• Nenhum resultado encontrado

A ADOÇÃO DA RESERVA DE VAGAS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO

RECONHECIMENTO DO ACESSO À EDUCAÇÃO FORMAL

3.2 A ADOÇÃO DA RESERVA DE VAGAS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO

NORTE – UFRN

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, criada em 25 de junho de 1958, sendo federalizada em 18 de dezembro de 1960, e possui cinco campi, sendo eles: Campus Central, em Natal; Escola Agrícola de Jundiaí, em Macaíba; Faculdade de Ciências do Trairi, em Santa Cruz; Centro de Ensino Superior do Seridó, em Caicó e Currais Novos; além dos polos de Educação à Distância. A instituição oferece cursos de

graduação, pós-graduação, projetos de extensão e pesquisa, ensino técnico, educação infantil, museus e hospitais universitários que fazem parte da UFRN e integram o Sistema Único de Saúde (SUS)11.

A UFRN possui variados processos seletivos para o ingresso em cursos de graduação, no entanto, a presente pesquisa se limita à análise apenas do ingresso em cursos de graduação por meio do Sistema de Seleção Unificada dos anos de 2018 e 2019. Até o ano de 2012, o ingresso na instituição era realizado por meio do vestibular que desde o ano de 2006 fazia uso da ação afirmativa de Argumento de Inclusão, como forma de estimular e proporcionar o ingresso de alunos da rede pública de ensino na instituição.

No mesmo ano, entra em vigor a Lei nº 12.711, de agosto de 2012, conhecida como Lei de Cotas, que dispõe do ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio. A referida lei, em seu Artigo 1º afirma:

Art. 1º As instituições federais de educação superior vinculadas ao Ministério da Educação reservarão, em cada concurso seletivo para ingresso nos cursos de graduação, por curso e turno, no mínimo 50% (cinquenta por cento) de suas vagas para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas (BRASIL, 2012).

Também garante que no preenchimento das vagas, 50% deverão ser reservadas para candidatos oriundos de famílias com renda igual ou inferior a 1,5 salário mínimo per capita. O acompanhamento e avaliação do programa ocorre por meio do Ministério da Educação e da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e a Lei também afirma que a cada ano, as universidades federais e as instituições federais de ensino técnico de nível médio deverão implementar, no mínimo, 25% das reservas de vagas previstas na Lei, possuindo o prazo de 4 anos para o cumprimento total da reserva de vagas.

Até o ano de 2015 os Artigos 3º, 4º e 5º da referida Lei, que tratam do preenchimento e da reserva das vagas, especificavam que as mesmas deveriam ser preenchidas da seguinte forma: nas instituições federais de ensino superior, por curso e turno, as vagas de que trata o Art. 1º, devem ser ocupadas por candidatos autodeclarados preto, pardos e indígenas, em proporção no mínimo igual à de pretos, pardos e indígenas na população da unidade da Federação onde está instalada a instituição, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

11 Informações coletadas no Portal da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. Disponível

(IBGE) e as vagas remanescentes ocupadas por candidatos que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas; no mínimo 50% das vagas das instituições federais de ensino técnico de nível médio, em cada curso, por turno, devem ser reservadas para candidatos que cursaram integralmente o ensino fundamental em escola pública, sendo metade dessas vagas reservadas para candidatos oriundos de famílias com renda igual ou inferior a 1,5 salário mínimo per capita, sendo as referidas vagas preenchidas, por curso e turno, por autodeclarados pretos, pardos e indígenas, em proporção no mínimo igual à de pretos, pardos e indígenas na população da unidade da Federação onde está instalada a instituição, segundo o último censo do IBGE, sendo as vagas remanescentes ocupadas por candidatos que tenham cursado integralmente o ensino médio em escola pública.

