• Nenhum resultado encontrado

5 A FORMAÇÃO IDENTITÁRIA E O HABITUS: DESCRIÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

5.1 OS ALUNOS SOLDADOS

O pelotão pesquisado, do total inicial de 41 alunos soldados, possuía uma mulher, o que demonstra o baixo índice de PFEM (policial feminina) ingressantes no curso. Dos respondentes, vinte e sete eram solteiros, seis casados e quatro possuíam união estável. Quando questionados sobre sua cor/raça, trinta e três declararam-se branco, um negro e três pardos. Quanto ao segmento religioso, a maioria considera- se católico.

A idade, conforme gráfico a seguir, varia entre vinte e trinta e quatro anos, sendo a maior concentração da faixa etária entre vinte e quatro a vinte e seis anos, o que caracteriza um perfil jovem de ingressantes. A idade é um dos pré-requisitos para entrada na PM. Conforme o edital 008/CESIEP (2011, p.02) é condição mínima para inscrição “não ter completado trinta anos até o último dia de inscrição”. Apesar da idade limite do edital ser vinte e nove anos, um dos alunos soldado ingressante, formado em direito, possuía idade superior ao exigido no edital, pois entrou com Mandado de Segurança por considerar este fato inconstitucional, conforme relato.

A princípio não fui aceito no edital, a partir do momento que eu fiz a inscrição já foi indeferido logo de imediato porque eu tinha trinta e quatro anos de idade e a idade limite era trinta anos. Como eu já sabia que isso é inconstitucional e que há um ano e meio mais ou menos o parecer do STJ é que não pode deixar de participar desses concursos por idade, é uma nova determinação do STJ, eu entrei com Mandado de Segurança, consegui a liminar pra que eu pudesse fazer a prova, fiz a prova, aí deu tudo certo, daí eu fui chamado, daí eu vim e tô aqui... (IAN).

Neste caso, o fato de ter formação superior em direito e com isso um conhecimento agregado, ou seja, um capital intelectual específico, ajudou o aluno soldado a ingressar na PM.

Conforme se observa no gráfico a seguir, oitenta e seis por cento não possui filhos, o que pode estar ligado ao fato da faixa etária dos alunos soldados ser baixa.

Gráfico 3: Filhos

A naturalidade é diversificada, sendo que apenas onze respondentes são naturais de Florianópolis, local em que é realizado o CFSD.

Percebe-se que um alto índice de alunos soldados responderam brasileiro como sendo sua naturalidade, ficando desconhecida assim, sua real naturalidade. Apesar de ser diversificada a naturalidade dos alunos soldados, apenas vinte e quatro por cento mora em Florianópolis exclusivamente em função do CFSD.

Gráfico 5: Residência em Florianópolis em função do CFSD

Uma das exigências do novo perfil da PMSC para ingresso no CFSD é possuir nível superior. Na turma pesquisada, os cursos de graduação são diversificados, no entanto a concentração maior divide-se entre os cursos de Administração, Teologia, Direito e Ciências Contábeis.

Cabe ressaltar que alguns dos cursos expostos são tecnólogos, o ano de obtenção do título foi predominantemente 2011, ano de ingresso no CFSD e apenas três alunos formaram-se em alguma Instituição Pública. Um dos alunos que já possuía formação tecnóloga em Gestão de Pessoas ainda estava cursando em 2011 Teologia.

Gráfico 7: Ano de Obtenção do título

No que diz respeito à pós-graduação, nenhum aluno soldado possui nível de pós-graduação strictu sensu, sendo que apenas trinta e cinco por cento possuíam algum tipo de pós graduação lato sensu já concluída ou em andamento.

Gráfico 8: Especialização

Questionou-se também sobre o hábito de participar em cursos complementares na área de atuação ou fora dela e em eventos como seminários, congressos e workshops. Trinta e cinco por cento classificou a pós graduação em Gestão em Segurança Pública como um curso complementar, área esta que é de atuação dos alunos soldados. Apesar de mais alunos terem participado durante o CFSD do curso de Direção Tática Anti-sequestro, apenas dois o classificaram no questionário.

