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Fundamentação teórica

A TORES ORGANIZACIONAIS

DESCRIÇÃO REFERÊNCIAS

Ativista do conhecimento

Energiza o processo de criação do conhecimento, sendo importante na

criação de redes de conhecimentos

Krogh, Ichijo e Nonaka (1997)

Gerente da rede

Coordena a interface de troca de conhecimentos entre diferentes

organizacionais

Powell (1998) Sentinela tecnológica Altamente exposto a conhecimentos Leonard-Barton

(1998) Atravessador de fronteiras

Amplia a capacidade de absorção de conhecimentos externos por conhecer profundamente os mundos das fontes e

do receptor de conhecimento

Leonard-Barton (1998)

Dissidente

Estimula novas formas de enxergar os problemas e a geração de soluções

menos convencionais

Nemeth (1997)

Quadro 6(3) – Novos atores organizacionais identificados para a GC. Fonte: compilação dos pontos dos autores supracitados.

3.3.5 Tecnologia da informação

Define-se a tecnologia da informação como “o conjunto de recursos não- humanos empregados na coleta, armazenamento, processamento e distribuição da informação” (AUDY;ANDRADE;CIDRAL, 2005, p. 187).

A evolução da aplicação de tecnologia da informação às organizações é geralmente descrita seguindo três eras: processamento de dados, gerenciamento de sistemas de informações (MIS – Management Information Systems) e os sistemas de informações estratégicas (SIS – Strategic Information Systems). Cada uma dessas eras apresenta características e objetivos distintos no que diz respeito à aplicação da TI (PEPPARD; WARD, 2004). Além disso, as organizações estejam no setor industrial,

comercial ou governamental vêm apresentando, para o seu funcionamento diário, um grau crescente de dependência de seus sistemas de informação, a ponto de Rockart (1988, p. 57) afirmar: “a tecnologia de informação se tornou inextricável e entrelaçada aos negócios”.

A TI é, de fato, a infra-estrutura que permite armazenar, buscar, recuperar, copiar, filtrar, manipular, visualizar, transmitir e receber informação (SHAPIRO;VARIAN, 1999). Assim, a TI abrange os métodos, as técnicas e as ferramentas para o planejamento, desenvolvimento e suporte dos processos de utilização da informação (AUDY;ANDRADE;CIDRAL, 2005).

Para Gordon e Gordon (2006, p. 6-7) a TI inclui:

• Hardware. Refere-se ao equipamento utilizado no processamento eletrônico das informações;

• Software. Fornece as instruções, na forma de código de computador e sua documentação correspondente, para processar eletronicamente os dados; • Os sistemas de gerenciamento de banco de dados. Oferecem veículos para

armazenar e dar suporte ao processamento de grandes quantidades de informações de negócios. Além disso, esta tecnologia permite aos gestores facilmente acessar, classificar e analisar bancos de dados de informação das mais variadas formas;

• Tecnologias de comunicação de dados. Representam especificamente as redes das empresas e a Internet que aperfeiçoaram significativamente a comunicação das informações a pequenas e grandes distâncias.

Já na perspectiva de Luftman (1996), a TI pode ser dividida em dois segmentos: um engloba a infra-estrutura, composta pelo hardware, software, redes, Internet e banco de dados; o outro é formado pela estratégia e informação, conforme a figura 4.

Figura 4(3) – Objetivos de gestão com a tecnologia da informação Fonte: adaptado de Luftman (1996).

Na atual conjuntura empresarial, observa-se que a tecnologia da informação tem significativa relevância em diversos fatores (BIO, 1985; MCGEE; PRUSAK, 1994;

HARRISON et. al.,1997;MAXIMIANO,2000;STÁBILE;CAZARINI,2000;ALBERTIN,2001; PRATES,2002;MORAES;ESCRIVÃO FILHO,2004;MARCHAND et. al., 2004), tais como:

• Presença em todos os processos administrativos e produtivos, apoiando o processo de inovação no desenvolvimento de novos produtos e serviços, bem como facilitando o crescimento e as novas iniciativas;

• Auxílio prestado na tomada de decisão e na melhoria da eficiência das operações empresariais;

• Capacidade de alterar muitas atividades gerenciais, mão-de-obra, profissões e ramos de negócios;

• Aprendizado e aperfeiçoamento da produtividade individual;

• Gerenciamento de volumes e complexidade dos dados empresariais; • Ganho de produtividade por automatizar trabalhos repetitivos;

• Representar uma das mais poderosas influências no planejamento das organizações podendo, inclusive, colaborar com a estratégia competitiva das empresas, proporcionando vantagens competitivas.

A importância estratégica atribuída à TI faz com que algumas organizações a considerem como um dos mais importantes investimentos, ainda que para os administradores seja, às vezes, difícil avaliar o retorno real de tal investimento (TEO et.

al., 2000). Há ainda autores argumentando que a política institucional da organização deve ser aquela em que a alta administração efetivamente dirija a TI, pois do contrário, estará abrindo mão, em favor dos especialistas, de suas prerrogativas no processo de tomada de decisão. Por sua vez, o alinhamento do planejamento estratégico dos negócios com o de TI permite uma certa congruência entre a gestão estratégica de TI e a gestão estratégica dos negócios, sendo considerado poderoso meio alavancador de mudanças na organização (MORTON, 1991; MEIRELLES, 1994; VENKATRAMAN, 1994; SANTOS,2005).