No ano de 2013, a UFRN passa a adotar o SiSU, bem como a política de ações afirmativas baseada na reserva de vagas definida pela Lei nº 12.711/2012, a Lei de Cotas, no seu processo seletivo para o ingresso nos cursos de graduação. A Lei de Cotas

passa a ter sua aplicação na UFRN a partir do primeiro semestre de 2013, sendo aplicado de forma gradativa, onde houve o preenchimento de um total de 12,5% das vagas, por curso e turno, da instituição através do SiSU. A adesão à Lei de Cotas ocorreu no decorrer de quatro anos até atingir a porcentagem de 50% de suas vagas ofertadas a candidatos cotistas e no primeiro semestre de 2014 o vestibular deixa de ser ofertado e o SiSU se torna a principal forma de ingresso.

Alterou-se também o Argumento de Inclusão, utilizado no período em que o vestibular era a principal forma de ingresso na instituição, onde por meio da Resolução

nº 177/2013-CONSEPE, de 12 de novembro de 2013, houve a criação do Argumento de Inclusão Regional como forma de estimular o ingresso de estudantes que moram no entorno dos campi localizados no interior do estado, onde os candidatos devem ter concluído o ensino fundamental, bem como cursado integralmente o ensino médio em escolas regulares e presenciais das microrregiões onde estão localizadas os campis da instituição no interior do RN ou nas microrregiões vizinhas.

Sendo as microrregiões incluídas: Borborema Potiguar (RN), Seridó Oriental (RN) e Seridó Ocidental (RN) ou as microrregiões vizinhas Serra de Santana (RN), Angicos (RN), Agreste Potiguar (RN), Vale do Açu (RN), Seridó Ocidental Paraibano (PB), Seridó Oriental Paraibano (PB), Curimataú Ocidental (PB), Curimataú Oriental (PB), Patos (PB), Sousa (PB) e Catolé do Rocha (PB). No entanto, o candidato

beneficiado com a política de reserva de vagas (Lei nº 12.711/2012) e pelo Argumento de Inclusão Regional, devem escolher entre uma das duas ações afirmativas.

No que tange a inscrição, pode-se afirmar que somente os candidatos que realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e obtiveram notas superiores a zero na redação podem se inscrever no SiSU, onde, a nota final varia de acordo com o curso pretendido e os pesos em cada área de conhecimento e o candidato pode escolher até duas opções de curso e alterar os cursos entre primeira e segunda opção durante os dias em que o sistema fica aberto. No que diz respeito ao cadastro dos novos discentes, percebemos que o processo é definido em duas etapas, a primeira é a chamada regular, onde o resultado final dos aprovados é publicado pelo próprio Ministério da Educação no endereço eletrônico do SiSU, após isso, a realização do cadastramento dos novos discentes é de responsabilidade da instituição.

A segunda etapa é a lista de espera ou segunda chamada, existente desde o ano de 2015, onde os candidatos que não foram aprovados na primeira chamada devem apontar interesse em participar da lista de espera através do endereço eletrônico do SiSU, já que há a possibilidade de surgirem vagas que não foram ocupadas durante a primeira chamada e que podem ser ocupadas por meio da lista de espera; a publicação do nome dos candidatos aprovados, dos candidatos que continuam em lista de espera e o cadastramento dos novos discentes e demais candidatos passa a ser de total responsabilidade da instituição, tendo sempre como base os dados fornecidos pelo Ministério da Educação.

A Política de Acessibilidade e Inclusão do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) garante um atendimento especializado na aplicação do ENEM para os candidatos com Baixa visão, cegueira, deficiência auditiva, deficiência física, deficiência intelectual (mental), déficit de atenção, discalculia, dislexia, surdez, surdocegueira e visão monocular. A solicitação do atendimento especializado deve ser feita pelo candidato no momento da inscrição mediante comprovação da necessidade. Sendo os recursos e auxílios de acessibilidade: prova em braile, tradutor-intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras), vídeo prova em Libras (vídeo com a tradução de itens em Libras), prova com letra ampliada (fonte 18 e figuras ampliadas), prova com letra superampliada (fonte 24 e com figuras ampliadas), guia-

intérprete para pessoa com surdocegueira, ledor, transcritor, leitura labial, tempo adicional, sala de fácil acesso e/ou mobiliário acessível.12

O Edital de cadastramento do SiSU é o documento que trata de todos os dados necessários de conhecimento do candidato para o momento do cadastro na instituição, contendo datas, o local onde vai haver o cadastramento, a relação de documentos necessários que variam de acordo com a cota a qual o candidato está inscrito e deve ser sempre publicada antes da divulgação do resultado da primeira chamada do SiSU. A leitura do mesmo, bem como a entrega da documentação correta são de responsabilidade dos candidatos, pois caso o candidato entregue alguma documentação incorreta ou não entregue no momento do cadastramento, o mesmo irá perder a vaga na instituição, já que a aprovação da vaga no momento do cadastro é feita mediante a comprovação documental, o que nos mostra o caráter legalista e burocrático por trás do cadastro dos novos discentes.

