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PREMATURIDADE: PERFIL MATERNO E NEONATAL EM MATERNIDADE DE REFERÊNCIA DO PIAUÍ

Suellen Aparecida Patricio Pereira1, Valéria Sousa e Silva2, Wisis Cristina Maciel Nascimento Sousa2,Ingrid Tajra Conceição de Maria Rodrigues Santos1,Fernanda Nogueira Barbosa Lopes1, Lilian Melo Fortaleza1 1Universidade Estadual do Piauí

2UNINOVAFAPI

RESUMO

Objetivos: Identificar o perfil sociodemográfico e reprodutivo das mães de recém-nascidos

prematuros e caracterizar os neonatos pré-termo quanto à situação de risco para crescimento e desenvolvimento em maternidade de referência do Piauí. Metodologia: Estudo descritivo, retrospectivo de caráter transversal e quantitativo realizado em uma maternidade em Teresina, PI. Foram analisados 269 prontuários de prematuros que estiveram internados na UTI neonatal da maternidade no ano de 2013. Os dados foram obtidos a partir de uma ficha de coleta de dados baseada no perfil sócio-demográfico e reprodutivo das mães e características dos RNs prematuros. Os resultados foram descritos utilizando-se a estatística descritiva e foram expostos em tabelas de frequências para análise. Resultados: Identificou-se uma maior prevalência de nascimentos prematuros em mães com idade entre 21 e 30 anos (41,3%); nas solteiras (74,3%), nas que tinham ensino fundamental incompleto (45,7%), que realizaram de 0 a 3 consultas pré-natais (46,1%), que foram submetidas ao parto cesariano (60,6%) e que apresentaram intercorrências clínicas durante a gestação (70,3%). Houve maior prevalência de prematuridade na idade gestacional entre 28 e 32 semanas (54,6%), nos rns com peso entre 1.000-1.500 g (38,3%). A maioria dos recém-nascidos prematuros teve APGAR maior que sete no 5° minuto de vida (77,0%) e não apresentou má formação (98,1%). Conclusão: Acredita-se que identificando e monitorando as variáveis relacionadas a prematuridade, será possível planejar e elaborar

estratégias que possam diminuir, ou ao menos prevenir, a ocorrência de partos prematuros, e, consequentemente, diminuir as taxas de mortalidade neonatal e infantil do país e do mundo.

Palavras-chave: Prematuro. Mortalidade infantil. Gravidez

INTRODUÇÃO

A prevalência de nascimentos prematuros, definidos como aqueles que ocorrem antes das 37 semanas gestacionais, mostra tendência crescente em vários países, porém em sua maioria é um problema evitável. Este fato é relevante e gera preocupação uma vez que as complicações relacionadas à prematuridade representam a primeira causa de mortes neonatais e infantis em países de renda média e alta, incluindo o Brasil (MATIJASEVICH et al., 2013).

A prematuridade pode ser classificada em três categorias: leve (entre 32 e 36 semanas de gestação), moderada (28 e 31 semanas) e severa (abaixo de 28 semanas). A ocorrência de morbi-mortalidade perinatal é inversamente proporcional à idade gestacional do parto e permanece ainda como um grande problema da obstetrícia moderna, visto que, a ocorrência de partos prematuros tem se mantido estável ao longo dos anos, apesar dos esforços para reverter essa situação (SILVA et al., 2009).

Os óbitos neonatais apresentam ocorrências bastante variadas em todo o mundo, sendo que os países desenvolvidos atingem índices de mortalidade neonatais muito inferiores aos dos países subdesenvolvidos.Na América Latina, a identificação de taxas de mortalidade neonatal de 25 óbitos por 1.000 nascidos vivos representa uma diferença de quatro vezes mais em relação aos países norte-americanos e europeus (CARVALHO; GOMES, 2005).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que as maiores taxas de nascimentos prematuros ocorrem na África e na América do Norte, com 11,9% e 10,6%, respectivamente. O Ministério da Saúde do Brasil aponta uma taxa de mortalidade, no período neonatal, entre 7,9 e 14,2%, o que demonstra uma grande variação entre as regiões geográficas nacionais (WHO, 2012).

