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A análise de dez decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça acerca da investigação de paternidade post mortem, pelas quais foi possível verificar a dificuldade, na maioria dos casos, da produção de provas, especialmente, do filho havido fora do casamento ou de genitores solteiros que não mantém relacionamento aparente. Contudo, a prova

testemunhal ajuda a esclarecer os fatos, além da prova documental, e, principalmente a prova pericial, do exame de DNA. Em alguns casos ambos os genitores já são falecidos, impedindo a prova oral. Por esse motivo, o exame de DNA é o meio mais eficaz, que permite ao filho produzir na ação investigatória prova segura, muito ligada a prova plena e robusta, revestida de certeza, e se a parte ré recursar-se submeter ao exame, com o intuito de dificultar o processo, será entendido como sendo a presunção de paternidade.

Diante dos fatos, ao observar as decisões analisadas a maioria presumiu a paternidade, pela negativa em realizar o exame de DNA, fazendo o uso da Súmula 301 do Superior Tribunal de Justiça, junto com a Súmula 07 também do Superior Tribunal de Justiça, que diz que não é válido reexames em recurso especial.

Dentre os argumentos foi possível retirar que as partes investigadas não concordavam com a vinculação da Súmula 301 do Superior Tribunal de Justiça, como no caso do primeiro acórdão, onde aduz não comportar interpretação extensiva, entretanto no terceiro acórdão o relator deixa bem claro que a presunção não se limita à pessoa do investigado, alcançando também os réus, no caso, os familiares e que ao negar a realização do exame de DNA, haverá a presunção de paternidade.

O exame de DNA, como mencionado anteriormente, quando não é possível a realização da coleta de material genético nos filho vivos é possível, em último caso, a realização da exumação, no segundo acórdão a solicitação de exumação foi dispensada, pelo fato de que para realizar a tal ato é necessário muitos cuidados e correm o risco de não haver material genético o suficiente, que foi o que aconteceu no acórdão, como foi o que aconteceu no quarto acórdão. Porém todo o procedimento para a realização deve ser feito com o máximo de cautela e certeza, com destaque para o sétimo acórdão, onde o DNA foi realizado com o tumulo errado.

Além de toda essa dificuldade mostrada, existe também o tempo para que a exumação seja realizada, como aconteceu no terceiro e no quarto acórdão, nos quais a exumação aconteceu depois de 30/40 (trinta ou quarenta) anos, e não conseguiram realizar, por falta de material genético, além da dificuldade quanto ao tempo, no quarto acórdão tivemos um fato diferente, que foi a impossibilidade de realizar o exame de DNA contra todos os irmãos, que totalizam sete, e com tantas possibilidades de combinação genética, em algum momento os genes iriam se alinhar, mas não necessariamente por existir a irmandade.

Outras provas que foram importante dentre as decisões selecionadas tivemos a prova oral e a documental, na qual a prova oral foi definitiva para a confirmação da paternidade,

porém sempre junto com a menção a Súmula 301 do Superior Tribunal de Justiça, como aconteceu, por exemplo, no terceiro e no nono acórdão, nos quais a genitora conseguiu demonstrar em sua convocação ao processo, que havia um romance com o investigado na época e que realmente existia a possibilidade da paternidade. No oitavo acórdão o início da investigação se deu por conta de uma prova documental deixada por escrito pelo investigado e se concluiu com a presunção de paternidade, fulcro na Súmula 301 do Superior Tribunal de Justiça.

No momento do voto, os Relatores eram bem claros quanto as decisões, no segundo acórdão, o Relator deixa bem claro que o direito a paternidade é indisponível, imprescritível e irrenunciável e na maioria das vezes o recurso era negado por não conter uma argumentação apta e todos, sem exceção, concorda com a Súmula 301 do Superior Tribunal de Justiça e aplicaram ao final de suas decisões, no sexto acórdão o Relator fala em multa pela recusa do réu em ajudar a decidir com celeridade ao processo.

5 CONCLUSÃO

O objetivo dessa monografia foi analisar as decisões do Superior Tribunal de Justiça sobre a investigação da paternidade post mortem, no período entre 02 de fevereiro de 2015 a 01 de julho de 2020. Para tanto foram elencados alguns objetivos específicos, sobre os quais apresentam-se as seguintes considerações finais.

