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ALEXSANDRO GALENO ARAÚJO DANTAS

No documento A história como testemunho, "eu estava lá" (páginas 92-101)

ELES ESTAVAM LÁ! POLIFONIA DO TESTEMUNHO

Testemunho 7: ALEXSANDRO GALENO ARAÚJO DANTAS

Geógrafo, professor do Departamento de Ciências Sociais e Coordenador da Pós-Graduação em Ciências Sociais, ambos da UFRN. Fez seu mestrado em Ciências Sociais no GRECOM, cuja dissertação é intitulada Imagens da terra: por uma poética da luta política (1998). Fez doutorado na PUC São Paulo sob a orientação de Edgard de Assis Carvalho, defendendo a tese publicada sob o título Antonin Artaud: a revolta de um anjo terrível (2005).

No momento de conferir esse testemunho, coincidentemente estou com esse livro de Edgar Morin em mãos (Para sair do século XX) e numa parte do seu texto, ele fala sobre o que é o testemunho, para a pesquisa e como experiência do conhecimento. Ele chama atenção para desconfiarmos do testemunho dos nossos olhos, porque não são os olhos que veem, é o espírito através dos nossos olhos. Assim, todo e qualquer testemunho é produzido de uma ilusão. Todo testemunho é provisório, podendo ser falso e marcado pela racionalização, ou verdadeiro e ainda assim estar carregado de dimensões afetivas, perturbações psíquicas, etc. Portanto, todo testemunho é provisório, parcial e não uma tradução do real. Ele é resultado do que tenho na memória.

O que eu vou relatar para você, como testemunho aqui é uma ilusão, uma tradução de uma fantasia que eu vivenciei por 18 anos no GRECOM e que eu espero que continue com você.

Começarei pelo final, do momento em que eu deixei o grupo. Depois de quase 18 anos no GRECOM, por razões que não considero afetivas, pois nunca tive problemas nesse campo ali, mas pela necessidade de fazer uma carreira solo profissional e pela forma como o GRECOM se organizava, percebi que não dava mais para mim. Não havia espaço, havia uma centralização de poder muito forte. Não concordo com a forma que Ceiça conduzia e conduz o GRECOM, porém respeito. Eu era vice-coordenador nessa época e para não ter problemas procurei outro caminho. Mesmo não concordando com o jeito dela, esse não seria motivo para brigas. É o jeito dela. Na época, então eu estabeleci uma ruptura. Saí e fundei um outro

grupo chamado Marginália. É óbvio que a filiação epistemológica, o lastro teórico sobre as ciências da complexidade, especialmente sobre Morin, quem me ofereceu foi o GRECOM, por meio de um belo encontro de vida e profissional por ocasião do mestrado e posteriormente com Edgard de Assis Carvalho na PUC/SP, que é uma grande referência para o GRECOM. Exatamente por ter essa formação eu não podia ficar preso numa concepção burocrática e autoritária,

Para não brigar com Ceiça, que é uma pessoa que eu amo de paixão e tenho um respeito profundo no campo pessoal e intelectual e por me conhecer politicamente, pois não me submeto a certas coisas, eu decidi sair para fundar outra coisa.

Tudo que estou relatando foi dito em reunião no GRECOM, por ocasião da minha saída. Lembro que no dia da nossa conversa estavam na sala Ceiça, Josineide, Wani, Carlos Aldemir e Bosco da UERN, e nós conversamos sobre essas questões. Eu não falo mal do GRECOM, mas críticas eu faço, são críticas públicas. Não estou dizendo que eu estava certo ou estava errado, apenas não dava mais pra mim. Não que o afeto e a relação tivessem chegado ao fim, apenas aquela forma de conduzir não era minha praia, para não brigar eu caí fora. então esse é o primeiro registro importante.

