• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 4: LIMITES E POSSIBILIDADES PARA A GESTÃO

4.6 Articulação Intersetorial das Políticas Sociais no Atendimento à

4.6.2 Algumas propostas

Com relação ao modo como são pensadas e desenvolvidas as políticas sociais47, os técnicos entendem que é necessária a participação dos profissionais

que atuam nas unidades (no atendimento direto à população) no processo de elaboração dos serviços e programas. Entendem, ainda, que não há um estudo acurado acerca do modo como tais serviços e programas são efetivamente realizados nos territórios.

Exemplificando com os relatos:

[...] os protocolos vêm prontos, e com tempo para cumprir. Acaba que, muitas vezes, não temos nem tempo para pensar, pois cada vez mais nós temos que fazer, fazer e fazer (Técnica 4, do CRAS A, entrevista).

Uma coisa que também prejudica é o fato de a Secretaria mandar tudo pronto, e você só faz, executa; e, não há nenhum feedback para os funcionários (Técnico 5, do CRAS B, entrevista).

Complementando:

[...] é assim, enviam as diretrizes do programa hoje, e é faça e cumpra-se. E depois não há uma continuidade, um monitoramento e um acompanhamento disso, se o que foi pensado lá em cima, está sendo realmente realizado no cotidiano da unidade (Técnica 3, da UBS C,

entrevista).

Foram frequentes, entre os técnicos, relatos relacionados a um sentimento de desmotivação, ocasionado pela falta de condições de trabalho e pelas cobranças excessivas para o cumprimento de metas. Dentre os principais apontamentos, estão:

 Sobrecarga de trabalho;

 Falta de serviços básicos para o atendimento à população idosa com dependência;

 Desmotivação e angústia, por terem o conhecimento de que todos sabem da falta da estrutura necessária para a realização dos atendimentos, como também da gravidade de alguns casos, nos quais a pessoa idosa permanece em risco, devido à falta de um serviço que a atenda48.

Os técnicos foram unânimes em afirmar que os serviços da região, “não são cuidados”, a Técnica 7, do CREAS B, relata, como principal razão, o fato de não haver um olhar acurado para as regiões periféricas do município.

Tal panorama dificulta os mecanismos de comunicação entre os profissionais, porque há interesse para que a articulação intersetorial ocorra, mas não existem as condições concretas para que aconteça.

Compreende-se a articulação intersetorial como a possibilidade de acesso a uma rede estruturada de serviços, por profissionais de diferentes políticas sociais que almejam a integração de saberes e a troca de experiências, com uma finalidade comum: garantir o acesso aos direitos de cidadania aos usuários, respeitando a sua liberdade e garantindo a sua integridade física, psicológica e social.

No entanto, segundo o relato dos sujeitos da pesquisa, os profissionais participam de reuniões, fazem contatos pontuais para o atendimento de determinados casos, mas tais contatos não vêm repercutindo em melhoria na qualidade de vida da população idosa atendida.

Segundo a percepção dos profissionais entrevistados, para que o conjunto da população possa vivenciar a etapa da velhice com dignidade, são necessários os seguintes avanços:

 Inclusão dos profissionais que atuam diretamente com os usuários no processo de pensar e elaborar as políticas sociais, de modo a trocar saberes

48Referimo-nos novamente a aspecto frequentemente relatado pelos sujeitos da pesquisa: a falta de

opção – além da família – para o atendimento à população idosa com comprometimento para as AVDs, que está com os vínculos familiares rompidos (em decorrência de ter sido vítima de violência, de conflitos familiares, dentre outras situações).

e experiências acerca da realidade vivida pela população idosa em determinado território;

 Investimento em recursos humanos e materiais, para realizar um atendimento efetivo à demanda de cada serviço;

 Acompanhamento dos programas desenvolvidos em cada território;

 Cobertura dos programas que realizam atendimento domiciliar (exemplificando: o PSF e a UAD da política de saúde; o NCI e o SASF da política de assistência social) em todo o território de Pirituba/Perus, pois colaboram para o acompanhamento da população e comunicação entre os profissionais49.

