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Contextualização Actual Na Empresa

No documento Contaminação Cruzada (páginas 41-46)

3.3 Fábrica de Insecticidas/Fungicidas/Acaricidas/Outros

4.1.3 Contextualização Actual Na Empresa

A contaminação cruzada (cross contamination) é uma temática emergente e que requer especial preocupação e cuidado. Face à preocupação crescente de fornecer produtos seguros para o homem e com um impacto menos severo para o ambiente é necessário controlar determinados parâmetros e situações de forma a não acontecer contaminações entre produtos distintos. Desta forma, a avaliação dos vários factores de risco é importante na prevenção da contaminação cruzada. Contudo, além da sua avaliação é preciso padronizar e praticar acções de encontro à prevenção/ eliminação deste problema.

A Sapec Agro Portugal, como empresa de agroquímicos, requer que os produtos formulados estejam conforme a legislação vigente e, assim, se evite efeitos negativos nas culturas e,

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consequentemente, no consumidor final. Assim, a Sapec Agro Portugal apresenta e adopta princípios importantes que permitem a prevenção de contaminação cruzada.

 Separação Física das Unidades Fabris

Pela diversidade de formulações com as mais diversas substâncias activas e pela fácil contaminação que pode acontecer entre agroquímicos, a unidade fabril da Sapec Agro Portugal já se encontra dividida em duas unidades fabris distintas de forma a evitar contaminações entre produtos com funções diferentes. Existindo para o efeito a unidade fabril de produção de herbicidas e a unidade fabril de produção de insecticidas/fungicidas. A separação anterior tem como fundamento o objectivo de acção de cada tipo de produto: os herbicidas destinam-se ao controle de infestantes, enquanto os fungicidas e insecticidas destinam-se ao controle de fungos e insectos (pragas), respectivamente. Esta separação na produção destes dois tipos de produto evita contaminações gravosas e qualquer contaminação que possa acontecer é por incumprimento das normas de conduta e de utilização existentes em cada uma das secções. Evita-se desta maneira a contaminação e a subsequente danificação da cultura, por consequência da diminuição da produção agrícola.

 Separação de Produtos Por Tipologias de Formulação

A Sapec Agro Portugal dispõe cada unidade fabril dividida por secções e cada secção apresenta zonas específicas de formulação consoante a tipologia de formulação de cada produto. Esta situação é bem visível no Capítulo 6.1 - Herbicidas Formulação de Líquidos (HFL) - Fábrica de Herbicidas e Capítulo 6.2 - Insecticidas Formulação de Líquidos (IFL) - Fábrica de Insecticidas/Fungicidas. Esta subdivisão permite organizar as secções e os equipamentos necessários para cada tipologia.

 Processo de Moagem

O processo de moagem de SC é um procedimento organizado e agrupado consoante o produto em causa. Existem diferentes grupos de esferas com características específicas e consoante as características e a funcionalidade de cada produto, assim é atribuído um tipo de esferas para a sua moagem. Esta divisão de produtos em diferentes grupos de esferas (Anexo 7 - Grupos de Esferas e Respectivos Granéis Associados) foi concebida com o contributo da Unidade de Produção, Laboratório do Controlo da Qualidade (LCQ), Departamento Técnico e outras áreas igualmente importantes. Como exemplo de factores para a distribuição de cada SC pelos diferentes grupos de esferas têm-se a estrutura química (família de cada herbicida), a finalidade de aplicação de cada produto, selectividade, entre outros. A categorização em diferentes grupos de esferas permite prevenir complicações de contaminação entre produtos distintos.

21 Com o objectivo da prevenção da contaminação cruzada, e consequentemente, no próprio processo de limpeza associado, em cada secção existem equipamentos dedicados a certos tipos de produtos com características próprias ou instalações de produção para produtos específicos. Como exemplos destas situações tem-se:

 HFL: existe um depósito de formulação de EC/SL destinado a formulados que apresentem cor diferente daqueles que se costumam produzir. Esta medida reserva este equipamento para estes produtos corados que devido a sua peculiaridade o processo de limpeza seria demorado e com um maior gasto de produto de limpeza de forma a não criar repercussões no produto formulado seguinte (produto sem cor ou cor suave);

 IFL: na zona de SC, existe um circuito destinado a produtos com cor devido ao corante utilizado ou devido à matéria activa que confere a cor característica destes produtos. Devido à dificuldade acrescida do processo de lavagem, este circuito destina-se a este género de produto, enquanto um outro circuito destina-se a produtos brancos ou beges. Assim, minimiza-se o impacto da cor no produto formulado seguinte e, consequente, o processo de lavagem;

 Instalação reservada: existe uma instalação separada das unidades fabris anteriores para a produção de produtos específicos, as sulfonilureias. A instalação conhecida por Nico produz compostos constituídos por nicossulfurão (matéria activa), onde a existência da separação para a produção destes produtos provém da elevada actividade destes herbicidas mesmo em pequenas quantidades. Assim, elimina-se a possível contaminação desde tipo de produtos com os restantes produtos existentes na unidade de produção de herbicidas.

 Secção Limpa e Arrumada

A manutenção das áreas de trabalho limpas e arrumadas são necessárias para evitar uma possível contaminação involuntária e para melhorar o rendimento das equipas de formulação ou de produção. A prevenção da contaminação cruzada é desenvolvida pela limpeza conforme do interior do(s) equipamento(s), tubagens e equipamentos acessórios (ex.: bombas) mas também de toda a zona que os rodeia (secção).