Digo que se não fosse o GRECOM eu não estaria no grau de organização e inserção acadêmica, num campo de criação teórica e nesse sentido eu não sou de cuspir no prato que comi. Mesmo saindo, mantive parcerias com o GRECOM, em bancas, nos debates, parcerias com a Ceiça. Há pouco fiz uma capacitação, na qual Ceiça foi minha supervisora, então essa ligação recursiva de formação e de vida tem interface com o GRECOM. É uma coisa que se encarnou muito fortemente na minha vida. Eu não cuspo no prato que como. Eu contribuo melhor nessas parcerias, dentro e fora operando nessas passagens.

O GRECOM foi fundamental na minha formação e continua sendo, nas referências intelectuais, no jeito de orientar de Ceiça e de Edgard, as sugestões sobre as bibliografias sempre atualizadas, um olhar sempre muito

aberto sobre os fenômenos da pesquisa, é um aprendizado que em outro lugar eu não teria.

Conheci Ceiça durante uma disciplina do Mestrado que paguei com ela e com Hermano Machado. Nessa época, a escolha do orientador se dava pelo menos seis meses depois da entrada do aluno no programa. Eu já tinha lido um texto de Edgar Morin da obra Para sair do século XX, através de um deputado do PT do Rio Grande do Sul, Marcos Rolim, que discutia Hannah Arendt e Edgar Morin, dois autores dos quais sempre gostei muito. Na disciplina de Ceiça e Hermano, encontrei Morin e ali eu tive certeza que era o meu lugar. Cheguei para Ceiça sem nem saber quem ela era e quis ser seu orientando. Embora eu tenha formação em geografia, eu sentia uma grande afinidade pelas ciências sociais. Minha intuição estava correta. Esse encontro foi fundamental. Naquela época, faziam parte do grupo Ceiça, Vania Gicco, Dalci Cruz e Wani.

As primeiras atividades de que participei no grupo foram os seminários temáticos, eventos muito interessantes os quais acredito que devessem voltar a acontecer. O primeiro seminário foi sobre Bachelard, com a saudosa Marta Pernambuco; outro foi sobre Wittgenstein com Jaime Biella; outro sobre Gödel sobre a discussão da lógica, com o professor Eduardo Moura. Para mim, tudo era muito interessante. O que eles discutiam eu ainda não sabia nada. Eu vinha de uma militância política de vários anos, então minha leitura era muito pragmática. Mas aquilo foi muito importante porque me deu um impulso.

O GRECOM é um lugar de amizade. Durante esse tempo do mestrado eu consolidei uma amizade afetiva e intelectual com Josineide e Eugênia. Nós éramos o triunvirato do GRECOM. Líamos e estudávamos muito juntos. O grupo foi então crescendo e eu fui ficando. Quando eu sai para o doutorado obviamente gerou um certo distanciamento, mas mesmo assim continuei no Complexus da PUC São Paulo. Para mim, o GRECOM é o lugar que eu encontrei com mais liberdade para problematizar as coisas que estavam me inquietando.

A metáfora que tenho para o grupo é a de uma centopeia que precisa se organizar; porém, talvez essa metáfora não seja mais adequada porque o GRECOM é um espaço de voo, de liberdade. Ele não é terráqueo, ele é aéreo, pois você encontra projetos abertos e ousados, com gente de todas as filiações e trajetórias, com pontos de vistas muito diferentes.

Por mais que eu tenha essa crítica de início a Ceiça, quem estrutura essa caminhada é ela, do jeito dela. Percebo que uma próxima pessoa que venha a substitui-la terá muita dificuldade, porque se você se abre para vários pontos de vista tem que ter muita segurança, deve ser muito firme na condução, que se dá pela distinção. Não adianta ficar com raivinha, porque ela está no lugar dela, no lugar do reconhecimento, o lugar pelo qual ela lutou. O GRECOM está completando 25 anos e tem um patrimônio acumulado, que você não pode, de uma hora para outra, abrir mão.

