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ALEITAMENTO MATERNO E EXCESSO DE PESO EM PRÉ-ESCOLARES

Baixa Média Alta

ALEITAMENTO MATERNO E EXCESSO DE PESO EM PRÉ-ESCOLARES

Marlene Gomes de Farias1 ,Roseanne de Sousa Nobre1 ,Francilany Antonia Rodrigues Martins1

,Artemízia Francisca de Sousa1

1Universidade Federal do Piauí

RESUMO

A obesidade infantil é uma morbidade que vem crescendo diariamente, podendo ser diagnosticada nos primeiros anos de vida. Trata-se de uma doença de difícil tratamento e de elevado custo. O aleitamento materno é apontado como sendo um fator de proteção precoce na prevenção da obesidade. Objetivou-se Investigar a associação entre a prevalência do aleitamento materno e o excesso de peso em pré-escolares. Trata-se de um estudo de delineamento transversal realizado com crianças em idade pré-escolar (3 a 5 anos) matriculadas nas creches municipais da cidade de Picos- PI. Participaram da investigação 69 crianças por atenderem aos critérios de elegibilidade e os pais autorizavam a sua participação. Foram realizadas coletas de dados antropométricos e dos indicadores de aleitamento materno, com o protocolo de pesquisa aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí. Os dados foram analisados por meio do programa Excel e SPSS versão 20.0. Quanto ao Índice de Massa Corporal 14,5% das crianças encontrava-se em risco de sobrepeso, 8,7% com sobrepeso e 2,9% obesas. Encontrou-se uma associação, de significância estatística, entre a reduzida duração do aleitamento materno exclusivo e a prevalência de excesso de peso. O estado nutricional revelou percentual relevante de excesso de peso, com o aleitamento materno oferecido de forma exclusiva, durante os seis primeiros meses de vida, apresentando um efeito protetor contra o risco de sobrepeso e obesidade.

Palavras-Chave: Aleitamento Materno. Obesidade. Pré-escolar.

INTRODUÇÃO

Nos dias atuais um dos principais temas discutidos dentre as doenças crônicas não transmissíveis é o da obesidade. Trata-se de uma doença caracterizada por ser multifatorial e envolver fatores genéticos e ambientais, que ameaça a vida e a qualidade de vida dos indivíduos, sendo ainda considerada a doença do século XXI para todas as faixas etárias. Nesse contexto, a obesidade infantil tem ganhado destaque como um dos desafios da saúde pública neste século (FERREIRA et al., 2010; NASCIMETO et al., 2011; RODRIGUES et al., 2015).

A obesidade infantil é tida como um fator genético e multifatorial, potencializada pelos hábitos alimentares a partir do nascimento, sendo a mãe o principal fator influenciador. Hábitos alimentares com predominância à ingestão de alimentos industrializados aliados a um déficit de atividade física são considerados importantes fatores de risco para o desenvolvimento da doença (NASCIMETO et al., 2011; MORAIS et al., 2011).

Tal patologia apresenta índices alarmantes e em crescente expansão, com diagnóstico cada vez mais precoce. Sua prevenção nos primeiros anos de vida pode ser considerada como forma de evitar o surgimento de uma série de agravos correlacionados tais como doenças cardiovasculares e degenerativas como aterosclerose, intolerância à glicose, diabetes mellitus tipo 2, dislipidemia e hipertensão arterial. (MORAIS et al., 2011; FERRARIA et al., 2013).

Referida como doença de difícil tratamento e de elevado custo, onde costumeiramente verifica-se recaídas do paciente Nesse aspecto, a obesidade infantil tem despertado interesse dos pesquisadores, com muitos estudos comprovando que crianças obesas apresentam maiores riscos de se tornarem adultos obesos. Apesar dessa constatação, prevalece como público-alvo das investigações nacionais a faixa etária de adultos. Contudo, o aleitamento materno é destaque, sendo considerado um fator de proteção precoce da mesma (NASCIMENTO et al., 2011; FERRARIA et al., 2013; RODRIGUES et al., 2015).