No segundo capítulo, observam-se diversos aspectos peculiares ao direito de família, de modo geral, sendo alguns princípios relacionados ao foco do trabalho, trazendo como mais importante o princípio da dignidade da pessoa humana. A Constituição Federal estabelece a dignidade como direito fundamental, pelo qual a pessoa tem garantido os direitos personalíssimos, como o respeito, integridade física e psicológica, a honra e a imagem. Além disso, foi possível destacar assuntos relacionados a filiação e as espécies, como, a filiação presumida, que é aquela pela qual o filho é gerado na constância do casamento, como também a adotiva, previstas no ordenamento jurídico; além da filiação natural e a socioafetiva. Frisa-se que a filiação nada mais é, do que o laço de parentesco criado entre duas pessoas, ou seja, entre pai e filho, que pode ser biológica ou de outra origem. A filiação biológica é aquela oriunda do vínculo consanguíneo, onde a prole é, de fato, gerada pelo seu ascendente. Por sua vez, a filiação socioafetiva, de modo contrário, não decorre da consanguinidade, e sim do vínculo de afeto, de sentimento. O reconhecimento da filiação pode se dar de forma voluntária ou forçada. A forma voluntária é feita pelo pai ou mãe por livre e espontânea vontade; forma forçada é aquela advinda de ação judicial de investigação de paternidade. A partir do momento em que um filho é gerado, ou seja, desde a fecundação, o pai já tem deveres e responsabilidades. Reconhecer o filho constitui-se uma das principais responsabilidades. O pai deve cumprir com os deveres dando assistência, para sua criação e formação moral e intelectual de seus filhos.

Já no terceiro capítulo, tratou-se de investigação de paternidade, tendo o filho como parte legítima/ativa no processo, com a necessidade em saber sobre a sua própria paternidade, sendo este um direito humano que nenhuma lei poderá interver, pelo motivo de se obter a identidade real, referindo-se diretamente ao estado pessoal e familiar da criança. A súmula 301 do Superior Tribunal de Justiça se refere à presunção júris tantum, admitindo a possibilidade de prova em contrário, igualando assim a igualdade nas provas da mãe com o pai. Antes da súmula, o pai sempre negava contrair prova contra si mesmo; alegava que seus direitos eram afetados conforme titula a Constituição Federal, como os direitos à integridade física e

psicológica, à intimidade, à vida privada, à imagem e a honra. E a partir do surgimento de referida súmula, ficou difícil a negação de paternidade do suposto pai, por se tratar de ser algo com tanta importância ao estado de filiação. Todo filho deseja ter a sua identidade genética desmistificada; e todos têm o direito de saber quem são seus verdadeiros pais, indo a favor do princípio da dignidade da pessoa humana. Por isso, a negativa de realização do exame de DNA gera presunção de paternidade. Nesse sentido, é o que estabelece a Súmula 301 do Superior Tribunal de Justiça, pela qual se o suposto pai se recusa a fazer o exame para reconhecer a paternidade do filho, ainda que contra a sua vontade, assim será considerado, por presunção. Contudo, todas as provas admitidas em Direito podem ser utilizadas na investigação de paternidade, desde documentos, fotos, testemunhas e a prova pericial, na qual se enquadra o exame de DNA; , e este por sua vez transmite muita confiabilidade e acaba por superar todos os métodos anteriormente utilizados para reconhecimento de paternidade. Entretanto o emprego da prova de DNA deve se dar com cautela, visto que apesar do grau de certeza e segurança que pode gerar, não está imune a erros. Nesse sentido, urge a edição de dispositivo legal que zele pela fiscalização dos laboratórios que a realizam, fazendo com que prime a qualidade dos exames de DNA.

O exame de DNA é a forma que se utiliza para o reconhecer o pai já falecido, seja pelo DNA de descentes deixados por ele ou linha colateral, seja por matérias genéticos deixados devido alguma patologia, ou algum exame realizado pelo falecido, pois estes materiais ficam armazenados em laboratórios e/ou hospitais, e podem ser solicitados para esta finalidade. Quando por outro motivo já foi realizado um teste de DNA, este também pode ser solicitado sendo utilizado como prova emprestada e por fim, caso seja necessário a exumação do corpo, deste será retirado uma amostra do material genético para realizar o teste de DNA.

