4.7. Intervenção
4.7.9. Acondicionamento
Terminadas as intervenções foi necessário acondicionar as peças para serem preservadas. Fez-se o reagrupamento das folhas que se acondicionaram numa nova capa semelhante à que trazia, mas de dimensões maiores (para abranger o tamanho de todas as folhas).
Quanto aos desenhos técnicos foram isolados em pastas individuais e rolos. As folhas foram acondicionadas em rolos sempre que excedessem o tamanho máximo das pastas (folha 121 e 65). O diâmetro mínimo recomendado para rolos é de 7 cm e 20 cm no máximo96. Enrolando a folha em torno de um cilindro dentro destas medidas e uma folha de Melinex®, foi possível causar uma menor deformação do documento.
96
LAROQUE, Claude - Transparent Papers: A technological outline and conservation review. ICC Reviews
127
No volume, juntamente com o restante corpo, foram introduzidas folhas remissivas em papel acid-free com as indicações das novas cotas do conteúdo alienado. Assim o leitor será informado acerca da sua existência e possibilidade de acesso.
Os materiais utilizados foram:
Para as pastas o cartão cinza branco Premier™ de 1300 micron (ref. 600090 –
Catálogo Arte e Memória) e o cartão Cover cinza 300 g/m2 (ref. 200739) e fita de linho
Self-Adesive Linen hinging Tape da marca LINECO.
Para os tubos o cartão cinza branco Premier™ de 650 micron (ref. 600088 –
Catálogo Arte e Memória) e cola PVA
Para a capa do volume o cartão cinza branco Premier™ de 1300 micron, cola
PVA e ferragens plastificadas.
No caso das pastas, estas espessas cartolinas conferem resistência para o
manuseamento das peças que são de grandes dimensões.
As medidas das pastas foram: 325 x 500 mm, 500 x 650 mm, 650 x 1000 mm, 650 x 1100 mm.
Após o corte nas medidas adequadas dos cartões cinza branco e do Cover, fez-se a união dos dois com fita auto-adesiva de linho LINECO, formando cada pasta.
Uma vez que o cartão cinza branco Premier™ tem reserva alcalina (e não se
pretendia), protegeram-se os documentos com Melinex®.
129
Figura 72 - Colocação das folhas a planificar em prensa, ou caso não cabiam, sob placas (desencontradas nas uniões) e pesos improvisados.
Figura 73 – Selos livres de cola e prontos a serem recolocados nos respectivos documentos.
Figura 74 – Colocação dos selos no lugar com auxílio de registos fotográficos para acertar a sua posição
correta com ajuda da pinça. Logo depois da colagem, colocaram-se frações de Reemay e mata-borrãoe pesos para não ondular com a secagem.
Figura 75 – Reintegração cromática na peça 64 (G7).
Figura 76 – Aparamento das folhas Alvarás de Licença apos a planificação. Figura 77 – Corte das cartolinas para montagem das pastas de acondicionamento. .
Figura 771 – Folha nº 11 (G7) e nº 22 (tela) respectivamente, a serem preparadas com a solução de água e álcool (borrifada no verso) para serem planificadas.
Figura 72 – Colocação das folhas a planificar em prensa, ou caso não cabiam, sob placas (desencontradas nas uniões) e pesos improvisados.
Figura 73 – Selos livres de cola e prontos a serem recolocados nos respectivos documentos.
Figura 74 – Colocação dos selos no lugar com auxílio de registos fotográficos para acertar a sua posição correta com ajuda da pinça. Logo depois da colagem, colocaram-se Reemays, mata-borrões e pesos para não ondular com a secagem.
Figura 75 – Reintegração cromática na peça 64 (G7).
Figura 76 – Aparamento das folhas Alvarás de Licença apos a planificação.
Figura 77 – Corte das cartolinas para montagem das pastas de acondicionamento.
130
Figura 78 – Execução de uma capa e produto final já com uma peça no seu interior (peça 168 – G6).pastas de acondicionamento
Figura 79 – Montagem da caixa e colocação do rolo de 7 cm de diâmetro com a folha 64, enrolada em Melinex®.
Figura 80 – Nova capa do volume com ferragens novas e plastificadas.
Figura 78 – Execução de uma capa e produto final já com uma peça no seu interior (peça 168 – G6).
Figura 79 – Montagem da caixa e colocação do rolo de 7 cm de diâmetro com a folha 64, enrolada em Melinex®.
131
Imagens finais dos tratamentos
5.