O leite materno deve ser o primeiro alimento recebido pelo lactente pós-vida intrauterina. Sendo rico nutricionalmente, sua composição desencadeia no organismo

humano um mecanismo de “imprinting” metabólico. A literatura científica tem evidenciado

lactentes alimentados ao seio materno exclusivamente até os seis meses desenvolvem mecanismos eficazes para regular sua ingestão energética, e consequente alterações no número e/ou tamanho dos adipócitos, implicando em alterações metabólicas (SIMON et al., 2009; FERRARIA et al., 2013).

Além disso, o leite materno ainda possui concentrações de leptina e adiponectina, que quando elevadas atuariam como fatores protetores do excesso de peso em curto, médio e longo prazo, a depender dos hábitos de vida desenvolvidos ao longo dos anos (FERREIRA et al., 2010; PASTORELLI, 2012; FERARIA et al., 2013).

Sendo ainda evidenciado o efeito protetor do leite materno contra várias doenças infecciosas, incluindo infecções respiratórias, diarreia e otite média no lactente, ressaltando a importância de seus fatores bioativos que proporcionam efeitos benéficos no seu sistema imunológico, por meio de uma variedade de mecanismos inclusive atividade antimicrobiana, na estimulação do desenvolvimento da função imunitária, na modulação da função imunológica, nos efeitos antiinflamatórios e no aumento do crescimento e desenvolvimento dos tecidos do lactente (VIEIRA, 2013).

Medidas eficazes devem ser adotadas para reduzir os índices de obesidade infantil. Considerando a importância da adoção dessas medidas, acreditamos que a investigação da existência de associação entre o aleitamento materno e a ocorrência de excesso de peso em pré-escolares possa contribuir para o esclarecimento dos mecanismos que envolvem o processo, além de favorecer a prevenção de complicações na idade adulta.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de delineamento transversal realizado com crianças em idade pré-escolar (3 a 5 anos), matriculadas nas creches municipais da cidade de Picos- PI, os quais foram selecionados por amostragem não probabilística, levando em consideração as limitações logísticas e recursos financeiros disponíveis.

Para o estudo foram selecionadas 90 crianças das quais 69 atenderam aos critérios de elegibilidade: estavam regularmente matriculadas, não apresentavam nenhuma morbidade, internação ou infecção nos últimos 3 meses e os pais e/ou responsáveis autorizaram sua participação.

Os resultados referentes aos indicadores do aleitamento materno foram obtidos aplicando-se um formulário com perguntas estruturadas aos pais das crianças envolvidas

no estudo, no momento em que deixavam ou buscavam-nas na escola. Quando não era possível realizar a coleta nesse momento, os pesquisadores dirigiram-se ao domicílio dos pré-escolares para levantamento dos dados de interesse.

O estado nutricional foi determinado a partir do peso, da estatura e do índice de massa corporal e classificado de acordo com as curvas de crescimento da Organização Mundial da Saúde (2006), utilizando os indicadores peso para idade (P/I), estatura para idade (E/I) e Índice de Massa Corporal para idade (IMC/I). Para tanto foram aferidas as medidas de peso, estatura e investigada a idade da criança.

A obtenção de peso deu-se com o uso de balança antropométrica mecânica tipo

plataforma, da marca Filizola® com capacidade para 150kg e precisão de 100g, estando

as crianças descalças e usando o mínimo de roupas possível, tendo-se o cuidado de calibrar a balança para cada nova pesagem.

A estatura foi aferida utilizando-se uma fita métrica maleável convencional, não elástica, fixada numa parede sem rodapé. No momento da aferição, as crianças estavam descalças, com a cabeça, dorso, glúteo e calcanhares encostados na superfície da parede, junto à fita métrica. Os braços estavam estendidos ao longo do corpo, os calcanhares unidos e as plantas dos pés apoiadas totalmente no chão. O esquadro foi encostado no ponto mais alto da cabeça formando um ângulo de 90 graus com a fita métrica. Foram realizadas duas medidas, admitindo-se uma variação máxima de 0,5 cm entre as mesmas.

O protocolo de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, segundo a resolução n°. 196/96 do conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 1996), para avaliação dos aspectos éticos e metodológicos, com CAAE: 0224.0.045.000-10. Os responsáveis legais pelas crianças participantes do estudo assinaram o termo de Consentimento Livre e Esclarecido, após receberem informações sobre a natureza da investigação. Ressalta-se que o estudo ocorreu anterior à implantação da Plataforma Brasil e publicação da Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2013).