Por derradeiro, o quarto e último capítulo do trabalho trouxe à tona a análise de dez decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça acerca da investigação de paternidade post mortem, pelas quais foi possível verificar a dificuldade, na maioria dos casos, da produção de provas, especialmente, do filho havido fora do casamento ou de genitores solteiros que não mantém relacionamento aparente. Contudo, a prova testemunhal ajuda a esclarecer os fatos, além da prova documental, e, principalmente a prova pericial, do exame de DNA. Em alguns casos os genitores já são falecidos, impedindo a prova oral. Por esse motivo, o exame de DNA é o meio mais eficaz, que permite ao filho produzir na ação investigatória prova segura, muito ligada a prova plena e robusta, revestida de certeza, e se a parte ré recursar-se submeter ao

exame, com o intuito de dificultar o processo, será entendido como sendo a presunção de paternidade.

Diante o exposto, na maioria dos casos, a negativa dos réus foi de suma importância nos resultados, pois conforme relatos, alguns realmente já tinham conhecimento dos fatos, mas para dificultar o andar do processo, negava sempre que possível a realização do exame de DNA. O entendimento dos Relatores é simples, direto e praticamente todos usam a Súmula 301 do Superior Tribunal de Justiça, como fundamentação para a sua decisão, bem como enalteciam o direito a paternidade a todos os que não tem outro jeito de conseguir esse direito a não ser de forma judicial.

REFERÊNCIAS

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AZEVEDO, Á́lvaro Villaça. Direito de Família. São Paulo: Atlas, 2013. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522480739/cfi/4!/4/4@0.00:35.8. BRASIL. Lei n. 3.071, de 01 de janeiro de 1916. Código Civil dos Estados Unidos do

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BRASIL. Lei n. 8.560, de 29 de dezembro de 1992. Regula a investigação de paternidade

dos filhos havidos fora do casamento e dá outras providências. Brasília, DF: Congresso

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BRASIL. Lei n. 10.406, de 14 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, DF: Congresso Nacional: Presidência da República. [2019]. Disponível em:

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BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Súmula nº 1. O foro do domicilio ou da residencia do alimentando e o competente para a ação de investigação de paternidade, quando cumulada com a de alimentos. Brasília, DF: Superior Tribunal de Justiça, [1990]. Disponível em: http://www.stj.jus.br/docs_internet/SumulasSTJ.pdf

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Súmula nº 277. Julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos são devidos a partir da citação. Brasília, DF: Superior Tribunal de Justiça, [2003]. Disponível em: http://www.stj.jus.br/docs_internet/SumulasSTJ.pdf

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Súmula nº 301. Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade.

Brasília, DF: Superior Tribunal de Justiça, [2004]. Disponível em: http://www.stj.jus.br/docs_internet/SumulasSTJ.pdf

BRASIL. Supremo Tribunal de Federal. Súmula nº 149. É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não o é a de petição de herança. Brasília, DF: Supremo Tribunal de Federal, [1964]. Disponível em: https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/seq- sumula149/false

BRASIL. Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Agravo de Instrumento nº 0048659-

94.2001.8.24.0023. Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE

PATERNIDADE CUMULADA COM ALIMENTOS. PRELIMINAR DE EXTINÇÃO DO PROCESSO, EM RAZÃO DO PEDIDO DE DESISTÊNCIA FORMULADO PELO

AUTOR. DISCORDÂNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO E REJEIÇÃO PELO JUÍZO À ÉPOCA, QUANDO VIGORAVA O CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 1973. NÃO INTERPOSIÇÃO DE RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO. PRECLUSÃO OPERADA. APELO NÃO CONHECIDO NO PONTO. MÉRITO. NÃO

COMPARECIMENTO DO INVESTIGADO EM NENHUMA DAS CINCO

OPORTUNIDADES DESIGNADAS PARA O FORNECIMENTO DE MATERIAL GENÉTICO. DIVERSAS TENTATIVAS INEXITOSAS DE REALIZAÇÃO DA PROVA TÉCNICA CIENTÍFICA. EXAME DE DNA PREJUDICADO POR DESÍDIA DO

REQUERIDO. PRESUNÇÃO JURIS TANTUM DE PATERNIDADE, CONFORME SÚMULA 301 DO STJ E ARTS. 231 E 232 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA DE PROVAS EM SENTIDO CONTRÁRIO. ENCARGO QUE INCUMBIA AO REQUERIDO (ART. 373, II, DO CPC). DEPOIMENTOS VEROSSÍMEIS DO AUTOR E DE SUA GENITORA. PATERNIDADE DECLARADA POR SENTENÇA.

