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RESTAURO DE VOLUME DE LICENÇAS DE OBRAS DE 1924, PERTENCENTE

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Academic year: 2018

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AGRADECIMENTOS

Não poderia deixar de agradecer a todos os que me apoiaram nesta minha “jornada” no Arquivo. Um agradecimento do tamanho do mundo a todos, especialmente à D. Madalena, ao Sr. Élio, à Dra Maria João, à Paulinha e à D. Arrminda, que viveram tanto quanto eu, todas as vicissitudes e vitórias surgidas durante o meu estágio. Mais do que colegas, fizeram tudo que estava ao seu alcance, para que eu pudesse levar a bom porto todos os objectivos traçados para este estágio. É muito graças a vocês que o presente relatório foi ganhando um tão grande significado para mim. Independentemente da nota que lhe será atribuída, sei que o sentimento de vitória pela sua conclusão foi partilhado. Guardarei sempre com muita estima tudo o que vocês foram e fizeram por mim. Valeu muito a pena todo o esforço.

Não poderia deixar de agradecer também ao Bruno, à Paula Manuela, ao Manel e ao Dr. Alexandre, pela paciência e amabilidade que tiveram comigo. Á D. Florinda, à Paula Pedra, à Rita, ao Morais, ao Albertino, à Susana, à Sónia, à Dra Rute, à Isabel pela simpatia. Aos demais ligados ao Arquivo e que neste momento não me vêm à memória, mas contribuíram para a prosperidade do meu estágio, um grande obrigado. Também à Dra Leonor pela partilha de conhecimentos.

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RESUMO

Este relatório reflete o trabalho desenvolvido ao longo de um estágio curricular em Conservação e Restauro de Documentos Gráficos, por intermédio do Instituto Politécnico de Tomar – Escola Superior de Tecnologia de Tomar. Teve lugar no Arquivo Histórico Municipal do Porto – Casa do Infante, Laboratórios de Conservação e Restauro de Documentos.

Numa primeira fase são apresentadas as valências do Arquivo, seus espaços e serviços, sendo que o sector de Conservação e Restauro corresponde a uma das partes do grande mecanismo do dito. Ainda houve lugar para uma contextualização histórica que o liga ao edifício onde está instalado, a Casa do Infante.

Numa segunda fase é abordada a obra em causa, um volume de Licenças de Obra. Com um estudo teórico e vários métodos de exame e análise, verificou-se a existência de desenhos técnicos em diversos tipos de papel transparente, uma tela, blueprints e papéis opacos de papel de trapo e de pasta de madeira.

Numa terceira fase são expostos os métodos estabelecidos de tratamento para cada caso, após um diagnóstico baseado nas informações recolhidas na segunda fase e estado de conservação. Finalmente é descrito o acondicionamento das peças, que foi feito de forma diferenciada para garantir que as folhas perdurem no tempo, tendo em conta a sua natureza e necessidades.

Palavras-chave: Licenças de Obras, Desenhos técnicos, Papel transparente, Blueprint,

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ABSTRACT

This report reflects the work developed during the curricular internship in Paper Conservation and Restoration, of the Polytechnic Institute of Tomar – School of Technology of Tomar, and it took place at the Municipal Historical Archive of Oporto – Casa do Infante – Paper Conservation and Restoration Laboratory.

Initially it is shown the valences of the Archive, its spaces and services, being that the Conservation and Restoration department corresponds to a high percentage of its activity, and also a historical context that connects the Archive to the building where it is installed, the Casa do Infante.

Secondly it is approached the object in question, a volume of Work Permits. With a theoretical study and various methods of examination and analysis, it was verified the existence of technical drawings in various types of transparent paper, a screen, blueprints and opaque papers composed of both rag paper and wood pulp, all mixed together in that volume.

Finally in a third phase it is established the treatment methods for each case, after a diagnosis based on the information collected in the second phase and the papers condition state. In the end it is described the housing of those papers, that was done differently to ensure that each endure as much as possible over time, taking into account their nature and needs.

Key-words: Work permits; Technical drawings; Transparent paper; Blueprint; Municipal

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NDICE

Introdução ... 7

1. O local de estágio: A Casa do infante - Arquivo Histórico Municipal do Porto ... 9

2. 2.1. Enquadramento histórico do local ... 9

2.2. O arquivo Histórico Municipal do Porto - conteúdo e funções ... 14

2.2.1. Os Laboratórios de Restauro ... 16

Identificação do objeto em estudo - O Volume de Licenças de Obras ... 17

3. 3.1. Conteúdo documental ... 18

3.2. Identificação e estudo dos materiais constituintes ... 19

3.2.1. Primeira fase da identificação: abordagem superficial antes do desmembramento ... 20

A identificação das técnicas de registo ... 29

3.2.1.1. Observação e comparação das marcas de degradação ... 35

3.2.1.2. 3.2.2. Segunda fase da identificação: Abordagem aprofundada após o desmembramento ... 40

Exames macroscópicos ... 40

3.2.2.1. 3.2.2.1.1. Identificação dos suportes transparentes:... 48

Medições dos valores de pH ... 54

3.2.2.2. Observação com luz ultravioleta ... 57

3.2.2.3. 3.2.3. Terceira fase de identificação: análise química e testes ao comportamento dos materiais ... 59

Testes microquímicos ... 59

3.2.3.1. Testes à solubilidade das tintas e ao comportamento dos suportes ... 70

3.2.3.2. 3.3. Conclusão da identificação dos materiais constituintes ... 72

Diagnósticos e intervenções ... 75

4. 4.1. Diagnóstico geral ... 75

4.2. Diagnóstico dos modelos de impressos e documentos da Direcção-Geral dos Sapadores Bombeiros ... 77

4.3. Diagnóstico da folha de rosto ... 83

4.4. Diagnóstico dos desenhos técnicos ... 83

(9)

ii

4.4.2. Diagnóstico de G2... 87

4.4.3. Diagnóstico de G3... 87

4.4.4. Diagnóstico de G4... 88

4.4.5. Diagnóstico de G5 e G6 ... 88

4.4.6. Diagnóstico de G7... 89

4.4.7. Tela ... 89

4.5. Propostas de tratamento ... 90

4.5.1. Proposta geral de tratamento para o Volume: ... 90

4.5.2. Proposta de tratamento para a folha de rosto ... 91

4.5.3. Proposta de tratamento para os impressos e documentos da Direcção-Geral dos Sapadores Bombeiros ... 91

Proposta de tratamento para os impressos Obras diversas , Guias de 4.5.3.1. Receita , Alvarás de Licença , Edificações Urbanas e para os documentos da Direcção-Geral dos Sapadores Bombeiros ... 92

Proposta de tratamento para os requerimentos e memórias descritivas ... 92

4.5.3.2. 4.5.4. Proposta de tratamento para os grupos G1, G2, G3 e G4 ... 93

4.5.5. Proposta de tratamento para os grupos G5 e G6 ... 93

4.5.6. Proposta de tratamento para a tela ... 94

4.5.7. Proposta de tratamento para G7 ... 94

4.6. A escolha dos materiais e métodos de tratamento ... 95

4.6.1. A escolha dos métodos e materiais para a limpeza mecânica... 95

4.6.2. A escolha dos métodos e materiais em tratamentos por via húmida ... 96

4.6.3. A escolha dos materiais para os reforços, união de rasgões e preenchimento de lacunas ... 100

Os adesivos e métodos de colagem a utilizar ... 100

4.6.3.1. Papéis de reforço, de preenchimento e de união de rasgões ... 102

4.6.3.2. 4.6.3.2.1. Tingimento dos papéis de preenchimento, reforços e união de rasgões ... 104

