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III – METODOLOGIA

E. PRIV Dar a conhecer aos alunos a planificação das aulas

2. Análise Comparativa

Procederemos ao cruzamento dos dados recolhidos a fim de se analisar e comparar as culturas, políticas e práticas inclusivas nas escolas envolvidas. A análise tem por base as opiniões dos responsáveis, professores; pais/EE e alunos das duas escolas. Visará compreender se os aspectos positivos referidos pelos responsáveis são também identificados pelos professores e pais. Posteriormente analisar-se-ão as barreiras comuns e procurar-se-á entender se as mesmas geraram prioridades de desenvolvimento nos grupos envolvidos.

Por último, será feita uma reflexão sobre os dados recolhidos pelos alunos.

Para um enquadramento mais claro, dividimos novamente a análise nas três dimensões do Índex.

Dimensão A - Culturas Inclusivas a) Sentido de Comunidade

O responsável da E.PUB. reconhece expressamente como aspectos positivos: • Colaboração entre os profissionais

• Respeito mútuo entre os professores e alunos • Envolvimento da comunidade local

No que diz respeito à colaboração entre profissionais, tanto professores como pais corroboram esta opinião.

docentes concordar com a responsável, é curioso verificar que a percentagem de pais com esta opinião é reduzida (44%).

O envolvimento da comunidade local é outro dos aspectos positivos mencionados pela responsável, mas poucos docentes (33%) concordam com este tipo de parceria.

O director do E.PRIV. destaca como ponto forte a colaboração e interajuda entre os profissionais e gestores. Esta é uma opinião consensual entre professores e pais (67%).

b) Valores Inclusivos

Neste segundo ponto, a responsável pela E.PUB. valoriza e indica inequivocamente a prática de uma filosofia inclusiva compartilhada pela comunidade escolar, embora esta só seja visível para um número reduzido de professores (22%). Outros dos aspectos referidos como positivos são:

• Valorização de todos os alunos

• Incrementar a participação de todos na vida da escola

Relativamente à valorização de todos os alunos, 78% dos professores corroboram a opinião da responsável. No entanto, poucos pais partilham esta ideia (44%). Ainda assim, é interessante constatar que muitos deles (82%) reconhecem o esforço dos docentes para que todos os alunos alcancem sucesso na aprendizagem.

É curioso verificar que quanto ao incremento da participação de todos na escola, os professores consideram que há um esforço no sentido de eliminar as barreiras existentes (67%).

O responsável do E.PRIV. também enuncia a prática de uma filosofia inclusiva compartilhada pela comunidade escolar e a valorização de todos os alunos. Quanto à filosofia de inclusão compartilhada, ela é perceptível por metade dos docentes inquiridos

(50%). Vale a pena mencionar que, relativamente à valorização e às expectativas elevadas de desempenho dos alunos, a maioria dos professores reconhece essa valorização (67%). No entanto, estranhamente, quando questionados sobre as expectativas de desempenho dos alunos, o resultado (100%) não é o mesmo, uma vez que não há nenhum professor que concorde na plenitude com este aspecto. Curiosamente, tratando-se de uma escola privada, há uma pequena percentagem de pais (44%) a considerar não haver favorecimento de alunos por parte do professor. Estes valores não são muito mais expressivos, no que toca ao esforço de ajuda e valorização dos professores em relação aos alunos (67%).

c) Mudanças Necessárias

Não obstante os aspectos positivos apontados pelos dois responsáveis nem sempre serem coincidentes e os referidos pelos pais e professores não serem concordantes, a verdade é que o resultado final, relativo às mudanças necessárias, é o mesmo, quer na E.PUB. quer no E.PRIV. Uma maior colaboração entre alunos, professores, pais e comunidade local, assim como uma filosofia inclusiva mais compartilhada entre a comunidade escolar, aceitando e respeitando todos os alunos, são citadas por todos eles.

Ainda assim, nem todas as mudanças identificadas como necessárias correspondem às prioridades de desenvolvimento reconhecidas, como abordaremos mais à frente.

Dimensão B - Políticas Inclusivas a) Desenvolvimento de uma Escola para Todos

A responsável pela E.PUB. salienta como aspectos positivos neste domínio: • Contratação/Promoção de profissionais é clara e transparente

No que concerne à contratação e promoção, ela não é tão transparente para os professores (33%) tal como a responsável afirma.

Já a integração positiva dos professores (50%) e alunos (78%), é um dado consensual entre docentes e pais. Os pais sentem-se bem acolhidos (71%) e reconhecem a dedicação dos professores em tornar a escola num espaço aprazível e motivante para os alunos (71%).

Quanto à constituição das turmas, organizadas de forma a promover o sucesso de todos, poucos professores concordam com a responsável (44%). Já os pais, uma percentagem deles (58%) reconhece o gosto dos professores em leccionar qualquer turma.

O responsável pelo E.PRIV. referiu também como pontos fortes: • Integração positiva dos professores e dos alunos

• Turmas equilibradas para atender à diversidade

Estes pontos são corroborados por grande parte dos professores, que constatam a integração bem conseguida dos alunos (100%) assim como dos profissionais (67%). Uma percentagem elevada também considera que as turmas estão organizadas para garantir o sucesso de todos os alunos (83%). É de salientar que o responsável justificou que as turmas eram elaboradas pelos psicólogos.

b) Apoio à Diversidade

A responsável da E.PUB. identificou como positivo: • Apoio coordenado

• Políticas de NEE claras

• Articulação escolar frente às questões comportamentais (como a exclusão social; bullying; abandono escolar)

coordenadas (67%), mas uma percentagem elevada considera pouco eficaz o apoio dado aos alunos que têm o português como segunda língua (66%).