A UFRN adotou a política de ações afirmativas baseada na reserva de vagas definida pela Lei nº 12.711/2012 (Lei das Cotas), regulamentada pelo Decreto n° 7.824/2012 e pela Portaria Normativa no 18/2012 – MEC, sendo os grupos de cotas até o ano de 2017:

● Grupo de cotas L1 - Candidato com renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo que tenham cursado integralmente o ensino médio em escola pública.

● Grupo de cotas L2 - Candidato autodeclarado preto, pardo ou indígena, com renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e que tenham cursado integralmente o ensino médio em escola pública.

● Grupo de cotas L5 - Candidato que, independentemente da renda (art. 14, II, Portaria Normativa nº 18/2012), tenham cursado integralmente o ensino médio em escola pública.

● Grupo de cotas L6 - Candidato autodeclarado preto, pardo ou indígena que, independentemente da renda (art. 14, II, Portaria Normativa nº 18/2012), tenham cursado integralmente o ensino médio em escola pública.

No entanto, no ano de 2016 entra em vigor a Lei 13.409, de 28 de dezembro, que altera a Lei 12.711/2012 e dispõe da reserva de vagas para as pessoas com deficiência

12 INEP. Atendimento especializado e específico deve ser solicitado durante inscrição do Enem 2018.

Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/artigo/-/asset_publisher/B4AQV9zFY7Bv/content/atendimento- especializado-e-especifico-deve-ser-solicitado-durante-inscricao-do-enem-2018/21206>

nos cursos técnicos de nível médio e superior nas instituições federais de ensino, alterando os Artigos 3º, 5º e 7º da Lei de Cotas. Os Artigo 3º e 5º afirmam que por meio da Lei, nas instituições federais de ensino superior e nas de ensino técnico de nível médio, as vagas também devem ser preenchidas por pessoas com deficiência em proporção de pessoas com deficiência na população da unidade da Federação onde a instituição se localiza, de acordo com dados do IBGE; e o Artigo 7º afirma que a Lei deve passar por revisão no prazo de dez anos.

O primeiro processo seletivo para o ingresso em cursos de graduação com reserva de vagas para pessoas com deficiência na UFRN, em cumprimento à Lei 13.409/2016 se deu no ano de 2017, por meio da aprovação da Resolução nº 025/2017- CONSEPE, de 21 de março do mesmo ano, que aprova o edital do processo seletivo para ingresso nos cursos de graduação da Educação Superior a Distância na UFRN, no segundo semestre letivo do ano de 2017, e dá outras providências.

A alteração na reserva de vagas, com a garantia de vagas para as pessoas com deficiência, somente passa a abarcar o SiSU a partir do ano de 2018, em cumprimento à Lei nº 13.409/2016, foco de nossa análise.

Tendo como base os editais de ingresso nos cursos de graduação da UFRN por meio do SiSU dos anos de 2018 e 2019, podemos afirmar que a UFRN adota a política de ações afirmativas baseada na reserva de vagas definida pelas Leis nº 12.711/2012 (Lei de Cotas), Lei nº 13.409/2016 e Portaria nº 1.117/2018 - MEC, regulamentadas pelos Decretos n° 7.824/2012 e Decreto nº 9.034/2017, pelas Portarias Normativas nº 18/2012 – MEC e nº 09/2017 – MEC, e pela Resolução nº 205/2017 – CONSEPE/UFRN, nos termos da aplicação dessa política ao SiSU 2018.1 e 2019.1, definidos na Portaria Normativa nº 21/2012 – MEC e em conformidade com o Termo de Adesão ao SiSU 2018.1 e 2019.1. A partir do Sistema de Seleção Unificado (SiSU) 2018 também irão ser destinados um determinado número de vagas para alunos com deficiências, onde além do grupo de cotas citados anteriormente, há a criação dos seguintes grupos de cotas:

● Grupo de cotas L9 – Candidato com deficiência que tenha renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo, que tenham cursado integralmente o ensino médio em escola pública.

