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Contaminação Cruzada

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Academic year: 2021

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Afonso de Melo Pires Martins

Licenciado em Engenharia Química e Bioquímica

Contaminação Cruzada

Dissertação para a obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Química e Bioquímica

Orientador: Engenheiro Mário Alexandre Guerreiro Santos Gomes, Empresa Sapec

Agro Portugal, S.A.

Co-orientador: Isabel Maria Rôla Coelhoso, Professora Auxiliar, FCT-UNL

Júri:

Presidente: Professora Doutora Ana Maria Martelo Ramos

Arguente: Engenheiro José Fernando Trindade Neves

Vogais: Professora Doutora Isabel Maria Rôla Coelhoso

Engenheiro Mário Alexandre Guerreiro Santos Gomes

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Contaminação Cruzada, Na Unidade de Produção da Sapec Agro Portugal, S.A.

Direitos de Cópia

O autor concede à Faculdade de Ciências e Tecnologia e à Universidade Nova de Lisboa, nos termos dos regulamentos aplicáveis, o direito de divulgar e distribuir copias desta dissertação. Concretamente:

“A Faculdade de Ciências e Tecnologia e a Universidade Nova de Lisboa têm o direito, perpétuo e sem limites geográficos, de arquivar e publicar esta dissertação através de exemplares impressos reproduzidos em papel ou de forma digital, ou por qualquer outro meio conhecido ou que venha a ser inventado, e de a divulgar através de repositórios científicos e de admitir a sua cópia e distribuição com objectivos educacionais ou de investigação, não comerciais, desde que seja dado crédito ao autor e editor.”

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i Agradecimentos

A realização deste trabalho não teria sido possível sem a colaboração e contributo de diversas pessoas que intervieram na sua elaboração.

Assim, gostaria de agradecer a todos aqueles que, de forma directa ou indirecta, contribuíram para a realização deste trabalho, passo a nomear.

À professora Isabel Maria Rôla Coelhoso, pelo contacto que tornou possível a realização deste estágio, pelo acompanhamento e disponibilidade durante todo o trabalho.

Ao Eng.º José F. Neves, Director Industrial, I & D, pela possibilidade de realização do presente estágio e ao contributo facultado.

Ao Eng.º Mário Gomes, Director Fabril, pela sua disponibilidade, orientação e apoio no decorrer do estágio.

Ao Eng.º Pedro Vilas Boas, Responsável Pelo Serviço BPL, pelo contacto e possibilidade de realização do presente estágio.

À Eng.ª Paula Silva, Responsável Técnica do Laboratório de Controlo da Qualidade, e à Eng.ª Sónia Aparício, Responsável da Qualidade do Laboratório de Controlo da Qualidade, pela orientação e resultados facultados.

Ao Eng.º Bruno Silva e Eng.º Manuel Manarte pela disponibilidade e pela orientação do decorrer do presente trabalho.

Ao Eng.º Alexandre Paulino e Eng.ª Marina Pereira pela orientação e apoio no decorrer do estágio.

Ao Eng.º Pedro Ventura pela disponibilidade e ajuda facultada.

A todos os chefias, operadores e colaboradores pela colaboração, apoio e integração na empresa.

À minha família pelo carinho, motivação, paciência, presença e pelo apoio oferecido na realização do trabalho e ao longo de toda a minha vida académica como também ao longo da minha vida.

A todos os meus amigos e MIEQB`s, pelo apoio, paciência, amizade, boa disposição e pela presença constante.

A todos aqueles que me ajudaram, directa ou indirectamente, nesta etapa da minha vida e que não foram nomeados, um sincero obrigado por me apoiarem.

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iii Resumo

A presente dissertação para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Química e Bioquímica foi realizada em estágio na Unidade de Produção da empresa SAPEC Agro Portugal, S.A. no período de 10 de Setembro de 2012 a 10 de Março de 2013.

A proposta feita pela empresa centra-se no tema da contaminação cruzada, sendo objectivos do trabalho prevenir e minimizar qualquer ocorrência de contaminação cruzada entre a produção consecutiva nos mesmos equipamentos de produtos constituídos por matérias activas diferentes e reduzir os desperdícios subjacentes a cada operação de limpeza. Nesta vertente procura-se validar e padronizar as operações de limpeza dos diferentes equipamentos existentes nas unidades de produção.

A prevenção da contaminação cruzada para qualquer empresa produtora de fitofarmacêuticos é importante para o seu desenvolvimento sustentável e competitivo, assim como a produção e fornecimento de produtos com maior qualidade, cumprimento das normas e regulamentos respeitantes à fitotoxicidade e toxicidade de cada produto.

De modo a verificar a conformidade dos produtos foram usados métodos de análise por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) e cromatografia gasosa (GC) que permitem identificar e quantificar as matérias activas presentes na operação de limpeza. Os resultados obtidos permitem concluir que o processo de lavagem proposto garante a conformidade do produto formulado seguinte.

Palavras-Chave: Fitofarmacêuticos, Contaminação Cruzada, Matérias Activas, Padronizar, Operações de Limpeza, Desperdícios.

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v Abstract

The present dissertation serves to obtain the Master’s degree in Chemical and Biochemical Engineering, and falls within the scope of a traineeship conducted at the production plant of the company SAPEC Agro, S.A. from 10th September 2012 to 10th March 2013.

The company’s proposal focuses on the subject of cross contamination. Main goals of the present work are the prevention and minimization of the occurrence of cross contamination between the consecutive production of batches containing different active substances in the same equipment, and to reduce the waste generated in the cleaning process. Hence, it is sought to validate and standardize the cleaning procedures of the different equipment present at the facilities.

Preventing cross contamination is crucial for the sustainable and competitive development of any plant protection products company, as well as for the production and supply of better quality products, and for compliance with standards and regulations applicable to the fitotoxicity and safety of the products.

High Performance Liquid Chromatography (HPLC) and Gas Chromatography (GC) are methods of analysis that allow for the identification and quantification of the active substances present in the cleaning operations. The results obtained allow concluding that the cleaning procedures ensure the conformity of all formulated products.

Keywords: Plant Protection, Cross Contamination, Active Substances, Standards, Cleaning Process, Waste.

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vii Índice de Matérias Agradecimentos ... i Resumo... iii Abstract ... v Índice de Figuras ... xi