Resume de todas as escolhas: ... 105

4.6.3.3. 4.6.4. A escolha dos métodos de planificação ... 105

4.6.5. A decisão da colagem dos selos no fim das intervenções ... 106

4.6.6. A escolha das técnicas de reintegração cromática ... 106

4.6.7. O acondicionamento ... 107

4.7. Intervenção ... 108

4.7.1. Desmembramento ... 108

(10)

iii

4.7.3. Tratamentos por via húmida ... 112

4.7.4. União de rasgões, reforços e preenchimento de lacunas ... 119

4.7.5. Planificação... 125

4.7.6. Colagem dos selos ... 125

4.7.7. Reintegração cromática ... 126

4.7.8. Acerto das folhas ... 126

4.7.9. Acondicionamento ... 126

Imagens finais dos tratamentos ... 131

5. Conclusão ... 137

6. Referências Bibliográficas ... 139

7. Anexos: ... 144

8. 8.1. Anexo 1 - Guia dos Arquivos e Coleções: ... 144

8.2. Anexo 2 - Contexto histórico-cultural dos suportes transparentes ... 146

(11)

iv

Índice de figuras

Figura 1 - A violeta: estrutura medieval da alfândega com o pátio ladeado pelas torres; A

Amarelo: Casa da moeda; A verde: ampliações importantes feitas durante o século XV. ... 11

Figura 2 - A roxo: novo avanço da fachada; A verde: armazém de mercadorias; A laranja: Casa da Moeda ... 11

Figura 3 - Área de intervenção da DGEMN ... 11

Figura 4- Vestígios romanos descobertos, a vermelho. Figura 5 - Atuais áreas abrangidas pela Casa do Infante ... 13

Figura 6 - Volume de Licenças de Obras aberto... 17

Figura 7 - Apresentação dos desenhos técnicos opacos e transparentes por tamanhos ... 27

Figura 8 - Continuação da figura 7. ... 28

Figura 9 - Folha com erro de impressão ... 31

Figura 10 - Marcas de pressão e de tinta nos documentos dactilografados da Direcção-Geral dos Sapadores Bombeiros ... 32

Figura 11 – Tipos de heliografias de coloração azul a negativo, praticadas em 1924. ... 33

Figura 12 –Observação com lupa binocular com ampliação a 20x de “Desenhos técnicos de fundo azul” mostrando a aparência das suas fibras ... 35

Figura 13 - Possibilidades de contacto entre os diferentes grupos... 37

Figura 14 Marcas de contacto provocadas por documento transparente nos impressos Obras diversas em casos em que se encontrava um documentos da Direcção-Geral dos Sapadores Bombeiros a separá-los. Folhas nº 215, 216 e 217... 38

Figura 15 Amarelecimento geral sem marcas delineadas do documentos da direcção-Geral dos Sapadores Bombeiros no impresso Obras diversas adjacente. Folhas nº , e . ... 38

Figura 16- Delimitação mais clara num impresso adjacente ao desenho técnico de fundo azul nº . ... 39

Figura 17 - Folha de rosto. ... 45

Figura 18 - Fórmula estereoquímica da celulose. ... 54

Figura 19 - Oxidação da celulose por ação do dióxido de nitrogénio do ar e de àgua no 6º carbono. ... 55

Figura 20 –medição de p( num fragmento de um documento da direcção-Geral dos Sapadores Bombeiros ... 57

Figura 21 )mpressos Guia de Receita e Alvará de Licença ; Dois requerimentos; comparação entre a folha 139, um requerimento e uma folha de linhas azul; comparação entre dois documentos da Direcção-Geral dos Sapadores Bombeiros . ... 58

Figura 22 )mpresso Obras Diversas ; impresso Edificações Urbanas ; comparação entre todos os G7 dobrados; tela; G4. ... 58

Figura 23 – Comparação entre três peças do G1 (159, 156 e 30); comparação entre as duas peças que compõem o G3. ... 58

Figura 24 Peça 5 do G2; comparação entre todas as folhas do G6; comparação entre G6 e G5 (peça 121 e 140). ... 58

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v

Figura 26 – Interior do volume... 81

Figura 27 Impresso Edificações Urbanas com os orifícios da encadernação original bem visíveis assim como os de encaixe na capa. ... 81

Figura 28 – Lacunas da f olha de rosto e marcas de ferrugem. ... 81

Figura 29 - Estado de conservação de dois documentos da Direcção-Geral dos Sapadores Bombeiros apos desmembramento. ... 81

Figura 30 - Vestígios da encadernação original e ferragens em ferro da capa. ... 81

Figura 31 - Guia de Receita com deformação no fundo. ... 81

Figura 32 – Costuras abertas. ... 81

Figura 33 Requerimento com sinais de ataque de insetos bibliófagos. ... 81

Figura 34 )mpresso Obras Diversas apos desmembramento. ... 81

Figura 35 - )mpresso Alvará de Licença com oxidação visível nas margens e fundo deformado. ... 81

Figura 36 - Requerimento com marcas de contacto com documento transparente de G3. ... 81

Figura 37 Folha do grupo G6, muito oxidada e quebrada. ... 81

Figura 38 Ondulações e rasgão em Requerimento. ... 81

Figura 39 – Dobragens mal alocadas por manuseamento descuidado. Em baixo à esquerda, é possível ver a forma retangular de cola oxidada de um selo, que migrou para o lado do verso. ... 81

Figura 40 - Rasgões e extremidades desgastadas na folha 66 (G7). ... 85

Figura 41 - Manhas de oxidação ao longo de um vinco, folha 11 (G7). ... 85

Figura 42 - Rasgão e dobras no documento 201 (G1). ... 85

Figura 43 -Lacunas nas margens e quebra nos vincos, folha 140 (G5). ... 85

Figura 44 - Ondulações e margem oxidada, folha 150 (G4). ... 85

Figura 45 - Figura 45 – Selos a descolar folha 47 (G6). ... 85

Figura 46 - Figura 46 Ondulações em redor dos selos, folha 74 (G3). ... 85

Figura 47 - Situação extrema de estado de conservação de uma folha do grupo G6 (folha 147). ... 85

Figura 48 - Oxidação da folha 5 (G2), numa área junto à lombada. ... 85

Figura 49 - Furo para encaixe nas ferragens da capa. ... 85

Figura 50 - Deformações acentuadas na folha 22 (tela). ... 85

Figura 51 - Sujidade na margem da folha 128 (G2). ... 85

Figura 52– Separação dos cadernos durante o desmembramento. ... 117

Figura 53 - Remoção dos resquícios de cola apos a separação das folhas. ... 117

Figura 54 Limpeza com smoke sponge. ... 117

Figura 55 Suporte humidificado e já sem os selos. No canto esquerdo é visível a tinta vermelha que se manteve intacta. ... 117

Figura 56 Absorção da água utilizada para hidratar o suporte140 (G5). ... 117

Figura 57 Tonalidade amarela do mata-borrão durante o tratamento aquoso... 117

Figura 58 Secagem de Requerimento sob mata borrão com uma janela para não comprimir o selo branco durante a secagem sob uma placa (sem pesos). ... 117

Figura 59 Aplicação de humidade com um borrifador antes de tratamento aquoso. ... 117

Figura 60 Lavagem por imersão da folha de rosto. ... 117

(13)

vi

Figura 62 – Preparação de papel de preenchimento a tingir. Antes de colocar a cor, ele é

humedecido. ... 123

Figura 63 Remoção dos excessos após aplicação da tinta diluída sobre o papel japonês... 123

Figura 64 – Posicionamento de tiras de BEVA 371 film e papel Tengujo Kashmir Crudo, previamente unificados, sobre rasgões e áreas fragilizadas da peça 147 (G6). ... 123

Figura 65 Preparação de um reforço para a peça Edificações Urbanas . ... 123

Figura 66 Decalque de um molde sobre Melinex®, com a ponta molhada da sonda de uma lacuna na folha 110 (Requerimento)... 123

Figura 67 – Efeito transparente do Seda Tissue em preenchimento feito na folha 128 do G2 (quando visto sobre fundo escuro). ... 123

Figura 68 Preenchimento de lacuna em folha 65 do G7. ... 123

Figura 69 Resultado do preenchimento (com papel tingido) e secagem da lacuna vista na figura 66... 123

Figura 70 Restauro de lacuna com Beva 371 film no papel de preenchimento, folha 140 do G5. ... 123

Figura 71 Folha nº 11 (G7) e nº 22 (tela) respectivamente, a serem preparadas com a solução de água e álcool (borrifada no verso) para serem planificadas. ... 129

Figura 72 - Colocação das folhas a planificar em prensa, ou caso não cabiam, sob placas (desencontradas nas uniões) e pesos improvisados. ... 129

Figura 73 Selos livres de cola e prontos a serem recolocados nos respectivos documentos. ... 129