Quanto ao hábito de participar em eventos como cursos, congressos, seminários, a maioria afirma não participar, o que demonstra que a busca por capacitação profissional em termos de atualizações científicas da área, é baixa.

Gráfico 10: Participação em eventos

Constata-se, ainda, que dos que participam de eventos, a maioria com uma frequência de uma a duas vezes anuais.

Quanto ao domínio em idioma estrangeiro, o percentual de alunos soldados que possui algum conhecimento é baixo e dos que alegam possuir algum conhecimento, classificam-no como domínio básico. Três alunos soldado afirmam possuir conhecimentos tanto em inglês como em espanhol e um aluno soldado em inglês, espanhol e francês.

Gráfico 12: Idioma estrangeiro

Em relação a conhecimentos em informática, apenas onze por cento disseram que não possuem nenhum conhecimento em informática, sendo que os que afirmaram possuir algum conhecimento, a maioria classificam-no como conhecimentos básicos em internet e editores de texto.

Além da capacitação profissional, buscou-se caracterizar alguns aspectos do capital cultural dos alunos soldados no que diz respeito ao hábito de leitura, programas de televisão e viagens. No que tange ao hábito de leitura, sessenta e oito por cento responderam positivamente subdividindo as leituras conforme gráfico 13. Já quanto aos programas de televisão, oitenta e nove por cento dos que assinalaram sim classificaram-no de acordo com o gráfico 14. E finalmente quando questionados se possuíam o hábito de viajar e conhecer novas culturas, sessenta por cento afirmou viajar pelo menos de uma a duas vezes ao ano, conforme gráfico 15.

Gráfico 13: Hábito de Leitura

Gráfico 15: Hábito de Viajar

Buscou-se também caracterizar o perfil escolar e profissional dos familiares dos alunos soldados. Questionou-se sobre a escolaridade e profissão dos pais, avós maternos e paternos e irmãos. No que diz respeito à escolaridade têm-se:

Gráfico 17: Escolaridade Mãe

Percebe-se que apenas oito pais e cinco mães possuem curso superior completo. A maioria possui entre o ensino médio e 2° grau completo. Observou-se também, a ocorrência de pais analfabetos. Estes dados retratam que o capital escolar familiar é baixo.

Quanto aos avôs, constatou-se que a maioria dos respondentes deixou em branco ou não soube informar, conforme demonstrado nos gráficos a seguir:

Gráfico 18: Escolaridade Avô Paterno

Gráfico 20: Escolaridade Avô Materno

Já em relação aos irmãos, percebe-se que dezesseis possuem curso superior completo e nenhum é analfabeto, o que demonstra que o perfil escolar em relação aos avós vem aumentando em termos de nível de escolaridade.

Gráfico 22: Escolaridade Irmãos

No que diz respeito a profissão observa-se uma variedade de respostas, no entanto, o predomínio é policial militar para pai e do lar para mãe. Novamente em relação aos avós observa-se um alto índice de respostas em branco. Quanto aos irmão percebe-se, também, um perfil diversificado. Os gráficos a seguir demonstram as profissões correspondentes.

Gráfico 23: Profissão Pai

No que diz respeito então à profissão dos pais, observa-se predominantemente atividades no serviço público ou de baixa renda/valorização.

Quanto à profissão dos avós, novamente observa-se um alto índice de respostas em branco. Para os que responderam, assim como os pais, a profissão está relacionada à atividades de baixa renda e desvalorizadas.

Gráfico 25: Profissão Avô Paterno

Gráfico 27: Profissão Avô Materno

Quanto aos irmãos, assim como na escolaridade, observa-se uma melhora no que diz respeito ao nível de valorização da profissão.

Gráfico 29: Profissão Irmãos

Quando questionados se possuíam algum parente vinculado em órgãos militares ou profissões afins constatou-se que quarenta e um por cento possuía algum parente na polícia militar, distribuídos de forma diversificada, conforme demonstra o gráfico 30.