133
Figura 81 – Folhas tratadas apresentadas na mesma ordem que na figura 7 e 8: 159 e 156 (G1), 150 (G4), 74 (G3), 168 (G6), 34 e 30 (G1). Figura 82 – Folhas tratadas apresentadas na mesma ordem que na figura 7 e 8 (continuação): 79 (G3), 209 (G6), 215 (G1) e 140 (G6). Figura 83 – Folhas tratadas apresentadas na mesma ordem que na figura 7 e 8 (continuação): 45 (G6), 128 (G2) e 147 (G6).
– Impressos e Documentos da Direcção dos Sapadores Bombeiros após tratamento . São respectivamente impressos Alvarás de Licença , Guias de Receita , Obras diversas, Requerimentos e Memórias descritivas, Edificações Urbanas , Folha de rosto, documentos da Direcção-Geral dos sapadores Bombeiros e a capa onde se reagruparam todos eles, por número de página.
Figura 81 - Folhas tratadas apresentadas na mesma ordem que na figura 7 e 8: 159 e 156 (G1), 150 (G4), 74 (G3), 168 (G6), 34 e 30 (G1).
Figura 82 - – Folhas tratadas apresentadas na mesma ordem que na figura 7 e 8 (continuação): 79 (G3), 209 (G6), 215 (G1) e 140 (G6)
134
Figura 84 - Folhas tratadas apresentadas na mesma ordem que na figura 7 e 8 (continuação): 22 (tela) e 121 (G6) Figura 85 – Folhas tratadas apresentadas na mesma ordem que na figura 7 e 8 (continuação): 201 (G1), 5 (G2), 47 (G6). Figura 86 - Folhas tratadas apresentadas na mesma ordem que na figura 7 e 8 (continuação): 64, 85, 11, 165 e 164 (G7).
Figura 85 - Folhas tratadas apresentadas na mesma ordem que na figura 7 e 8 (continuação): 201 (G1), 5 (G2), 47 (G6) Figura 84 - Folhas tratadas apresentadas na mesma ordem que na figura 7 e 8 (continuação): 22 (tela) e 121 (G6)
135
Figura 87 - Folhas tratadas apresentadas na mesma ordem que na figura 7 e 8 (continuação): 65 e 66 (G7)
Figura 88 – Os modelos de )mpresso e os Documentos da Direcção-Geral dos Sapadores Bombeiros tratados. São respectivamente impressos Alvarás de Licença , Guias de Receita , Obras diversas, Requerimentos e Memórias descritivas, Edificações Urbanas , Folha de rosto, documentos da Direcção-Geral dos sapadores Bombeiros e a capa onde se reagruparam todos eles, por número de página.
137
Conclusão
6.
Graças a este estágio foi possível conhecer a grande dinâmica de um arquivo, a quantidade de recursos que envolve e como interagem.
Relativamente ao objectivo do estágio, todas as peças acabaram por ser tratadas e acondicionadas. Atendendo à quantidade de documentos que compunha o volume (232 folhas), foram formados grupos que se apuraram ser da mesma natureza durante a fase de identificação. O intuito seria facilitar as ações de intervenção, agilizando os processos envolvidos. Para tal, dividiram-se os documentos em dois grupos: Os opacos de pequeno formato, abrangendo modelos diversos de impressos e outros exemplos opacos; e os desenhos técnicos, constituídos por foto-impressões (concretamente cionotipias) e desenhos originais em suporte transparente. Por sua vez, estes últimos foram subdividos em seis grupos, tendo como critério as marcas de degradação promovidas pelo tempo e algumas características dos materiais. Esta avaliação possibilitaria a execução de tratamentos fundamentados não só numa pesquisa teórica, mas também em diversos testes e exames aos suportes do volume.
Foi com isso possível identificar documentos em papel de trapo, da mistura de pasta mecânica com química crua, de pasta química branqueada e uma tela de linho. Nos materiais de revestimento foi detetada a presença de amido na maioria deles e de uma proteína (provavelmente caseína) nos suportes em papel de trapo.
No caso dos revestimentos dos documentos transparentes, formou-se uma ideia acerca de qual seria a composição dos do volume, ideia essa que não seria totalmente confirmada pelos testes microquímicos. Vira-se, através dos exames, testes e consulta de bibliografia, que as peças do volume, encaixavam nas características-tipo do papel transparente impregnado a óleo, do pergaminho vegetal, do papel vegetal (natural ou não) e do papel impregnado a resina. No entanto, contra os indícios, o teste microquímico de Raspail acabaria por não ser determinante face à presença de resinas nestes últimos, ficando ainda por saber quais são as substâncias transparentizantes que os compõem.