Figura 74 Colocação dos selos no lugar com auxílio de registos fotográficos para acertar a sua posição correta com ajuda da pinça. Logo depois da colagem, colocaram-se frações de Reemay e mata-borrão e pesos para não ondular com a secagem. ... 129

Figura 75 Reintegração cromática na peça 64 (G7). ... 129

Figura 76 –Aparamento das folhas Alvarás de Licença apos a planificação. ... 129

Figura 77 Corte das cartolinas para montagem das pastas de acondicionamento. ... 129

Figura 78 Execução de uma capa e produto final já com uma peça no seu interior (peça 168 – G6).pastas de acondicionamento ... 130

Figura 79 – Montagem da caixa e colocação do rolo de 7 cm de diâmetro com a folha 64, enrolada em Melinex®. ... 130

Figura 80 Nova capa do volume com ferragens novas e plastificadas. ... 130

Figura 81 – Folhas tratadas apresentadas na mesma ordem que na figura 7 e 8: 159 e 156 (G1), 150 (G4), 74 (G3), 168 (G6), 34 e 30 (G1). ... 133

Figura 82 Folhas tratadas apresentadas na mesma ordem que na figura 7 e 8 (continuação): 79 (G3), 209 (G6), 215 (G1) e 140 (G6). ... 133

Figura 83 – Folhas tratadas apresentadas na mesma ordem que na figura 7 e 8 (continuação): 45 (G6), 128 (G2) e 147 (G6). ... 133

Figura 84 - Folhas tratadas apresentadas na mesma ordem que na figura 7 e 8 (continuação): 22 (tela) e 121 (G6) ... 134

Figura 85 – Folhas tratadas apresentadas na mesma ordem que na figura 7 e 8 (continuação): 201 (G1), 5 (G2), 47 (G6). ... 134

(14)

vii

Índice de tabelas

Tabela 1 - Resume das tipologias documentais impressas (modelos de impressos e dactilografias).

... 23

Tabela 2 Folhas de linhas que serviram para continuar a informação manuscrita de documentos impressos. ... 25

Tabela 3 - Marcas de impressão dos modelos de impressos. ... 29

Tabela 4 – Marcas de Impressão dos modelos de impressos (continuação). ... 30

Tabela 5 - Exames feitos aos modelos de impressos e “documentos da Direcção-Geral dos Sapadores Bombeiros” com diferentes ampliações e ângulos de luz. ... 41

Tabela 6 - Exames e observações feitos aos suportes transparentes sob diferentes ângulos de luz e com ampliação. As cores sobre os números de folha indicam agrupamentos de folhas que se acharam semelhantes... 42

Tabela 7 - Exames e observações feitos aos suportes transparentes com diferentes ampliações e ângulos de luz (continuação). As cores sobre os números de folha indicam agrupamentos de folhas que se acharam semelhantes. ... 42

Tabela 8 - Exames e observações feitos aos suportes transparentes com ampliações e sob ângulos de luz diferentes (continuação). As cores sobre os números de folha indicam agrupamentos de folhas que se acharam semelhantes. ... 43

Tabela 9 - Exames feitos aos “desenhos técnicos de fundo azul” sob diferentes ângulos de luz e com ampliação. ... 43

Tabela 10 - Nomenclaturas e traduções dos diferentes papéis transparentes. ... 50

Tabela 11 - –Valores de pH recolhidos de todos os modelos de impressos e dos “documentos da direcção-Geral dos Sapadores Bombeiros”. ... 56

Tabela 12 – Média dos valores de pH recolhidos em todas as plantas, com os grupos diferenciados pelas diferentes cores. Respetivamente, G1, G2, G3, G4 , G5, G6 e tela. ... 56

Tabela 13 - Testes microquímicos às fibras e tipo de pastas. ... 63

Tabela 14 - Testes microquímicos às fibras e tipo de pastas (continuação). ... 63

Tabela 15 - Testes microquímicos às fibras e tipo de pastas (continuação). ... 64

Tabela 16 - Testes microquímicos aos compostos da encolagem e impregnastes nos suportes transparentes. ... 64

Tabela 17 - Testes microquímicos aos compostos da encolagem e impregnastes nos suportes transparentes (continuação). ... 65

Tabela 18 - Testes microquímicos aos compostos da encolagem e impregnastes nos suportes transparentes (continuação). ... 65

(15)

7

Introdução

1.

O conteúdo presente neste relatório resulta de um estágio curricular a nível de mestrado no âmbito de Conservação e Restauro de Documentos Gráficos. Desenrolou-se nos Laboratórios de Restauro do Arquivo Histórico Municipal do Porto, por intermédio do Instituto Politécnico de Tomar – Escola Superior de Tecnologia de Tomar, entidade da formação.

O objeto de estudo e tratamento sobre o qual recai é um volume de Licenças de Obras datado de 1924. Nele foram encontradas diversas tipologias de suportes, num universo de 232 folhas. Estes documentos consistem em diferentes modelos de impressos e dactilografias das entidades competentes para o seguimento de obras de construção ou alteração em edifícios. São ainda presentes desenhos técnicos (alçados, plantas e cortes) que, para a elaboração deste relatório, surtiram o maior desafio, uma vez que a bibliografia técnica em relação a estes está ainda a ser desenvolvida e é por isso, algo restrita.

Os objetivos tidos para este estágio recaíram sobre a elaboração de um plano de tratamento para o volume e respetiva concretização, recorrendo aos procedimentos adequados que venham ao encontro de cada tipologia de suporte. Pensou-se em finalizar os tratamentos com um acondicionamento apropriado, com materiais adequados, em meio de preservação propício para garantir a longevidade dos documentos restauros.

Para a construção do relatório e exposição clara do seu conteúdo, dividiu-se o mesmo em três partes:

A primeira trata da contextualização do local de estágio com um pequeno estudo histórico desde a sua origem, passando pela instalação do Arquivo no edifício da Casa do Infante, até aos dias de hoje. Continuamente são apresentados os vários campos multidisciplinares que compõem o corpo do AHMP e possibilitam a grande dinâmica dos seus serviços. Com ela pretende-se dar a entender o peso do próprio sector de restauro, uma vez que não pode ser visto de forma isolada, constituindo um enorme mecanismo que serve a preservação, acesso e divulgação dos conteúdos do Arquivo.

(16)

8

identificar todos os seus aspetos e características. O grande objetivo seria saber no que consistem e estabelecer os tratamentos adequados a cada uma, tendo sempre em vista a preservação do conjunto no futuro.

(17)

9

O local de estágio: A Casa do infante - Arquivo

2.

Histórico Municipal do Porto

Antes de entrar em pormenor no trabalho desenvolvido, é importante o enquadramento do local de estágio.

O Arquivo Histórico Municipal do Porto resulta de uma articulação interdisciplinar dinâmica que envolve vastos recursos. Qualquer um dos serviços só tem sentido por ser uma parte que se encaixa com outras, formando um todo ao serviço da cultura. Sem uma ampla rede de domínios e saberes, não seria possível levar a bom porto a finalidade de divulgação e acesso alargado à informação conjugado à preservação do acervo.

Assim o Arquivo Histórico Municipal do Porto - Casa do Infante tal como é hoje conhecida, é o resultado da persistência e motivação de todos os envolvidos desde a sua criação em prol da conservação da memória que encerra.

Descritos abaixo, estão o seu percurso histórico, assim como, algumas elucidações acerca dos seus serviços e espaços.

2.1.

Enquadramento histórico do local

1

É na rua da Alfândega que se localiza o AHMP, zona ribeirinha da cidade do Porto. Integra-se no prestigiado monumento profusamente conhecido por ser berço do Infante D. Henrique: A Casa do Infante.

1

Os dados recolhidos têm como fonte uma visita ao museu da Casa do Infante e a consulta de brochuras e guias dessa mesma visita. Foram também consultados os seguintes documentos e locais da internet da qual se retiraram algumas imagens: CMP. Área de recursos electrónicos ao apoio do utilizador. Casa do Infante, Núcleo Museológico [Em linha]. Porto. [Consult. 15 mai 14. Disponível em

WWW:<URL:.

http://balcaovirtual.cm-porto.pt/PT/cultura/museus/casadoinfantemuseu/Paginas/casadoinfantenucleomuseologico.aspx>.

