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Parte I 1 Perceção dos níveis de Conectividade da Web

(2013) LOS MOOCS, SU EVOLUCIÓN Y SU ALTERNATIVA: EL APRENDIZAJE PERSONALIZADO VI Jornadas de Redes de Investigación en Innovación Docente de la UNED Sesión Plenaria “El presente y futuro de

5. Recomendações às Instituições Académicas e aos Professores

5.2. A Abordagem do Ponto de Vista Semântico

A dimensão semântica da tecnologia traz consigo a possibilidade de humanizar a tarefa educacional, mas isso implicará francas alterações em termos da liderança, da pedagogia e das funções docentes. As recomendações que aqui deixo serão apenas sugestões, cuja funcionalidade dependerá, antes de mais, de uma mudança de atitude perante a forma como a aprendizagem no século XXI se faz, reconhecendo que a universidade já não é detentora do monopólio do conhecimento, mas que é e será, por muitos e longos anos, detentora do monopólio da validação e certificação do conhecimento, de um certo tipo de conhecimento que terá, cada vez mais, de responder às necessidades de uma sociedade em mudança.

Com a dimensão social, todos ganhamos mais conhecimento; trata-se, agora, de ganhar melhor conhecimento, de forma mais eficaz. A Universidade coexistirá com a Multiversidade (Franco, 2012) e, apesar de não a acompanhar em ritmo, na verdade tem e terá um corpus de conhecimento constituído (mais ou menos flutuante) aceite e reconhecido pela sociedade. Por isso, persistirá e perdurará juntamente com o facto de ser a entidade mais credenciada, socialmente, na certificação de conhecimentos e competências.

A centralidade das instituições superiores de educação passará, obrigatoriamente, pelas seguintes características:

 Desenvolvimento de capacidades;  Pensamento crítico;

 Partilha de conhecimentos, ideias e experiências;

 Construção de ambientes personalizados de aprendizagem;

 Criação de novas ideias e de soluções úteis às pessoas, comunidade(s), instituições, empresas e à sociedade (a criatividade aliada à utilidade);

 Disseminação de novos ideais;

 Criação de uma perspetiva holística e transdisciplinar de análise de todos os problemas e situações.

Com base na pesquisa efetuada no domínio da web semântica e da sua abordagem à personalização, recomenda-se às Universidades:

# Adoção de uma posição heutagógica da educação centrada no desenvolvimento de capacidades e não somente de competências; ser capaz de fazer uso das competências é

sinal de inteligência auto-eficaz (Kenyon, 2001) e ser capaz do uso dessa auto-eficácia é o que mais facilmente permite o ser humano a adaptar-se a um mundo em mudança; # Apostar numa forte educação ética que privilegie o questionamento (pensamento crítico), o sentido de cidadania e de humanidade eficaz e ativa, promovendo, assim, a sabedoria prática que alia a inteligência, nas suas diferentes dimensões, com as situações vividas (circunstâncias) sejam elas de caráter pessoal ou social;

# Criação de múltiplas ofertas da universidade em modelo de elearning e blearning, possibilitando a opção aos interessados de um destes modelos de ensino (de acordo com as suas características pessoais e sociais);

# Criação de momentos privilegiados de partilha de conhecimentos e experiências que sejam feitos presencialmente (que darão lugar à vulgar aula) tais como:

 conferências que, a manterem a sua forma tradicional, deverão decorrer em locais onde professores e alunos partilhem experiências, conhecimentos, ideias;  espaço aberto (OST);

 workshops;

 resolução de problemas;  discussão de dilemas;  brainstorming;  role-playing;

# As Universidades que ainda não construiram, colaborativamente, espaços de aprendizagem abertos, na rede, deverão fazê-lo, sob pena de perderem, por um lado a dimensão da informação, do conhecimento e dos interesses (dos potenciais ‘consumidores’ dos seus cursos) e, por outro, a dimensão da colaboração;

# Cada universidade deverá construir colaborativamente um repositório de recursos educacionais abertos. Como? A partir dos trabalhos académicos dos professores e dos alunos, cuja avaliação (crivo de validade dos mesmos) deverá ser, não apenas, numa dimensão de superioridade (professor-aluno), mas sim também interpares (aluno-aluno). # Promover o trabalho de investigação científica em co-autoria (interpares e de professores com alunos - com co-validação científica -) e expô-los na rede através de repositórios de REAs, para que os mesmos possam ser alvo de pesquisas inteligentes e de recriações com intervenção de tecnologia semântica dando-se assim crédito às universidades, pela qualidade dos recursos disponibilizados em acesso aberto;

# As universidades não devem apenas “estar na rede”, mas devem, também, “estar em rede” - o que constitui um desafio de caráter institucional para a criação de trabalho científico em co-autoria entre universidades, por um lado, e de cursos (MOOC) que façam interagir conteúdos e contextos com o auxílio dos dados vinculados na nuvem informacional - MOOC com a presença da tecnologia analítica (um MOOC deverá apresentar diferentes caminhos em termos dos conteúdos, de timmings e de avaliação (centrada nos processos e não nos resultados) que possam ser escalados com base em dados analíticos recolhidos na nuvem de dados linkados);

# A reestruturação curricular nos primeiros anos académicos (licenciatura) é um momento central que, auxiliada pela tecnologia semântica, pode surtir resultados muito interessantes. Esta reestruturação implicará que as vulgares disciplinas deem lugar a áreas de aprendizagem mais abrangentes, implicando um trabalho coordenado entre professores (nunca menos de dois de áreas específicas, convergentes ou divergentes, dependendo do propósito) e ambientes colaborativos entre professores e alunos, construídos na rede e em rede;

# A criação de ambientes personalizados de aprendizagem pelo rastreamento dos dados (comportamentos) dos alunos que levará à apresentação de percursos alternativos para cada aluno, podendo, para cada um, haver um cruzamento diferente de áreas que levem à criação de campos de especialização (mestrado) diferenciadas, criadas à medida de cada um e assentes em resolução de problemas, criação de novas ideias ou teorias que possam ter uma dimensão de utilidade associada;

# Assente numa metanoia, os graus mais elevados de reconhecimento académico (Doutoramento e Pós-Doutoramente) teriam, obrigatoriamente, de comportar projetos de reconhecida utilidade para a comunidade científica e para a sociedade em geral (dados recolhidos pela análise analítica - em cada universidade deverá abrir um número limitado de projetos relacionados com as suas áreas prioritárias de intervenção -) e de ser elaborados por diferentes pessoas, de diferentes áreas de especialização e, sempre que possível, integrados em diferentes universidades;

# A personalização dos processos de aprendizagem levará à personalização da função do professor o qual passará a ser, simplesmente, um tutor e facilitador que acompanha o aluno nas suas decisões (por mais que o caminho sugerido pela máquina não seja o decidido pelo aluno) nas suas capacidades e incapacidades, nas suas facilidades e dificuldades e que caminha, lado a lado, com ele, no processo de aprendizagem, facilitando ou dificultando (para abrir novas perspectivas), conforme o caso;

Assente numa perspectiva heutagógica, conectivista, rizomática e analítica, as instituições académicas terão a capacidade de construir um corpus de conhecimento de qualidade que acompanhe a constância de um mundo em mudança dando, assim, resposta às necessidades criadas por essa mesma sociedade que, apelando à criatividade, será capaz de valorar a aprendizagem dos que as procuram, preparando-os para esse mundo em mudança, por um lado, e criando ideias e ideais que, por outro, se disseminam, valorando a própria instituição e os que dela são parte.