 Ampliação do PAI, de modo a atender todos os indivíduos que dele necessitam;

 Atendimento, pelo PAI, às pessoas idosas que tenham família;  Aumento do número de vagas nas ILPIs;

 Gestão e operação das ILPIs realizadas de forma integrada pela SMADS e SMS, de modo a contemplar as diferentes demandas;

 Atendimento, pelas ILPIs, à população idosa que tenha comprometimento para as AVDs;

 Vontade política para estruturar serviços que atendam às necessidades da população idosa;

 Mais estudos relacionados às políticas sociais no atendimento à população idosa, de modo a colaborar para a denúncia quanto a falta de estrutura para o atendimento às pessoas idosas, especialmente, aquelas que têm dependência.

Os sujeitos da pesquisa relataram algumas propostas de serviços. Conforme exemplifica a Técnica 2, da UBS B: “[...] o que precisava era que houvesse uma modalidade de atendimento, para o acompanhamento do idoso no domicílio, um acompanhante para quem tem algum tipo de dependência e não tem família”.

49Foi unânime, entre os técnicos, o relato de que, quando há o PSF em determinado território, o

acompanhamento às pessoas idosas (especialmente as que estão com comprometimento das AVDs) e a comunicação entre os profissionais de diferentes serviços, são facilitados. Uma técnica ressaltou, também, a importância do PSF para a orientação sobre os horários de medicação (para as pessoas idosas que vivem sozinhas e têm dificuldade para ler e compreender as receitas médicas); para a aproximação da realidade vivenciada pelas pessoas idosas; e, para a prevenção quanto ao risco de quedas.

Segundo a Técnica 6, do CREAS A:

Acredito que uma alternativa que poderia resolver muitos problemas [...], é se tivessem mais aqueles programas de acompanhante de idosos, mas inclusive para aqueles que têm família. [...] por exemplo, já atendemos um caso em que a família, em determinado momento, precisava sair, ou para trabalhar ou para levar um filho na escola, enfim, e acabava deixando uma criança de 9 anos cuidando de uma idosa com dependência, sem condições, se aquela senhora cai, a criança não consegue segurá-la. Enfim, recebemos a denúncia, fomos e intervimos com a família. Mas caso houvesse um serviço desse tipo, não aconteceria esse tipo de situação

(Técnica 6, do CREAS A, entrevista).

E ainda segundo a Usuária 6:

Se tivesse um serviço que o idoso ficasse por um tempo, para a gente resolver algumas coisas, e descansar um pouco também, não seria bom? Porque não sou só eu que vivo essa situação. Estava conversando agora mesmo com uma senhora ali na sala de espera que está passando pelo mesmo problema que eu, e ela é bem mais de idade do que eu [...] Não é que a gente queira ficar livre. Mas a gente também precisa de um apoio, porque, se não, a gente não aguenta [...]. Igual, eu consegui pagar, junto com meu filho, aquela Casa de Repouso, para ter esses dez dias, mas, quem não consegue, acaba ficando doente. Pena que nem todo mundo consegue, viu [...]. Porque não é luxo, não é abandono, é uma necessidade!

(Usuária 6, entrevista).

Em síntese, constata-se, a partir do estudo realizado e da vivência profissional, que a legislação social brasileira focaliza a família como a principal responsável pela proteção social a seus membros, mas não apresenta outras opções, através de políticas sociais que efetivamente garantam o atendimento à população idosa que tenha algum tipo de dependência.

O poder público vem se eximindo de sua responsabilidade, tendo em vista que, conforme já assinalado, o acesso às ILPIs é dificultado pela escassez do número de vagas, inclusive nas situações em que há determinação judicial; e, que o PAI está localizado nas regiões centrais do município, não atendendo, por exemplo, à região de Pirituba/Perus.

Evidencia-se, também, a insuficiência de respaldo do Estado para que as famílias exerçam a proteção social a seus membros, haja vista que não há cobertura pelo PSF, bem como pela UAD, em todas as UBSs da região de Pirituba/Perus, e que, no que se refere aos programas de acompanhante de idosos – além de não

haver a cobertura na região –, um dos critérios para o atendimento, é a ausência da família.