Gráfico 30: Profissões afins

Os gráficos a seguir demonstram a distribuição do parentesco nos outros órgãos militares ou fins.

Gráfico 32: Parentes na Polícia Civil

Gráfico 33: Parentes na Polícia Federal

Gráfico 34: Parentes nos Bombeiros

Gráfico 36: Parentes no Exército

Gráfico 37: Parentes na Aeronáutica

Gráfico 38: Parentes na Guarda Municipal

Gráfico 39: Parentes em Profissões Afins

Quando questionados se já haviam feito parte de algum órgão militar ou afim, constatou-se que pelo menos doze alunos soldados já haviam feito. Este dado torna-se interessante para pesquisa, haja vista que trinta e três por cento dos alunos soldados já haviam passado por um processo de socialização no meio militar anteriormente.

Gráfico 40: Vínculo anterior com órgão militar ou afim

Em relação a última profissão exercida antes de ingressar na PMSC têm-se:

5.2 OS POLICIAIS (ALUNOS SOLDADOS) E SUA TRAJETÓRIA: DA INFÂNCIA AO "SER" POLICIAL13

Partindo do pressuposto que a identidade é construída socialmente a partir do processo de interação e que antes de chegar no ‘mundo militar’ os alunos soldados já haviam passado por processos de socialização, sejam eles o de socialização primária ou de socialização secundária (BERGER E LUCKMAN, 2012), procurou-se observar a trajetória dos mesmos até a chegada à polícia. Além dos relatos informais decorrentes da observação participante, a primeira questão da entrevista consistia em solicitar para o entrevistado falar sobre os aspectos mais importantes de sua história de vida, desde a infância. Era solicitado que contassem sobre a sua história de vida, como era a mesma antes de ingressar na PM e os motivos que os haviam levado a escolher a carreira de Policial Militar.

Muitos falavam que não havia tido nada muito marcante, de ter sido uma ‘vida normal’. Relatavam em sua grande maioria, aspectos relacionados ao percurso escolar e profissional e ressaltavam a vida simples e humilde, com muita ‘luta’ por parte dos pais. A seguir são expostos relatos detalhados dos alunos soldados entrevistados para demonstrar aspectos relevantes, segundo eles, em sua história de vida. Vale destacar, que a tese não se propôs a trabalhar em profundidade com o método de história de vida. A mesma serviu para descrever a identidade pessoal e contextualizar a historicidade dos indivíduos pesquisados, aspecto este importante segundo Bourdieu (1984) e Strauss (1999) para o entendimento do processo de socialização.

Célio afirma ter sido ‘normal’ sua infância e relata sua trajetória educacional e profissional, finalizando com a entrada na polícia. Para ele, o concurso da polícia não estava em seus planos e a inscrição para as provas foi feita no último momento.

um ano antes de sair de lá [último emprego] comecei assim, vou começar a estudar porque aqui a coisa não é segura né, e daí comecei a estudar pra concurso público, daí fiz dois, três concursos, daí fiz o da polícia, não estava nos planos fazer, mas fiz, ah vou ver como é que é e tal, aí fiz, fui chamado né, acho que uns dois meses depois, porque chamaram duas vezes, duas turmas né, aí fui chamado na segunda e cá estou, quase concluindo o curso (CÉLIO).

13

No relato de Alcides, pode-se perceber uma trajetória humilde, em que apesar da pouca escolaridade dos pais e avôs, havia uma preocupação por parte da família com os estudos e a educação.