As informações coletadas foram de uso privativo e sigiloso, utilizadas para o desenvolvimento do estudo apenas para se atingir os objetivos previstos no mesmo, não sendo utilizadas para outras pesquisas sem o devido consentimento dos voluntários. Os materiais e os dados obtidos foram arquivados sob a responsabilidade do coordenador da investigação.

A pesquisa apresentou riscos mínimos aos participantes, sendo realizadas nas crianças apenas as medidas antropométricas de peso e altura que não são métodos invasivos. Para minimizar qualquer desconforto, a equipe de pesquisadores passou por treinamento prévio, dadas as particularidades do público-alvo.

Os dados foram tabulados em planilhas do Excel for Windows 2007, em seguida transferidos ao Programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS Inc., Chicago, Estados Unidos, versão 20.0), para a realização das análises descritivas e de associação. Para verificar a existência de associação entre os indicadores de aleitamento materno e estado nutricional, utilizando como critério o IMC/I, por ser o mais sensível para detecção precoce de excesso de peso, utilizou-se o teste do Qui-quadrado, dada a normalidade dos dados, adotando-se intervalo de confiança de 95%.

RESULTADOS

Da amostra estudada, 63,8% eram do sexo masculino e 36,2% do sexo feminino. Obtivemos um quantitativo de 89,9% com peso adequado para idade e 8,7% do total para crianças com peso elevado em relação à idade. As crianças apresentaram-se com estatura adequada para idade, sendo 91,3% o percentual para esta variável. Quanto ao indicador de IMC pata idade, 14,5% das crianças encontrava-se em risco de sobrepeso, 8,7% com sobrepeso e 2,9% obesas (tabela 1).

Tabela 1 – Estado nutricional e tempo de aleitamento materno dos participantes do estudo. Picos-PI, 2015 (n = 69).

Variáveis N %

Sexo

Masculino 44 63,8

Feminino 25 36,2

Peso para idade

Baixo peso para idade 1 1,4

Peso adequado 62 89,9

Peso elevado 9 8,7

Estatura para idade

Baixa para idade 6 8,7

Adequada 63 91,3

IMC para idade

Magreza 2 2,9

Risco de sobrepeso 10 14,5 Sobrepeso 6 8,7 Obesidade 2 2,9 AME < 6 meses 44 63,7 > 6 meses 25 36,2 AMT <6 meses 6 8,7 >6 meses 63 91, 3

LEGENDA: AME – Aleitamento Materno Exclusivo; AMT – Aleitamento Materno Total

Considerando o estado nutricional dos pré-escolares envolvidos no estudo, o gráfico 1 dispõe os percentuais dessa condição, onde exemplifica de uma forma mais clara o significativo risco de sobrepeso (14,5%) e excesso de peso (11,6%).

Gráfico 1 – Caracterização da amostra das crianças em idade pré-escolar segundo o estado nutricional, classificado segundo indicador IMC/I. Picos-PI, 2015 (n = 69).

A tabela 2 mostra a associação entre o tempo de amamentação exclusiva e o excesso de peso nas crianças avaliadas, em que se verifica a prevalência de risco de sobrepeso, sobrepeso e obesidade somente nas crianças amamentadas exclusivamente por um período de tempo inferior a seis meses. Esse percentual salta aos olhos, considerando-se que as crianças amamentadas exclusivamente num tempo igual ou maior que seis meses apresentando-se todas eutróficas. Encontrou-se uma associação,

2,9% 71,0% 14,5% 8,7% 2,9% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Magreza Eutrofia Risco de

Sobrepeso

de significância estatística, entre a reduzida duração do aleitamento materno exclusivo e a prevalência de excesso de peso nos pré-escolares avaliados.

É fundamental destacar o efeito protetor do aleitamento materno em relação a inúmeras doenças na infância e na vida adulta. Moreira et al. (2012) corroboram com a recomendação da OMS de que o aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida é uma intervenção fundamental para o crescimento infantil sem que apresente tendências a doenças crônicas na sua vida adulta.

Os mecanismos pelos quais o leite materno desempenharia uma proteção em relação à obesidade ainda não foram totalmente elucidados, mas que a permanência do leite materno nos primeiros anos de vida confluem para uma melhor qualidade de vida, como bem mostrado nesse estudo fazendo-se uma relação entre o tempo decorrido entre aleitamento materno exclusivo ou não (PASTORELLI, 2012).