PRECEDENTES. ALIMENTOS. PRESCRIÇÃO. INOCORRÊNCIA. PRAZO QUE NÃO CORRE CONTRA O ABSOLUTAMENTE INCAPAZ OU DURANTE O EXERCÍCIO DO PODER FAMILIAR (ARTS. 168, II, E 169, I, DO CC/1916 E ARTS. 197, II, E 198, I, DO CC/2002). VERBA ALIMENTAR QUE RETROAGE À CITAÇÃO, A TEOR DA SÚMULA 277 DA CORTE SUPERIOR. TESE RECHAÇADA. RECURSO CONHECIDO EM

PARTE E, NESTA, DESPROVIDO. Relator: Desembargador Luiz Felipe Schuch. Capital, 02 de julho de 2020a. Disponível em:

https://www.jusbrasil.com.br/processos/271508537/processo-n-0048659-9420018240023-do- tjsc

BRASIL. Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Apelação Cível nº 2007.021208-4. Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL - ALTERAÇÃO DO NOME DA GENITORA E DOS AVÓS MATERNOS DECORRENTE DE AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE - PERMANÊNCIA DO PATRONÍMICO QUE CONSTAVA ANTERIORMENTE DO REGISTRO DA GENITORA - INEXISTÊNCIA DE INTENÇÃO PREJUDICIAL A DIREITO DE TERCEIROS OU À ORDEM PÚBLICA - PECULIARIDADE DO CASO CONCRETO - POSSIBILIDADE - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO DESPROVIDO. Relator: Desa. Mazoni Ferreira. Lages, 06 de dezembro de 2007. Disponível em:

http://busca.tjsc.jus.br/jurisprudencia/html.do?q=&only_ementa=&frase=&id=AAAbmQAA BAADnjVAAE&categoria=acordao.

BRASIL. Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Apelação Cível nº 2007.046118-2. Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE POST MORTEM. RENOVAÇÃO DE EXAME DE DNA, AGORA EM RESTOS MORTAIS DO SUPOSTO PAI. DEFERIMENTO. INSTRUÇÃO DEFICIENTE. AUSÊNCIA DE

DOCUMENTO QUE EMBASOU A DECISÃO. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DO ACERTO DA DECISÃO. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO. "Além das peças obrigatórias relacionadas no art. 525, inciso I, do Código de Processo Civil, cabe ao agravante instruir o agravo com todos os documentos necessários à boa compreensão da controvérsia, sob pena de não conhecimento do recurso". Relator: Desa. Denise Volpato. Rio Negrinho, 29 de março de 2016. Disponível em:

http://busca.tjsc.jus.br/jurisprudencia/html.do?q=&only_ementa=&frase=paternidade%20post %20mortem&id=AAAbmQAABAAER4nAAD&categoria=acordao.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Agravo interno no agravo em recurso especial nº

499722. Ementa: PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM

RECURSO ESPECIAL. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE POST MORTEM. IRMÃOS PATERNOS. DNA. RECUSA. SÚMULA 301/STJ. PROVA INDICIÁRIA

ROBUSTA E CONVINCENTE. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO DESPROVIDO. 1. Inexistindo a prova pericial capaz de propiciar certeza quase absoluta do vínculo de parentesco (exame de impressões do DNA), diante da recusa dos irmãos paternos do investigado em submeter-se ao referido exame, comprova-se a paternidade mediante a análise dos indícios e presunções existentes nos autos, observada a presunção juris tantum, nos termos da Súmula 301/STJ. Precedentes. 2. Concluindo o Tribunal de origem robustos, fortes e convincentes os indícios e presunções apresentados pelo autor, não é viável o reexame desse fundamento em sede de recurso especial, ante o óbice da Súmula 7/STJ. 3. Agravo regimental não provido. Relator: Ministro Raul Araújo. Distrito Federal, 06 de fevereiro de 2015a. Disponível em:

https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=201400832503&dt_pu blicacao=06/02/2015

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso especial nº 1531093. Ementa: RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE FAMÍLIA. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. EXAME DE DNA NÃO REALIZADO. RECUSA DOS HERDEIROS DO INVESTIGADO.

