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Alterações a Implementar Nas Operações de Limpeza

No documento Contaminação Cruzada (páginas 137-145)

Com a visualização de certas operações de limpeza considera-se relevante os seguintes pontos que possam minimizar a existência de “pontos mortos” nos equipamentos:

 A limpeza de um equipamento ser feita imediatamente a seguir à finalização da campanha de produção desse produto, nomeadamente nos SC. Com o objectivo de não ocorrer a formação de incrustações que levam ao aumento da quantidade de produto de limpeza utilizado assim como à demora da lavagem (Figura 4.5 e Anexo 16 - Situação Real Após Procedimento de Limpeza). Seria vantajoso, para situações de formulação do último lote (lote final), que a operação de limpeza fizesse parte do próprio processo de formulação. A formulação de um granel (lote final) não seja formular, acabar carga, tirar e armazená-la em depósitos, mas, além das etapas anteriores, finalizar com operação de limpeza e só desta maneira se conclua a formulação;

 Quando o planeamento de produção de um SC, por exemplo, é cumprido e suspeita-se que possa surgir de entre em pouco tempo a produção do mesmo produto, não deixar o equipamento sujo e à espera de novas ordens. Passar, no mínimo, uma certa quantidade de produto de limpeza para remover a maior parte do produto que está dentro dos equipamentos. Isto vai permitir aliviar o processo de lavagem final quer em termos de produto de limpeza necessário como em termos de tempo de limpeza. Sendo uma medida que irá prevenir/ minimizar os chamados “pontos mortos” nos equipamentos na lavagem final;

 Na limpeza de um circuito SC, o produto de limpeza que percorre todo o sistema termina no depósito de acabamento de SC (banheira). Este produto de limpeza não limpa os resíduos

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presentes neste equipamento, sendo sempre necessário uma lavagem apenas deste equipamento. Sugere-se que a limpeza tenha mais em pormenor a parte da tampa, constituída pelas duas abas e também na zona onde assenta o motor da agitação (Figura 13.15). Assim como a limpeza das chicanas ou deflectores seja sempre verificada, quer a sua parte da frente quer a sua parte de trás (Figura 4.6);

 Utilização do constituinte líquido ou solvente do último produto formulado para a operação de limpeza. Permitirá reaproveitar o produto de limpeza para ser incorporado em formulações posteriores do mesmo produto, sendo um produto de limpeza rico em matéria activa, e permitirá reduzir a quantidade de resíduos líquidos que vão para a fossa e não podem ser aproveitados (e consequentemente, reduz-se os gastos económico que advêm do tratamento destes resíduos líquidos por empresa certificada). Além disso, o preço da quantidade de solvente numa carga posterior será inferior devido à utilização do produto de limpeza de uma lavagem anterior desse produto. Assim, guardar sempre que possível este produto de limpeza, qualquer que seja a quantidade obtida na lavagem, por exemplo uma lavagem pode originar apenas 50L de produto de limpeza mas ao fim de 4 lavagens já estamos a falar de 200L que podem ser aproveitados.

Exemplificando com os resultados obtidos neste trabalho, tem-se 81 lavagens diferentes das quais 64 reaproveitou-se o solvente de lavagem para posteriores formulações, 7 utilizou-se o solvente incorrecto, 7 utilizou-se o solvente correcto mas mesmo assim seguiu para a fossa e 3 não são possíveis reaproveitar. Assim, o reaproveitamento actual, nesta amostra de 81 lavagens, está na ordem dos 79,01%. Se a operação de limpeza passar a ser feita com o solvente do produto anterior e quando possível guardar-se sempre o produto de limpeza, passa-se para os 96,30% de reaproveitamento de produto de limpeza que será posteriormente incorporado em formulações posteriores do granel respectivo. Isto é um universo de 81 lavagens diferentes, agora extrapolando para todas as lavagens realizadas em 1 ano, pode-se alcançar um aumento substancial de reutilização de produtos de limpeza, uma redução da quantidade e dos custos do tratamento de líquidos residuais e uma diminuição do preço do solvente devido à quantidade de solvente necessária para uma carga posterior pois utiliza-se o produto de limpeza de uma lavagem anterior desse mesmo produto;

 Em qualquer lavagem realizada não deixar o produto de limpeza no interior do equipamento para o turno ou turnos seguintes. Será lavar, tirar e guardar em depósitos. Esta medida irá evitar a deposição de detritos sólidos no fundo dos equipamentos e assim minimizar os “pontos mortos” favoráveis à contaminação cruzada;

 Em relação ao registo diário, que os operadores passem toda a informação da folha do turno anterior para as seguintes, sem deixar informações para trás. Já aconteceu equipamentos estarem sujos de um produto (segundo o registo diário), mas quando se fez o planeamento de dias/semanas antes, o equipamento estava sujo mas de outro produto. A passagem de

117 informação objectiva e simples permite evitar, indirectamente, problemas de contaminação cruzada;

 Confirmar sempre de que é que está sujo determinado equipamento porque já aconteceu ocorrer uma lavagem e não ser necessária.

