelo dramaturgo, mas sim colocá-las em nova perspectiva de acordo com nossa ação em cena, na fricção com os corpos no espaço e no destaque dado às relações que se estabelecem entre o corpo e o gestus das atrizes.

No caso, a estratégia que norteou nossa encenação de BadenBaden foi assumir a potência do próprio texto, e a decisão de mantê-lo praticamente na íntegra foi reforçada quando optamos pela dinâmica que deiniria nossa relação com o público: seriam apenas 25 pessoas por apresentação, e com as pessoas da plateia seria estabelecida uma relação de parceria, procurando testar os limites daquilo que Brecht considerava ser a possibilidade das peças didáticas serem realizadas sem a presença de um público acomodado.

O prólogo inicial seria construído como um percurso externo, no qual eram propostas diversas “estações cênicas”, que guiassem a plateia até a entrada da sala. Essa cena deveria evocar a viagem e a queda do avião, fundindo aspectos do texto O voo sobre o oceano às composições criadas pelo grupo. Porém, uma vez adentrado à sala de espetáculo, os espectadores seriam apresentados ao texto integral de A peça didática de Baden-Baden sobre o Acordo.

No protocolo de Marina Sell tal decisão é questionada:

A comissão de dramaturgia foi um desaio interessante. No início eu não sabia ao certo como procederia ou que funções eu exerceria dentro de tal comissão. Na primeira reunião realizada tentamos elaborar uma sequência daquilo que havia sido construído em aula, assim como criar uma “justiicativa” algo que gerasse uma coesão ao encadeamento de cenas. O que realizamos nessa primeira reunião serviu como uma linha norteadora para o Prólogo, e isso se modiicou deveras durante o processo.

Rapidamente percebemos os limites de nossa atuação como comissão de dramaturgia. O dramaturgo faz a costura da peça e a dá forma, mas com uma peça já pronta o local em que ele interfere se confunde

com aquele em que o diretor atua. Não conseguir visualizar o que seria encaminhado ao longo do processo restringiu a atuação da comissão. (...)

A temática da peça por si só já é capaz de criar controvérsias, e ao rever o caminho que percorremos percebo que atingimos um ponto que satisfez de certa forma a todos. Isso só se deu, entretanto, a partir dos ensaios abertos, e o engraçado é que como parte da comissão de dramaturgia minha atuação maior se deu bem ao inicio do projeto, e o salto maior se deu sem a interferência da comissão. Precisamos apresentar a um público para perceber que havíamos sim construído algo, parecia tudo muito vago até então. A verdade é que a relação com o público foi essencial para ixar e moldar todo o espetáculo.

Para ela, o fato de levar à cena um texto previamente deinido diminui a ação da comissão de dramaturgia. Em certos aspectos ela poderia ter razão, caso consideremos uma visão mais tradicional do papel da dramaturgia como escrita de um texto. Mas ao encararmos a dramaturgia como escrita cênica, a relevância do trabalho foi primordial, dado o suporte constante da comissão nas adaptações feitas a partir de experiências com o modelo de ação. A comissão trazia argumentos feitos a partir de análises que partiam de um estudo mais atento das tensões internas ao texto e sua dimensão material (tradução e elementos como sonoridade e a própria potência das palavras).

No âmbito da produção, as discussões levavam a outros rumos. As diiculdades em organizar eventos para arrecadação de dinheiro foi, sem dúvida, um dos temas que mais contribuíam para divergências entre as integrantes, conforme explicitam os comentários feitos por Nina Bamberg em seu protocolo:

Na comissão de produção acabei optando por icar mais ligada à parte de festas e eventos, no levantamento inanceiro, do que na parte organizacional. Sabíamos que haveria pouco dinheiro para fazer qualquer coisa, então nosso trabalho era arrecadar o máximo possível, para que a montagem tivesse mais liberdade na hora de escolher materiais para trabalhar.

Foram três eventos ao longo do ano, os quais decidimos chamar de BadenBaden. A primeira edição foi a festa do topete, no bar Caravana. Além de ser o aniversário do Vicente, era uma ótima oportunidade de lucro sem muitos gastos. A partir daí, tivemos algum dinheiro para poder começar a comprar os materiais necessários para o espetáculo.