Índice de Tabelas ... xiii

Índice de Gráficos ... xv

1 Introdução ... 1

1.1 Grupo Sapec ... 1

1.1.1 Breve História da Empresa ... 1

1.1.2 Sapec Group Agro Business ... 2

1.2 Sapec Agro Portugal ... 3

1.2.1 Localização e Distribuição Geográfica ... 3

1.2.2 Áreas de Negócio ... 4

2 Produto Fitofarmacêutico ... 9

2.1 Composição ... 9

2.2 Tipologia de Formulação ... 10

2.3 Tipologias de Formulação Estudadas... 11

2.3.1 Suspensão Concentrada ... 12

2.3.2 Concentrado Emulsionável ... 13

2.3.3 Líquido Solúvel ... 13

2.3.4 Emulsão Em Água ... 13

3 Divisão do Complexo Fabril ... 15

3.1 Fábrica de Enxofre ... 15

3.2 Fábrica de Herbicidas ... 16

3.3 Fábrica de Insecticidas/Fungicidas/Acaricidas/Outros ... 17

4 Contaminação Cruzada ... 19

4.1.1 Situação Hipotética de Contaminação ... 19

4.1.2 Definição ... 19

4.1.3 Contextualização Actual Na Empresa ... 19

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viii

4.1.5 Parâmetros Relevantes No Processo de Contaminação Cruzada ... 26

4.1.6 Critérios de Avaliação da Conformidade do Processo de Lavagem ... 31

4.1.7 Teor Objectivo da Conformidade da Operação de Lavagem ... 32

4.1.8 Operação de Lavagem do(s) Equipamento(s) de Produção ... 32

5 Legislação Fitofarmacêutica ... 43

6 Secções Abrangidas No Estudo de Contaminação Cruzada ... 45

6.1 Herbicidas Formulação de Líquidos (HFL) - Fábrica de Herbicidas ... 45

6.2 Insecticidas Formulação de Líquidos (IFL) - Fábrica de Insecticidas/Fungicidas ... 47

7 Organização da Produção ... 49

8 Métodos de Análise... 55

8.1 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC-DAD) ... 55

8.2 Cromatografia Gasosa (GC-FID) ... 56

8.3 Métodos CIPAC ... 56

8.4 Teores Presentes Na Operação de Limpeza ... 57

9 Apresentação de Resultados ... 59

10 Análise de Resultados ... 71

10.1 Fase Inicial do Estudo da Contaminação Cruzada ... 71

10.2 Desenvolvimento da Tabela de Resultados ... 72

10.2.1 Tabela Geral de Resultados ... 73

10.2.2 Tabela Final Ajustada ... 75

10.3 Herbicidas: Processos de Operação de Limpeza ... 78

10.3.1 Operação de Limpeza de Zeus ... 78

10.3.2 Operação de Limpeza de Fuego ... 83

10.3.3 Panorama Geral da Operação de Limpeza de Herbicidas Líquidos ... 88

10.4 Insecticidas/Fungicidas: Processos de Operação de Limpeza ... 97

10.4.1 Operação de Limpeza de Douro ... 97

10.4.2 Operação de Limpeza de Replay ... 101

10.4.3 Panorama Geral da Operação de Limpeza de Insecticidas/Fungicidas Líquidos ... 107

10.5 Alterações a Implementar Nas Operações de Limpeza ... 115

11 Conclusões e Sugestões Para Trabalho Futuro ... 119

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ix

13 Anexos ... 123

13.1 Anexo 1 - Empresas da Sapec Group Agro Business ... 123

13.2 Anexo 2 - Tipologias de Formulação ... 124

13.3 Anexo 3 - Unidades Industriais da Sapec Agro Portugal ... 129

13.4 Anexo 4 - Exemplo de Fórmula Para Granel ... 130

13.5 Anexo 5 - Check List Limpeza e Verificação de Equipamentos ... 131

13.6 Anexo 6 - Formulário Tipo da Operação de Limpeza ... 136

13.7 Anexo 7 - Grupos de Esferas e Respectivos Granéis Associados ... 137

13.8 Anexo 8 - Pontos Críticos de Contaminação Cruzada ... 139

13.9 Anexo 9 - Tabela de Produtos Herbicidas Líquidos Presentes Na Sapec Agro Portugal 142 13.10 Anexo 10 - Tabela de Produtos Insecticidas/Fungicidas Líquidos Presentes Na Sapec Agro Portugal ... 144

13.11 Anexo 11 - Formas de Classificação de Herbicidas ... 146

13.12 Anexo 12 - Formas de Classificação de Fungicidas ... 150

13.13 Anexo 13 - Formas de Classificação de Insecticidas e Acaricidas ... 153

13.14 Anexo 14 - Equipamentos Industriais ... 156

13.15 Anexo 15 - Cromatogramas ... 158

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xi Índice de Figuras

Figura 1.1: Distribuição de Núcleos do Grupo Sapec Na Península Ibérica. ... 3

Figura 3.1: Fábrica de Enxofre. ... 16

Figura 3.2: Fábrica de Herbicidas. ... 17

Figura 3.3: Fábrica de Insecticidas/Fungicidas. ... 18

Figura 4.1: Equipamentos de Limpeza: 1 - Cabeça Rotativa; 2 - Máquina de Pressão; 3 - Mangueira Água Com Pistola; 4 - Mangueira Água Com Acessório; 5 - Mangueira Água Normal. ... 30

Figura 4.2: Amostra de Lavagens Que Traduzem a Problemática da Formação de Incrustações. ... 33

Figura 4.3: Processo de Formulação de SC. ... 35

Figura 4.4: Identificação de Pontos Críticos do Processo de Formulação de SC. ... 36

Figura 4.5: Formação de Incrustações Num Depósito de Acabamento de SC (1) e Num Filtro de Esferas (Cesto) (2). ... 38

Figura 4.6: Chicana ou Deflector de Um Depósito de Acabamento de SC. ... 39

Figura 4.7: Processo de Formulação de EC/SL. ... 40

Figura 4.8: Identificação dos Pontos Críticos do Processo de Formulação de EC/SL. ... 41

Figura 6.1: Layout de Herbicidas Formulação de Líquidos. ... 45

Figura 6.2: Layout de Insecticidas Formulação de Líquidos. ... 47

Figura 7.1: Exemplo de Interpretação de Código de Produto. ... 52

Figura 10.1: Tipologia de Produto: Cores Utilizadas. ... 73

Figura 10.2: Equipamentos: Cores Utilizadas. ... 74

Figura 10.3: Informação Relevante a Preencher Para Cada Operação de Limpeza. ... 74

Figura 10.4: Equipamentos: Cores Utilizadas na Secção de Herbicidas Líquidos. ... 76

Figura 10.5: Equipamentos: Cores Utilizadas na Secção de Insecticidas/Fungicidas Líquidos. ... 76

Figura 10.6: Classificação do Equipamento de Lavagem. ... 77

Figura 10.7: Informação Relevante a Preencher Para Cada Operação de Limpeza. ... 77

Figura 13.1: Sapec Group Agro Business. ... 123

Figura 13.2: Unidades Industriais da Sapec Agro Portugal. ... 129

Figura 13.3: Exemplo de Fórmula para Granel. ... 130

Figura 13.4: Check List de Depósitos de Formulação de EC`s e Sol. Aquosas. ... 131

Figura 13.5: Check List de Depósitos de Formulação de Flows. ... 132

Figura 13.6: Check List de Depósitos de Acabamento de Flows. ... 133

Figura 13.7: Check List de Moinhos Horizontais. ... 134

Figura 13.8: Check List de Moinhos Verticais. ... 135

Figura 13.9: Formulário Tipo da Operação de Limpeza. ... 136

Figura 13.10: Insecticidas Formulação de Líquidos: Grupos de Esferas e Respectivos Granéis Associados. ... 137

Figura 13.11: Herbicidas Formulação de Líquidos: Grupos de Esferas e Respectivos Granéis Associados. ... 138

(18)

xii

Figura 13.12: Pontos de Entrada e Superfície Interna de Equipamentos:1 - Entrada Depósito de Formulação SC; 2 - Depósito de Acabamento de SC; 3 - Grelha de Entrada de Um Depósito de

Formulação de EC/SL. ... 139

Figura 13.13: Bombas, Válvulas, Tubagens, Filtros e Pontos de Recolha de Amostras. ... 140

Figura 13.14: Moinho Dyno Mill (1)/ Pearl Mill (2). ... 140

Figura 13.15: Depósito de Acabamento de SC. ... 141

Figura 13.16: Eixos de Agitação, Respectivas Hélices e Chicanas (Deflectores). ... 141

Figura 13.17: Depósito de Formulação do Dyno Mill 1 (Secção HFL). ... 156

Figura 13.18: Equipamentos de Moagem: 1 - Dyno Mill (Secção IFL); 2 - Pearl Mill (Secção HFL). . 156

Figura 13.19: Depósito de Acabamento de SC (Secção HFL). ... 157

Figura 13.20: Depósito de Formulação de EC/SL (Secção IFL). ... 157

Figura 13.21: Cromatograma (Padrão) da Análise de Replay (R-LTA) (m.a. Metalaxil) por GC (Parte 1/4). ... 158

Figura 13.22: Cromatograma (1ªLavagem do Circuito DF2+DF3+DM1+DF4+DM2) da Análise de Replay (R-LTA) (m.a. Metalaxil) por GC (Parte 2/4). ... 159

Figura 13.23: Cromatograma (1ªLavagem do Circuito DF2+DF3+DM1+DF4+DM2+Banheira D1) da Análise de Replay (R-LTA) (m.a. Metalaxil) por GC (Parte 3/4). ... 160

Figura 13.24: Cromatograma (2ªLavagem da Banheira D1) da Análise de Replay (R-LTA) (m.a. Metalaxil) por GC (Parte 4/4)... 161

Figura 13.25: Cromatograma (Padrão) da Análise de Douro (I-LTA) (m.a. Penconazole) por GC (Parte 1/2). ... 162

Figura 13.26: Cromatograma (Lavagem F6) da Análise de Douro (I-LTA) (m.a. Penconazole) por GC (Parte 2/2). ... 163

Figura 13.27: Cromatograma (Lavagem do F3) da Análise de Ciclone 48 EC (O-AUA) (m.a. Clorpirifos) por HPLC-DAD (Parte 1/3). ... 164

Figura 13.28: Cromatograma (Lavagem do F3) da Análise de Ciclone 48 EC (O-AUA) (m.a. Clorpirifos) por HPLC-DAD (Parte 2/3). ... 165