PORTO XX. Área de recursos electrónicos ao apoio do utilizador ao nível de actividades culturais. Casa do Infante – Edifício. [Em linha]. Porto[Consult. 25 mai. 14]. Disponível em

WWW:<URL:http://www.portoxxi.com/cultura/ver_edificio.php?id=62 >.

VITRUVIUS. Revistas de Arqueologia [Em linha]. Brasil. . [Consult. 25 maio 14].Disponível em WWW:<URL:http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.071/360>.

SOUSA, Alexandra - Casa do Infante/Intervenções, Porto: edição do autor (2004); Disponível na internet em WWW:<URL: http://hdl.handle.net/10216/55258 >.

(18)

10

Trata-se hoje em dia de um complexo de edifícios que comporta uma parte considerada Monumento Nacional desde 1924, sendo que, para exercício de funções, lhe foram aliadas áreas contíguas.

A sua construção primitiva remonta a 1325. Longe da finalidade que viria a ter hoje, surge por ocasião da disputa entre a Coroa e o Bispo pela autoridade marítima e fluvial da região. A propósito desta rivalidade, o interesse pela custódia da inspeção dos produtos e pela cobrança dos respetivos direitos. O então monarca D. Afonso IV levaria a melhor, com a instalação de uma alfândega no burgo. Em suporte ao régio serviço alfandegário, seriam trazidos para o local a Casa da Moeda, a Contadoria da Fazenda, o Paço dos Tabeliões entre outros. Como consequência seria retirado o privilégio ao bispado de cunhar a sua própria moeda.

Em pouco tempo, a ascensão económica refletir-se-ia na monumentalização do prédio e na sua envolvente. A contribuir para o efeito, a fixação dos oficiais destacados para funções associadas a esta indústria e a chegada constante de gente abastada à cidade. Como afirmação da prosperidade sentida, D. João I manda alargar a estrutura do edifício no século XV com a construção de um corpo avançado, integrando uma nova fachada e um corpo com saída a norte, onde ainda estão gravadas as insígnias do monarca.

Por essa altura, a primitiva estrutura medieval que se compunha de um pátio flanqueado de duas torres já abarcava na sua retaguarda uma vasta área de 1270 m2 onde funcionavam as dependências da dita Casa da Moeda (fig.1).

No século XVII, face ao continuado incremento do comércio marítimo, surge a necessidade de uma nova ampliação do espaço da alfândega2. Em consequência, o cimo das torres foi demolido assim como parte da Casa da Moeda sobre a qual foi prolongado o armazém. Esta última foi assim reduzida mantendo-se nas traseiras do edifício. Também nessa altura a fachada principal foi alvo de novas alterações. Para além de elevada com mais dois pisos, para os quais foram transferidos os serviços que tinham lugar nas torres, sofre um novo avanço sobre a rua (fig.2).

2

(19)

11

A alfândega do Porto e seus serviços mantiveram-se em exercício no local até ao século XIX, altura em que foram confiados a novas instalações na freguesia vizinha de Miragaia.

Anos depois, já durante o século XX, a edificação recebe o estatuto de Monumento Nacional. É em paralelo com a reaquisição pelo Estado do entretanto alienado património, que decorre o seu restauro com orientação da Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN)(fig. 3). Dois anos após ter começado a intervenção, o Gabinete de História da Cidade (GHC) transferia-se para as renovadas instalações. Em breve, a Casa do Infante passaria a albergar parte da mais antiga documentação municipal e, entre outros, a prestar serviço para o desenvolvimento de diversas atividades culturais relacionadas com a história portuense.

Figura 3 - Área de intervenção da DGEMN

Figura 2 - A roxo: novo avanço da fachada; A verde: armazém de mercadorias; A laranja: Casa da

Moeda Figura 1 - A violeta: estrutura

medieval da alfândega com o pátio ladeado pelas torres; A Amarelo: Casa da moeda; A verde: ampliações importantes

(20)

12

Apesar dos esforços a favor da conservação e divulgação das memórias da Cidade, o GHC viria a extinguir-se. O crescimento continuado da documentação camarária custodiada pelo serviço levara à desarticulação do seu sistema informativo.

Foi na sequência de uma quantificação geral do acervo em 1979, feita para o estudo de um programa de reestruturação, que foi revelado o conteúdo total de 7725 m de documentação, da qual só uma pequena parte se encontrava ativa. Perante o reconhecimento deste diagnóstico, urgia uma atitude. Em resposta, é criado por deliberação camarária de 6 de novembro de 1980, o Arquivo Histórico Municipal do Porto. Com ele adviria um amplo sistema de gestão arquivística e um projeto de remodelação a fim de preparar as instalações para o exercício de todos os campos de atuação que envolveria. Neste mesmo projeto pretendia-se ampliar e distribuir os espaços da forma útil, com todos requisitos de conservação, conforto e segurança.

Adquiriram-se para o efeito alguns edifícios contíguos. Contudo, as obras de remodelação só viriam efetivamente a decorrer nos anos 2000, por adiamento devido a escavações arqueológicas entretanto iniciadas no local. Delas resultaria a musealização de um espólio remetente não só às épocas já aludidas mas também a uma anterior atividade portuária romana (fig. 4). Criado durante a ocasião, o museu da Casa do Infante traz aos olhos do mundo os importantes achados.

O projeto de transformação foi então repensado e entregue a um reportado arquiteto da Cidade, Nuno Tasso de Sousa. Este, com colaborações várias, engendraria meios para articular as exigências de funcionamento de um arquivo e de um museu com as imposições feitas com as obras em edifícios classificados. A congregação das valências obrigou a várias fases, tendo sido a complexa obra concluída em 2004 (fig.5).

(21)

13

Figura 4- Vestígios romanos descobertos, a vermelho. Figura 5 - Atuais áreas abrangidas pela Casa do Infante

(22)

14

2.2.

O arquivo Histórico Municipal do Porto - conteúdo e funções

Constituído a nível de divisão, o AHMP integra o Departamento Municipal de Cultura (DMC). É-lhe incumbida a gestão, zelo e conservação de património documental não só produzido pela autarquia desde idade média até ao século XXI, como de arquivos e coleções particulares de entidades diversas.

Legatário de um dos mais antigos cartórios do país possui na atualidade cerca de 4500 metros lineares de documentos, que incluem mais de 800 pergaminhos, diversos códices iluminados, várias séries das quais se salientam as de Vereações, Cofre, Imposição do Vinho, Listas de Ordenanças, Licenças de Obras entre outros, e ainda um conjunto de desenhos, cartografia e reproduções fotográficas. O conteúdo está organizado em três grandes núcleos: Arquivos Públicos, Arquivos Privados e Coleções, que por sua vez estão seriados em subdivisões diversas3.

Alguns códices e documentos estão publicados na íntegra ou são objeto de estudo em diversas obras bibliográficas. Poderão ser consultadas na Biblioteca de Assuntos Portuenses que disponibiliza cerca de 5000 publicações impressas, coleções de diapositivos, gravuras, postais, cartazes, entre outros. Aqui, os interessados encontram um suporte bibliográfico complementar ao conteúdo do Arquivo que abrange também áreas técnicas direcionadas, nomeadamente no campo da arquivística, conservação e restauro, paleografia, arquitetura, entre outras.

É de salientar a capacidade dos depósitos que possuem 265 gavetas A0, 5500 m lineares em estanteria compacta e mais de 14 armários verticais.

Espaços e serviços:

Extensão cultural e lazer (de acesso ao publico):  Sala memória

 Sala de exposições

3

(23)

15

 Auditório (onde se realizam apresentações públicas de diversa natureza4)  Museu (com apoio especializado ao visitante)

 Salas de leitura I e II, dedicadas respetivamente à documentação manuscrita e às publicações da Biblioteca de Assuntos Portuenses, sempre com o apoio especializado ao leitor/utilizador.

