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Parte I 1 Perceção dos níveis de Conectividade da Web

1.3. A Especificidade da Web Semântica

1.3.2. Big Data e o Poder da Computação

Professor no MIT e pioneiro na área, Alex ‘Sandy’ Pentland refere que Big Data (...) é a informação sobre o comportamento das pessoas em vez da informação sobre as suas vidas. É sobre o comportamento dos clientes, funcionários, e as perspetivas para o seu novo negócio. Não é sobre as coisas que coloca no Facebook, e não é sobre as suas pesquisas no Google, que é o que a maioria das pessoas pensa, e não é de dados de processos internos à empresa e RFIDs. Este Big Data vem de coisas como dados de localização vindos do seu telemóvel ou cartão de crédito, são as pequenas migalhas de dados que deixa atrás de si enquanto se movimenta no mundo.28(Pentland, 2012, §2)

Big Data é muito mais do que dados; Big Data é sobre as pessoas e os seus relacionamentos (o que cada pessoa é, faz, onde passa tempo, o que compra, onde compra, o seu grupo de amigos, quais são virtuais e quais não o são... entre muitos outros relacionamentos possíveis). Big Data são os dados relacionados com as pessoas; são as pequenas pistas ou ‘migalhas’ (breadcrumbs) que cada um vai deixando de si no mundo (físico) através de dispositivos indispensáveis à sua vivência (como telemóvel ou cartão de crédito) e que vão entrando na rede de dados; esses dispositivos vão inserindo coisas acerca de cada uma das pessoas na rede e esta vai, de forma inteligente,

28(...) It's about the behavior of customers, employees, and prospects for your new business. It's not about the things

you post on Facebook, and it's not about your searches on Google, which is what most people think about, and it's not data from internal company processes and RFIDs. This sort of Big Data comes from things like location data off of your cell phone or credit card, it's the little data breadcrumbs that you leave behind you as you move around in the world.

interconectando os dados (as informações) disponíveis. Como afirma Pentland “O que essas migalhas dizem é a história da sua vida”29(2012, §3), pelo que se compreende que Big Data é a pegada digital que cada um de nós vai deixando na rede para ser lida e interligada; é, por outras palavras, sobre o comportamento das pessoas e a possibilidade da sua análise.

Pentland afirma que, pela análise destes dados, pode dizer-se muito acerca de alguém, podendo, também, inferir-se muitas outras coisas relativamente aos comportamentos tidos até então (encontrando-se um padrão de constância na irregularidade das ações de um indivíduo). Isto só é possível pela quantidade de informação determinada pelo contexto social, educacional, médico, entre outros, os quais são o reflexo virtual do indivíduo na rede. Big Data mostra as conexões que causam determinada situação pessoal ou evento social (quando transpostas as mesmas diretrizes para a sociedade e suas múltiplas estruturas, como a financeira ou educativa,por exemplo). Big Data não deixa de fora as pessoas, muito pelo contrário, as pessoas são centrais, pois é na relação pessoa-máquina que reside o equacionamento virtual e o futuro do sistema social.

O caminho da web é, antes de mais, um caminho de personalização, no sentido do encontro da singularidade de cada um que se vai construindo de forma integrada, originando a perspetiva de um futuro promissor, no que diz respeito à tecnologia ao serviço do ser humano. Atualmente, a dimensão tecnológica, porque está em franca expansão, é demasiado notável; dentro em breve será invisível mas, inevitavelmente, enraizada na vida humana. Big Data é um prenúncio disso que, acompanhado da tecnologia semântica, terá sérias repercussões no modo como o ser humano se relaciona, vive e aprende. Veja-se, a seguir, um exemplo disso:

(...) os programas de tradução de idiomas podem ser guiados por modelos de linguagem estatísticos gerados pela análise de bilhões de documentos nos idiomas de origem e de destino, bem como os documentos multilingues, como as atas das Nações Unidas. Indexadores de rede especializados procuram documentos em diferentes níveis de leitura para ajudar o ensino da Língua inglesa para alunos da fase inicial para adultos. Uma rede conceptual de associações substantivo-verbo foi construído com base em combinações de palavras encontradas em documentos da web para orientar um projeto de pesquisa na Universidade Carnegie Mellon em que imagens de ressonância magnética são utilizados para detetar como os o

cérebro humano armazena informações.30 (Bryant, Katz, Lazowska, 2008,

p. 2)

Caracterizada pelo volume, velocidade e pela variedade, “Big Data é um termo que descreve grandes volumes de alta velocidade, de dados complexos e variáveis que exigem técnicas e tecnologias avançadas para permitir a captura, armazenamento, distribuição, gestão e análise da informação."31(Mills, Irakliotis, Carlson, Lucas, Rappa, Perlowitz, 2012, p. 10). A título ilustrativo, mas representativo dessa ideia, apresenta-se a imagem 4 que mostra as características que tem Big Data (Mills et al., 2012) fazendo, ao mesmo tempo, uma descrição de cada uma, a análise dos seus atributos e refere-se, também, os dispositivos que em cada característica se especifica.

30For example, language translation programs can be guided by statistical language models generated by analyzing

billions of documents in the source and target languages, as well as multilingual documents, such as the minutes of the United Nations. Specialized web crawlers scan for documents at different reading levels to aid English- language education for first graders to adults. A conceptual network of noun-verb associations has been constructed based on word combinations found in web documents to guide a research project at Carnegie Mellon University in which FMRI images are used to detect how human brains store information.

31“Big Data is a term that describes large volumes of high velocity, complex and variable data that require advanced

techniques and technologies to enable the capture, storage, distribution, management, and analysis of the information.”

Imagem 4: Características de Big Data