Entende-se que o PAI deva ser um serviço que ofereça suporte às famílias, ofertando o acompanhamento à população idosa com dependência no domicílio, de modo que as famílias possam desempenhar atividades, como, por exemplo, de trabalho – única forma de sobrevivência para a maioria da população; bem como atendendo a necessidades, como, a mencionada pela Usuária 6, que precisava submeter-se a exames médicos e não conseguia fazê-los, devido à sobrecarga que vive cotidianamente com os cuidados prestados ao marido que sofreu um AVC (idosa, única cuidadora, em território sem oferta do atendimento pelo PSF), e que, segundo ela, necessitava “dar uma respirada”, até mesmo para manter a própria saúde.

O único respaldo oferecido pelo Estado, às famílias, no cuidado à população idosa com dependência, vem sendo o atendimento e a orientação no domicílio realizados pelas equipes do PSF e da UAD – apenas nos territórios cobertos por essas modalidades de atendimento –, mas, conforme assinalado, tais serviços têm dificuldades, devido à insuficiência de recursos humanos e materiais. A Técnica 3, da UBS C, relatou que o atendimento do Programa Melhor em Casa, na unidade, é realizado pela equipe da UBS, que se divide entre os atendimentos da UAD e os da UBS.

Considera-se como essencial o envolvimento da sociedade por meio dos conselhos de idosos, e da luta dos movimentos sociais contra essa desresponsabilização que vem sendo exercida pelo Estado, por meio da pseudoproteção social desempenhada pelas políticas sociais, visto que alguns serviços não são acessados, até mesmo quando há determinação judicial. E que essa prática vem causando maior sobrecarga para as famílias, especialmente para a mulher, que é imbuída, cultural e historicamente, a desempenhar o papel de cuidadora.

A beleza do texto estabelecido em leis, como o Estatuto do Idoso, não vem assegurando uma velhice digna a todas as pessoas idosas, especialmente, para os indivíduos que vivenciam a etapa da velhice com comprometimento para as AVDs.

Compreende-se, que somente com a participação da sociedade será possível alcançar as mudanças necessárias para que o conjunto da população possa vivenciar a etapa da velhice com qualidade e dignidade, de modo que o poder

público assuma as responsabilidades: de suporte às famílias que realizam cuidado às pessoas idosas com comprometimento para as AVDs; e, de prover alternativas que concretamente atendam às necessidades da população idosa com dependência. Apenas dessa forma serão concretizados os direitos de cidadania.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O intuito de realizar uma pesquisa sobre os mecanismos de articulação intersetorial das políticas sociais no atendimento à população idosa, surgiu a partir da atuação como assistente social em uma UBS da STS de Pirituba/Perus.

A realidade dos atendimentos cotidianos às pessoas idosas levou aos questionamentos que impulsionaram o ingresso no Mestrado e a escolha da temática ora analisada.

O estudo dos referenciais teóricos foi essencial em todas as etapas da pesquisa, desde a construção dos três capítulos – que abordaram temáticas como: envelhecimento do trabalhador na sociedade de classes; políticas sociais voltadas à população idosa; implicações do “familismo” para o envelhecimento com dependência; intersetorialidade; e políticas sociais no Município de São Paulo –, até a análise e a interpretação dos dados.

Optou-se por contextualizar a história da região que abrange a STS de Pirituba/Perus, e apontar as características dos serviços de atendimento à população idosa que vive naquele território, especialmente os que frequentemente foram citados pelos sujeitos da pesquisa.

O processo de análise e interpretação dos dados foi realizado a partir dos relatos dos entrevistados, coletados em serviços de saúde (UBSs); assistência social (CRASs e CREASs); e cultura (Bosque de Leitura), que proporcionaram o acesso à percepção dos técnicos que atuam nos serviços e da população idosa usuária dos serviços.

O estudo objetivou a análise acerca do atendimento realizado pelas políticas sociais à população idosa – dependente ou não. No entanto, no processo de construção desta dissertação – em virtude da vivência empírica, do estudo bibliográfico, teórico-conceitual e legal-normativo, e dos dados coletados no trabalho de campo –, quando apresentados os resultados relacionados ao cotidiano das unidades de serviços; ao envelhecimento no contexto sociofamiliar; e à articulação intersetorial das políticas sociais, foi inevitável a centralização da análise na população idosa com dependência.