Eu não gostaria de destacar as idiossincrasias. Eu gostaria de destacar que o GRECOM é um espaço de respiração, aberto a várias possibilidades. Porém, vendo de fora, tenho a impressão que tudo começa e termina no GRECOM. Isso é um equívoco, isso é anticomplexidade. Eu vejo pouca participação dos membros do GRECOM, e de Ceiça em particular, em outras parcerias e projetos de outros colegas da universidade. É preciso que se dialogue, pois é isso que a ciência da complexidade deveria fazer, se conectando com parceiros de pontos de vista diferentes. Até concordo que aquilo é uma experiência de miniuniversidade, como consta no livro Ciclos e Metamorfoses escrito pela Ceiça e Margarida. O GRECOM foi em alguns momentos, não sei se ainda é hoje, essa experiência de miniuniversidade, pois tem conexão nacional e internacional consolidada, mas as coisas não começam e terminam no GRECOM, nem começam ou terminam nas ciências da complexidade, isso é algo que o GRECOM tem que discutir. O GRECOM tem que se abrir para a universidade. A crítica que se faz ao fechamento das ciências duras, das ciências cartesianas e dos seus pesquisadores deve ser feita como autocrítica. O meu grupo de pesquisa também não é tão aberto assim, porque você precisa ter um núcleo duro para estruturar uma teoria, conforme cita Thomas Khun. É preciso ter o cânone do seu grupo, mas há

várias outras pessoas com quem se pode dialogar no campo das ciências da complexidade das religações com outros referenciais. O GRECOM não se propõe a fazer essa busca fora do espaço cognitivo e ver que experiências se tem fora do grupo, como experiências de miniuniversidade onde a dimensão transdisciplinar do conhecimento poderia ser interessante numa proposta bem maior.

O campo moriniano ao qual nos filiamos diz que a reforma do pensamento é uma reforma da universidade, que pode ser uma reforma da educação, então pergunto: quem são os atores e as atrizes nessa reforma da educação? Na universidade eu encontro outros, não somos só nós. Não temos essa prerrogativa de trabalhar sozinhos as ciências da complexidade. Então, nesse sentido o grupo vive uma contradição de um fechamento e de uma tentativa discursiva de que é aberto. Isso na prática não acontece. Isso para mim significa eventos dos quais não vejo participação do GRECOM. Ceiça em especial participa pouco das atividades dos outros, inclusive dos parceiros. No fundo é porque falta essa cultura. Falta uma troca e uma postura de acreditar que há outros intelectuais e que há outros projetos na universidade tão importantes quanto os seus. Não estou falando no sentido de uma desqualificação, mas estou falando de isolamento. A sensação que tenho é que a borboleta voltou para o casulo. Então, vejo a necessidade de uma ruptura novamente. Como estabelecer essa ruptura desse casulo? Com quem está lá é possível pensar isso? Qual é a disposição dessas pessoas para se abrirem? E aí vai acabar, não vai acabar? O grupo tem uma história consolidada, e dessa história o que necrosou? O que tem vida e poderia fazer um novo sobrevoo imenso? Acho que existe potencial para isso. Se tomarmos o exemplo do campo que tem inspirado Ceiça por 30 anos, o Piató, pergunto: quais são os outros piatós da complexidade para abrir esse casulo? Quais são as outras comunidades e experiências das quais podemos participar? Não sei. É preciso abrir porque você tem uma boa teoria, uma boa experiência histórica e precisa fazer novas investigações.

Essa é uma história que não cabe mais no casulo porque é grande demais. Quando eu pergunto quem vai dar continuidade, não estou

personificando a questão. Antes tínhamos Morin como o animador e depois se amplia com outros pensadores e hoje o que anima, o que movimenta? Que planejamento nós temos em termos de estudos? Que formação de novas trajetórias intelectuais nós queremos consolidar?

