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BENEFÍCOS PROPORCIONADOS PELO EXERCÍCIO FÍSICO AOS IDOSOS

Artigos incluídos na amostra final

BENEFÍCIOS DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA PARA PESSOAS IDOSAS

4.3 BENEFÍCOS PROPORCIONADOS PELO EXERCÍCIO FÍSICO AOS IDOSOS

Foram destacados cinco benefícios proporcionados aos idosos em virtude da prática de atividade física, a partir da análise dos artigos selecionados.

QUADRO 3 – Principais benefícios identificados nos artigos revisados. Picos-PI, Nov., 2015. Benefícios Artigos

Prevenção de doenças crônicas não

transmissíveis

A1 A2 A3 A4 A7 A8 A10

Manutenção da autonomia A1 A6 A8 A9

Melhor desempenho cognitivo A1 A6 A7 A8

Redução da ansiedade A4 A6 A7

Redução do risco de quedas A8 A9

Dentre os benefícios assegurados aos idosos em decorrência da prática de atividades físicas destaca-se a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) em sete publicações revisadas. Talvez pelo fato das DCNT proporcionar altos custos ao sistema de saúde, por comprometer a autonomia e independência do idoso com impacto direto em sua qualidade de vida.

A pesquisa realizada por Turi et al., (2011) mostrou que há evidências concretas de que a realização sistemática e contínua de atividades físicas ao longo da vida configura-se como item fundamental para a prevenção, controle e/ ou tratamento de tais patologias, pois através dessa

prática pode-se manter o perfil glicêmico, lipídico e a pressão arterial dentro dos limites desejáveis.

Em relação à manutenção da autonomia quatro artigos citam esse benefício como um dos principais, pois segundo Borges, Benedetti e Farias, (2011), a autonomia é um componente central no processo do envelhecimento, pois quando se promove a autodeterminação e a autonomia da pessoa idosa mantêm-se a sua dignidade, integridade e sua liberdade de escolha.

Cordeiro et al., (2014) em sua pesquisa constatou que idosos fisicamente ativos apresentam maior disposição e autonomia para executar suas atividades cotidianas, quando comparado com idosos insuficientemente ativos. Isso se associa ao fato de que idosos ativos apresentam maior aperfeiçoamento na densidade óssea, no estado funcional global, na força e no equilíbrio dinâmico, podendo até mesmo atenuar ou reverter à síndrome da fragilidade física (JERÔNIMO et al., 2011; JÚNIOR, J. R. V. et al., 2012)

No que se referem à melhora do desempenho cognitivo, estudos tem evidenciado que pessoas fisicamente ativas estão menos susceptíveis ao declínio cognitivo e a demência em períodos mais tardios da vida, quando comparado com pessoas inativas. Isso se deve aos inúmeros efeitos que a atividade física exerce sobre as funções cognitivas, dentre os quais: melhora na circulação cerebral, modificação na síntese e degradação dos neurotransmissores, alterações endócrinas, humorais e aumento dos fatores de crescimento (CORDEIRO et al., 2014).

A pesquisa de LEITE et al., (2012) realizada para avaliar a qualidade de vida e o nível cognitivo de idosos de grupos de convivência mostrou que no domínio funcional 56,5% dos idosos que praticavam atividades físicas não apresentavam declínio cognitivo. Isso mostra a grande importância dessa prática na manutenção da qualidade de vida, pois segundo Oliveira, Pivoto e Vianna (2009) além dos benefícios já mencionados anteriormente, há liberação de hormônios que promove além da excitação física e mental, melhora no estado de humor, fazendo com que os idosos tenham melhor percepção de si e de seu potencial.

A redução da ansiedade foi benefício citado em quatro artigos revisados. De acordo com Minghelli et al., (2013) a redução dos níveis de ansiedade por meio da realização de atividades físicas pode ser explicado por um aumento na liberação de determinados hormônios que exercem função tranquilizante e relaxante, como as catecolaminas, vasopressina, dopamina, serotonina, dentre outros.

Outro benefício citado nas publicações analisadas se refere à redução do risco de quedas, pois segundo Vieira, Aprile e Paulino (2014) o processo de envelhecimento é acompanhado por uma série de alterações no aparelho locomotor, as quais culminam em uma maior fragilidade

óssea, alterações no equilíbrio, dores articulares e déficit de funções. Entretanto, a manutenção da prática regular de atividades físicas pode reduzir ou atenuar esses efeitos, pois através desta pode-se minimizar a degradação do sistema de controle postural, diminuindo ou atenuando os déficits que advém do envelhecimento, além de garantir uma menor perda de massa muscular com consequente diminuição do risco de quedas e melhor equilíbrio postural.

CONCLUSÃO

É notável que o aumento da população idosa está ocorrendo devido a queda da fecundidade , controle das doenças crônicas e o aumento da expectativa e qualidade de vida. Juntamente com o envelhecimento surgem as alterações físicas, sociais e mentais, que levam a diminuição gradual da qualidade de vida.

A atividade física realizada regularmente é necessária para garantia do envelhecimento de forma saudável e autônoma, reduzindo a incidência de agravos e doenças crônicas não transmissíveis, favorecendo a preservação da independência e, por conseguinte a melhora do estado de humor e autoestima.

Portanto, através desse estudo pode-se concluir que o comportamento ativo pode produzir inúmeros benefícios na terceira idade, tornando-se um mecanismo importante de prevenção e redução dos efeitos deletérios do envelhecimento, contribuindo para promoção de um envelhecimento ativo e saudável.

REFERÊNCIAS

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de manifestar meus sinceros agradecimentos aos que me ajudaram na elaboração desse trabalho, pois o mesmo não seria concluído sem a ajuda de algumas pessoas, que de diversas formas deram sua contribuição em diferentes etapas.

Em especial gostaria de agradecer à minha amiga Isabel Pacheco que me ajudou bastante na construção desse trabalho, às professoras Ana Larissa e Nélida Amorim, ao meu colega Ronaldo Cézar e a minha orientadora Professora Laura Formiga pelas sugestões e ensinamentos.

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