No mês seguinte, izemos um bazar, que dependia da doação de roupas e acessórios de todas, que seriam os produtos vendidos. (...) No dia, Isadora, Gabriela e eu fomos cedo para o local, o The Cofee Shop, e

organizamos o espaço, e apesar de termos chegado lá bastante antes, só conseguimos terminar de preparar as coisas às 17h, horário marcado para o início. Algumas pessoas já estavam lá esperando e o movimento começou assim que abrimos as portas. O bazar foi lucrativo e bastante trabalhoso, tanto no sentido de carga de trabalho, quanto nas discussões que ele gerou. Acredito que grande parte da discussão que se colocou após o bazar veio de uma clara depreciação do trabalho feito pela comissão. O posicionamento que foi colocado revelou que algumas das outras alunas achavam que o trabalho da comissão era fácil demais e que, portanto, deveria estar sendo feito de outra forma. Não acho que valha a pena aprofundar sobre as discussões que existiram, mas fato é que elas foram incrivelmente importantes para acertar o tom da relação entre a turma depois. Acho que se não fosse o bazar, qualquer outra coisa iria gerar aquela discussão, pois as pessoas não estavam respeitando o trabalho umas das outras, mas também não estavam falando nada sobre isso. Assim que o pavio foi aceso, a bomba explodiu e, no im das contas (e apesar de ser uma pena ter que admitir isso) foi uma coisa boa para o grupo e, especialmente, para a relação do Vicente com a comissão.

Quando chegou o terceiro evento, a festa junina, as pessoas estavam muito mais comprometidas com a proposta de trabalho. Tivemos, pela primeira vez, uma participação do grupo tanto na divulgação, quanto no dia do evento. Todas doaram coisas da lista e trabalharam na organização e execução. Acho que essa participação está totalmente conectada com as discussões que ocorreram antes e foi resultado de uma relexão de todos a respeito do trabalho que estávamos construindo e como ele dependia da participação intensa de todos. Conseguimos atingir um público que não nos conhecia ainda, como os estudantes de artes plásticas, que compareceram em peso. Acho que isso foi muito bom para a divulgação do espetáculo que viria depois, porque muita gente se interessou em saber o porquê de estarmos fazendo a BadenBaden.

(...) Vejo a comissão de produção executiva, assim como todas as outras, como uma peça indispensável para todo esse processo. Deu-nos liberdade para não ter que icar lidando somente com o dinheiro da UDESC, que tem que passar por inúmeras burocracias até que tenha o uso liberado. No im das contas, apesar de ser bastante cansativo e estressante participar dessa comissão, eu não me arrependo de ter me disponibilizado a trabalhar nela. Acho que formamos um grupo que fez as coisas acontecerem, mesmo com todos os problemas que foram surgindo.

A longa citação do protocolo de Nina se justiica por expressar, além de uma análise de sua atuação como membro da comissão de produção, o tipo de problema que emerge em um trabalho no quais tantas funções, papeis e discursos se imbricam. Tal aspecto desperta mais interesse quando o tema que norteia o trabalho, o “estar de acordo”, mais que ponto de partida para discussões e mote para elucubrações teóricas, consolidava questões concretas, das nossas próprias diiculdades em aprender a trabalhar e conviver como grupo.

Isso não era restrito ao trabalho das comissões: aparecia também nas nossas diiculdades em expressar verdadeiramente impressões e hipóteses sobre o trabalho; evidenciava-se quando divergências eram aparentemente soterradas, mas surgiam em outros debates que não diziam necessariamente respeito a tal temática, e embora desgastassem a relação harmoniosa do trabalho em grupo, resultaram na construção de um subliminar contrato de respeito entre os parceiros de criação, o qual certamente se manifestou no sentido real que a peça pretende expressar a sua audiência.

Um exemplo de situações delicadas como essa aparece em um protocolo de Vanessa Civiero, no qual a questão é mencionada:

Fizemos novamente a trajetória da Procissão para mostrar à Patrícia as últimas coisas que tínhamos decidido. Irrita-me tudo isso, pelo fato de que algumas pessoas (que estavam na última aula) não se lembrarem onde começava, o que vinha depois, que certas coisas tinham sido ditas, enim, confusão atrás de confusão. Além do que, perdemos tempo passando por tudo novamente e nada sendo decidido. Ao mesmo tempo, ouvi comentários que me interessaram: a maioria não deseja realizar a Procissão, pois acreditam que ela se estendeu em excesso e o pior: não veem sentido em ela ser realizada daquela forma, logo, não veem sentido em ela “existir”. Outro detalhe: chuva, ou seja, um plano B deve ser criado; e mais um detalhe: caso haja apresentação fora da UDESC, a maioria reconhece que a Procissão foi criada daquela forma por conta da arquitetura dos blocos e o uso dessa arquitetura, mas perde-se um pouco o foco ao imaginar isso sendo realizado em outro espaço, em outra cidade que não temos intimidade, por exemplo. Mesmo a ideia de que tudo é um caos, não icará ainda mais desconexa em outro local? Mesmo dentro de todo o caos nós temos a segurança do local e criamos um sentido para cada trecho do percurso por conta da arquitetura, mas quando realizamos a Procissão sem o espaço do ônibus, sem a rampa, sem a “pista de pouso”, que são os principais espaços, como tudo icaria? Como o caos icaria? Acho que teremos uma ideia melhor quando realizarmos o plano B, para o caso de chover. Se conseguirmos criar algo, semelhante à ideia do lado externo, no lado interno e nos sentirmos “satisfeitas”, isso pode nos estimular a também criar em um local diferente.