Ressalta-se, ainda, que estas considerações finais não apresentam caráter conclusivo. Mesmo com a busca insistente pela interpretação dos dados relacionados aos serviços que realizam atendimento à pessoa idosa na região, é

possível que, certamente, não se tenham alcançado alguns aspectos, que também seriam importantes para o conhecimento daquela realidade. Fica, então, a expectativa de que mais estudos sejam realizados, a fim de contribuir e enriquecer o debate.

A partir da interpretação de uma realidade geral da região em que está localizada a STS de Pirituba/Perus, considera-se que a inexistência de uma rede de serviços, que efetivamente atenda às necessidades da população idosa, dificulta os mecanismos de articulação intersetorial entre as políticas sociais.

Segundo a percepção dos técnicos entrevistados, nota-se que ocorrem contatos pontuais, entre os profissionais de diferentes secretarias, para o atendimento de casos específicos. No entanto, essa comunicação não representa a articulação intersetorial, tendo em vista que esses contatos não têm refletido melhorias para a qualidade de vida da população idosa que vive naquela região; e que um dos impactos esperados da intersetorialidade, é essa melhora da qualidade de vida.

No que tange às entrevistas realizadas com os técnicos, em algumas ocasiões, foram mencionadas lacunas na rede para o atendimento à população em geral, entretanto, os técnicos foram unânimes em ressaltar que os entraves dos serviços tornam-se mais evidentes no atendimento à população idosa.

Nas entrevistas realizadas com os usuários, os depoimentos centralizaram- se, especialmente, na falta de comunicação entre os serviços de saúde.

A análise acerca da centralização na família – como recurso de proteção social aos seus membros – foi essencial para problematizar as implicações do “familismo” para o indivíduo que vivencia a etapa da velhice com dependência; e para ressaltar o quadro atual de escassez de serviços que realizem o atendimento à essa população.

Compreende-se que, atualmente, os principais entraves da rede de serviços envolvem:

 Insuficiência de investimento em políticas sociais voltadas ao atendimento à população idosa;

 Insuficiência de serviços que prestem atendimento domiciliar em todas as UBSs da região, ressaltados o PSF e a UAD;

 Escassez de recursos humanos e materiais nos serviços ofertados no território;

 Falta de serviços alternativos para o atendimento às pessoas idosas dependentes, que estão com os vínculos familiares rompidos, ou para o idoso que vive sozinho;

 Não implantação do NCI em todos os distritos, por exemplo, na Subprefeitura de Perus, o Distrito de Anhanguera não dispõe do serviço;  Não atendimento, pelo PAI, na região de Pirituba/Perus;

 Escassez de vagas das ILPIs, bem como não atendimento a pessoas idosas com dependência.

No Brasil, as propostas que vêm sendo adotadas para o atendimento à população idosa com dependência, são insuficientes, considerando-se que a estimativa é o aumento da expectativa de vida da população, e consequente ampliação do segmento de pessoas idosas (IBGE, 2010).

No que tange à realidade do Município de São Paulo, o PAI ainda tem inserção tímida nos territórios, estando localizado nas regiões centrais da cidade.

Com relação às ILPIs, além do número escasso de vagas, o serviço, contraditoriamente, não atende a pessoas idosas com dependência.

Não se trata, aqui, de negar a família como espaço de convívio baseado no afeto, no entanto, essa não é uma realidade vivida por todas as famílias, pois as relações intrafamiliares ocorrem de formas singulares.

E mesmo quando as famílias têm relações de afetividade ou afinidade, surgem dificuldades para a realização do cuidado e acompanhamento de uma pessoa com algum tipo de comprometimento físico ou mental, especialmente nos territórios em que não há o atendimento pelo PSF ou pela UAD.

Reconhece-se, ainda, que se, por um lado, tanto o PSF quanto a UAD são programas que visam à (des)hospitalização; por outro, representam mais atenção no domicílio, significando – inclusive – um “alívio” para o cuidador, conforme mencionado pela técnica que atua em uma UBS Mista, composta por equipes de Saúde da Família e de Ação Programática, e que, por isso, conhece as duas modalidades de atendimento.