● Grupo de cotas L10 – Candidato com deficiência autodeclarado preto, pardo ou indígena, com renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e que tenham cursado integralmente o ensino médio em escola pública.

● Grupo de cotas L13 – Candidato com deficiência que, independente da renda, tenham cursado integralmente o ensino médio em escola pública.

● Grupo de cotas L14 – Candidato com deficiência autodeclarado preto, pardo ou indígena que, independente da renda, tenham cursado integralmente o ensino médio em escola pública.

O edital de cadastramento do SiSU UFRN traz um item específico que trata do ingresso das pessoas com deficiência por meio da reserva de vagas, onde só podem preencher as vagas os alunos egressos de escolas públicas e que comprovem a deficiência. Para a comprovação, os termos, exames e laudos comprobatórios apresentados pelos candidatos classificados para as vagas reservadas às pessoas com deficiência, serão analisados pela Banca de Validação, que emitirá parecer final relativo à deficiência alegada, banca essa que possui um caráter multidisciplinar, entre profissionais das áreas da saúde, educação e psicossocial, ligados à temática da pessoa com deficiência; e onde o candidato que tiver o pedido indeferido pela Banca de Validação, não poderá se submeter a nova avaliação no mesmo processo seletivo.

Em conformidade com a Lei nº 13.146/2015, consideram-se pessoas com deficiência aquelas que têm impedimento de longo prazo de natureza física, intelectual ou sensorial que, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. No próprio site que trata do processo seletivo na instituição13 eles disponibilizam um arquivo que trata de forma mais simples quem pode ou não concorrer às vagas destinadas às pessoas com deficiência, baseado no Decreto nº 5.296/2004.

Estabelecendo que candidatos com visão monocular, perda auditiva unilateral, deformidades estéticas, distúrbios de aprendizagem ou doenças psiquiátricas, que não se configuram como condição de deficiência conforme estabelecido na legislação vigente, não poderão concorrer às vagas reservadas para pessoas com deficiência (Item 4.20 do Edital de cadastramento do Sisu UFRN 2019.1). Sendo os candidatos que podem concorrer às vagas:

 Pessoa com Deficiência Física: Pessoa com alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções (Decreto nº 5.296/2004, art. 5º, §1º);

 Pessoa Surda ou com Deficiência Auditiva: Pessoa com perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz (Decreto nº 5.296/2004, art. 5º, §1º);

 Pessoa com Deficiência Visual: Pessoa com cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60 graus; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores (Decreto nº 5.296/2004, art. 5º, §1º);

 Pessoa com Deficiência Intelectual ou Mental: Pessoa com funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, utilização dos recursos da comunidade, saúde e segurança, habilidades acadêmicas, lazer e trabalho (Decreto nº 5.296/2004, art. 5º, §1º);

 Pessoa com Transtorno do Espectro Autista: É considerada pessoa com transtorno do espectro autista aquela com síndrome clínica caracterizada da seguinte forma: I - deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da interação sociais, manifestada por deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal usada para interação social; ausência de reciprocidade social; falência em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento; e II - padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, manifestados por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por

comportamentos sensoriais incomuns; excessiva aderência a rotinas e padrões de comportamento ritualizados; interesses restritos e fixos (Lei nº 12.764/2012, art. 1º);  Pessoa com Deficiência múltipla: Pessoa com duas ou mais deficiências descritas no art. 5º, §1º do Decreto nº 5.296/2004.

