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Anexo 11 Formas de Classificação de Herbicidas

No documento Contaminação Cruzada (páginas 168-172)

Classificação Quanto à Origem ou ao Grupo Químico

Os herbicidas quanto à sua origem podem classificar-se em:

 Inorgânicos: onde se inclui os herbicidas de sulfato de ferro;

 Orgânicos: onde se inclui os herbicidas provenientes de:  Óleo mineral (hidrocarboneto): exemplo óleo de inverno;  Síntese: onde estão a maioria dos herbicidas.

Classificação Quando à Selectividade

O conhecimento da selectividade de um herbicida determina o seu uso e a sua recomendação, pois a sua selectividade determina quais as plantas que ele afecta e quais as que são menos sensíveis à sua aplicação. Em termos de selectividade surge duas categorias denominas por: herbicidas selectivos e herbicidas não selectivos.

Os herbicidas selectivos matam ou limitam o crescimento de plantas indesejáveis numa cultura, sem prejudicar as espécies de interesse além de um nível aceitável de recuperação. Em herbicidas o conceito de selectividade está intrinsecamente ligado à cultura mas é usualmente utilizado para referir-se às infestantes. Como exemplo de produto da Sapec Agro Portugal tem-se ASTECA® MAYS que é um herbicida selectivo para o milho, ou seja, é um produto que não afecta o milho (planta monocotiledónea [12]). Ele controla um largo espectro de infestantes de folha larga, como as dicotiledóneas e ciperáceas.

Em contrapartida, os herbicidas não selectivos apresentam um largo espectro de acção, capazes de danificar severamente ou eliminar todas as plantas quando aplicados nas doses recomendadas. Como exemplo de produto da Sapec Agro Portugal tem-se MONTANA® que elimina um largo espectro de infestantes anuais, vivazes, perenes e lenhosas.

Os herbicidas não pertencem claramente a nenhuma das duas classificações ditas anteriormente, uma vez que a selectividade depende da interacção de outros factores, tais como factores relacionados com as características do herbicida ou ao método de aplicação e a factores relacionados com as características da própria planta.

Classificação Quanto à Translocação

Em termos de movimentação, ou ausência dela, os herbicidas apresentam duas categorias distintas. Os herbicidas com acção de contacto ou foliares são classificados por não se

147 movimentarem ou por se deslocarem de forma limitada. Estes herbicidas causam apenas dano nos tecidos da planta que entram em contacto directo com o produto aplicado, necessitando-se de uma boa cobertura aquando da sua aplicação, de forma a garantir-se que o produto atinja a planta em causa. O efeito usualmente é rápido e agudo, podendo-se manifestar em questão de horas. Como exemplo de produto da Sapec Agro Portugal tem-se FUEGO SAPEC®.

Em comparação existem os herbicidas de acção sistémica. Estes são caracterizados por um efeito mais demorado mas crónico, atingindo todas as células da planta, os quais entram na planta por múltiplas vias (folhas, raízes, gemas, caules, coleóptilo, entre outras). A deslocação do herbicida pode ocorrer pelo xilema, floema, ou através de ambos, dependendo do herbicida e da época de aplicação. Como exemplo de produto da Sapec Agro Portugal tem-se NICO M®.

Existe uma outra designação que é o efeito residual, que depende da persistência ou durabilidade do herbicida e a sua incorporação no solo. Estes são absorvidos pelas infestantes e comportam-se como herbicidas sistémicos. Nesta atribuição o herbicida possui duas designações distintas: residual ou não residual. Um herbicida residual é aquele que quando aplicado, permanece à superfície do solo exercendo um efeito contínuo por longo período de tempo. Este tipo de herbicida está ligado aos com aplicação pré-emergente, os quais são residuais para que antes da emergência da planta, o herbicida residual permaneça no solo com o intuído de eliminar qualquer infestante que possa surgir antes da plantação desejada. Como exemplo de produto da Sapec Agro Portugal tem-se FUEGO SAPEC®.

Enquanto um herbicida não residual, não apresenta uma durabilidade significativa à superfície do solo, exercendo uma acção imediata. Como exemplo de produto da Sapec Agro Portugal tem-se MONTANA® que ao atingir o solo inactiva-se e degrada-se de imediato.

