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Mapeamento Inicial TPC

BRASIL GANHO DINHEIRO DIA 2003/2004 UCAR

5.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO

5.3.4 Ameaças ao processo

Pelo questionário, pode-se perceber um sentimento de prioridade baixa para a melhoria dos níveis de estoques pelos gestores quando comparado com outros itens, como custos, por exemplo. A Tabela 9 apresenta o resultado da pesquisa objetiva, onde existe uma maior percepção de prioridade dada para a redução dos custos da empresa quando comparada com a prioridade de redução de estoques.

Tabela 9 – Quadro das ameaças à implantação PONTOS

AMEAÇAS

QUESTIONÁRIOS QUESTÕES PONTUAÇÃO LICKERT QUANT. DE RESPOSTAS MÉDIA LICKERT Prioridade custos versus estoques Business Team – Média Gerência – G I 26 11 2.4

Neste caso, a TOC é imperativa ao manifestar a ordem de prioridades a ser dada pela organização: maximizar o ganho; em seguida minimizar o investimento [ou inventário]; para, por último, diminuir os custos. Esta ordem é justificada pela premissa da TOC de que os esforços para minimização de custos foram a tônica do século passado, e que já tiveram a maior parte de seus resultados atingidos. Nas empresas atuais, supostamente exageradamente enxutas, esforços ainda no sentido de minimização de custos com muita facilidade podem levar a queda de

desempenho e redução de ganhos. Neste cenário, a oportunidade maior de otimização de resultado vem pela maximização do ganho obtido pela empresa. Em seguida existe uma boa lacuna para melhoria dos níveis de estoques com a integração dos sistemas produtivos. Por último, estariam os custos.

O investimento, ou seja, o estoque disponível é relegado a um plano sem importância. No mundo do custo, as prioridades são: despesas operacionais, gastos gerais de fabricação e estoque. [...] as prioridades do mundo do ganho tornam-se sem efeito, caso sejam comparadas com as do mundo dos custos: ganho ou vendas líquidas, inventário e despesas operacionais. Esta é a nova ordem. (PLANTULLO, 2001, p. 62).

[...] The common thread in Just-in-Time [JIT], Total Quality y Management [TQM], and TOC is that reducing inventories should be given priority over reducing operating expenses. Reducing inventories, other than strategic inventory necessary for protecting the release of material to floor on time and to buffer the constraints, will decrease assets, increase throughput, and decrease operating expenses, all of which increase return on investment to the organization. (SMITH, 2000, p. 64).35

A situação de balanceamento de capacidade, mais especificamente entre os departamentos de Grafitação e Cozimento [o gargalo], também é percebida como um fator complicador e como ameaça. Conforme apontado por Guerreiro (1996, p. 3), “a teoria das restrições advoga contra o balanceamento de capacidade e a favor de um balanceamento de fluxo”. Isto porque, quando o departamento mais próximo do gargalo tem limites de produção próximos a este, qualquer eventual desvio36 precisará de bastante tempo para recuperar a

produção perdida. Tanto mais tempo quanto mais próximas forem as capacidades.

35[...] A linha comum no Just-in-Time [JIT], Total Quality y Management [TQM], e TOC é que a redução de estoque

deve ser prioritária em relação à redução dos custos operacionais. A redução dos estoques, além dos estoques estratégicos necessários para a proteção de saída de material para a base a tempo e para contornar as restrições, vai diminuir os ganhos, aumentar a entrada e diminuir as despesas operacionais, tudo que aumenta o retorno dos investimentos na organização.

36 A TOC usa comumente o termo ‘Murphy’, expressão relacionada às ‘Leis de Murphy’, se referindo a falhas,

De fato, a TOC prega o “desbalanceamento” da capacidade produtiva como um facilitador para o processo de gestão do gargalo, principalmente no intuito de obter-se menores índices de inventário. Porém, atenta para o falso aparecimento de “gargalos flutuantes”, devido, principalmente, ao mau gerenciamento da capacidade e à formação de lotes de trabalho desnecessários em cada uma das etapas produtivas.

Paradas aleatórias causadas por ‘Murphy’ podem provocar uma fila em qualquer seqüência de trabalho, mas os não-gargalos devem ter capacidade suficiente para recuperar. Picos devidos a ‘Murphy’ são parte de todo sistema de produção, e o TPC espera que aconteçam. (SMITH, 2000, p. 79, tradução nossa).

A habilidade de uma área para recuperar a produção quando atingida por ‘Murphy’ dita a habilidade do sistema de se recompor no tempo. Quanto menor a capacidade de recuperação, mais tempo deverá ser reservado aos pulmões do tambor e de expedição para garantir a integridade do tambor e da programação. De uma forma geral, quanto menor a capacidade dos não-gargalos, maiores serão os pulmões. […] Existe um tradeoff entre investimento em capacidade e investimento em tempo de recuperação [o pulmão na frente do tambor é uma forma de armazenar tempo de recuperação]. Uma empresa pode investir em capacidade de recuperação nos não gargalos ou inventário de material em processo e tempos de ciclo maiores para proteger o tambor. (SMITH, 2000, p. 80).

Não é por isso, contudo, que o “desbalanceamento” da capacidade produtiva se torna uma condição totalmente necessária para a implementação do TPC.

Pode ser que os gargalos se movam o tempo todo em sua companhia [...] muito raramente o gargalo se move devido a mudanças na combinação de produtos ou de pedidos, muito raramente. Mesmo em oficinas onde nunca se repete nada. A maior parte do que oferecem ao mercado é essencialmente idêntico e mesmo ali pode se descobrir que mudanças na combinação alterarão o gargalo uma vez em três ou quatro meses, mas nunca todos os dias. (GOLDRATT, 2002a).

Sim, podemos ter um recurso gargalo alimentando outro recurso gargalo e ainda estarmos em um sistema sem nenhum gargalo interativo. [...] Desde que assumimos a existência do gerenciamento de pulmão, nós temos um mecanismo para proteger os centros de trabalho contra atrasos significantes. (GOLDRATT, 1990, p. 258, tradução nossa).

Quando existem centros de trabalho com capacidades muito próximas – principalmente quando um deles é o gargalo – pode existir a formação de gargalos interativos. Porém, o gerenciamento de pulmão é a ferramenta que deve ajudar a identificar as razões para a existência destes gargalos interativos, razões estas que são muitas vezes apresentadas como restrições políticas.

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