Existem normas e procedimentos de conduta para cada secção e, num panorama geral, para as unidades de produção, com o intuito de se evitar contaminações. A responsabilidade da conformidade da limpeza e a prevenção da contaminação não foca apenas o que constitui cada secção mas também quem lá trabalha e utensílios móveis existentes nas mesmas. Como exemplo destas situações anteriores, cada unidade fabril possui ferramentas e utensílios próprios e é extremamente proibido o empréstimo ou troca destes instrumentos entre unidades fabris. Uma outra medida que relaciona a mesma questão é o equipamento de trabalho de cada operador (vestuário, botas e outros equipamentos de protecção individual (EPI)), onde existe a possibilidade de contaminação através de salpicos ou derrames sobre o EPI e da sujidade que existe nas botas, e

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assim não é permitido trabalhar em duas secções em simultâneo ou em turnos consecutivos em unidades fabris diferentes com o mesmo EPI. Estas e outras medidas pretendem reduzir a possível contaminação não só em termos do que pertence a cada secção mas quem lá trabalha, que é sempre um possível foco de contaminação de produtos com finalidades diferentes.

 Consciencialização das Equipas de Produção

Fomentação da consciencialização e do comportamento das equipas de produção para os problemas de contaminação cruzada que advém de uma lavagem não conforme do(s) equipamento(s) e de toda a secção.

 Padronização das Operações de Formulação e de Limpeza

A padronização do processo produtivo e da operação de limpeza dos equipamento(s) permitem uma melhor organização na secção e uma melhor compreensão do trabalho a desenvolver por parte das equipas de formulação (Anexo 4 - Exemplo de Fórmula Para Granel e Anexo 5 - Check List Limpeza e Verificação de Equipamentos). A existência das check list`s de cada equipamento permite o registo das condições da operação de limpeza realizada, assim como a avaliação visual dos pontos críticos de cada equipamento (Capítulo 4.1.8.2 - Pontos Críticos de Limpeza de Equipamento(s) Na Unidade de Formulação de Líquidos).

 Condições de Armazenamento de Matérias-Primas e Produtos Formulados

O armazenamento de matérias-primas, embalagens, produtos acabados e o controlo de qualidade contribuem igualmente para o presente tema. A Sapec Agro Portugal possui parque de matérias-primas e parques de produtos acabados. A utilização de matérias-primas é feita com a quantidade necessária para se formular cada produto (lote), com o intuito de evitar-se matérias- primas não utilizadas ou excedentárias. Em situações não possíveis de se evitar o excedente de matérias-primas, por exemplo pela quantidade necessária não corresponder à quantidade contida numa palete ou bidon, o excedente é devidamente identificado, pesado e devolvido ao parque de matérias-primas e colocado em local apropriado ao da unidade fabril onde ele é proveniente. O mesmo se verifica quando se trata de uma matéria-prima comum às duas unidades fabris e não é utilizada na sua totalidade: realiza-se o mesmo procedimento anteriormente descrito com o objectivo da prevenção da sua utilização pela outra unidade fabril (prevenção de contaminação).

Também a situação em que é preciso proceder à fusão de matéria-prima para ser utilizável, cada unidade fabril possui a respectiva zona de liquefacção (conhecida por zona de indutores e as estufas).

O controlo da entrada/ utilização de matérias-primas, armazenagem de lotes e de produtos embalados ocorre pela utilização de um sistema informático, onde cada produto é distinguido por uma etiqueta com código específico que possui informações relevantes sobre esse mesmo produto.

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Os produtos devolvidos do exterior são primeiramente colocados no Ecoparque, onde ficam sujeitos a procedimentos logísticos, de qualidade e posteriormente de produção. Após a sua identificação e a análise das acções necessárias para garantir a conformidade do produto, são encaminhados para as respectivas secções de fabrico para serem reintroduzidos em formulações do granel correspondente ou sujeitos a outras acções estabelecidas pelo LCQ.

 Inspecção Final de Qualidade do Produto Formulado

A inspecção do produto formulado é feita seguindo procedimentos específicos, padronizados e controlados pelo LCQ.

As equipas dedicadas à inspecção de qualidade do produto embalado possuem laboratório e equipamento específico e recebem formação constante para executar a inspecção visual e os ensaios necessários para garantir a qualidade do produto embalado que posteriormente segue para o mercado.

 Sistema Informatizado

A Sapec Agro Portugal possui um sistema informático, onde a cada produto é atribuído uma etiqueta com código de barras específico que possui as informações relevantes sobre esse produto, como exemplo permite saber em que condições está o produto, data da formulação ou as matérias- primas e seus respectivos lotes que foram incorporadas na sua fabricação. As matérias-primas também estão sujeitas ao mesmo procedimento. Com alteração das operações de limpeza dos equipamentos de forma a utilizar-se o produto de limpeza indicado com o intuito da valorização dos resíduos através da sua incorporação em posteriores formulações do mesmo produto, será necessário a codificação destes resíduos de limpeza reaproveitáveis. Assim, da mesma forma que existe para os produtos, é necessário a atribuição de códigos de barras aos resíduos de limpeza de forma a controlar-se a quantidade de resíduo de limpeza em stock e qual é o produto a que ele pertence para posteriormente ser incorporado nas formulações. Este procedimento permitirá um melhor controlo e organização da incorporação destes resíduos.

Com a atribuição de códigos de barras aos resíduos líquidos em stock, será também necessário a alteração das fórmulas com a introdução da utilização de resíduos de lavagem. A quantidade a utilizar será de acordo com as características de cada produto. Esta alteração das fórmulas já existe para algumas situações.

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No documento Contaminação Cruzada (páginas 41-46)