• Nenhum resultado encontrado

Acórdão 6 Agravo interno no agravo em recurso especial nº 884185 – São Paulo

4.1 APRESENTAÇÃO DAS DECISÕES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

4.1.6 Acórdão 6 Agravo interno no agravo em recurso especial nº 884185 – São Paulo

Trata-se de acórdão proferido na data de 23 de agosto de 2018, tendo como relator o Ministro Lázaro Guimarães (Desembargador convocado do TRF 5ª Região), da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça, estando a ementa do presente acórdão, bem como os entendimentos da decisão, colacionados a seguir:

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.

INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE POST MORTEM. IRMÃS PATERNAS. EXAME DE DNA. RECUSA. SÚMULA 301/STJ. REVOLVIMENTO DE

ACERVO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBLIDADE. EMBARGOS

PROTELATÓRIOS. APLICAÇÃO DE MULTA. REEXAME DOS FATOS. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO DESPROVIDO. 1. Inexistindo a prova pericial capaz de propiciar certeza quase absoluta do vínculo de parentesco (exame de impressões do DNA), diante da recusa das irmãs paternas da investigada em submeter-se ao referido exame, comprova-se a paternidade mediante a análise dos indícios e presunções existentes nos autos, observada a presunção juris tantum, nos termos da Súmula 301/STJ. Precedentes. 2. Concluindo as instâncias ordinárias pela procedência do pedido deduzido em sede de investigação de paternidade também com amparo nas demais provas coligidas nos autos, a inversão do decidido esbarra no óbice contido na Súmula 7 do Superior Tribunal de Justiça. 3. O Tribunal de origem, soberano no exame do acervo fático-probatório dos autos, entendeu pelo evidente intuito protelatório dos embargos de declaração, razão pela qual a pretensão de afastamento da multa prevista no art. 538, parágrafo único, do CPC de 1973 encontra óbice na Súmula 7 deste Sodalício. 4. Agravo interno desprovido. (BRASIL, 2018c).

Refere-se a um agravo interno, contra decisão, que não conheceu o recurso especial, em que o agravante afirmou que não se tratava de uma reanálise de provas, mas sim de não haver

provas e que não poderia ser imposta multa, pois os embargos de origem não eram protelatórios. Não houve impugnação.

O Ministro relator afirmou que este agravo não merecia prosperar, pois as irmãs paternas se negaram a realizar o teste de DNA, e com isso a presunção de paternidade poderia ser aplicada. Em primeiro momento, todas foram intimadas para a realização do teste, sendo que somente a autora compareceu, mostrando seu real interesse. Após foi realizada a exumação do corpo, entretanto não havia material genético o suficiente para a realização do DNA. Foram feitas outras tentativas de provas possíveis, mas não foi obtido êxito. Destaca-se que se as filhas do falecido realizassem os exames iria facilitar e acelerar o processo. As testemunhas não ajudaram na descoberta de um possível relacionamento entre a genitora da autora com o possível pai. Assim, inexistindo a prova pericial capaz de propiciar certeza do vínculo de parentesco e ante a recusa das irmãs paternas da investigada em submeter-se ao referido exame, comprova-se a paternidade mediante a análise dos indícios e presunções existentes nos autos, observada a presunção juris tantum, nos termos da Súmula 301 do Superior Tribunal de Justiça. Nesta linha, a parte agravante não deduziu argumentação capaz de modificar a decisão.

Sendo assim, por unanimidade, da Quarta Turma, ao apreciar o processo, decidiu negar o provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.

4.1.7 Acórdão 7. Agravo interno no agravo em recurso especial nº 1347100 – São Paulo

Trata-se de acórdão proferido na data de 08 de maio de 2019, tendo como relator o Ministro Raul Araújo, da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça, estando a ementa do presente acórdão, bem como os entendimentos da decisão, colacionados a seguir:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE POST MORTEM. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. DESERÇÃO DO RECURSO ESPECIAL AFASTADA. FUNDAMENTAÇÃO RECURSAL DEFICIENTE. SÚMULA 284/STF. AGRAVO INTERNO PROVIDO. RECURSO ESPECIAL NÃO CONHECIDO. 1. Agravo interno contra decisão da Presidência que não conheceu do agravo, em razão de deserção do recurso especial. Reconsideração. 2. Alegação de ofensa a dispositivo constitucional é matéria própria de recurso extraordinário, sendo incabível sua apreciação em recurso especial, sob pena de usurpação da competência constitucionalmente atribuída ao eg. Supremo Tribunal Federal (CF, art. 102). 3. A ausência de particularização dos dispositivos de lei federal em tese violados pelo aresto recorrido, bem como de argumentos mínimos necessários à demonstração da ofensa alegada, caracteriza deficiência de fundamentação, conforme pacífico entendimento desta Corte Superior, fazendo incidir o óbice da Súmula 284/STF. 4. "A interposição de recurso especial não é cabível quando ocorre violação de súmula, de dispositivo constitucional ou de qualquer ato normativo que não se enquadre no

conceito de lei federal, conforme disposto no art. 105, III, 'a' da CF/88" (AgRg no AREsp 27.191/SC, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 20/03/2012, DJe de 23/03/2012). 5. Agravo interno provido para, afastando a deserção, conhecer do agravo a fim de não conhecer do recurso especial. (BRASIL, 2019).