 Oficina de serviço educativo (onde ocorrem workshops e atividades para públicos diversos)

 Loja de vendas  Cafetaria  Receção

Ligados aos serviços técnicos:

 Salas de tratamento técnico, onde são desenvolvidas as atividades de descrição documental, catalogação e movimentação

 Sala de receção, triagem e expurgo de documentos  Sala de higienização

 Laboratório de conservação e restauro5  Oficina de encadernação

 Gabinete de arqueologia

4A referir, a apresentação mensal do “Documento do Mês” sem custos para os interessados em fazer parte da audiência. Nela são abordados variados temas relacionados com o arquivo por um profissional da Casa diferente a cada mês. Os temas podem ir desde elucidações acerca de áreas específicas de atuação dos

serviços, à apresentação de um estudo relativo ao conteúdo de documentos. A par do “Documento do Mês”

desenrola-se também a apresentação da “Peça do Mês” ligada a outros temas normalmente no âmbito da arqueologia.

5

Onde para além das práticas explícitas, também se desenvolve a monitorização do controlo ambiental e de pragas através dos dados recolhidos de todos os espaços do arquivo onde estão instalados os

(24)

16

 Estúdio de fotografia

Reprografia (fotocópia e digitalizações)  Oficina de manutenção dos equipamentos

Serviços e espaços administrativos:

 Gabinetes dos dirigentes e Secretaria

 Sala de informática onde se efetuam as operações de administração do sistema de informação do Arquivo Histórico e da base de dados arquivística GISA (que congrega a produção dos conteúdos e sua divulgação através do endereço eletrónico http://gisaweb.cm-porto.pt)

 Sala do serviço educativo e extensão cultural, responsável pela elaboração de eventos e meios para a sua divulgação.

Existem outros serviços e espaços, igualmente importantes para o bom funcionamento da Casa que devem ser mencionados. São áreas e serviços de gestão e manutenção do edifício como:

 Limpeza, almoxarifado, segurança, portaria, economato, refeitório, balneário, telefonista, portaria, entre outros.

2.2.1.

Os Laboratórios de Restauro

Após breve introdução ao que representa a Casa do Infante, chega-se agora ao sector de Restauro do AHMP. Aqui processam-se todas as ações de conservação e restauro em documentos que careçam de tratamentos para estabilização ou restabelecimento de algumas qualidades físicas perdidas.

(25)

17

não realçar dotes da sua estética (com branqueamentos etc.). Assim, a estabilização das peças vem como principal objetivo e em segundo lugar o restauro. Os princípios a tidos são a devolução de alguma dignidade sempre com respeito à identidade dos documentos. Só se efetuam restauros com materiais reversíveis, compatíveis e estáveis.

Identificação do objeto em estudo - O Volume de

3.

Licenças de Obras

O trabalho desenvolvido teve como cerne o estudo e o tratamento de um dos volumes da série Licenças de Obras, albergada pelo AHMP. Esta engloba processos para o licenciamento de obras no concelho do Porto, requeridas a título particular, como construções, reconstruções, alterações, etc., em edifícios habitacionais, comerciais, industriais, religiosos, funerários, vedações, poços, minas, etc.; Cada um destes volumes reúne várias tipologias documentais6, materializadas em diferentes tipos de suporte com conteúdos gráficos de características igualmente distintas entre si.

Todas as licenças estavam originalmente encadernadas em volumosos livros de difícil manuseamento. Por essa razão, terão sido reduzidos a várias unidades menores através da divisão das suas lombadas nos atuais volumes. Em consequência, a capa original de cada livro foi eliminada e cada volume foi furado para ser acondicionado em capas de cartão com ferragens. Da encadernação original ficaram as

costuras entre os cadernos e a respetiva cola que os une (Fig. 6).

6

Os processos integram normalmente diferentes modelos de impressos constituídos por declarações dos técnicos responsáveis pelas obras, despachos e informações das entidades competentes. Muitas vezes acompanham-se de desenhos técnicos dos projectos (alçados, plantas e cortes). Podem também constar nos processos mais recentes um termo de responsabilidade, uma memória descritiva, planta topográfica, fotografias, notificações, informações, alvarás de licenças de construção e de utilização, propriedade horizontal, livro de obra, telas finais, vistorias, entre outros, que se acharam necessários conforme os casos e a época.

(26)

18

3.1.

Conteúdo documental

O volume alvo de estudo, à semelhança dos restantes, abrange diferentes modelos de impressos, e particularmente neste caso, documentos da Direcção-Geral dos Bombeiros Sapadores. Fazem também parte do conjunto, 26 desenhos técnicos em papel e tela. Identifica-se por:

Número da cota: D-CMP/9 (430) Número do volume: 430

Número do livro ao qual pertencia: 4367 Ano dos processos: 1924

Numeração dos processos de licenciamento: do 1201 ao 1250 (49 ao todo)

Total de folhas: 232, das quais só a primeira (folha de rosto) não se encontra numerada8. Todos os suportes incorporados neste volume são em papel, de natureza opaca ou transparente. Subdividem-se nas seguintes espécies documentais (Tabelas 1, 2 e figura 7 e 8):

 Documentos da Direcção-Geral do Batalhão de Sapadores Bombeiros peças)

 Modelos de impressos:

o “Guias de receita (25 peças) o “Alvarás de licença (44 peças)

o Requerimentos e Memórias descritivas (64 peças + 7) * o Formulários com o título “Obras Diversas” (48 peças + 1) * o Formulários com o título “Edificações Urbanas”(6 peças)

7

Os livros iniciam a sua numeração no 220 e terminam no 677. Foram ao todo subdivididos em 980 volumes.

8

(27)

19

 Desenhos técnicos:

o Desenhos em papel transparente (18 peças)

o “Desenhos técnicos em fundo azul” (Impressões de desenhos em papel

opaco) (7 peças)

o Desenho em tela (uma peça).

* Houve por vezes a necessidade de continuar os registos feitos numa nova folha. Para isso foram usados papéis de linhas semelhantes aos sinalizados mas sem impressão (Tabela 2).

3.2.

Identificação e estudo dos materiais constituintes

Antes de pensar nas intervenções, foi importante tentar saber no que consistiam os documentos através de uma identificação a vários níveis. Tornar-se-ia assim mais fácil sustentar cada proposta de tratamento e garantir que as intervenções tivessem o efeito pretendido.

Numa primeira abordagem, constatou-se que muitas peças apresentavam características comuns entre si. Tentou-se por isso agrupá-las de modo a conseguir identificá-las de forma mais organizada sem ter de repetir informação.

A identificação foi feita de forma gradual, à medida que se tornou exequível o seu avanço a par com certos tratamentos. Foi por isso dividida em três fases:

A abordagem superficial e observações importantes para encaminhar a identificação antes do desmembramento do volume. Assim foi possível a

separação nos grupos já vistos, para o qual se teve como critérios, a semelhança entre os suportes através da cor, conteúdos gráficos, a textura, brilho e a observação dos mecanismos de degradação.

(28)

20

o Registos das medições das folhas (altura, largura e espessura),

o Examinação sob diversos ângulos de iluminação, tanto a olho nu como com

a lupa binocular (luz refletida, rasante e transmitida).

o Observação sob radiação ultravioleta

o Testes de solubilidade das tintas e testes ao comportamento dos suportes o Medições de pH.

 A terceira e última fase teve lugar após se ter cimentado a analogia composicional dentro dos grupos através dos testes e exames anteriormente elaborados.

Recolheu-se uma amostra por grupo para realizar testes microquímicos da Recolheu-seguinte

natureza:

o Teste de Herzberg o Teste de Lofton-Merritt o Teste de alumião

o Teste de Graff “C” o Teste de Raspail

(Os meios foram determinados consoante os resultados obtidos das identificações antecedidas).

3.2.1.

Primeira fase da identificação: abordagem superficial antes do

desmembramento

Um dos aspetos observados quando se folheou pela primeira vez o volume foi a existência de vários tipos de modelos de impressos. Após se ter verificado que os suportes apresentavam as mesmas cores e texturas dentro de cada tipo de impresso, equacionou-se que poderiam ter entre si, para além do mesmo conteúdo, suportes da mesma natureza. As tabelas 1 e 2 mostram grupos de documentos presentes no volume, tendo em conta o conteúdo gráfico de todos eles.