Em suma, os dados coligidos na pesquisa empírica, por meio de entrevistas realizadas com profissionais e usuários, corroboram as hipóteses que nortearam o processo investigativo, evidenciando: a responsabilização das famílias quanto aos cuidados; o crescente segmento de pessoas idosas expostas a riscos; a

desarticulação das políticas de proteção à pessoa idosa; e o atendimento domiciliar precário nas áreas onde não há o PSF.

Por ter a convicção de que a realização de uma pesquisa é essencial para a produção de conhecimento sobre determinado assunto ou realidade; e que, também, representa a possibilidade de subsidiar respostas políticas à população que vive determinada realidade, apresentamos, a seguir, algumas propostas de atendimento à população idosa:

 Atuação das políticas sociais na perspectiva da intersetorialidade, tendo em vista que os indivíduos têm necessidades que não são alcançadas por uma única política social;

 Participação dos profissionais, que realizam o atendimento direto aos usuários, no processo de elaboração dos programas e serviços voltados ao atendimento à população idosa;

 Investimento em recursos humanos e materiais nos serviços que estão em funcionamento;

 Cobertura, pelo PSF, em todo o território de Pirituba/Perus, tendo em vista a possibilidade de atuar na perspectiva da prevenção de quedas e doenças que possam ocasionar a dependência; o acompanhamento dos usuários no domicílio e um melhor conhecimento da realidade em que vivem; e a possibilidade de facilitar a comunicação entre os profissionais de diferentes serviços;

 Extensão da cobertura da UAD para todo o território de Pirituba/Perus, inclusive nas áreas em que há o PSF, haja vista a necessidade da provisão de suporte às famílias que realizam o cuidado a pacientes acamados, dentre os quais as pessoas idosas com dependência – principal demanda atendida pela UAD;

 Ampliação da cobertura do PAI, a fim de ofertar essa modalidade de atendimento para todas as pessoas idosas que necessitarem – independentemente se vivem nas regiões centrais ou periféricas do município;

 Atendimento do PAI, às pessoas idosas que tenham família (que o atendimento não seja restrito aos indivíduos que estão em situação de isolamento), pois, como já apontado, as famílias têm necessidade de

trabalhar, levar os filhos à escola, dentre outras atividades; bem como, em determinadas situações, a pessoa idosa tem contato com a família, mas não há relação afetuosa. Restringir o atendimento ao usuário que não tem família é excluir muitos idosos que necessitam desse atendimento;

 Aumento das vagas em ILPIs, a fim de que o idoso que estiver em risco por questões de violência ou de conflitos familiares, seja efetivamente atendido;

 Articulação entre as políticas sociais de saúde e de assistência social para a gestão das ILPIs, de modo que a população idosa com dependência seja atendida;

 Expansão de serviços, como o NCI, para todo o território de Pirituba/Perus, tendo em vista a relevância de trabalhos que busquem a prevenção do isolamento.

O atual modelo de organização das políticas sociais não atende às necessidades da população idosa, pois, em uma situação de dependência e comprometimento para as AVDs, a família acaba sendo o único recurso, mesmo quando tal convívio pode representar um risco para aquela pessoa idosa.

Isso é decorrência da precariedade da rede de serviços para o atendimento à população idosa, uma vez que, conforme mencionado, o poder público vem se eximindo da responsabilidade da provisão de condições para uma velhice digna a todos os cidadãos.

As políticas sociais de atendimento à população idosa realizam, na atualidade, uma pseudoproteção social, pois programas e serviços são criados, sem que haja um atendimento efetivo a todas as pessoas idosas que necessitam daquele atendimento.

Constata-se, de acordo com a pesquisa realizada e com a realidade empírica, que o acesso a programas como o PAI e serviços como a ILPI, que realizam atendimento à população idosa com dependência, é extremamente restrito.

No que tange ao PAI – conforme já assinalado –, além de existir uma lista extensa de critérios para que o usuário seja atendido (estar em isolamento, não ter família, dentre outros), a área de cobertura não abrange a região de Pirituba/Perus, bem como muitas outras regiões periféricas do município; no que se refere às ILPIs,

há o perfil, que exclui a maioria das pessoas idosas que necessitam do atendimento,

Documentos relacionados