Há certamente muito potencial. Uma coisa que cito como grande sacada do GRECOM e de Ceiça, pois é mérito dela, foi ambiguidade com relação à institucionalidade. Está lá como um grupo de pesquisa, mas ao mesmo tempo não está nos moldes tradicionais dos grupos de pesquisa que a universidade e a Capes querem da forma burocrática, dos relatórios. Tem isso também, mas é muito mais que isso. O GRECOM tem espaços de transgressões muito interessantes e você vê isso até no formato de uma tese. Elas são metapontos de vista problematizados, até no formato. O GRECOM não é ABNT, embora isso esteja lá também, porém nunca vai tomar conta da representação, e por isso o grupo paga um preço. Esse é o lado rico, transgressor que várias pessoas praticaram. Isso chega aos tribunais cognitivos que cobram a metodologia, por exemplo. Nesse momento, você vai no fio da navalha, com projetos abertos dizendo que as questões são de método e não de metodologia, conforme nos diz Morin. Você tem programa, tem estratégia, e isso simplesmente não pode ser previsto, acontece no processo. A forma como Ceiça organizou o grupo permite dizer e reconhecer que temos um espaço da diferença para o tribunal cognitivo que nos condena, mas tem que nos aceitar.

Nenhum grupo de pesquisa da universidade fez o que o GRECOM fez, colocar 8 mil pessoas à noite para uma conferência de Edgar Morin, aliás, nem a reitoria fez isso. Essa experiência você não pode desqualificar e Ceiça e Josineide fizeram isso sem dinheiro algum, além de viabilizar grandes eventos aqui. Outro exemplo foi a vinda do Henri Atlan, um grande nome respeitadíssimo internacionalmente. Por que outras áreas não trouxeram? O que vejo é que hoje precisamos dessa nova animação, e a impressão que eu tenho é que o grupo está ensimesmado. Isso não é só característica do GRECOM, vejo isso também nos outros grupos, que não saem do rame

rame, a tese, a dissertação e etc. O que podemos encontrar para alçar novos voos?

A universidade perdeu muito em capacidade cognitiva, hoje temos a geração da meritocracia, de uma racionalidade sem sentido, dos especialistas sem espírito, como diz Weber. O que anima aqui não é mais a experiência de vida, mas apenas o diploma de mestre ou doutor. O desafio é: por que não se volta, depois de uma experiência de mestrado ou doutorado? É claro que temos bons exemplos de retorno como você, Eugênia, Josineide, Wani. Não é que eu seja nostálgico, mas sinto que as pessoas têm entrado na universidade para fazer negócios, não negócios escusos, mas profissionais. Como diz Antonin Artoud, é fazer um teatro de palavras, uma mera figuração de um texto que tem um código. O teatro de experimentação envolve o corpo, envolve a alma, é um teatro de sangue onde eu dou o melhor de mim, não uma mera figuração. E acho que em outros grupos pode ser até pior.

Sensibilizar hoje a camaradagem do cotidiano da universidade é muito difícil, se aquilo não estiver voltado para seu tema, para seus interesses. A perspectiva dos últimos três anos no Brasil agravou esse cenário, então vem essa perda na dimensão ética do que é fazer universidade hoje. A outra perda está no campo intelectual, as pessoas não estão preocupadas com a formação intelectual, mas com a mera informação. Os intelectuais colocam questões da ciência na arte, na filosofia e também na política. Eles devem falar dos problemas da sociedade, os problemas contemporâneos, e as pessoas não querem mais isso, elas se contentam com a ditadura da rapidez. Sinto isso numa banca de TCC, numa qualificação de mestrado e doutorado, quando um colega tenta minimamente estabelecer um espaço de reflexão, aquilo causa um incômodo. Como diz Morin, não existe mais espaço para o pensamento. Então, se a política expulsou o pensamento eu diria que também a ciência se esvaziou do pensamento. O GRECOM vive também essa crise. Porém, isso também se configura num desafio para o grupo que sempre mexeu com as questões epistemológicas. Isso deve ser uma atitude política do grupo.

As questões epistemológicas nunca foram bem a minha praia. Eu gosto dos autores que me mobilizam. Por outro lado, fazer uma leitura de Prigogine e Stengers (a não ser os ensaios dela, que adoro) foram minhas limitações, porque eu achava chato. Ceiça nos oferecia isso muito bem. Na minha concepção, o isolamento epistemológico não faz conjuntura com os fenômenos contemporâneos, com os problemas da cidade, no sentido amplo da palavra, com os temas que tem a ver com a vida. É preciso pensar a política, a vida, o próprio sujeito e, para mim, essa é uma questão que possibilita um novo alento.