Figura 13.29: Cromatograma (Lavagem do F3) da Análise de Ciclone 48 EC (O-AUA) (m.a. Clorpirifos) por HPLC-DAD (Parte 3/3). ... 166

Figura 13.30: DFDM2. ... 167

Figura 13.31: Superfície Interna DFDM2. ... 167

Figura 13.32: Chicanas ou Deflectores do DFDM2: Existência de “Ponto Morto”. ... 168

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xiii Índice de Tabelas

Tabela 2.1: Parâmetros de Tipologias Distintas Para Uma Mesma Matéria Activa. ... 11

Tabela 4.1: Preço de Solventes e Constituintes Líquidos Utilizados (Preços Referentes à Data 19-02-2013). ... 28

Tabela 4.2: Teores Máximos Objectivo No Formulado Seguinte... 32

Tabela 6.1: Capacidade dos Diferentes Equipamentos da Secção Herbicidas Formulação de Líquidos. ... 46

Tabela 6.2: Capacidade dos Diferentes Equipamentos da Secção Insecticidas/Fungicidas Formulação de Líquidos. ... 48

Tabela 7.1: Diferentes Produtos Embalados Respectivos a Um Mesmo Granel. ... 50

Tabela 7.2: Interpretação da Codificação Atribuída a Cada Produto. ... 51

Tabela 7.3: Código Atribuído aos Lotes. ... 53

Tabela 8.1: Matérias Activas Analisadas Por HPLC-DAD. ... 55

Tabela 8.2: Matérias Activas Analisadas por GC-FID. ... 56

Tabela 8.3: Matérias Activas Analisadas Pelo Métodos CIPAC. ... 57

Tabela 9.1: Herbicidas Líquidos. ... 59

Tabela 9.2: Herbicidas Líquidos de Tipologia SC e Alguns Cruzamentos Com Tipologias Diferentes.61 Tabela 9.3: Herbicidas Líquidos de Tipologia EC/SL e Alguns Cruzamentos Com Tipologias Diferentes. ... 63

Tabela 9.4: Insecticidas/Fungicidas Líquidos... 65

Tabela 9.5: Insecticidas/Fungicidas Líquidos de Tipologia SC e Alguns Cruzamentos Com Tipologias Diferentes. ... 67

Tabela 9.6: Insecticidas/Fungicidas Líquidos de Tipologia EC/SL e Alguns Cruzamentos Com Tipologias Diferentes. ... 69

Tabela 10.1: Operações de Limpeza do Granel Zeus. ... 79

Tabela 10.2: Operações de Limpeza do Granel Fuego. ... 84

Tabela 10.3: Operações de Limpeza do Granel Douro. ... 98

Tabela 10.4: Operações de Limpeza do Granel Replay. ... 103

Tabela 13.1: Tipologias de Formulação de Agroquímicos e Respectivo Sistema de Códigos Internacional da CropLife Internacional (Parte 1) [19]... 124

Tabela 13.2: Tipologias de Formulação de Agroquímicos e Respectivo Sistema de Códigos Internacional da CropLife Internacional (Parte 2) [19] ... 125

Tabela 13.3: Tipologias de Formulação de Agroquímicos e Respectivo Sistema de Códigos Internacional da CropLife Internacional (Parte 3) [19]... 126

Tabela 13.4: Tipologias de Formulação de Agroquímicos e Respectivo Sistema de Códigos Internacional da CropLife Internacional (Parte 4) [19]... 127

Tabela 13.5: Tipologias de Formulação de Agroquímicos e Respectivo Sistema de Códigos Internacional da CropLife Internacional (Parte 5) [19]... 128

Tabela 13.6: Herbicidas Líquidos da Sapec Agro Portugal. ... 142

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xv Índice de Gráficos

Gráfico 10.1: Operação de Limpeza de Zeus Com Produto de Limpeza Água. ... 81

Gráfico 10.2: Operação de Limpeza de Fuego com Produto de Limpeza Água. ... 86

Gráfico 10.3: Número de Situações de Acordo Com a Tipologia de Produto a Limpar. ... 89

Gráfico 10.4: Volume de Produto de Limpeza Utilizado (L) Consoante a Tipologia de Produto a Limpar. ... 90

Gráfico 10.5: Relação Entre Nº Situações, Equipamento Inicial a Limpar e Tipologia de Produto a Limpar. ... 91

Gráfico 10.6: Relação Entre Nº Situações, Solvente do Produto Anterior, Produto Utilizado Na Limpeza e Destino do Produto de Limpeza. ... 92

Gráfico 10.7: Relação Entre Volume de Produto Limpeza Utilizado (L), Solvente do Produto Anterior, Produto Utilizado Na Limpeza e Destino do Produto de Limpeza. ... 93

Gráfico 10.8: Resultados de Amostras do Processo de Limpeza Consoante a Tipologia de Produto a Limpar. ... 94

Gráfico 10.9: Operação de Limpeza de Douro no F6. ... 100

Gráfico 10.10: Operação de Limpeza de Replay. ... 105

Gráfico 10.11: Número de Situações de Acordo Com a Tipologia de Produto a Limpar. ... 108

Gráfico 10.12: Volume de Produto de Limpeza Utilizado (L) Consoante a Tipologia de Produto a Limpar. ... 109

Gráfico 10.13: Relação Entre Nº Situações, Equipamento Inicial a Limpar e Tipologia de Produto a Limpar. ... 110

Gráfico 10.14: Relação Entre Nº Situações, Solvente do Produto Anterior, Produto Utilizado Na Limpeza e Destino do Produto de Limpeza. ... 111

Gráfico 10.15: Relação Entre Volume de Limpeza Utilizado (L), Solvente do Produto Anterior, Produto Utilizado Na Limpeza e Destino do Produto de Limpeza. ... 112

Gráfico 10.16: Resultados de Amostras do Processo de Limpeza Consoante a Tipologia de Produto a Limpar. ... 113

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(23)

1 1 Introdução

1.1 Grupo Sapec

1.1.1 Breve História da Empresa

O Grupo Sapec, de origem belga, foi fundado em 1926 por mérito e iniciativa de Frédéric Jacobs, banqueiro em Antuérpia e ao seu genro, Antoine Velge que viria a suceder-lhe na presidência do conselho de administração. Actualmente o administrador (Chief Executive Officer - CEO) do Grupo é Antoine Velge e a presidência é dirigida por Eduardo Catroga. [4]

Inicialmente o Grupo Sapec (Sapec Group) tinha como finalidade a exploração das minas de pirite no Alentejo, ao sul de Portugal. Contudo, rapidamente começou a produzir adubos fosfatados, utilizando-se ácido sulfúrico produzido a partir das cinzas de pirite, para posteriormente expandir e desenvolver as suas actividades de produção e comercialização de outros produtos para a agricultura. Durante longos anos as actividades de base principais do Grupo Sapec eram a produção e comercialização de adubos, de agroquímicos, de sementes e rações para animais. [1] [2]

Em meados dos anos 60 foi iniciado o negócio da Protecção de Culturas pelo Grupo. Inicialmente como um negócio acessório, representando marcas de terceiros e, posteriormente, criando um portfólio de produtos genéricos, área onde o Grupo se especializou e que permitiu alcançar a liderança do mercado português no final dos anos 90.

Em 2000, o Grupo Sapec apostou na defesa europeia das moléculas fitofarmacêuticas como factor crítico de sucesso, motivado a ser um grupo independente e de referência no segmento de produtos genéricos. Actualmente, com uma vasta gama de produtos e marcas, através de um processo dinâmico de desenvolvimento, inovação e patentes próprias, permite ao Grupo diferenciar e fortalecer-se no mercado de genéricos a nível europeu. [3]

Actualmente, o Grupo Sapec apresenta 6 negócios de base, com as respectivas empresas pertencentes a cada negócio, que são: [4]

(24)

2

 Agroquímicos:

Produtos Fitofarmacêuticos: Sapec Agro Portugal (PT)1, Selectis (PT)1, Sapec Agro España (ES)1 e Sapec Agro Macau (MC)1;

Micronutrientes e Especialidades: Tradecorp División España (ES)1, Nevada Chemicals (MX)1; Sapec Agro Brasil (BR)1, Sapec Agro France (FR)1 e Sapec Agro Italia (IT)1.