Para os “Desenhos técnicos de fundo azul” foi feita a mesma apreciação. Já no caso dos documentos transparentes, apesar do conteúdo ser sempre o desenho, os suportes

(29)

21

(30)
(31)

23

Tabela 1 - Resume das tipologias documentais impressas (modelos de impressos e dactilografias).

s) Apresentação geral dos modelos de impressos e dactilografias

Alvarás de Licença (ao todo 44 peças)

Observações:

A frente pode se apresentar de duas maneiras: com manuscritos a preto e vermelho ou somente a preto, ambos executados com caneta de aparo.

Nunca contêm selos e o verso nunca apresenta registos.

Guias de Receita (ao todo 25 peças)

Observações:

A frente destes impressos está sempre preenchida com manuscrito a preto feito com caneta de aparo. O verso nunca contém registos.

O ras Diversas (ao todo 48 peças)

Observações:

No lado frente é possível encontrar manuscritos a preto e/ou azul-escuro a caneta de aparo. Nunca contêm selos. No verso, manuscritos também a vermelho. Podem conter um carimbo vermelho a dizer

Reprovado .

Documentos de Direcção-Geral dos

Sapadores Bombeiros (ao todo 11 peças)

Observações:

Documento dactilografado. Nunca apresentam selos, nem registos no verso. Têm sempre um carimbo roxo

o os ara teres R.E o fu do e uma assinatura a preto, feita com caneta de aparo.

Edifi ação Ur a a (ao todo 3 bifólios paginados no lado

frente de cada fólio)

Observações:

Consistem em bifólios, impressos nas 4 páginas.

Possuem manuscritos a preto e vermelho em caneta de aparo e carimbos pretos e vermelhos. Não contêm selos.

Requerimentos e Memórias descritivas (ao todo 64 peças)

Frentes Versos Observações:

(32)
(33)

25

Tabela 2 – Folhas de linhas que serviram para continuar a informação manuscrita de documentos impressos.

Frente e verso(s) Descrição

Suportes de cor azul com conteúdos relativos aos Requerimentos, Termos de Responsabilidade e Memórias Descritivas. (Total de seis peças)

No lado da frente mostram um carimbo roxo e manuscritos em preto e/ou azul, a caneta de aparo. O verso pode conter registo. Quando sim, é feito com as mesmas canetas que no lado da frente e, em certos casos, também a vermelho. Podem ter carimbos a vermelho. Nunca possuem selos. São seis peças

Suporte de cor verde com conteúdo relativo a

Obras Diversas

Suporte que serviu para continuar um documento de

Obras diversas . Apenas possui um carimbo roxo e uma data escrita a preto com caneta de aparo.

Memória Descritiva de cor marfim

(34)
(35)

27 Formatos mais

pequenos

Tamanho s médios

Fo

rm

at

os

m

ai

or

es

(36)

28

Figura 8 - Continuação da figura 7. Tamanhos

médios

(37)

29

A identificação das técnicas de registo

3.2.1.1.

Já se tinha verificado a presença de manuscritos de diversas cores, desenhos, carimbos e a existência de vários documentos impressos. O passo seguinte foi perceber o tipo de impressões envolvidas nestes últimos.

Estudo dos métodos de impressão:  Os modelos de impressos:

Os sinais de que existem impressões feitas em serie são muito evidentes. A ter logo em conta, a repetição de folhas com formulários iguais. Em alguns casos é mesmo possível notar falhas na impressão que se repetem ao longo de todas as folhas com o mesmo modelo.

A consulta bibliográfica feita fala de três grandes famílias de impressões: a de relevo, intáglio ou a planográfica, sendo que podem estar reunidos vários tipos num único suporte9.

Ao procurar marcas que pudessem ajudar a identificar os métodos de impressão, foram feitas as observações ilustradas nas seguintes tabelas:

Tabela 3 - Marcas de impressão dos modelos de impressos.

Guias de Receita Alvarás de Licença Obras Diversas Edificações Urbanas

Texturas

Títulos e cabeçalhos

Textos

Marcas de tinta

Títulos e cabeçalhos

Textos

9 GASCOIGNE Bamber - How to identify prints –

(38)

30

Tabela 4 – Marcas de Impressão dos modelos de impressos (continuação).

Texturas frente e

verso Marcas de tinta

Requerimentos e Termos de Responsabilidade

Existem marcas de relevo muito claras nos textos das “Edificações Urbanas” no entanto menos pronunciadas no título e nos dados do cabeçalho10.

Existem leves marcas de relevo que parecem estar nos texto mas impercetíveis no cabeçalho e título das “Oras Diversas”.

As Guias de Receita, apresentam subtis indícios de relevo nos textos, mas irreconhecíveis no título e cabeçalho.

Nos Alvarás de Licença, a conformação dos caracteres do texto é similar à presente em “Edificações Urbanas”, “Obras Diversas” e Guias de Receita. No entanto, ao contrário destes, não é claro nenhum relevo associado nem no cabeçalho e título, nem nos textos.

Nos requerimentos e termos de responsabilidade é claro o relevo na “vignette”11 (local onde o papel é timbrado) em redor do selo branco com marcas da pressão transpostas também no verso. A tinta parece ter borratado na extremidade das formas. A cor é muito nítida, notando-se apenas uma leve saturação junto à extremidade das formas.

Após comparação com os dados da bibliografia referenciada, os conteúdos dos textos e as “vignettes” foram associados as “marcas-tipo” de uma impressão de relevo, nomeadamente a tipográfica12.

10

Identificação da Câmara Municipal e elemento heráldico do antigo brasão da cidade do Porto 11

Nomenclatura encontrada no livro de GASCOINGE Bamber, Ob. Cit, part II, 47 a. 12

(39)

31

Salientam-se como características da impressão tipográfica, o baixo-relevo dos locais tingidos e tinta mais saturada e esborrata nos limites das formas13.

Apesar de existirem casos em que os sinais de relevo eram pouco claros, a conformação igual entre as letras dos textos nos diversos modelos sugeria que pudessem todos ter sido impressos através do mesmo método.

No entanto a presença de relevo nos textos e sua inexistência nos cabeçalhos e títulos, suscitaram algumas incertezas. Como meio de despistagem, foram comparados com documentos de outros volumes de Licenças de Obras da mesma série. Nestes, foram encontrados modelos de impressos iguais mas noutros tipos de suporte onde se pôde perceber melhor o relevo associado à natureza tipográfica dos mesmos.

Por outro lado, foi descoberto que um dos Alvarás de Licença apresentava um erro de impressão. Todos os seus conteúdos estavam inclinados, o que indiciou que a impressão tivesse sido feita com um só método e de uma única vez (fig.9).

Equacionou-se portanto que as disparidades de marcas de relevo nos conteúdos pudessem estar relacionadas com ligeiras diferenças de altura entre os conjuntos de letras que formaram as placas de impressão. Faz assim sentido a proporcionalidade observada entre saturação de cor e intensidade das marcas de relevo.

Os “Documentos da Direção Geral dos Sapadores Bombeiros”

No caso dos ”Documentos da Direção Geral dos Sapadores Bombeiros”, há grandes indícios de terem sido escritos à máquina, isto é, dactilografados. São todos diferentes em termos de conteúdo mas o papel, cor e conformação das letras é igual. Existe algum relevo aqui também, devido à pressão para impressão de cada letra. Outro indicador desta técnica

13

Idem, ibidem.

(40)

32

é a irregular nivelação entre caracteres diferentes, um claro sinal desta tipologia de registo14 (fig. 10).

Figura 10 - Marcas de pressão e de tinta nos documentos dactilografados da Direcção-Geral dos

Sapadores Bombeiros

Apreciações: Apesar de não serem um modelo de impresso, são como estes muito semelhantes entre si, dando ideia que seriam produzidos para serem facilmente identificados seguindo um padrão com o uso da mesma técnica de registo e material de suporte (tal como parece suceder com os modelos de impressos abordados).

Os “Desenhos técnicos de fundo azul”

Por se apresentam em negativo, isto é traçado branco em fundo escuro, equacionou-se a possibilidade de equacionou-serem impressões.

Observou-se que todas as peças deste grupo tinham o mesmo tipo de azul (azul da Prússia) e material de suporte análogo entre si, apresentando a mesma textura, cor e brilho. A degradação sofrida ao longo do tempo tem-se manifestado da mesma maneira sem grandes diferenças a nível ótico.