PATERNIDADE PRESUMIDA. SÚMULA Nº 301/STJ. PRESUNÇÃO RELATIVA CORROBORADA COM AS DEMAIS PROVAS DOS AUTOS. REEXAME.

IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA Nº 7/STJ. 1. As instâncias ordinárias não cogitaram sobre a necessidade de exumação de cadáver para fins de exame de DNA em sede de investigação de paternidade, pois o contexto fático-probatório dos autos foi considerado suficiente para se presumir a paternidade, o que é insindicável nesta instância especial ante o óbice da Súmula nº 7/STJ. 2. A ação de reconhecimento de paternidade post mortem deve ser proposta contra todos os herdeiros do falecido. 3. A recusa imotivada da parte investigada em se submeter ao exame de DNA, no caso os sucessores do autor da herança, gera a presunção iuris tantum de paternidade à luz da literalidade da Súmula nº 301/STJ. 4. O direito de reconhecimento da paternidade é indisponível, imprescritível e irrenunciável, ou seja, ninguém é obrigado a abdicar de seu próprio estado, que pode ser reconhecido a qualquer tempo. 5. Recurso

especial não provido. Relator: Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva. Rio Grande do Sul, 10 de agosto de 2015b. Disponível em:

https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=201401260996&dt_pu blicacao=10/08/2015

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Agravo interno no agravo em recurso especial nº

1492432. Ementa: AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE

INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE POST MORTEM. SÚMULA 301/STJ.

INTERPRETAÇÃO. CARGA DINÂMICA DA PROVA. RECONHECIMENTO, COM BASE NO ARCABOUÇO PROBATÓRIO E, AINDA, NA PRESUNÇÃO DECORRENTE DA NEGATIVA DE REALIZAÇÃO DE EXAMES, DA PROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS. IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO. SÚMULA 7/STJ. 1. A presunção de paternidade reconhecida no enunciado nº 301/STJ não se limita à pessoa do investigado, alcançando, do mesmo modo, os réus (familiares) que a ela se contrapõem, negando-se à realização de exame que poderia trazer definitivas luzes acerca da controvérsia. 2. Análise da questão também sob viés da doutrina da carga dinâmica da prova. 3. Reconhecida a impossibilidade de realização da prova pericial nos restos mortais do investigado, não só porque falecido há mais de trinta anos, mas, também, porque morrera carbonizado, não tem esta Corte como afastar a premissa sem revisitar as provas produzidas. 4. A probabilidade de extração de material do corpo do falecido, se é que existente, não afasta, como sustentam as recorrentes, a conclusão de que a sua negativa de realizar o exame faria afastada a presunção de paternidade que decorre do enunciado 301/STJ. 5. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. Relator: Ministro Paulo de Tarso Sanseverino. São Paulo, 11 de abril de 2017. Disponível em:

https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=201402549500&dt_pu blicacao=11/05/2017

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Agravo interno no agravo em recurso especial nº

1686433. Ementa: AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. INVESTIGAÇÃO DE

PATERNIDADE. POST MORTEM. 1. CERCEAMENTO DE DEFESA. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. INDEFERIMENTO DE PRODUÇÃO DE PROVA

(EXUMAÇÃO). TRIBUNAL DE ORIGEM QUE ALEGOU SER O EXAME PERICIAL INCONCLUSIVO E DISPENSOU NOVA PRODUÇÃO DE PROVA POR SE MOSTRAR DESNECESSÁRIA. CERCEAMENTO DE DEFESA CONFIGURADO.

PECULIARIDADES DO CASO. NECESSIDADE DE RETORNO DOS AUTOS À ORIGEM PARA OPORTUNIZAR A PRODUÇÃO DA PROVA PRETENDIDA. 2. AGRAVO IMPROVIDO. 1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça está

sedimentada no sentido de que não configura cerceamento de defesa o julgamento da causa sem a produção da prova solicitada pela parte, quando devidamente demonstrado pelas instâncias de origem que o feito se encontrava suficientemente instruído, afirmando-se a