 Produtos Químicos Para a Indústria e Ambiente: Sapec Química (PT)1

, Citri (PT)1 e Sarcol II (PT)2;

 Matérias-Primas Agroalimentares: Interpec Ibérica (ES)1

e Seporsur (ES)1;  Operação Portuária e Logística: Sapec Terminais Portuários (PT)1

, Navipor (PT)3 e SPC (PT)1;

 Energia e Mobilidade: Energia Limpia Invest (ES)4

e Sapec Parques Industriais (PT)1.

A Sapec Agro Portugal, que contém o conjunto de actividades históricas de produção ligadas à agricultura, mencionadas anteriormente, contribuiu, determinadamente para o desenvolvimento do Grupo Sapec nos diversos negócios descritos previamente. O Grupo é considerado actualmente como uma holding industrial e de serviços, sendo as suas actividades hoje em dia independentes devido à actividade histórica do Grupo. [1]

1.1.2 Sapec Group Agro Business

O Grupo Sapec, nascido em Portugal, partiu para a internacionalização no sector dos agroquímicos. Esta expansão internacional deveu-se a dois motivos principais: primeiro devido à necessidade de aumentar a massa crítica perante as adaptações exigentes do negócio aos desafios da defesa europeia das moléculas, e segundo, como consequência do ponto anterior, maximizar as oportunidades de negócio que a internacionalização permitiu alcançar.

A Sapec Group Agro Business é constituída pelas seguintes empresas (Anexo 1 - Empresas da Sapec Group Agro Business):

 Mercado Nacional: Sapec Agro Portugal e Selectis (líderes no mercado nacional); [2] [30]

 Mercado Espanhol: Sapec Agro España e Tradecorp División España; [28] [31]

 Mercado Internacional: Sapec Agro France [29]

, Sapec Agro Italia, Sapec Agro Brasil e Sapec Agro Macau.

Abreviaturas: PT - Portugal; ES - Espanha; BR - Brasil; FR - França; MX - México; IT - Itália; MC - Macau. Participação económica (%) do Grupo Sapec:

1 100%; 2 95%; 3 50%; 4 49%.

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3 Actualmente, o Grupo que no final do século operava somente em Portugal, exporta mais de 65% do volume de negócios na área da Protecção de Culturas.

1.2 Sapec Agro Portugal

Como mencionado anteriormente, a Sapec Agro Portugal é o núcleo das actividades histórias do Grupo Sapec aquando da sua criação. Assim, a Sapec Agro Portugal assume como objectivo “a manutenção da sua posição de liderança no mercado nacional, integrada na estratégia de Grupo de Genéricos Diferenciados Independente e Internacional.” E tem como missão: “Fornecer produtos e serviços de elevada qualidade, promovendo práticas standard de segurança e protecção ambiental, visando a satisfação dos seus clientes". [1]

1.2.1 Localização e Distribuição Geográfica

O complexo fabril da Sapec Agro Portugal localiza-se na Avenida do Rio Tejo - Herdade das Praias, conselho e distrito de Setúbal, Portugal. De seguida representa-se o mapa de localização da Sapec Agro Portugal e dos restantes núcleos na Península Ibérica.

Legenda:

Porto ou Terminal Terrestre

Instalação Fabril

Produtos Fitofarmacêuticos Micronutrientes e Especialidades

Produtos Químicos Para a Indústria e Ambiente Operação Portuária e Logística

Matérias-Primas Agroalimentares

Figura 1.1: Distribuição de Núcleos do Grupo Sapec Na Península Ibérica. (Fonte: http://www.sapec.be/)

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4

1.2.2 Áreas de Negócio

Como áreas de negócio da Sapec Agro Portugal tem-se: Agroquímicos, Fitonutrientes e Medicamentos Veterinários. Este último é uma aposta recente nesse mercado, através da criação da Sapec Vet que resultou na certificação GMP (Good Manufacturing Practice) destas instalações, que constituirá um pólo deste Grupo, encontrando-se em fase de iniciação e desenvolvimento.

1.2.2.1 Agroquímicos

Os produtos agroquímicos, também designados por fitofarmacêuticos ou fitossanitários, são substâncias e preparações que contêm uma ou mais matérias activas que têm como principal função assegurar a saúde das culturas agrícolas e proteger as colheitas de doenças, pragas ou infestantes.

As categorias de produtos agroquímicos são: [14]

 Herbicidas;  Fungicidas;  Insecticidas;  Acaricidas;

 Diversos (nematicidas, moluscicidas, raticidas, bactericidas, algicidas, anti-abrolhantes, adjuvantes (molhantes), reguladores de crescimento).

1.2.2.1.1 Herbicidas

Os herbicidas [6] são substâncias químicas que apresentam a capacidade de actuar sobre certos tipos de plantas. Esta capacidade de actuação denomina-se de “selecção”. De acordo com a etimologia da palavra, provém do latim herba (erva) e caedere (matar).

A utilização de herbicidas pode prevenir a interferência de plantas indesejáveis (exemplo, ervas daninhas ou infestantes) sobretudo no início do ciclo das culturas, onde é nesta fase que as plantas indesejáveis causam um maior impacto nas perdas das culturas. A presença de plantas indesejáveis provoca a redução da produção agrícola, diminui a eficiência agrícola (competitividade por nutrientes, minerais, água, luz e espaço) e aumenta os custos de produção. O efeito de herbicidas pode também ser manipulado de forma a eliminar as plantas indesejáveis durante todo o ciclo das culturas e não somente no início. A aplicação destes produtos proporciona um controlo mais efectivo nas zonas de cultura, onde outros métodos de controlo não apresentam a mesma eficiência.

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5 Formas de Classificação de Herbicidas

Existem diversas formas de classificação de herbicidas, embora nenhuma delas seja definitiva e completamente adequada. A maioria das classificações tem apenas em conta certos aspectos relacionados com o comportamento do produto ou às suas características. A maior dificuldade em criar um sistema de classificação adequado é a existência de uma grande diversidade de modos de acção e de composição química de herbicidas. As principais classificações envolvem as seguintes categorias: [6] [15]

 Quanto à Origem ou ao Grupo Químico;  Classificação Quanto à Selectividade;  Classificação Quanto à Translocação;  Classificação Quanto à Época de Aplicação;  Classificação Quando à Estrutura Química;  Classificação Quanto ao Mecanismo de Acção;  Outras Classificações.

No Anexo 11 - Formas de Classificação de Herbicidas, explica-se detalhadamente cada uma das classificações anteriores.

1.2.2.1.2 Fungicidas

Os fungicidas são substâncias químicas, de origem natural ou sintética, que quando aplicados protegem as culturas da penetração e/ou do posterior desenvolvimento de fungos patogénicos nos tecidos vivos das mesmas. Segundo a etimologia da palavra, vem do latim fungus (fungo) e caedere (matar).

Os fungicidas podem ser classificados/ agrupados segundo diversos conceitos que são: [13] [15]

 Quanto à Origem ou ao Grupo Químico;

 Quanto ao Posicionamento Na Superfície da Planta;  Quanto à Actuação No Agente Patogénico;

 Quanto ao Modo de Acção.

No Anexo 12 - Formas de Classificação de Fungicidas, explica-se detalhadamente cada uma das classificações anteriores.

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6

1.2.2.1.3 Insecticidas e Acaricidas

Os insecticidas e acaricidas destinam-se ao controlo de insectos nocivos, destruindo ovos e larvas principalmente, e à eliminação de ácaros diversos, respectivamente. Segundo a etimologia da palavra, insecticida vem do latim insectum (insectos) e caedere (matar).

Os insecticidas podem ser classificados/ agrupados segundo diversos conceitos que são: [15]

 Quanto à Origem ou ao Grupo Químico;  Quanto ao Método de Penetração No Insecto;  Quanto à Actuação Na Praga;

 Quanto ao Modo de Acção.

No Anexo 13 - Formas de Classificação de Insecticidas e Acaricidas, explica-se detalhadamente cada uma das classificações anteriores.

1.2.2.1.4 Diversos

Os nematicidas destinam-se ao controlo de nematóides.

Os moluscicidas destinam-se ao controlo de moluscos, como lesmas e caracóis. Os raticidas ou rodenticidas usados para controlar roedores.

Os bactericidas destinam-se ao controle de bactérias. Os algicidas destinam-se ao controlo de algas.

Os anti-abrolhantes evitam o grelamente de produtos de consumo armazenados, aumentando o tempo de conservação do produto.