Tabela 2 – Associação do tempo de amamentação exclusiva com o excesso de peso nas crianças em idade pré-escolar. Picos-PI, 2015 (n = 69).

IMC

AME < 6 meses AME > 6 meses p valor*

N % N % Magreza 2 2,9 - - 0,003 Eutrofia 24 34,8 25 36,2 Risco de sobrepeso 10 14,5 - - Sobrepeso 6 8,7 - - Obesidade 2 2,9 - -

LEGENDA: IMC: Índice de Massa Corporal; AME: Aleitamento Materno Exclusivo * Qui-quadrado

A tabela 03 apresenta a distribuição do estado nutricional de acordo com a duração total do aleitamento materno. Segundo os dados apresentados, não foi observada associação estatisticamente significativa entre as variáveis. Esse resultado pode ser decorrente do reduzido valor amostral quando se realizou a estratificação entre amamentados por período inferior e superior a seis meses de vida.

Tabela 3 – Associação do tempo de amamentação com o excesso de peso nas crianças de 03 a 5 anos. Picos-PI, 2015 (n = 69).

IMC AMT < 6 meses AMT > 6 meses p valor*

N % N % Magreza - - 2 2,9 0,249 Eutrofia 3 4,3 46 66,7 Risco de sobrepeso 1 1,4 9 13 Sobrepeso 1 1,4 5 7,5 Obesidade 1 1,4 1 1,4

LEGENDA: IMC: Índice de Massa Corporal; AMT: Aleitamento Materno Total. * Qui-quadrado

O referido estudo apresenta algumas limitações, como o tamanho reduzido da amostra, e possível viés de memória, uma vez que as informações sobre a duração do aleitamento materno foi realizada de forma retrospectiva. Por se tratar de um estudo transversal, permitiu apenas avaliar o estado nutricional de cada criança naquele momento, não permitindo uma observação dos efeitos do aleitamento materno ao longo do crescimento e desenvolvimento infantil.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com este estudo verificou-se que o estado nutricional das crianças revelou percentual relevante de excesso de peso, entendido como a soma de sobrepeso e obesidade. Também foi possível verificar que o aleitamento materno oferecido de forma exclusiva, durante os seis primeiros meses de vida, apresentou um efeito protetor contra o risco de sobrepeso e obesidade nos participantes avaliados. Reafirma-se o descrito na literatura científica: o aleitamento materno exclusivo até os seis meses é fundamental na prevenção do excesso de peso.

Levando-se em consideração a amostra envolvida na pesquisa, se faz necessário alcançar um número maior de crianças, visando a propiciar resultados mais concisos. Percebe-se também a carência quanto aos estudos desenvolvidos a cerca da temática, motivando a novas pesquisas neste âmbito, sobretudo de estudos prospectivos.

Considerando a natureza do estudo em questão, é importante por admitir variáveis que fornecem dados abrangentes e possibilitam uma visão geral da realidade da amostra estudada, permitindo avaliar o estado real da criança e considerar o efeito protetor do aleitamento materno na vida do indivíduo.

REFERÊNCIAS

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Presidência da República. Brasília, Seção 1, p. 59, 2013.

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VIEIRA, F. Efeito da lanolina anidra comparado ao leite materno combinado à concha

de proteção para tratamento da dor e do trauma mamilar em lactantes. Tese

(Doutorado) – Universidade Federal de Goiás, Faculdade de Enfermagem, 170 f. 2013. MINOSSI, V. RAUPP, M.M.S.; TOWNSEND, T.R.; LOPES, R.L.M. Duração do Aleitamento Materno e o Excesso de Peso. Cinergis v.14, n.1, p.07-12. Porto Alegre- RS, 2013.

MORAIS, N.V.F. J; GUIGLIANO, R. Aleitamento Materno Exclusivo e Adiposidade. Ver Paul

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MOREIRA, A.M.; CABRAL, C.P.; FERREIRA, S.H.; LIRA, C.I.P. Excesso de Peso e Fatores Associados em Crianças da Região Nordeste do Brasil. J Pediatr (Rio J). V.88, n.4, p. 347-52. 2012.

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL

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