Estima-se que todo ano, no mundo, 13 milhões de recém-nascidos nasçam prematuros (RAMOS; CUMAN, 2009). Em um estudo realizado em 2013 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) constatou-se que no ano de 2011 a prevalência de nascimentos pré-termo em nosso país era de 11,8 %, com variações dependendo da região. Em relação ao Nordeste brasileiro, no ano de 2000, a estimativa corrigida de prevalência de nascimentos pré-termo nessa região era de 10,3%, já no ano de 2011 passou a ser de 11%, revelando um aumento de nascimentos pré-termo nessa região (UNICEF, 2013).

Estudos epidemiológicos têm evidenciado o papel de diversos fatores de risco para a prematuridade desde sociodemográficos e reprodutivos maternos. Vários trabalhos têm demonstrado que fatores maternos como idade da mãe, estadocivil, tipo de ocupação e outros podem ser os propulsores para o desencadeamento do parto prematuro. Alguns autores citam também fatores de ordem genética, exposição a substâncias tóxicas e assistência pré-natal ausente ou tardia. Outras prováveis causas são as de origem ginecológica e obstétrica, como é o caso do sangramento vaginal persistente durante a gestação, infecção urinária, mioma uterino, entre outras (SILVA et al., 2009).

Em países industrializados o nascimento prematuro é amplamente estudado, enquanto os dados de países em desenvolvimento ainda são bastante reduzidos, portanto, conhecer e avaliar o perfil das mães e dos recém-nascidos prematuros é importante na determinação dos riscos vitais relacionados às condições do nascimento, crescimento e desenvolvimento infantil, sendo esses aspectos componentes de vários indicadores de saúde e fundamentais para a assistência na área materno-infantil.

O objetivo do presente estudo foi identificar o perfil sociodemográfico e reprodutivo das mães de recém-nascidos prematuros, bem como caracterizar os neonatos pré-termo quanto à situação de risco para crescimento e desenvolvimento em uma maternidade de referência do Piauí.

METODOLOGIA

O projeto foi submetido ao comitê de ética e pesquisa do Centro Universitário UNINOVAFAPI, segundo a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, sendo a pesquisa aprovada no dia 17/12/2014 com CAAE: 40024214.3.0000.5210.

Foi realizado um estudo descritivo, retrospectivo de caráter transversal e quantitativo. O local do estudo foi a Maternidade Dona Evangelina Rosa, que é referência em assistência obstétrica e neonatal na cidade. A mesma está localizada na cidade de Teresina, no estado do Piauí (PI), região Nordeste do Brasil. O período de realização da pesquisa foi entre abril e julho de 2015.

Foram incluídos na pesquisa os prontuários de recém-nascidos prematuros (idade gestacional abaixo de 37 semanas) que estiveram internados na UTI Neonatal da maternidade de referência no período de janeiro a dezembro de 2013.Os prontuários dos neonatos prematuros

que estavam mal preenchidos, com letra ilegível e os que não foram encontrados foram excluídos da pesquisa.

Para compor a amostra do estudo, foi feito um levantamento censitário no livro de registros de recém-nascidos internados na UTI neonatal da maternidade de referência, onde foram identificados 440 prontuários de recém-nascidos prematuros que foram assistidos no ano de 2013 na UTI neonatal da maternidade. Porém, apenas 269 prontuários foram encontrados, portanto, a amostra do estudo foi composta pelos 269 prontuários de recém-nascidos prematuros internados na UTI neonatal da maternidade no ano de 2013.

A coleta de dados foi realizada no período de abril a julho de 2015. Para uma melhor organização das informações contidas nos prontuários, foi utilizada uma ficha para coleta de dadoselaborada pelas pesquisadoras, contendo as variáveis do perfil sociodemográfico e reprodutivo das mães, sendo elas: idade; estado marital; grau de escolaridade; paridade; realização de pré-natal e o número de consultas; ocorrência de abortos anteriores; tipo de parto e intercorrências durante a gestação atual, e as variáveis para caracterização dos recém-nascidos quanto ao risco para o crescimento e desenvolvimento, tais como: sexo, idade gestacional, peso ao nascer, Apgar no quinto minuto e má-formação congênita.

Os dados obtidos foram descritos e sintetizados utilizando-se a estatística descritiva e os resultados foram expostos em tabelas de frequências para análise, discussão e conclusão.

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