Os adjuvantes destinam-se a serem misturados com produtos fitofarmacêuticos com o intuito de se aumentar a sua eficiência. Este tipo de produtos pode aumentar a absorção/adesão do produto fitofarmacêutico na planta, reduzir as perdas de produto que ocorrem aquando da pulverização (o diâmetro das gotas torna-se o mais adequado e a adesão à planta superior) ou melhorar a distribuição do produto fitofarmacêutico após a sua deposição na planta (quer por volatilização/evaporação, fotodecomposição ou ainda por lavagem). Na divisão do tipo de adjuvantes existe os que modificam as propriedades de superfície dos líquidos designados por surfactantes (engloba: espelhantes, molhantes, aderentes, emulsificantes, dispersantes e detergentes) e os aditivos que afectam a absorção devido à sua acção directa sobre a cutícula (óleo mineral ou vegetal, sulfato de amónio e ureia). No grupo de surfactantes existem os molhantes [7] que se destinam a fornecer uma melhor molhabilidade e aderência das caldas dos produtos fitofarmacêuticos às espécies tratadas.

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7 Os reguladores de crescimento interferem no desenvolvimento das plantas de forma a conseguir-se um maior controlo vegetativo.

1.2.2.2 Fitonutrientes

Os fitonutrientes, como o nome indica, são nutrientes que a planta necessita para as suas funções fisiológicas, ou por motivos de carência, debilitação ou necessidade. Em termos de fitonutrientes existem diversos produtos. De entre os quais tem-se:

 Adubos líquidos;  Bioestimulantes;  Correctores de carências;  Foliares;  Melhoradores de solo;  Sólidos solúveis;  Starter;  E outros. 1.2.2.3 Medicamentos Veterinários

Os medicamentos veterinários são produtos com aplicação nos animais para tratamento ou prevenção de doenças e dos seus sintomas com vista a restaurar ou modificar as suas funções orgânicas ou a estabelecer um diagnóstico médico.

Sendo esta uma área sensível, é necessário cuidados especiais e medidas redobradas. Assim, é exigível uma prática de bom fabrico e uma garantia de qualidade dos medicamentos veterinários. Entende-se como prática de bom fabrico, a parte da garantia de qualidade que assegura que os produtos veterinários são produzidos e controlados com padrões de referência adequados, e como garantia de qualidade, o conjunto de medidas que garantam que os medicamentos veterinários possuem qualidade necessária para a utilização prevista. [17]

De forma a demonstrar que a temática da contaminação cruzada é um assunto presente na fabricação de medicamentos veterinários tem-se segundo a alínea 3 a) do Artigo 24.º, Capítulo III Decreto-Lei n.º 232/99, de 24 de Junho a seguinte expressão:

“c) Dispor de local, equipamento técnico e de controlo adequados para o correcto fabrico, controlo e conservação. A disposição, a linha de fabrico e a utilização de locais e equipamento devem ter por finalidade reduzir ao mínimo o risco de erros, facilitando a limpeza e a manutenção eficaz, com o objectivo de evitar a contaminação cruzada ou qualquer efeito sobre a qualidade;” [18]

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(31)

9 2 Produto Fitofarmacêutico

2.1 Composição

Um produto fitofarmacêutico é constituído por uma ou mais matérias activas/ substâncias activas (m.a./ s.a., respectivamente) e por outras substâncias genericamente designadas por formulantes.

 Matéria Activa: é o componente que confere o comportamento biológico e a finalidade do produto fitofarmacêutico;

 Formulantes: não interferem com a matéria activa mas conferem determinadas características e propriedades ao produto formulado, ou seja, ao produto acabado. Entre as características e propriedades conferidas tem-se a estabilidade e o efeito de aplicabilidade do produto (como a solubilidade, capacidade de suspensão, molhabilidade, viscosidade, poder absorvente, entre outras).

Como exemplos de formulantes tem-se:

 Solventes ou diluentes: dissolvem a(s) matéria(s) activa(s) noutras substâncias, pois usualmente a(s) matéria(s) activa(s) não são solúveis;

 Tensioactivos ou surfactantes: têm como objectivo a redução da tensão superficial e apresentam diversos tipos consoante as suas propriedades:

 Molhantes: diminuem a evaporação da água, favorecendo a adesividade/ permanência do produto na superfície da planta tratada, aumentando-se a absorção do produto aplicado;  Dispersantes: evitam a aglomeração de partículas através da redução das forças de

coesão das mesmas, fazendo com que as suspensões mantenham-se estáveis por um longo tempo. Estas substâncias têm um papel relevante na estabilidade de formulações de pós molháveis (Capítulo 2.2 - Tipologia de Formulação), evitando que as partículas sólidas se aglomerem e precipitem;

 Emulsionantes ou emulsificantes: actuam sobre a superfície do líquido com o objectivo de promover a suspensão de um líquido em outro líquido. Estas substâncias reduzem a tensão interfacial entre dois líquidos imiscíveis, proporcionando a formação de uma emulsão de um líquido noutro líquido. Os emulsionantes evitam a separação das fases aquosa e oleosa no caso de emulsões através da combinação de grupos polares e apolares das respectivas fases;

 Anti-espuma e outros: como anti-pó, adesivo, entre outros. A anti-espuma é um aditivo químico que reduz e impede a formação de espuma em processos industriais líquidos;

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10

 Cargas inertes: reduzem a concentração da matéria activa e conferem consistência, volume e forma física ao produto formulado, como as soluções espessante. [7] [15]

2.2 Tipologia de Formulação

A tipologia de produto ou de formulação de um produto fitofarmacêutico refere-se ao processo de fabrico e ao modo como o mesmo produto se apresenta fisicamente. O desenvolvimento de uma formulação envolve diversos conhecimentos multidisciplinares que culmina com a possibilidade de fabricação e reprodutibilidade industrial de um produto que possa ingressar e cativar o mercado. Na formulação tem-se em conta diversos aspectos, tais como: [15]

 Acção biológica tendo em vista a eficácia e tolerância do produto;

 Propriedades físico-químicas (como estabilidade, solubilidade, entre outras) e toxicológicas;  Efeitos ambientais;

 Características de aplicação (distribuição acessível do formulado na planta);  Grau de aceitação e cativação do utilizador final;

 Disponibilidade de formulantes (matérias-primas);  Processo de fabrico;

 Embalamento;

 Vertente económica do projecto.

As tipologias de produto são definidas pela Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) [5] e pela World Health Organization (WHO). [23] A FAO é uma entidade das Nações Unidas que procura alcançar a segurança alimentar para que todas as pessoas tenham acesso regular a alimentos de qualidade para levar uma vida activa e saudável. Como objectivos a FAO procura: aumentar o nível de nutrição da humanidade, melhorar a produtividade agrícola, melhorar a qualidade de vida das populações rurais e contribuir para o crescimento da economia mundial. A WHO é a autoridade de direcção e coordenação para a saúde no sistema das Nações Unidas. É responsável pela liderança em questões de saúde globais, define a pesquisa na área da saúde, estabelece normas e padrões articulando opções políticas baseadas em evidências fornecendo apoio técnico aos países e monitoriza e avalia o estado da saúde.

Existem diversas tipologias de produto e cada uma delas apresenta características próprias e distintivas. No Anexo 2 - Tipologias de Formulação, apresentam-se as diferentes tipologias de produto de acordo com a CropLife Internacional. [19]

Uma matéria activa pode originar mais do que um tipo de formulação. Esta é uma decisão ponderada aquando do desenvolvimento do processo de produção de um produto fitofarmacêutico.

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11 Em situações em que uma matéria activa origine duas ou mais formulações distintas, existe certos parâmetros que são comuns e outros que se distinguem. Esta igualdade e diferença de parâmetros são representadas na tabela seguinte. [15]

Tabela 2.1: Parâmetros de Tipologias Distintas Para Uma Mesma Matéria Activa.

Parâmetros Comuns

Propriedades Físicas da Substância Activa Propriedades Químicas da Substância Activa

Modo de Acção Biológico

Parâmetros Variáveis

Método de Aplicação Processo de Fabrico Compatibilidade nas Misturas Segurança Durante Fabricação

Manuseamento e Aplicação Segurança Ambiental Preferência do Utilizador Final Considerações de Natureza Comercial

Custo

Os critérios opcionais relevantes para o desenvolvimento de um tipo de formulação tem a ver com questões fundamentais, tais como:

 Perfil toxicológico e ambiental;

 Estabilidade física e química a longo prazo (condições de armazenagem até 2 anos);  Facilidade de produção e custos;

 Eficácia e comportamento biológico consistentes;  Fácil manuseamento e aplicabilidade;

 Compatibilidade com outros produtos em misturas.