[...] da infância até a adolescência não tive assim nada vamos dizer marcante [...] foi uma criação normal, humilde, fui sempre pobre, humilde, vamos dizer, não fui miserável, pobre mas não miserável. A minha família nós podia ser pobre, mas procurou sempre dar educação... a gente em casa, isso partia dos meus pais né, filosofia assim deles né, eles não tiveram tanta oportunidade de educação, mas [...] eu e meu irmão [...] minha mãe pelo menos sempre deu prioridade pra nós no estudo né, sempre, [...] a gente morava na cidade. Nas cidades a gente sempre morou no centro da cidade, eu nunca morei em vila assim, como se diz, em comunidades mais humildes [favelas], então aí já tinha essa visão da minha mãe da educação, de sempre priorizar a educação, pra ter uma qualidade de vida, nem com drogas, nem com coisa ruim. Então sempre se preocupou com educação pra ter um futuro melhor né, essa é a meta [...] daí eu acho que começou um pouco a mudar a partir ali dos meus 18 anos, daí comecei a dar uma ênfase maior aos estudos, aquela coisa de passar em uma faculdade. Na verdade até os meus ali 16, 17 anos, eu não tinha uma ideia do que eu queria. Queria ser militar, militar do exército. Nunca pensei em fazer faculdade, ter uma profissão através da faculdade entendeu. Nunca me esqueço que minha mãe me perguntava assim ‘ah o que tu vai querer ser?’ Porque ela trabalhava na universidade, então ela já vivia esse meio acadêmico [...]. Depois cheguei na parte dos 16, 17 anos, já fica naquela, fica na tua visão que vou fazer vestibular o que que vai ser, tenho que fazer alguma coisa e aí que eu fui decidir, na verdade eu não sabia direito o que eu queria, fui meio indo por osmose, vai analisando ali ah isso eu não posso, isso aqui gosto mais ou menos, isso aqui não gosto, isso aqui gosto e fui cair na área de contabilidade né, então eu comecei a fazer vestibulares pra, primeiro pra engenharia elétrica, depois comecei pra contabilidade. Com 21 anos eu passei no primeiro vestibular, três anos depois eu passei pro vestibular e tive que ir embora, pra outra cidade, pra fazer o curso, daí eu morava em [xxxx], fui morar em [xxxx], daí foi uma das primeiras

coisas que marcou minha vida, foi essa troca, essa saída do âmbito familiar ali, ter que me afastar pra estudar em outro lugar entendeu [...] a partir dali eu comecei a digamos não outra vida, mas uma coisa diferente né, uma vida que tava longe da família, tô estudando num lugar, daí fui morar em casa de estudante, daí é outro ponto diferencial também, começa a conviver com pessoas que estão na mesma situação que tu e é uma coisa diferente né, [...] e a partir dali eu já comecei a ganhar experiência de vida, daí na universidade viajei muito, assim de congressos, comecei a conhecer pessoas diferentes nesses congressos e nessa coisa eu já fiquei 5 anos fazendo a faculdade, 5 anos morando em casa de estudante e a partir daí, um ano depois eu voltei, me formei, voltei pra minha cidade e fiquei uns 7 meses de novo com a família e resolvi vir pra Florianópolis pra tentar uns objetivos maiores que por ser aqui uma capital e não um interior, aqui na capital teria mais chances de estudo, melhor qualificação e tô aí faz três anos. Chegando aqui não foi bem como eu imaginava, não tive tanta oportunidade, assim tive pouco oportunidade, por falta de experiência na área da contabilidade, então esse mercado não foi tão promissor como eu achava, mesmo tando aqui na capital e nisso surgiu a oportunidade de fazer pra brig.. brigada é no Rio Grande do Sul [risos], pra polícia militar né e na verdade eu fiz mais por uma questão de, esqueci a palavra, de... parece contabilidade... é... como é que se diz, esqueci mesmo... quando a gente quer... estabilidade.... estabilidade mesmo.... então como na minha área tá meio difícil, pô chegar num patamar entendeu, leva muito tempo.... eu ia ter que batalhar ainda bastante então eu achei o caminho mais curto através desse concurso né, achei uma... na verdade foi uma, vamos dizer uma saída lateral né e já tinha uma ideia do que era militarismo, por já ter servido o exército, oh um ponto marcante também foi aos dezoito anos ter servido né, esqueci de falar, foi uma coisa marcante também, que nem eu falei no início que eu queria ser militar, já servindo, já desisti da ideia, não me agradou tanto, não agradou tanto. Daí por isso pedi já baixa no primeiro ano, daí eu fechei um ano, tinha oportunidade de ficar e eu não quis, pedi pra sair porque eu não aguentava, preferi estudar, daí o que eu disse até chegar agora aqui na polícia militar foi

mais na verdade por uma opção de estabilidade e por já conhecer um pouquinho da hierarquia também, [...] (ALCIDES).