Cuida-se de um agravo interno, contra decisão proferida pelo Ministro Presidente do Superior Tribunal de Justiça, que recusou por falta de comprovação do preparo do recurso especial.

Após a regularidade do preparo, foi reconsiderada a decisão anterior e passou a novo exame do agravo em recurso especial, uma vez que a coleta do material genético para a realização do exame de DNA foi feita no túmulo errado. As Súmulas e artigos citados não foram violados e nem se enquadraram no conceito de lei federal, como também não foi juntada nenhuma jurisprudência a fim de demonstração.

Sendo assim, por unanimidade, a Quarta Turma, ao apreciar o processo, deu provimento ao agravo interno, para, afastando a deserção, conhecer do agravo, a fim de não conhecer do recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.

4.1.8 Acórdão 8. Agravo interno no agravo em recurso especial nº 1651067 – Rio Grande do Sul

Trata-se de acórdão proferido na data de 03 de março de 2020, tendo como relator o Ministro Raul Araújo, da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça, estando a ementa do presente acórdão, bem como os entendimentos da decisão, colacionados a seguir:

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. FAMÍLIA. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE E ALIMENTOS. NULIDADES PROCESSUAIS. ALEGAÇÕES DE VIOLAÇÃO AO ART. 1.022 DO CPC/2015. INOVAÇÃO RECURSAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA VENTILADA NO RECURSO ESPECIAL. SÚMULA 211/STJ. FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO

NÃO IMPUGNADOS. RAZÕES RECURSAIS DISSOCIADAS DOS

FUNDAMENTOS DO JULGADO ATACADO. APLICAÇÃO DAS SÚMULAS 283 E 284 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE POST MORTEM. AVÓS E IRMÃOS PATERNOS. DNA.

RECUSA. SÚMULA 301/STJ. PROVA INDICIÁRIA ROBUSTA E

CONVINCENTE. SÚMULA 7/STJ. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE

PATERNIDADE. TERMO INICIAL DA VERBA ALIMENTAR. DATA DA CITAÇÃO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 277/STJ. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO. 1. Somente em sede de agravo interno, alegou-se violação ao artigo 1.022 do Novo Código de Processo Civil, tema que nem sequer foi aventado nas razões de recurso especial ou do agravo interposto, o que caracteriza inovação recursal. 2. Fica inviabilizado o conhecimento de temas trazidos no recurso especial, mas não

debatidos e decididos nas instâncias ordinárias, porquanto ausente o indispensável prequestionamento. Incidência da Súmula 211 do Superior Tribunal de Justiça. 3. A ausência de impugnação, nas razões do recurso especial, de fundamento autônomo e suficiente à manutenção do acórdão estadual atrai, por analogia, o óbice da Súmula 283 do STF. 4. É inadmissível o inconformismo por deficiência na sua fundamentação quando as razões do recurso estão dissociadas do decidido no acórdão recorrido. Aplicação da Súmula 284 do Supremo Tribunal Federal. 5. Inexistindo a prova pericial capaz de propiciar certeza quase absoluta do vínculo de parentesco (exame de impressões do DNA), diante da recusa dos avós e dos irmãos paternos do investigado em submeter-se ao referido exame, comprova-se a paternidade mediante a análise dos indícios e presunções existentes nos autos, observada a presunção juris tantum, nos termos da Súmula 301/STJ. Precedentes. 6. Concluindo o Tribunal de origem que são robustos, fortes e convincentes os indícios e presunções apresentados pela autora, é inviável o reexame desse fundamento em sede de recurso especial, ante o óbice da Súmula 7/STJ. 7. Em ação de investigação de paternidade cumulada com pedido de alimentos, o termo inicial destes é a data da citação, e não a da sentença que os concede. Incidência da Súmula 277/STJ. 8. Agravo interno a que se nega provimento. (BRASIL, 2020b).

Cuida-se de um agravo interno, contra decisão monocrática, que negou o recurso especial. O agravante, em suas razões recursais, reiterou as questões defendidas no recurso desprovido. A agravada foi intimada, mas não apresentou impugnação.

O Ministro relator, em seu voto, aduziu que o agravo não merecia prosperar. Conforme delineado na decisão, a alegação quanto à prova da filiação se deu no início de prova escrita pelo suposto pai. A realização do DNA não decorreu por recusa do avô, mas sim pela impossibilidade do mesmo em comparecer. A prova testemunhal gerou convicção, quanto à paternidade, além de que todos confirmaram a existência de relacionamento afetivo entre a mãe da autora e o investigado. Além disso, a recusa imotivada da parte investigada em se submeter ao exame de DNA, presume a paternidade, conforme a Súmula 301 do Superior Tribunal de Justiça.

Diante dos fatos, as razões recursais não trouxeram nenhum argumento capaz de modificar a decisão monocrática, sendo assim, por unanimidade, da Quarta Turma, ao apreciar o processo, negou provimento ao agravo interno nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.