Para mim, Morin sempre será essa grande referência do desvio para falar de questões do mundo acadêmico, da filosofia e da vida social. Ele sempre teve um estilo animador, jovem demais. Ele escreve como um jovem, não como aqueles sociólogos que só escrevem para os iguais. Por mais que a palavra complexidade seja “antimarketeira”, ela tem uma radicalidade que não permite ao sujeito pensar os fenômenos de maneira simplificada. Morin é fundamental para isso. Ele te leva para uma reflexão profunda. Eu acho que Ceiça e Edgard tem isso também e o GRECOM tem esse mérito. Quando ele vai falar sobre método, ele tem uma visão ensaística da ciência e, para mim, Ceiça e Edgard têm essa sensibilidade também.

Não faço aqui o discurso das Cassandras tristes e mal-humoradas. Mas penso que é um momento de novas borboletas. Penso que é preciso continuar com o compromisso de politizar o pensamento. Como, eu não sei exatamente.

Das lembranças, posso citar as muitas cachaças e festas na casa de Ceiça, que eram ótimas, por sinal. Uma outra boa lembrança foi minha parceira com Hermano Machado. Inclusive lembro de uma das cenas mais loucas que eu vi, ver Hermano dormindo com os sapatos na mão. Nosso ponto de encontro fora da universidade era o Bar do Mário no CCAB Sul. Tínhamos uma vida social bem ativa. Lembro de uma das maiores transgressões, voltar para casa somente no outro dia às 15h, eu, Ceiça e Josineide, foi uma verdadeira virada. Isso ajudava, nos tornava mais

próximos, mas às vezes também atrapalhava no campo intelectual, pois havia tensões pela questão dos afetos.

Do espaço físico anterior do grupo, éramos vizinhos da base de Marta Pernambuco, e era muito engraçado, porque ela tinha um mau humor histórico e não dava bom dia a ninguém.

Outra recordação se refere ao I Congresso Mundial de Complexidade, realizado em 1998, no Rio de Janeiro. Ceiça levou uma enorme trupe. Fomos eu, Gustavo de Castro, Adrian da PUC São Paulo, Rosa, Josineide, Margarida Knobbe, Maurício Panela, Aldo, entre outros. Alguns de nós resolvemos fazer um manifesto anticomplexidade no hotel lá em Botafogo, porque considerávamos que o evento não tinha nada de complexidade. O manifesto num estilo surrealista era um texto com palavras a serem recitadas. No outro dia, panfletamos e Ceiça ficou bravíssima. O modelo do evento era muito tradicional. Eu lembro que fui apresentar meu trabalho no GT e quem coordenava era Raul Motta e havia uma professora francesa, cartesiana até a medula, a me cortar. Eu então finquei o pé e disse que ia apresentar meu trabalho até o fim. Essas eram boas tensões. Edgard Carvalho a acalmava dizendo: “deixa os meninos”. Lembro que à noite, durante o encerramento do evento, estava presente Maitê Proença, pois Morin era seu fã. Maitê declamou vários poemas para ele, e esse foi um momento muito interessante. Cabe destacar que a maior participação dos grupos de complexidade nesse congresso foi do GRECOM.

O GRECOM tinha uma ousadia interessante: trazer grandes intelectuais para Natal. Nesse sentido, vieram Edgar Morin várias vezes, Henri Atlan, Dietmar Kamper, dentre outros. Este último me impressionou pela postura educada, humilde, simples.

É bom destacar que uma das grandes experiências, de maior visibilidade para o grupo, foi o projeto de extensão Polifônicas Ideias, no qual os textos de autores locais ou não eram publicados no Jornal A Tribuna do Norte. É claro que as cassandras más falaram muito mal da gente. Mas falavam porque não faziam nada. O GRECOM fez muita coisa e tem esse patrimônio para contar.

No documento A história como testemunho, "eu estava lá" (páginas 92-101)