Como o grupo que se reuniu em torno desse trabalho demonstrava tantas expectativas e interesses, considerávamos que as divergências deveriam ser tomadas como a expressão do anseio de cada integrante pela melhor realização do trabalho.

O aprendizado da convivência, mediada pelo trabalho, talvez seja o aspecto mais trabalhoso de uma disciplina de Montagem Teatral, com as constantes negociações entre os princípios pessoais e as opiniões de outros integrantes, o embate entre visões de mundo e prioridades distintas que nem sempre eram simples de entrar em consenso. Isso sem contar com o terreno das relações pessoais, muitas vezes contaminando discussões que deveriam estar restritas ao campo artístico.

O acordo debatido em parábola no texto de Brecht era exercitado não só como temática do modelo de ação, mas era tomado como conceito efetivo de nossas avaliações do trabalho em grupo. Dessa forma, o grupo que construiu e apresentou BadenBaden discutia o conceito de acordo, mas também tinha que aprender a estar de acordo, embora muitas vezes isso não signiique consenso, mas sim administrar divergências.

Retomando os comentários sobre as comissões, vale destacar o trabalho realizado pela comissão de sonoplastia, que envolveu a sistematização de material elaborado junto a oicinas realizadas com Morgana Martins. Essa pesquisa e criação de instrumentos que produzissem sons para o espetáculo levou em consideração nossa proposta de que o repertório sonoro seria executado pelas próprias atrizes e que os elementos usados para produzir tal som estivessem restritos ao uso de materiais brutos: madeira, metais ou vidros, por exemplo.

Assim Luísa Bresolin descreve parte de seu trabalho nessa comissão:

O meu interesse pela sonoplastia não é recente. Sempre investigo possibilidades sonoras e musicais para compor cenas. As minhas sugestões de referência sonora foram expostas nos depoimentos pessoais: no primeiro, Du hast da banda Rammstein; e no segundo com o mantra Om Dum Durga. Este mantra passou a integrar a dramaturgia de BadenBaden, na cena sete.

Propus sons agressivos de ferramentas para a cena do Sr. Schmitt, reproduzido por mídia, som este enviado por email para as atrizes que faziam a cena. Mas a solução proposta pela Morgana Martins foi muito mais interessante, de preservar o som de ferramentas reais, ao vivo. Morgana foi a responsável pela criação de um repertório sonoro para a peça, desde a procissão até as cenas inais, primando pelos sons diretamente reproduzidos, acabando por pensar o repertório sonoro do espetáculo como um todo.

Por im, a minha participação quanto à sonoplastia da peça deu- se com a criação do Funk da Mercadoria. Já tínhamos a ideia de incluir a Canção da Mercadoria da peça “A Decisão”. Quando o Prof. Vicente enviou um email para o grupo da montagem com a ideia de fazer dela um funk, logo me prontiiquei para pôr essa ideia em prática, com a ajuda de um amigo, Bernardo Flesch, com quem eu já havia feito outras parcerias. Nos

encontramos para discutir a proposta. A familiaridade ajudou, e, arriscando estrofes, escrevendo-as e selecionando as melhores frases construímos a letra, sempre atentos à ideia do texto original. Seu conhecimento sobre a estrutura do funk e habilidade para montar a batida foram cruciais.

Depois de realizada a composição, marcamos um horário no estúdio da UDESC para gravar a primeira versão, para que todos pudessem ouvi-la. Veriicou-se a necessidade de aumentar a introdução da música para termos mais tempo de transição entre as cenas. Feito isso, estava concluído o trabalho.

As tarefas da comissão, como podemos ver, não foram poucas. Como realizavam os efeitos sonoros durante a apresentação, inclusive intercalando tais intervenções a textos e cenas inteiras, foi fundamental o processo instaurado por Morgana Martins, que uniu o aprendizado de elementos fundamentais da linguagem musical (som, ritmo, composição) à elaboração do repertório.

A comissão de igurinos contaria, inicialmente, com o apoio da igurinista Alice Assal, que havia manifestado interesse em acompanhar o processo. Por problemas de saúde, sua participação foi limitada, embora mereça crédito. Dessa forma, Mirella Granucci e Luísa Bresolin encabeçaram essa dimensão fundamental da encenação.

A partir de pesquisas sobre referências oriundas do texto, mais especiicamente ao estilo das roupas de aviadores na década de 20, elas conceberam a linguagem dos