Ressalta-se que o debate atual não está restrito apenas à discussão da TI como função estratégica ou não, mas sim à sua utilização, de modo a tentar alavancar novos negócios e transformar antigos processos, alinhando-a às estratégias de negócio da organização (MEIRELLES, 1994; VENKATRAMAN, 1994).

Diversos autores concordam que a TI pode promover mudanças no contexto organizacional, daí Venkatraman (1994) sugerir que o processo de informatização da TI pode vir a ser um indutor do processo de rearranjo organizacional. Já Henderson (1990),

afirma que o uso efetivo da tecnologia de informação, no contexto de acirrada concorrência, constitui-se um elemento estratégico competitivo crítico.

Por conseguinte, nota-se um crescente reconhecimento da importância da TI para os negócios, apesar de, ainda nos meados dos anos 1990, as empresas encararem a TI como mera ferramenta para melhorar a eficiência e o controle e nem todas as organizações alertarem-se para a necessidade de utilizá-la para a obtenção de vantagens competitivas (MEIRELES, 1994). Todavia, é preciso esclarecer que não se obtém vantagens competitivas unicamente com a utilização da TI, mas a sua importância para tal objetivo vem aumentando significativamente com a importância atribuída à informação e ao conhecimento e a sua gestão.

3.4 Gestão da informação

Para Choo (1998), a partir da segunda guerra mundial, a relação entre organização e ambiente passou a ser objeto de estudos mais detidos, a ponto de se identificar na teoria das organizações três modos de análise dessa relação: o ambiente externo como fonte de informação, como fonte de recursos ou como fonte de variação para a organização (ALDRICH;MINDLIN, 1978; ALDRICH, 1979). Para a presente seção, apenas o primeiro modo será desenvolvido a seguir.

O modo que considera o ambiente externo como fonte de informação para a organização recebeu uma contribuição inicial de Dill (1958; 1962), para quem a melhor forma de analisar o ambiente não seria através da identificação de outras empresas ou sistemas, mas sim “tratar o ambiente como a informação que se torna disponível para a organização ou a quem a organização, através da atividade de pesquisa, pode ter acesso” (DILL,1962,p.96).

Dito de outro modo, as mudanças, eventos e tendências que acontecem no ambiente externo criam continuamente sinais e mensagens que as organizações detectam e recebem como informações que auxiliam na adaptação delas às novas condições. Essa perspectiva informacional do ambiente externo está presente em diversas pesquisas nas quais perpassa a idéia de que por ser o ambiente externo intrinsecamente incerto, um dos desafios gerenciais básicos é procurar conviver com essa incerteza (BURNS; STALKER,1961; LAWRENCE; LORSCH,1967; THOMPSON,1967;

Um desdobramento dessa perspectiva informacional do ambiente externo é o desenvolvimento de teorias que tratam as organizações como sistemas de processamento de informações. Esse processamento busca compreender e prever como as organizações percebem, interpretam, armazenam e recuperam o estímulo exterior; transmitindo a informação, gerando percepções e resolvendo problemas (LARKEY; SPROULL, 1984). Desempenhando o papel de capacitar os gestores a solucionarem problemas que comprometam o alcance dos objetivos organizacionais com o eficiente uso de seus recursos, a informação passa a ser considerada também um recurso (BEUREN, 2000).

Como recurso organizacional, a informação deve ser mensurada de alguma forma para a determinação de sua qualidade e posterior possibilidade de gerenciamento. Para Lesca e Almeida (1994), a informação organizacional de qualidade pode ser aplicada em diferentes contextos, de acordo com o quadro 7.

APLICAÇÃO DA INFORMAÇÃO SIGNIFICADO

Fator de apoio à decisão Permite a redução da incerteza na tomada de decisão e a realização de escolhas com o menor risco e no momento certo

Fator de produção Possibilita a criação e introdução no mercado de produtos ou serviços de maior valor adicionado

Fator de sinergia A qualidade do fluxo informacional existente proporciona o intercâmbio de idéias e informações entre as unidades organizacionais

Fator determinante de comportamento Exerce influência sobre o comportamento dos indivíduos e dos grupos dentro e fora da organização

Quadro 7(3) – Aplicações da informação na organização Fonte: adaptado de Lesca e Almeida (1994).

Davenport (1998a) e Cassaro (1999) observam que a informação representa uma classe particular entre os ativos da organização que a sua gestão está sujeita a desafios específicos. Tal particularidade da informação quando comparada aos outros ativos organizacionais está relacionada às leis que definem o comportamento da informação como bem econômico e que foram elaboradas por Moody e Walsh (1999), como apresentado pelo quadro 8.

LEIS DA INFORMAÇÃO SIGNIFICADO