Classificação Quanto à Época de Aplicação

Os herbicidas devem ser aplicados em um momento particular para que o efeito de controlo e de selectividade sejam maiores. A classificação quando à época de aplicação traduz a eficiência de absorção do produto pelas diferentes estruturas da planta. Os herbicidas que são aplicados no solo costumam ser absorvidos pelas raízes ou por estruturas subterrâneas antes, durante ou imediatamente após a emergência, enquanto os que são aplicados à parte aérea da planta são absorvidos, preferencialmente, pelas folhas.

Como alguns herbicidas apresentam uma taxa de sucesso quando aplicados em diferentes alturas do ano, esta classificação, como as anteriores, embora importante, não é conclusiva.

Consoante a época de aplicação do herbicida existem classificações distintas:

 Aplicação em pré-plantação (pré-sementeira) e incorporado: refere-se aos herbicidas que são aplicados no solo antes da plantação (ou sementeira) e que, posteriormente, necessitam

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de incorporação mecânica ou de irrigação. Os produtos que precisam de serem aplicados desta forma apresentam uma ou mais das seguintes características:

 Mecanismo de acção que requer contacto entre o herbicida e as plântulas (embrião vegetal contido na semente que começa a germinar) antes da emergência;

 Baixa solubilidade em água;  Fotodegradação;

 Volatilidade (pressão de vapor elevada).

 Aplicação em pós-plantação (pós-sementeira): refere-se aos herbicidas que são aplicados no solo (pré-emergência) ou nas plantas (pós-emergência) depois da plantação (ou sementeira);

 Aplicação em pré-emergência: a aplicação é feita após a sementeira ou plantação, mas antes da emergência da cultura, das plantas indesejáveis ou de ambas. Nesta situação, o herbicida depende da humidade do solo, da água da chuva ou de irrigação para que possa actuar. Como exemplo de produto da Sapec Agro Portugal tem-se FUEGO SAPEC®.

 Aplicação em pós-emergência: a aplicação é feita após a emergência das plantas (da cultura, das infestantes ou de ambas). O produto deve ser maioritariamente absorvido pelas folhas e a cultura necessita de ter boa tolerância à exposição directa do produto. As aplicações desde género são, normalmente, feitas em fases precoces do desenvolvimento das invasoras. Embora possa variar entre plantas, esta fase de desenvolvimento compreende, geralmente, a fase de 3-4 folhas para as dicotiledóneas e antes ou até ao início do perfilhamento/germinação para as gramíneas. A idade das plantas indesejáveis quando da aplicação de herbicida em pós-emergência é relevante para a eficiência desta aplicação. Como exemplo de produto da Sapec Agro Portugal tem-se MONTANA®.

Classificação Quando à Estrutura Química

A classificação baseada na estrutura química do herbicida é igualmente um ponto importante na sua classificação. Contudo, pode acontecer que diferentes herbicidas pertences à mesma família possam actuar de maneira diferente no controlo de plantas indesejáveis. Esta classificação aliada à classificação referente ao mecanismo de acção dos herbicidas torna-se bastante útil na caracterização de herbicidas.

149 Classificação Quanto ao Mecanismo de Acção

A classificação de herbicidas referentes ao mecanismo de actuação nas plantas é uma das categorias mais utilizadas e, como destaca a actuação de herbicidas, pode englobar diferentes famílias de compostos químicos sob o mesmo mecanismo de acção. Apesar do conhecimento do mecanismo de acção não implicar directamente um melhor controlo de plantas invasoras, ele permite perceber outros factores como o mecanismo de selectividade, o comportamento do herbicida na planta e no ambiente e o efeito de factores ambientais na eficiência de aplicação desses produtos.

Nesta categoria existe a distinção entre dois termos importantes. O mecanismo de acção de um herbicida diz respeito à actuação inicial do herbicida sobre o metabolismo da planta, sendo a primeira acção de uma série de eventos metabólicos. Enquanto o modo de acção caracteriza-se pelo conjunto das acções metabólicas anteriores e pelos sintomas visíveis da acção do herbicida sobre a planta. Actualmente, a classificação aceita internacionalmente é a proposta pela Herbicide Resistence Action Committee (HRAC) [9] em parceria com Weed Science Society of America (WSSA) [10], a qual classifica os herbicidas por ordem alfabética de acordo com o seu local de actuação e a classe química. [6] [11]

Outras Classificações

Os herbicidas podem ser classificados segundo aspectos específicos, tais como tipo de formulação (Capítulo 2.2 - Tipologia de Formulação), volatilidade, persistência, potencial de lixiviação, toxicidade, classe toxicológica, solubilidade e polaridade ou forma de dissociação.

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No documento Contaminação Cruzada (páginas 168-172)