119 11 Conclusões e Sugestões Para Trabalho Futuro

O presente trabalho tem como tema central a análise das operações de limpeza realizadas nos diferentes equipamentos, assim como uma análise constante do teor de matéria activa em cada amostra representativa da operação de limpeza. Estes pontos anteriores surgem com o intuito de a empresa cumprir os requisitos que são estabelecidos por entidades competentes e activas na área dos fitofarmacêuticos. E além disso para padronizar a operação de limpeza para que cada operação possa cumprir um sistema de lavagem que culminará com um teor de matéria activa na amostra representativa da lavagem constante e conforme os limites pretendidos.

As duas áreas englobadas no presente trabalho, tendo em conta os objectivos estabelecidos anteriormente, permitiu:

 Implementação e Preenchimento das Check-list`s

Existe o cuidado do preenchimento das check-list`s referentes aos equipamentos limpos como uma prática constante e bem vincada nas duas secções. Apesar de poder ainda existir situações pontuais que não cumprem esta requisito, as mesmas foram verificadas e tomadas em conta para não ocorrerem novamente.

 Amostragem Representativa do Processo de Lavagem

Na maioria das situações de limpeza existe a iniciativa do operador de recolher amostras representativas da operação de limpeza. Esta operação é bem presente nas duas secções como um cumprimento obrigatório, contudo ainda existem algumas situações que não cumprem este requisito. Este incumprimento foi verificado e tomado em conta para não ocorrerem novamente.

 Padronização da Operação de Limpeza

Este objectivo não foi concluído mas permitiu criar um histórico das operações de limpeza efectuadas nas duas secções e obter alguns resultados dos teores de matéria activa presentes na amostra representativa da lavagem. Com os resultados presentes foi possível identificar algumas situações em que a operação de limpeza necessita de ser alterada, como por exemplo a situação de minimização da quantidade de solvente de lavagem proveniente da limpeza por esta ser mais que suficiente para garantir a conformidade da operação e a situação de se começar a utilizar o constituinte liquido ou solvente do último produto formulado para a operação de limpeza (com o intuito da valorização dos resíduos do produto de limpeza e da redução da sua formação).

 As amostras recolhidas e completamente analisadas garantem a conformidade do processo de limpeza e não apresentam efeitos negativos para o produto formulado seguinte.

 Se a operação de limpeza passar a ser feita com o solvente do produto anterior e quando possível guardar-se sempre o produto de limpeza, passa-se de 79,01% para os 96,30% de

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reaproveitamento de produto de limpeza que será posteriormente incorporado em formulações posteriores do granel respectivo.

O presente trabalho não se encontra concluído mas foi possível obter-se a quantificação de algumas variáveis presentes em cada operação de limpeza, e que com mais resultados e mais limpezas permitirá tirar-se outras conclusões e novas alterações ao processo de limpeza.

Como trabalho futuro sugere-se a continuação do trabalho realizado nas duas secções anteriormente tratadas, extensão da mesma análise de contaminação cruzada às outras secções produtivas de fitofarmacêuticos quer sólidos quer líquidos e prolongar a análise da contaminação cruzada aos produtos veterinários.

121 12 Referências Bibliográficas

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[18] Legislação Farmacêutica Compilada: Decreto-Lei n.º 232/99, de 24 de Junho: http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/LEGISLACAO/LEGISLACAO_FARMACEUTICA _COMPILADA/TITULO_III/TITULO_III_CAPITULO_IV/decreto_lei_20232-99.pdf, acedido a 27-02- 2013.

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[26] Jornal Oficial da União Europeia: Regulamento de Execução (EU) N.º 540/2011 da Comissão de 25 de Maio de 2011:

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[27] European Crop Protection Association: Implementing Contamination Prevention. 2º Edition (2008).

[28] Sapec Agro España: http://www.sapecagro.es/internet/asp/home.asp, acedido a 05-10-2012. [29] Sapec Agro France: http://www.sapecagro.fr/, acedido a 17-02-2013.

[30] Selectis : http://www.selectis.pt/, acedido a 05-10-2012.

123 13 Anexos

No documento Contaminação Cruzada (páginas 137-145)