Vale a pena ressaltar que de acordo com os itens 4.5.5 ao 4.5.8, as vagas não ocupadas pelos candidatos inscritos no grupo de cotas reservados às pessoas com deficiência (grupos de cotas L9, L10, L13 e L14) deverão ser ocupadas na seguinte ordem:

 Vagas remanescentes do Grupo L9: Por candidatos do grupo L1; grupo L10; grupo L2; grupo L14; grupo L6; grupo L13; grupo L5; candidatos da Ampla Concorrência;

 Vagas remanescente do Grupo L10: Por candidatos do Grupo L2; grupo L9; grupo L1; grupo L14; grupo L6; grupo L13; grupo L5; candidatos da Ampla Concorrência;

 Vagas remanescentes do Grupo L13: Por candidatos do Grupo L5; grupo L10; grupo L2; grupo L9; grupo L1; grupo L14; grupo L6; candidatos da Ampla Concorrência;

 Vagas remanescentes do Grupo L14: Por candidatos do Grupo L6; grupo L10; grupo L2; grupo L9; grupo L1; grupo L13; grupo L5; candidatos da Ampla Concorrência.

Dessa forma, os dados apresentados a seguir correspondem aos ingressantes dos anos de 2018 e 2019, havendo discentes que se inscreveram em cotas que não são as reservadas para as pessoas com deficiência, mas que foram convocados nelas.

Gráfico 1: Número de discentes que ingressaram por meio de cotas na Universidade Federal do Rio Grande do Norte nos semestres de 2018.1, 2018.2 e 2019.1.

FONTE: Elaboração própria a partir de dados fornecidos pela Pró-Reitoria de Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Podemos observar no gráfico que o total de discentes ingressantes nos dois semestres do ano de 2018 são superiores ao de ingressantes no ano de 2019. Isso ocorre devido ao número de matrículas judiciais14, onde ao se inscreverem nas cotas reservadas às pessoas com deficiência e não comprovarem a deficiência ou não se enquadrarem nos requisitos postos no edital, alguns entraram com a solicitação de matrícula judicial e tiveram o pedido acatado.

No gráfico 1 também é possível observar que dentre os discentes ingressantes estão aqueles com o vínculo ativo na instituição, com o vínculo trancado e com o vínculo cancelado. De acordo com regulamento dos cursos de graduação da UFRN, os discentes de primeiro período (discentes ingressantes) não podem realizar a suspensão regular de ensino, sendo autorizado somente através de processo administrativo e sendo apresentado o motivo da necessidade da suspensão. Dessa forma, observamos que no atual período letivo temos um total de 0 discentes ingressantes com o semestre suspenso, 79 discentes ingressantes no semestre de 2018.1 com vínculo trancado no atual período letivo e 19 discentes ingressantes no semestre de 2018.2 com vínculo trancado no atual período letivo.

14 No meu cotidiano enquanto bolsista na PROGRAD, pude perceber que o número de processos gerados

O cancelamento dos discentes15 apresentados no gráfico foram realizados através dos seguintes meios: cancelamento por solicitação espontânea, cancelamento por não integralização de componente curricular no semestre letivo, por transferência para outra IES, por efetivação de novo cadastro ou falecimento do estudante; no entanto, somente os dados dos discentes com o vínculo cancelado em 2019.1 correspondem ao cancelamento no atual semestre; os cancelamentos realizados pelos discentes que ingressaram em 2018 podem ter sido realizados em 2018.1, 2018.2 ou 2019.1. Correspondendo a um total 147 vínculos cancelados de discentes que ingressaram em 2018.1, 28 vínculos cancelados de discentes que ingressaram em 2018.2 e de 2 vínculos cancelados de discentes que ingressaram em 2019.1.

Essa análise do gráfico 1 nos leva a refletir sobre as políticas de permanência na universidade para os discentes no geral, mas em específico para os discentes com deficiência, se há um setor em especial que atua no acompanhamento direto aos alunos com deficiência e/ou necessidades educacionais especiais e com a assistência estudantil e como se efetivam esses trabalhos. Iremos trazer esse debate no seguinte tópico.

3.2.1 CAENE E PROAE: COMO SE EFETIVA A ATUAÇÃO DESSES

SETORES JUNTO AOS DISCENTES COM DEFICIÊNCIA E/OU

NECESSIDADES EDUCACIONAIS NA UNIVERSIDADE FEDEREAL DO RIO