138
Apesar de não ter sido conclusiva, a fase de identificação seria determinante, na medida em que revelou o comportamento dos materiais face a diversos fatores importantes para a elaboração de um tratamento seguro. Assim, estabeleceu-se uma proposta de tratamento com materiais e métodos adaptados a cada caso. As escolhas para os tratamentos foram feitas mediante várias alternativas que foram justificadas durante as mesmas propostas. Destas avaliações, acabariam-se por traçar percursos de tratamento menos vulgares, como o uso de Beva 371 film em restauros de papel que se estima ser impregnado em resina.
Para além dos tratamentos, o próprio acondicionamento foi diferenciado, tendo em conta o que se estudou acerca da composição de génese dos materiais e também as suas dimensões (a maioria dos desenhos técnicos era de grande formato).
Dada a natureza diferente e influência negativa que certos documentos tinham em relação a outros, (os suportes transparentes e as foto-reproduçoes são muitas vezes instáveis) foi pensado em separar os ditos do volume. Assim, os desenhos técnicos foram acondicionados em pastas individuais e o restante miolo foi reagrupado numa pasta em material acid-free.
Terminadas as intervenções, as peças devidamente acondicionadas puderam voltar para os depósitos de modo a poderem ser consultadas novamente.
139
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[Consult. 10 ago 14]. Disponível em
144
Anexos:
8.
8.1. Anexo 1 - Guia dos Arquivos e Coleções:
Arquivos Públicos:
Câmara Municipal de Campanhã. 1834-1837 Câmara Municipal do Porto. Séc. XIII- XX Junta da Iluminação Pública.1824-1834 Junta do Subsídio Militar. 1710-1715 Junta do Subsídio Militar. 1722-1833 Bairro de Cedofeita 1836 -1868 Bairro de Santa Catarina 1836 – 1868 Bairro de Santo Ovídeo 1836 – 1868 Bairro Ocidental 1868
Junta das Obras Públicas 1763 - 1834 Porto lazer EEM
Coleções:
Couto, Armando. 1901-1997 Pacheco, Hélder. 1937- Silva, Germano. 1931-
Colecção de Cartografia e desenho Técnico (avulsos)
Colecção de Ephemera
Colecção de Filmes e Audiovisuais
Colecção de Fotografias (avulsas)
Colecção de Gravura e Reprodução de Arte
Colecção de Manuscritos (avulsos)
Colecção de Pintura e Desenho Artístico
145
Arquivos Privados:
Administração dos Domínios Directos da Casa de Abrantes. 1942-1970 Alves, Joaquim Gomes Ferreira. 1883-1944
Associação do Sanatório Marítimo do Norte. 1916-1953 Baère, Hyppolyte de. 1844-1924
Barreiros, Guilherme Bonfim. 1894-1973 Barreto de França. Família, fl. séc. XVIII-XIX Brandão Pereira. Família, séc. XIV-XVIII Caldas, António Cruz. 1897-1975
Carvalho, José Albino Pereira de. 1841-1920
Centro de Democracia Cristã do Porto. Fl. 1916-1924 Comissão do Monumento a D. Pedro V. 1861-1866 Confraria de Nossa Senhora da Batalha. Séc. XVI-XX Emílio Biel e Companhia. 1880?-1925
Ferreira, João Martins. 14-- - 1514 Foto Guedes. 1885-1932
Grémio Concelhio dos Retalhistas de Mercearia do Porto. Fl. 1938-1973 Grupo de Defesa e Propaganda Católica do Porto. 1912-1953
Jóquei Clube Portuense. 1875-1883
Lobo, Tomás António de Araújo. 1803-1885 Malta. Família, séc. XVIII-XX
Neves, César Augusto Pereira das. 1841-1920 Quinta do Rio
Associação dos Comerciantes de Produtos Alimentares do Norte, 1965 – 2005
Barreiros, António Bonfim . 1886-1977
Casa da Fábrica
Castanheira Recarey. Família, século XX
Emílio Biel e Companhia 1880?-1925
146
A maioria destes arquivos e coleções já se encontram disponíveis para consulta na plataforma online WWW:<URL:http://gisaweb.cm-porto.pt>, sendo que as alíneas a vermelho correspondem aos que ainda têm de ser consultados através de requisição.