Quanto às políticas relativas às NEE, existe uma percentagem reduzida de professores a concordar com a responsável (44%).

Relativamente à forma como a escola resolve as questões comportamentais, não só na articulação que faz destas com o apoio à aprendizagem, mas ainda nas políticas adoptadas para diminuir a exclusão social, o abandono escolar e o bullying, a maioria dos professores corrobora a opinião da responsável (67%). Este esforço da escola em reduzir este tipo de barreira é ainda visível pela maioria dos pais/EE (71%).

O director do E.PRIV. reconheceu como aspectos positivos da escola: • Apoio coordenado

• Acções de formação adequadas às necessidades

• Minimização da exclusão, do abandono escolar e desencorajamento do bullying

No que concerne às formas de apoio à diversidade de alunos, os professores desta escola também consideram que existe uma articulação adequada (67%), embora menos evidente no ensino do Português, como segunda língua (33%).

A opinião do responsável sobre a formação dos profissionais é corroborada apenas por metade dos professores (50%).

Quanto às formas de minimizar as questões relativas à exclusão social, ao abandono escolar e ao desencorajamento do bullying, este esforço é reconhecido e corroborado por um número elevado de professores e de pais.

c) Mudanças Necessárias

Neste ponto, há mudanças identificadas nos distintos grupos que são coincidentes. Os professores das duas escolas envolvidas salientam a importância de tornar mais clara a contratação e promoção dos profissionais. Reconhecem ainda que, no diz respeito ao apoio à diversidade, é fundamental clarificar as políticas de NEE e articular de forma mais evidente as questões comportamentais e de aconselhamento com as políticas de desenvolvimento curricular.

Dimensão C - Práticas Inclusivas a) Organizar a Aprendizagem

Na E.PUB. muitos são os pontos fortes neste domínio: • Planificação do ensino para atender à diversidade • Implicação e participação dos alunos na aprendizagem • Colaboração entre alunos como meio à aprendizagem • Cooperação entre professores (planificação e avaliação) • Co-responsabilização dos professores de apoio

A maioria dos professores e pais concorda com a responsável no que toca ao trabalho colaborativo entre professores (78%), professores de apoio (67%) e alunos (78%), assim como com a co-responsabilização dos professores de apoio (76%). Esta opinião também é partilhada pelos pais.

No que concerne à implicação dos alunos na sua aprendizagem, muitos professores planificam as aulas para atender à diversidade (71%). No entanto, para os pais o envolvimento dos alunos na sua aprendizagem nem sempre é evidente. Uma percentagem importante (53%) considera que os alunos desconhecem a planificação das aulas feita pelos

professores.

Um dado curioso é que, na perspectiva dos professores, a disciplina em sala de aula fomenta uma relação respeitosa (78%) entre professores/alunos, mas este reconhecimento é visível para somente metade dos pais (53%).

Para o director do E.PRIV., os pontos positivos nas práticas inclusivas assemelham-se às opiniões da responsável da E.PUB.:

• Planificação do ensino para atender à diversidade • Participação dos alunos na aprendizagem

• Colaboração entre alunos como meio à aprendizagem • Cooperação entre professores (planificação e avaliação) • Co-responsabilização dos professores de apoio

Os docentes corroboram estes pontos. Uma percentagem elevada considera que a planificação é feita para atender à diversidade (83%), fomentando a participação dos alunos (100%) e todos eles dizem compreender a diferença (100%), um dado que não é tão evidente para o responsável, que reconhece, dada a natureza privada da escola, que a diferenciação pode levar à discriminação. Quanto ao trabalho cooperativo entre professores, este dado já só é expresso por metade dos docentes (50%), igual valor para a co-responsabilização do professor de apoio (50%), que na óptica dos pais se traduz para percentagens inferiores (33%). É ainda de salientar que a maioria dos professores (83%) considera que os alunos são implicados no seu processo ensino/aprendizagem, embora poucos pais corroborem esta opinião (33%), expressa pelo desconhecimento que os alunos têm das planificações feitas pelos professores e pelo pouco interesse demonstrado nas actividades realizadas fora da sala

b) Mobilizar Recursos

Na E.PUB. os aspectos mencionados como positivos são

• Aproveitamento das competências/conhecimento dos profissionais • Desenvolvimento de recursos por parte dos profissionais

• Distribuição justa dos recursos da escola

A opinião dos professores relativamente a estes aspectos é contraditória. Poucos docentes consideram que as suas competências e conhecimentos são aproveitados pela escola (33%). Muitos deles desenvolvem recursos como forma de resposta ao apoio à aprendizagem (67%), por considerarem que os recursos existentes na escola não são distribuídos de forma justa (44%) e os da comunidade são desconhecidos/inutilizados (89%).

Neste campo as opiniões do director do E.PRIV. assemelham-se: • Desenvolvimento de recursos por parte dos profissionais • Conhecimento e utilização dos recursos da comunidade • Distribuição justa dos recursos da escola

Na perspectiva dos professores, somente metade dos docentes concorda com o desenvolvimento de recursos e com a sua distribuição justa. É interessante verificar, que poucos corroboram a opinião do director relativamente ao conhecimento/utilização dos recursos da comunidade escolar (17%).

c) Mudanças Necessárias

Dentro das práticas inclusivas, foi possível identificar as mudanças necessárias e comuns às duas escolas. Na forma como se organiza a aprendizagem, é fundamental que os T.P.C contribuam para a aprendizagem de todos os alunos. Relativamente à mobilização de recursos, as escolas são unânimes quanto à necessidade de utilizar e conhecer os recursos da comunidade local.

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