Neste relato, percebe-se que apesar da infância humilde, sempre priorizou-se a educação. A mãe, que trabalhava com serviços gerais em uma Universidade, apesar de não ter tido oportunidade com estudos, gostaria que o filho fizesse um curso superior para ter um futuro melhor. Uma primeira grande ruptura foi ao passar no vestibular para outra cidade ter que se afastar dos familiares. Outro fato marcante relatado por Alcides foi o período de um ano que passou no exército. Apesar de ser sua vontade desde jovem servir o exército e seguir a carreira militar, a experiência que passou não foi como imaginava, fazendo com que pedisse baixa após completar um ano. Esta passagem pelo exército fez com que Alcides, antes de ingressar na polícia, já tivesse passado por um processo de socialização (STRAUSS, 1999) no meio militar, o que facilitou algumas vivências que ele teria durante o CFSD, conforme veremos mais adiante.

Amarildo também descreve uma vida ‘normal’, com cotidianos sem grandes mudanças. Esta fala demonstra o ‘peso’ da estrutura sobre a vida do sujeito, onde segundo ele, o que ele vivia, já era o padrão normal esperado pela sociedade.

Eu sempre tive uma vida bem normal, bem dentro do esperado, brinquei bastante na rua, sempre bem tranquilo [...] a princípio foi normal né. Minha família é grande, por parte de pai e por parte de mãe e eu já tinha desde novo pai e mãe funcionário público, maioria dos tios também eram funcionários públicos e a criança sempre dá aquele brilho no olhar né, sempre tem vontade de ser alguma coisa diferente, só que tu não sabe que caminho tu vai seguir né, eu tive sempre uma vontade, quando tu chega na adolescência, vontade de ser funcionário público, independente do que seja. [...] foi uma criação bem normal, criação bem boa, minha mãe sempre zelou por criar, por querer que a gente estudasse primeiro e deixasse o trabalho pra depois, mas eu por ser homem eu acho que fui mais pelo um caminho diferente, eu novo já comecei a trabalhar de servente de pedreiro, procurei sempre querer trabalhar, minha irmã já não. Ela estudou até pouco tempo agora, ela tem vinte e seis anos, é formada em bioquímica e procurou estudar a vida toda pra depois

procurar uma estabilidade né, pra ela assim foi melhor e eu foi aquela coisa [...] eu estudei a vida toda em colégio público [...] depois entrei num curso técnico e também fiz faculdade [...] eu fiz a prova da PM por influência da minha noiva, que eu namoro há sete anos, ela entrou no bombeiro com dezenove anos, ela já deve ter uns três ou quatro anos de bombeiro e ela meteu uma pilha ‘faz’ e eu já vinha vindo fazendo alguns concursos públicos né e fiz o concurso da PM. Entrei meio que na sorte, mas assim, batalhei bastante pra entrar, foi uma batalha enorme, tanto que deu aquele rolo de média, como minha média foi baixa, eu tava na época trabalhando em Blumenau e até conversei com uns amigos meus e eles diziam ‘ah não, não adianta, tu não vai conseguir entrar’[...] 4,6... 4,7 que eu tinha tirado e eu tava com 113 kg. Um mês antes do pessoal saber o resultado eu treinei pra caramba porque eu acreditava realmente que ia baixar a nota do edital, treinei, perdi 13 kg em dois meses e acabaram chamando e consegui entrar na PM (AMARILDO).

Percebe-se também a importância do estudo dada pela família, no entanto pode-se observar uma fala típica de reprodução de uma sociedade androcêntrica14, em que apesar da importância pelo estudo, ele por ser homem se via na obrigação de começar a trabalhar cedo, ao passo que a irmã somente estudou até se formar. Esta constatação vai ao