2.3 Tipologias de Formulação Estudadas

Na realização do presente trabalho os produtos estudados são líquidos e desta forma as tipologias estudadas são: [20] [21]

 Suspensão Concentrada (SC);  Concentrado Emulsionável (EC);  Líquido Solúvel (SL);

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12

2.3.1 Suspensão Concentrada

Uma suspensão concentrada (SC), também conhecida por flow, caracteriza-se pela suspensão de partículas sólidas finamente divididas de matéria(s) activa(s) (normalmente a concentrações elevadas) numa fase contínua aquosa, onde é necessária dilui-la em água aquando da sua aplicação.

Esta formulação apresenta vantagens quando comparada com outras formulações, que são:

 Não forma pó;

 Não apresenta problemas de toxicidade ou inflamabilidade e facilita a sua preparação devido aos solventes serem substituídos pela água;

 Boa eficiência devido ao tamanho reduzido das partículas;  Baixo volume de empacotamento.

Para esta tipologia são necessárias as seguintes propriedades:

 Estabilidade de empacotamento a longo prazo: sem formação de depósito na embalagem, comportamento reológico5 estável;

 Viscosidade baixa: para fácil escoamento da embalagem e simples dispersão em água;  Boa estabilidade da dispersão diluída à taxa de aplicação de utilização.

A escolha dos surfactantes (molhantes, dispersantes, agentes de compatibilidade) na incorporação em suspensões concentradas é importante para cumprir os requisitos anteriores.

Usualmente um SC contém:  Matéria(s) activa(s);  Agentes molhantes;  Agentes dispersantes;  Anticongelante;  Anti-espuma e estabilizador;  Espessante;  Água. 5

Reologia: estudo mecânico da deformação e do movimento da matéria, nomeadamente a elasticidade, escoamento, plasticidade ou viscosidade.

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13 2.3.2 Concentrado Emulsionável

Um concentrado emulsionável (EC), também conhecido por concentrado para emulsão (CPE), caracteriza-se por produtos formulados líquidos a serem diluídos em água formando-se uma emulsão de óleo em água que permite uma emulsão estável, fina, uma distribuição homogénea e uma penetração da matéria activa na cultura.

Um EC geralmente contém:

 Matéria(s) activas(s);  Solventes - co-solventes;  Emulsificantes;

 Estabilizadores, aderentes, anti-espumas, entre outros.

2.3.3 Líquido Solúvel

Uma solução concentrada (SL), também conhecida por líquido solúvel ou concentrado solúvel, consiste em formulações solúveis de matéria(s) activa(s) em água ou em solventes polares. A matéria activa deverá ser quimicamente estável em água ou no solvente seleccionado.

Usualmente um SL contém:

 Matéria(s) activa(s);

 Surfactantes (agentes molhantes e activadores biológicos);  Agente tampão, agente quelante;

 Água (e solventes polares).

2.3.4 Emulsão Em Água

Uma emulsão em água (EW), ou emulsão de óleo em água, resulta da dispersão (como gotículas) de um líquido ou de uma matéria activa com um baixo ponto de fusão em uma fase contínua de água. A emulsão pode ser obtida por um processo de agitação lento ou rápido e, normalmente, estabilizado por um agente espessante e/ou hidrocolóide de forma a garantir uma durável estabilidade.

Uma formulação EW, quando comparada com uma EC, oferece:

 Redução da fitotoxicidade, ecotoxicidade e toxicidade cutânea;

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 Compatibilidade com suspensões concentradas baseadas em água;  Base concentrada em água para formulações de suspo-emulsões (SE).

Usualmente, um EW é composto por:

 Matéria(s) activa(s);  Emulsificantes;  Anticongelante;  Anti-espuma;  Espessante;

 Biocida, estabilizador e agente tampão;  Água.

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15 3 Divisão do Complexo Fabril

O complexo fabril encontra-se dividido por três unidades fabris distintas (Anexo 3 - Unidades Industriais da Sapec Agro Portugal). Sendo elas:

 Fábrica de Enxofre;  Fábrica de Herbicidas;

 Fábrica de Insecticidas/Fungicidas/Acaricidas/Outros.

3.1 Fábrica de Enxofre

O enxofre é um elemento que se encontra na natureza, podendo ser encontrado na forma de sulfuretos, sulfatos ou como enxofre elementar (em zonas perto de fontes termais ou em regiões vulcânicas). A condições normais de pressão e temperatura o enxofre encontra-se no estado sólido, fazendo-se a extracção nessa sua forma, apresentando uma cor amarela e um cheiro característico. Este composto é inflamável, explosivo e, em termos de solubilidade, é insolúvel em água.

O enxofre pode ser encontrado em minérios de sulfureto, como pirite (FeS2), cinabre (HgS),

galena (PbS), esfalerita ((Zn,Fe)S), estibina (Sb2S3), ou em sulfatos, como gipsita (CaSO4·2H2O),

alunite (KAl3(SO4)2(OH)6) e barite (BaSO4). Actualmente a produção de enxofre pode ser feita como

produto secundário de outros processos industriais como a refinação do petróleo.

Quando extraído da natureza, o enxofre é posteriormente triturado até ser reduzido a pó e em termos de aplicabilidade é empregado como fungicida e acaricida, tendo essencialmente uma acção de contacto e fumigante (se a temperatura for superior a 32ºC ocorre a libertação de vapores de dióxido de enxofre (SO2)).

A trituração de enxofre em atmosfera de oxigénio e a presença de electricidade estática são factores propensos à sua explosão. Desta forma a trituração é realizada em atmosfera com injecção de azoto gasoso para se reduzir a presença de oxigénio no ambiente. Como norma de segurança pretende-se obter um ambiente de trituração com <5% em oxigénio. Este ambiente inerte é presente na etapa de trituração do enxofre polvilhável e na etapa de granulação do enxofre molhável.

A Fábrica de Enxofre produz dois tipos de enxofre distintos: o enxofre molhável (por via húmida) e o enxofre polvilhável (por via seca).

O enxofre molhável (WP - pó molhável) é fabricado na presença de água, enxofre bruto e lignosulfonatos (de cálcio e de sódio). Estes lignosulfonatos funcionam como suspensores permitindo que o enxofre não se deposite aquando da formulação da calda. Isto vai permitir que ele possa ser pulverizado na cultura. [8] Os produtos deste tipo têm na sua constituição 80% (p/p) de enxofre. Como exemplo de produto da Sapec Agro Portugal tem-se o STULLN®.

O enxofre polvilhável (DP - pó polvilhável) é constituído por enxofre bruto, caulino (inerte) e sipernat 22S (partículas de sílica). Estas partículas funcionam como absorvedores de humidade permitindo que o processo seja realizado na ausência de água (por via seca) e que no embalamento

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o produto final não se aglomere nos sacos. Os produtos deste tipo têm na sua constituição 95% (p/p) de enxofre e quando aplicados são polvilhados na cultura. Como exemplo de produto da Sapec Agro Portugal tem-se o BAGO DE OURO®.

De seguida apresenta-se as secções que constituem a Fábrica de Enxofre.

3.2 Fábrica de Herbicidas

A Fábrica de Herbicidas encontra-se dividida por quatro secções distintas:

 Herbicidas Formulação de Líquidos (HFL);  Herbicidas Embalamento de Líquidos (HEL);  Herbicidas Formulação de Sólidos (HFS);  Herbicidas Embalamento de Sólidos (HES).

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17 De seguida apresenta-se as quatro secções que constituem a Fábrica de Herbicidas.

3.3 Fábrica de Insecticidas/Fungicidas/Acaricidas/Outros

A Fábrica de Insecticidas/Fungicidas/Acaricidas/Outros, ou apenas Fábrica de Insecticidas/Fungicidas, encontra-se dividida por quatro secções distintas:

 Insecticidas Formulação de Líquidos (IFL);  Insecticidas Embalamento de Líquidos (IEL);  Insecticidas Formulação de Sólidos (IFS);  Insecticidas Embalamento de Sólidos (IES).

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De seguida apresenta-se as quatro secções que constituem a Fábrica de Insecticidas/Fungicidas.