A par com estas observações foi feita uma pesquisa acerca destas características que remeteu para a foto-impressão (ou heliografia).

A foto-impressão é um método de impressão que se praticava com frequência para a reprodução de desenhos técnicos15. Era muito utilizada para a elaboração de projetos nos campos da arquitetura, engenharia, geografia, arqueologia, entre outros. Consistia num

14

XAVIER.EDU –História e uso da máquina de escrever. Typewriters. [Em linha]. [Consult. 10 ago 14]. Disponível em WWW:<URL:.http://site.xavier.edu/polt/typewriters/tw-history.html >.

15

(41)

33

meio importante para elaborar estudos consecutivos até ao produto final. Por serem resultado de um método fotográfico, (à semelhança das provas fotográficas que comummente se conhecem), compõem-se de suportes impregnados ou revestidos com uma substância sensível à luz.

Segundo as autoras do livro Architectural Photoreproductions sobre esta matéria, existem vários tipos de heliografias de várias cores, sendo que se podem apresentar em negativo ou em positivo16.

De uma maneira geral, para se obter uma cópia através desse método, a frente da folha era colocada em contacto com o desenho original feito em suporte transparente. Era então incidida uma luz através deste último para provocar a reação da camada fotossensível do papel de cópia. Nas áreas de registo, onde a luz não conseguia passar, o material fotossensível mantinha-se intacto. Depois da exposição a folha podia ser submetida a um processo de revelação para completar a reprodução. A imagem surgia após a imersão, sujeição a vapores ou pulverização com um revelador de imagem. Dependendo do processo de impressão envolvido, algumas requeriam ainda uma fixação ou apenas um enxaguamento com água.

Na figura seguinte (fig.11), estão expostos os dois tipos de foto reproduções em negativo de cor azul possíveis, tendo em conta períodos de produção que abranjam a data de 192417:

Blueprint, Cianótipo ou Marion

Diazótipos

Figura 11 – Tipos de heliografias de coloração azul a negativo, praticadas em 1924.

É importante ter em conta que as tonalidades podem variar mesmo dentro de cada tipo de impressão. Este facto deriva da associação dos vários parâmetros envolvidos numa impressão fotográfica e que influenciam muito no produto final. São o tempo de exposição

16 KISSEL Eleonore, VIGNEAU Erwin - Architectural Photoreproductions –

A manual for identifications and care, New York: Oak Knoll Press, 1999; pp.31 – 43.

17

(42)

34

à luz, o tempo de revelação, a transparência do original e opacidade do traço de desenho etc.

Assim, outros fatores para além da cor, tiveram de ser tidos em consideração para identificar os métodos implicados na impressão. A nitidez dos limites das formas, a tonalidade das áreas não impressas, a homogeneidade do azul do fundo e a manifestação dos mecanismos de degradação fornecem pistas importantes nesse sentido.

Os diazótipos negativos ao contrário do que acontece com os cianótipos, não são

tão nítidos e homogéneos no traço e no fundo. O fundo está quase sempre “salpicado” com pontos mais claros. Para além disso, com o tempo, a impressão tende a descolorar ganhando tonalidades do bege ao rosa carne nas áreas claras, principalmente nas extremidades da folha. O desvanecimento da cor nas margens é quase sempre uma realidade, o que torna os diazótipos geralmente menos contrastantes que os cianótipos. Devido à oxidação das substâncias de sensibilização, os locais não impressos no anverso da folha tem quase sempre uma coloração mais escura que o verso.

Os cianótipos: A sua cor remete para o azul de Prússia, tonalidade característica

deste método para um olho bem treinado. Apresentam semelhanças visuais significativas em comparação com os diazótipos mas manifestações de degradação distintas. Ao contrário destes,, exibem delineações mais nítidas das formas. O fundo é normalmente homogéneo. O verso possui a mesma tonalidade de branco que as áreas não impressas, ao contrário do que se vê nos diazótipos que têm sempre um amarelecimento associado à degradação da camada fotossensível nas áreas não impressas na frente do documento.

Ambas são impressões de carácter acídico.

(43)

35

Sabendo que os dioazótipos são revelados com vapores de amoníaco (processo a seco) e os cianótipos têm de ser imersos em água para poderem ser revelados18, este seria mais um meio de os distinguir (fig.12).

Figura 12 –Observação com lupa binocular com ampliação a 20x de “Desenhos técnicos de fundo azul” mostrando a aparência das suas fibras

Outro indicador da presença de diazótipos é o cheiro a amoníaco, o que não se verificou. Apreciações: Os documentos “desenhos técnicos de fundo azul” revelaram as

características tipo da cianotipia. Têm um fundo azul homogéneo e contrastante, de contornos firmes. As áreas não impressas têm a mesma tonalidade branca que no verso. Não foi detetado qualquer cheiro a amoníaco e quando observadas com a lupa binocular, as fibras aparecem levantadas19. Como marcas de degradação, apenas foram observadas pequenas manchas redondas acastanhadas (em todas elas), muito diferente das degradações tipo dos diazótipos.

Observação e comparação das marcas de degradação

3.2.1.2.

A possível relação entre tipo de conteúdo e material de suporte, levou a considerar a formação de grupos, tendo em conta estes dois aspetos. Dessa forma seria mais simples conseguir identificar as 232 unidades, delinear e executar os processos de tratamento que assim poderiam ser seriados.

Para firmar esta teoria, antes de desmembrar o volume, compararam-se as marcas de degradação entre todas as folhas. Uma vez que todas elas datam do mesmo ano e foram

18

Após a exposição à luz da solução fotossensível de ferricianeto de potássio e citrato de amónio férrico, estes sais ficavam reduzidos. Podiam então ser revelados num banho em água, transformando-se em ferrocianeto de ferro que lhes dava a cor. Nos locais onde não tinha havido exposição, os sais de ferro dissolviam-se na água sem deixar marca.

19

A observação das fibras com lupa binocular foi feita na segunda fase de identificação, após o desmembramento do volume.

Desenho

técnico de

fundo azul

(44)

36

sempre acondicionadas nos mesmos meios, previa-se que os sinais da passagem do tempo fossem iguais entre suportes iguais.

Assim, estas marcas foram avaliadas, tendo em conta a sua quantidade, conformação, coloração, localização e intensidade de cor.

 No final notou-se que os suportes que se presumiram ter a mesma natureza, nomeadamente os vários modelos de impressos, os “documentos da Direcção -Geral dos Sapadores Bombeiros” e os ”desenhos técnicos com fundo azul”, exibiam marcas iguais entre si. Em geral, as mesmas concentravam-se junto às ourelas, onde a penetração dos compostos do ar, a luz e o toque para o manuseamento foram maiores. No caso dos “desenhos técnicos com fundo azul”, existiam também marcas ao longo de locais de vinco, onde as fibras se encontravam mais expostas20.

Depois da degradação natural de cada tipo de suporte, foi observado o seu efeito nas folhas adjacentes. Na figura seguinte encontram-se as possibilidades de contacto entre os diferentes grupos.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26

27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51

52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76

77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101

102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122

123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139140 141 142 143

144 145 146 147 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164

165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184 185

186 187 188 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 201 202 203 204 205 206

207 208 209 210 211 212 213 214 215 216 217 218 219 220 221 222 223 224 225 226 227

228 229 230 231

20

(45)

37

Legenda:

- Folha de rosto

Nº ou Nº - Requerimentos e memórias descritivas com “vignette” impressa ou folhas azuis semelhantes (sem “vignette”). Total : 64 + 6.

139 - Memória descritiva numa folha branca de linhas (com textura e número de linhas iguais aos dos suportes supracitados).

Nº e 49- Impressos verdes “Obras diversas” e folha verde de linhas usada numa ocasião em que o preenchimento de um impresso foi continuado numa nova folha. Total: 48 + 1.

Nº - Impressos castanhos “Edificações Urbanas”. Total: 6.

Nº - Impressos “Alvarás de licença”. Total: 44.

Nº - Impressos “Guias de receita”. Total: 25.

Nº - “documentos da Direcção-Geral dos Sapadores Bombeiros” (dactilografias). Total: 11.

Nº - “Desenhos técnicos de fundo azul”. Total: 7.

22 – Desenho técnico em tela

Nº - Desenhos técnicos em papel transparente. Total: 19.