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19 4 Contaminação Cruzada

4.1.1 Situação Hipotética de Contaminação

Suponha-se a ocorrência de contaminação de um insecticida (ou fungicida) por um herbicida. Esta situação poderia não ser detectável a priori mas iria ter consequências gravosas na aplicação final do produto. Aquando da aquisição do produto (contaminado) pelo consumidor, pensando este que tinha adquirido um insecticida (ou fungicida), ao ser aplicado, este produto irá controlar os insectos (ou os fungos) existentes na cultura mas não só. Este produto não só iria controlar a tal população em causa como também pode provocar efeitos severos na própria cultura, uma vez que o produto adquirido está contaminado com um herbicida. Esta acção produziria uma diminuição da produção agrícola e passaria para o exterior uma imagem negativa da empresa e, consequentemente, a perda de moral e de clientes.

Este acontecimento hipotético levaria à indeminização avultada por parte da empresa ao agricultor para fazer face à despesa e ao transtorno provocado. Este seria um caso de um cliente com um determinado produto, agora imagine multiplicado por outros produtos e outros tantos clientes afectados pelo mesmo problema. Não esquecer o prejuízo económico que a empresa teria para fazer face a todas estas despesas.

A situação inversa de contaminação de produto é igualmente válida.

4.1.2 Definição

A contaminação cruzada (cross contamination) é definida como a presença em um produto de resíduos provenientes de um produto diferente quando produzidos num mesmo equipamento(s) de produção. Estes resíduos traduzem-se pela existência de matéria(s) activa(s) e materiais diferentes do que aqueles do produto formulado consoante a aplicabilidade do produto. [22]

4.1.3 Contextualização Actual Na Empresa

A contaminação cruzada (cross contamination) é uma temática emergente e que requer especial preocupação e cuidado. Face à preocupação crescente de fornecer produtos seguros para o homem e com um impacto menos severo para o ambiente é necessário controlar determinados parâmetros e situações de forma a não acontecer contaminações entre produtos distintos. Desta forma, a avaliação dos vários factores de risco é importante na prevenção da contaminação cruzada. Contudo, além da sua avaliação é preciso padronizar e praticar acções de encontro à prevenção/ eliminação deste problema.

A Sapec Agro Portugal, como empresa de agroquímicos, requer que os produtos formulados estejam conforme a legislação vigente e, assim, se evite efeitos negativos nas culturas e,

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20

consequentemente, no consumidor final. Assim, a Sapec Agro Portugal apresenta e adopta princípios importantes que permitem a prevenção de contaminação cruzada.

 Separação Física das Unidades Fabris

Pela diversidade de formulações com as mais diversas substâncias activas e pela fácil contaminação que pode acontecer entre agroquímicos, a unidade fabril da Sapec Agro Portugal já se encontra dividida em duas unidades fabris distintas de forma a evitar contaminações entre produtos com funções diferentes. Existindo para o efeito a unidade fabril de produção de herbicidas e a unidade fabril de produção de insecticidas/fungicidas. A separação anterior tem como fundamento o objectivo de acção de cada tipo de produto: os herbicidas destinam-se ao controle de infestantes, enquanto os fungicidas e insecticidas destinam-se ao controle de fungos e insectos (pragas), respectivamente. Esta separação na produção destes dois tipos de produto evita contaminações gravosas e qualquer contaminação que possa acontecer é por incumprimento das normas de conduta e de utilização existentes em cada uma das secções. Evita-se desta maneira a contaminação e a subsequente danificação da cultura, por consequência da diminuição da produção agrícola.

 Separação de Produtos Por Tipologias de Formulação

A Sapec Agro Portugal dispõe cada unidade fabril dividida por secções e cada secção apresenta zonas específicas de formulação consoante a tipologia de formulação de cada produto. Esta situação é bem visível no Capítulo 6.1 - Herbicidas Formulação de Líquidos (HFL) - Fábrica de Herbicidas e Capítulo 6.2 - Insecticidas Formulação de Líquidos (IFL) - Fábrica de Insecticidas/Fungicidas. Esta subdivisão permite organizar as secções e os equipamentos necessários para cada tipologia.

 Processo de Moagem

O processo de moagem de SC é um procedimento organizado e agrupado consoante o produto em causa. Existem diferentes grupos de esferas com características específicas e consoante as características e a funcionalidade de cada produto, assim é atribuído um tipo de esferas para a sua moagem. Esta divisão de produtos em diferentes grupos de esferas (Anexo 7 - Grupos de Esferas e Respectivos Granéis Associados) foi concebida com o contributo da Unidade de Produção, Laboratório do Controlo da Qualidade (LCQ), Departamento Técnico e outras áreas igualmente importantes. Como exemplo de factores para a distribuição de cada SC pelos diferentes grupos de esferas têm-se a estrutura química (família de cada herbicida), a finalidade de aplicação de cada produto, selectividade, entre outros. A categorização em diferentes grupos de esferas permite prevenir complicações de contaminação entre produtos distintos.

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21 Com o objectivo da prevenção da contaminação cruzada, e consequentemente, no próprio processo de limpeza associado, em cada secção existem equipamentos dedicados a certos tipos de produtos com características próprias ou instalações de produção para produtos específicos. Como exemplos destas situações tem-se:

 HFL: existe um depósito de formulação de EC/SL destinado a formulados que apresentem cor diferente daqueles que se costumam produzir. Esta medida reserva este equipamento para estes produtos corados que devido a sua peculiaridade o processo de limpeza seria demorado e com um maior gasto de produto de limpeza de forma a não criar repercussões no produto formulado seguinte (produto sem cor ou cor suave);

 IFL: na zona de SC, existe um circuito destinado a produtos com cor devido ao corante utilizado ou devido à matéria activa que confere a cor característica destes produtos. Devido à dificuldade acrescida do processo de lavagem, este circuito destina-se a este género de produto, enquanto um outro circuito destina-se a produtos brancos ou beges. Assim, minimiza-se o impacto da cor no produto formulado seguinte e, consequente, o processo de lavagem;

 Instalação reservada: existe uma instalação separada das unidades fabris anteriores para a produção de produtos específicos, as sulfonilureias. A instalação conhecida por Nico produz compostos constituídos por nicossulfurão (matéria activa), onde a existência da separação para a produção destes produtos provém da elevada actividade destes herbicidas mesmo em pequenas quantidades. Assim, elimina-se a possível contaminação desde tipo de produtos com os restantes produtos existentes na unidade de produção de herbicidas.

 Secção Limpa e Arrumada

A manutenção das áreas de trabalho limpas e arrumadas são necessárias para evitar uma possível contaminação involuntária e para melhorar o rendimento das equipas de formulação ou de produção. A prevenção da contaminação cruzada é desenvolvida pela limpeza conforme do interior do(s) equipamento(s), tubagens e equipamentos acessórios (ex.: bombas) mas também de toda a zona que os rodeia (secção).

Existem normas e procedimentos de conduta para cada secção e, num panorama geral, para as unidades de produção, com o intuito de se evitar contaminações. A responsabilidade da conformidade da limpeza e a prevenção da contaminação não foca apenas o que constitui cada secção mas também quem lá trabalha e utensílios móveis existentes nas mesmas. Como exemplo destas situações anteriores, cada unidade fabril possui ferramentas e utensílios próprios e é extremamente proibido o empréstimo ou troca destes instrumentos entre unidades fabris. Uma outra medida que relaciona a mesma questão é o equipamento de trabalho de cada operador (vestuário, botas e outros equipamentos de protecção individual (EPI)), onde existe a possibilidade de contaminação através de salpicos ou derrames sobre o EPI e da sujidade que existe nas botas, e

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22

assim não é permitido trabalhar em duas secções em simultâneo ou em turnos consecutivos em unidades fabris diferentes com o mesmo EPI. Estas e outras medidas pretendem reduzir a possível contaminação não só em termos do que pertence a cada secção mas quem lá trabalha, que é sempre um possível foco de contaminação de produtos com finalidades diferentes.

 Consciencialização das Equipas de Produção

Fomentação da consciencialização e do comportamento das equipas de produção para os problemas de contaminação cruzada que advém de uma lavagem não conforme do(s) equipamento(s) e de toda a secção.

 Padronização das Operações de Formulação e de Limpeza

A padronização do processo produtivo e da operação de limpeza dos equipamento(s) permitem uma melhor organização na secção e uma melhor compreensão do trabalho a desenvolver por parte das equipas de formulação (Anexo 4 - Exemplo de Fórmula Para Granel e Anexo 5 - Check List Limpeza e Verificação de Equipamentos). A existência das check list`s de cada equipamento permite o registo das condições da operação de limpeza realizada, assim como a avaliação visual dos pontos críticos de cada equipamento (Capítulo 4.1.8.2 - Pontos Críticos de Limpeza de Equipamento(s) Na Unidade de Formulação de Líquidos).

 Condições de Armazenamento de Matérias-Primas e Produtos Formulados

O armazenamento de matérias-primas, embalagens, produtos acabados e o controlo de qualidade contribuem igualmente para o presente tema. A Sapec Agro Portugal possui parque de matérias-primas e parques de produtos acabados. A utilização de matérias-primas é feita com a quantidade necessária para se formular cada produto (lote), com o intuito de evitar-se matérias-primas não utilizadas ou excedentárias. Em situações não possíveis de se evitar o excedente de matérias-primas, por exemplo pela quantidade necessária não corresponder à quantidade contida numa palete ou bidon, o excedente é devidamente identificado, pesado e devolvido ao parque de matérias-primas e colocado em local apropriado ao da unidade fabril onde ele é proveniente. O mesmo se verifica quando se trata de uma matéria-prima comum às duas unidades fabris e não é utilizada na sua totalidade: realiza-se o mesmo procedimento anteriormente descrito com o objectivo da prevenção da sua utilização pela outra unidade fabril (prevenção de contaminação).

Também a situação em que é preciso proceder à fusão de matéria-prima para ser utilizável, cada unidade fabril possui a respectiva zona de liquefacção (conhecida por zona de indutores e as estufas).

O controlo da entrada/ utilização de matérias-primas, armazenagem de lotes e de produtos embalados ocorre pela utilização de um sistema informático, onde cada produto é distinguido por uma etiqueta com código específico que possui informações relevantes sobre esse mesmo produto.

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23  Produtos Devolvidos ou Não Conformes

Os produtos devolvidos do exterior são primeiramente colocados no Ecoparque, onde ficam sujeitos a procedimentos logísticos, de qualidade e posteriormente de produção. Após a sua identificação e a análise das acções necessárias para garantir a conformidade do produto, são encaminhados para as respectivas secções de fabrico para serem reintroduzidos em formulações do granel correspondente ou sujeitos a outras acções estabelecidas pelo LCQ.

 Inspecção Final de Qualidade do Produto Formulado

A inspecção do produto formulado é feita seguindo procedimentos específicos, padronizados e controlados pelo LCQ.

As equipas dedicadas à inspecção de qualidade do produto embalado possuem laboratório e equipamento específico e recebem formação constante para executar a inspecção visual e os ensaios necessários para garantir a qualidade do produto embalado que posteriormente segue para o mercado.

 Sistema Informatizado

A Sapec Agro Portugal possui um sistema informático, onde a cada produto é atribuído uma etiqueta com código de barras específico que possui as informações relevantes sobre esse produto, como exemplo permite saber em que condições está o produto, data da formulação ou as matérias-primas e seus respectivos lotes que foram incorporadas na sua fabricação. As matérias-matérias-primas também estão sujeitas ao mesmo procedimento. Com alteração das operações de limpeza dos equipamentos de forma a utilizar-se o produto de limpeza indicado com o intuito da valorização dos resíduos através da sua incorporação em posteriores formulações do mesmo produto, será necessário a codificação destes resíduos de limpeza reaproveitáveis. Assim, da mesma forma que existe para os produtos, é necessário a atribuição de códigos de barras aos resíduos de limpeza de forma a controlar-se a quantidade de resíduo de limpeza em stock e qual é o produto a que ele pertence para posteriormente ser incorporado nas formulações. Este procedimento permitirá um melhor controlo e organização da incorporação destes resíduos.

Com a atribuição de códigos de barras aos resíduos líquidos em stock, será também necessário a alteração das fórmulas com a introdução da utilização de resíduos de lavagem. A quantidade a utilizar será de acordo com as características de cada produto. Esta alteração das fórmulas já existe para algumas situações.

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24

4.1.4 Relevância do Tema e Objectivos do Trabalho

A contaminação cruzada é um tema que preocupa as indústrias produtoras de produtos fitofarmacêuticos e a ocorrência de contaminação de um produto por outro diferente pode resultar em efeitos indesejáveis para culturas sensíveis, como por exemplo, a fitotoxicidade6 que não era alvo de aplicação do produto. Assim, o presente tema está relacionado com conceitos que actualmente têm sido, de forma crescente, assunto de estudo que são a toxicidade e a fitotoxicidade.

Como dito no capítulo anterior, a Sapec Agro Portugal possui um layout fabril que impede a ocorrência de contaminações entre produtos fitofarmacêuticos com funções diferentes (herbicidas vs insecticidas/fungicidas). Contudo, é necessário pormenorizar e evitar que ocorram contaminações cruzadas entre produtos fitofarmacêuticos com a mesma função. Para isto é necessário avaliar parâmetros susceptíveis e relevantes no processo de contaminação, que são:

 Matéria(s) Activa(s):  Teor;7  Tipo.  Produto Formulado:  Cor;  Tipologia de Formulação;  Viscosidade.  Solvente de Lavagem;  Equipamento de Lavagem;

 Equipamento/ Circuito de Formulação:  Capacidade;

 Design.

Desta maneira, o estudo, compreensão, prevenção e o controlo do tema da contaminação cruzada é justificado e necessário para o desenvolvimento sustentável e competitivo de qualquer empresa produtora de fitofarmacêuticos.

6

Fitotoxicidade: fenómeno associado a alterações observadas no desenvolvimento da planta, devido a efeitos nocivos produzidos por fitofarmacêuticos.

7

Teor: traduz o teor em matéria activa no produto formulado. Em líquidos e sólidos o teor é expresso em g matéria activa/ L solução e em g matéria activa/ kg solução, respectivamente.

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25 Tendo em conta o que foi dito anteriormente, os objectivos da elaboração do presente trabalho assentam sobre os seguintes pontos:

 Criação de um histórico de limpezas de equipamentos, através da:

 Implementação das check list`s limpeza e verificação de equipamentos: preenchimento necessário da check list correspondente ao equipamento lavado;

 Implementação da necessidade de recolha de amostra do produto de limpeza utilizado na última lavagem do equipamento/ circuito, ou quando solicitado em qualquer outro instante ou ponto do equipamento/ circuito.

 Análise do teor(es) em matéria(s) activa(s) com o intuito de:  Manutenção do processo de lavagem utilizado;

 Alteração do processo de lavagem utilizado: por necessidade de se efectuar uma limpeza mais profunda ou limpeza mais ligeira.

 Padronização da operação de limpeza;

 Minimização da criação de resíduos (produtos de limpeza) provenientes do processo de lavagem: quer produto de limpeza que possa ser reutilizado quer aquele que é não reutilizável;

 Aumento da rentabilidade da eficácia da operação de limpeza:  Redução da quantidade de produto de limpeza utilizado;  Redução do tempo de lavagem utilizado.

 Economia do processo de lavagem.

O preenchimento das check list`s e a recolha de amostras de lavagem são pontos cruciais para a elaboração do presente trabalho. A recolha de amostra representativa da lavagem efectuada permite fazer uma avaliação da operação de limpeza, analisando-se no Laboratório do Controlo da Qualidade (LCQ) o teor de matéria activa em cada amostra. O preenchimento da check list correspondente a cada equipamento lavado permite registar o processo de limpeza e as condições utilizadas na sua elaboração, para que o registo possa ser posteriormente consultado devido a qualquer eventualidade. Além disso as check list`s de cada equipamento concilia a avaliação visual dos pontos críticos de cada equipamento (Capítulo 4.1.8.2 - Pontos Críticos de Limpeza de Equipamento(s) Na Unidade de Formulação de Líquidos). As check list`s utilizadas no presente trabalho encontram-se no Anexo 5 - Check List Limpeza e Verificação de Equipamentos.

Imagem

Figura 1.1: Distribuição de Núcleos do Grupo Sapec Na Península Ibérica.
Tabela 2.1: Parâmetros de Tipologias Distintas Para Uma Mesma Matéria Activa.
Figura 3.1: Fábrica de Enxofre.
Figura 3.2: Fábrica de Herbicidas.
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Referências

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