Durante as comparações, notou-se a oxidação frequente da cola dos selos. Em certos casos, foi possível verificar a sua migração para folhas adjacentes, deixando a forma do contorno dos mesmos. (secção 4.1. – Diagnósticos).

Não foram notadas quaisquer marcas de contacto entre modelos de impressos e “documentos da Direcção-Geral dos Sapadores Bombeiros” revelando que não se afetaram mutuamente.

No que toca aos documentos transparentes, foi bem diferente. Não apresentaram a mesma resposta à passagem do tempo. Para além disso, influenciaram os suportes com os quais estavam em contacto de diferentes maneiras, revelando ter composições diferente entre si.

Tenteou-se de padronizar os suportes transparentes através destes e outros sinais.

 Constatou-se que existiam marcas de contacto delineadas nos impressos “Obras diversas” quando um “documento da Direcção-Geral dos Sapadores Bombeiros” os

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38

separava de suportes transparentes. Este fenómeno não se verificou quando o contacto com o suporte transparente se fez de forma separada com esses 2 tipos de documentos (fig.14).

Figura 14 –Marcas de contacto provocadas por documento transparente nos impressos Obras diversas em casos em que se encontrava um documentos da Direcção-Geral dos Sapadores Bombeiros a separá-los. Folhas nº 215, 216 e 217.

 Foi visto que por vezes, os documentos adjacentes não revelaram o mesmo comportamento face às mesmas circunstâncias (contacto com um documento transparente) (fig.15). No entanto existe sempre algum amarelecimento resultante do contacto com documentos transparentes.

(47)

39

Apreciações: Foi raro encontrar um documento em perfeito estado de conservação que não tivesse sofrido alguma degradação química. Os diferentes mecanismos de degradação forneceram dicas para uma identificação primária das diferentes tipologias de suportes.

O contacto com “documentos da Direcção- Geral dos Sapadores Bombeiros” e os impressos “Obras diversas” ocorreu com os seguintes suportes transparentes: 79, 121, 128, 140, 201, 209,215. Os que provocaram as ditas marcas de contacto foram os 79, 128, 201 e 215.

 Como resultado foi possível perceber que suportes mais brilhantes não deixaram marcas ao contrário dos suportes foscos.

Nas folhas nº 5, 30, 34 47, 74 e 159, o contacto fez-se diretamente com impressos “Obras diversas” deixando neles um amarelecimento homogéneo. O mesmo foi observado com as folhas 147, 156, 22, 150 e 168 e 45 apesar do contacto com impressos diferentes.

No caso dos “desenhos técnicos de fundo azul”, o contacto promoveu uma certa conservação dos suportes adjacentes, inibindo a ocorrência de marcas de oxidação21 (fig 16).

Figura 16- Delimitação mais clara num impresso adjacente ao desenho técnico de fundo azul nº 85.

21 Não foi possível observar o seu efeito em documentos transparentes uma vez que cada processo de

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40

3.2.2.

Segunda fase da identificação: Abordagem aprofundada após o

desmembramento

Desmontado o volume, continuou-se a identificação com os métodos de exame possíveis e adequados. Os resultados tinham como objetivo, para além do título informativo (técnicas de produção e materiais), a consciencialização acerca de possíveis produtos/tratamentos a empregar e os reais causadores dos mecanismos de deterioração patentes nas peças, para futuras ações de preservação.

Registaram-se as dimensões de todas as peças, largura, altura e espessura e fizeram-se comparações entre estas duas. Observaram-se as folhas sob diferentes ângulos de iluminação, ampliações e radiações, mediram-se valores de pH e fizeram-se testes à solubilidade das tintas e ao comportamento dos suportes. Compararam-se os resultados e averiguou-se com auxílio de dados bibliográficos a identidade de cada tipologia.

Exames macroscópicos

3.2.2.1.

Com auxílio de vários ângulos de iluminação, (refletida, transmitida e rasante22) foram verificados aspetos importantes de cada peça ou grupos de peças. Nas tabelas 5, 6, 7, 8 e 9 estão expostas imagens dos exames efetuados. Para a recolha destas foram utilizadas uma mesa de luz, uma lupa binocular23 e uma fonte de luz móvel branca. Nas tabelas constam para além das imagens, as respectivas dimensoes das folhas em questão

22

A observação com luz rasante consiste no resultado da colocação de um foco de luz com um ângulo de incidência perto do 0º, para ver o detalhe do relevo das superfícies.

A observação com luz transmitida consiste na incidência de um foco de luz na superfície anterior à que queremos observar, (ângulo de 270º) permitindo observar diferenças de espessura nas folhas e densidade. A observação sob luz reflectida permite obter dados principalmente acerca da cor. É incidida a 90º. 23

(49)

41

Tabela 5 - Exames feitos aos modelos de impressos e “documentos da Direcção-Geral dos Sapadores Bombeiros” com diferentes ampliações e ângulos de luz.

I pressos O ras

Diversas I pressos Edifi ações Ur a as I pressos Alvarás de Li e ça I pressos Guias de Re eita memórias descritivas Requerimentos e

Folha marfim nº 139 Folha verde nº 49 Folhas azuis nº 10, 70, 124 e 171, 172

Do u e tos da Driecção-Geral dos “apadores Bo eiros Dimensões

(mm)

300 x 202 x 0,13 302 x 197 x 0,12 340 x 225 x 0,08 328 x 211 x 0,08 302 x 198 x 0,16 300 x 200 x 0,16 304 x 200 x 0,13 300 x 197 x 0,16 ≈168 x 223 esp 0,09 Luz refletida

Luz rasante

Luz refletida com lupa binocular a

40x

Luz transmitida

Luz transmitida

com lupa binocular a

(50)

42

Tabela 6 - Exames e observações feitos aos suportes transparentes sob diferentes ângulos de luz e com ampliação. As cores sobre os números de folha indicam agrupamentos de folhas que se acharam semelhantes.

Folha nº 159 Folha nº 156 Folha nº 30 Folha nº 215 Folha nº 201 Folha nº 5 Folha nº 128

Dimensões (mm) 170 x 253 x 0,06 209x 260 x 0,06 262 x 370 x 0,06 263 x 548 x 0,06 307 x 902 x 0,06 329 x 960 x 0,08 310 x 723 x 0,07 Luz refletida

Luz refletida a 40x

Luz transmitida a 40x

Luz rasante a 40x

Tabela 7 - Exames e observações feitos aos suportes transparentes com diferentes ampliações e ângulos de luz (continuação). As cores sobre os números de folha indicam agrupamentos de folhas que se acharam semelhantes.

Folha nº 74 Folha nº 79 Folha nº 150 Folha nº 34 Folha nº 140 Folha nº 209 Folha nº 168 Folha nº 45 Dimensões (mm) 307 x 253 x 0,06 310 x 408 x 0,06 299 x 199 x 0,09 176 x 350 x 0,06 360 x 704 x 0,07 269 x 560 x 0,06 216 x 191 x 0,07 272 x 628 x 0,07 Luz refletida

Luz refletida a 40x

Luz transmitida a 40x

(51)

43

Tabela 8 - Exames e observações feitos aos suportes transparentes com ampliações e sob ângulos de luz diferentes (continuação). As cores sobre os números de folha indicam agrupamentos de folhas que se acharam semelhantes.

Folha nº 47 Folha nº 147 Folha nº 121 Folha nº 22

Dimensões (mm) 313 x 829 x 0,07 499 x 1000 x. 0,07 397 x 1480 x 0,07 360 x 1000 x 0,09 Luz refletida

Luz refletida a 40x

Luz transmitida a 40x

Luz rasante a 40x

Tabela 9 - Exames feitos aos “desenhos técnicos de fundo azul” sob diferentes ângulos de luz e com ampliação.

Folha nº 134 Folha nº 64 Folha nº 11 Folha nº 85 Folha nº 165 Folha nº 66 Folha nº 65 Dimensões (mm) 532 x 308 x 0,15 272 x 430 x 0,16 430 x 310 x 0,09 248 x 446 x 0,16 287 x 590 x 0,18 353 x 925 x 0,16 325 x 1400 x 0,16 Refletida

Rasante frente a 40x

Rasante verso a 40x

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