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Capítulo 5: Estudo de caso

5.9. Análise crítica ao sector da manutenção

De acordo com a recolha de dados efectuada na empresa em estudo, nomeadamente ao sector da manutenção, passamos de seguida a apresentar um resumo das principais forças e fraquezas internas, controladas pela empresa, assim como, as principais oportunidades e ameaças externas que influenciam este sector, com especial incidência sobre a actividade da manutenção praticada no subsistema do Vale Douro Sul. O sistema de análise utilizada para a abordagem aqui apresentada foi baseada na análise SWOT 2).

A análise SWOT caracteriza-se por ser uma ferramenta que permite o planeamento estratégico de uma empresa ou de um sector, possibilitando uma análise conjunta dos aspectos positivos e negativos, quer internos como externos, que influenciam a posição competitiva e estrutural da sua actividade. Desta forma, esta análise irá permitir expor a envolvência geral da empresa em foco, com a qual, facilmente podem ser evidenciadas medidas pró-activas de melhoria, que promovam o aumento competitivo e estrutural da organização.

Desta forma, passamos a apresentar na figura seguinte um resumo da análise SWOT feita ao sector de manutenção da AdTMAD, seguido da explicação detalhada dessa mesma análise.

2)

SWOT – Representa uma ferramenta de gestão que reúne e avalia as forças (strenghts), fraquezas (weaknesses), oportunidades (opportunities) e ameaças (threats), numa empresa.

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Figura 5.82 – Análise SWOT ao sector da manutenção da AdTMAD

S W

Strenghts Weaknesses

Forças Fraquezas

O T

Opportunities Threats

Oportunidades Ameaças

i) Estrutura organizativa do sector;

ii) Propostas de acções de melhoria; iii) Software de gestão de manutenção; iv) Equipas técnicas multifuncionais; v) Políticas e níveis de manutenção

adoptados;

vi) Orientação do sector segundo prioridades; vii) O reconhecimento da importância do

sector;

viii) Práticas de manutenção autónoma; ix) Formação e educação dos colaboradores; x) Indicadores de desempenho.

i) Falta atempada de materiais e

peças de substituição;

ii) Défice de técnicos de

manutenção;

iii) Organização centralizada de

stocks;

iv) Baixos índices de retorno

financeiro.

v) Falta de indicadores de

desempenho para o sector

i) Implementação do PEAASAR II; ii) Novas vias de comunicação; iii) Concessão de serviço em

“baixa”.

i) Dispersão das instalações no plano

geográfico;

ii) Diminuição de recursos hídricos no

SAA;

iii) Aumento da pluviosidade no SAR.

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Forças

i) A Estrutura organizativa do sector da manutenção revela ser uma mais-valia para a empresa, tendo em conta a descentralização do sector de actividade pelas cinco regiões de actuação. Denota-se que este tipo de organização promove a proximidade e rapidez de actuação às instalações produtivas, segundo a especificidade e nível de conhecimentos exigidos para a intervenção;

ii) As propostas de acções de melhoria realizadas essencialmente pelos Operadores de produção e Técnicos de manutenção revelam uma atitude pró-activa e de motivação para com a actividade que estes desempenham, ajudando a empresa a alcançar os seus objectivos;

iii) O Software de gestão e planeamento de manutenção representa uma ferramenta de grande utilidade, na medida em que facilita a organização do sector e promove o envolvimento e actuação da actividade de manutenção e operação no decurso das tarefas e actividades de manutenção;

iv) As equipas técnicas multifuncionais de que a empresa dispõe, permitem que esta seja praticamente auto-suficiente na actividade de manutenção, conferindo uma maior celeridade no tempo de resposta às solicitações de manutenção;

v) As políticas e níveis de manutenção adoptados promovem essencialmente a redução de avarias com a adopção de planos de manutenção preventiva e estabelece as funções e responsabilidades dos agentes que participam na actividade de manutenção;

vi) A orientação do sector de manutenção, segundo prioridades, define linhas de actuação para a actividade de manutenção, promovendo a resposta do sector segundo a especificidade e urgência às solicitações de intervenção;

vii) O reconhecimento da importância do sector para a empresa, promove o envolvimento e participação da gestão de topo na dinamização das actividades organizacionais do sector da manutenção, com o objectivo de alcançar as metas específicas do sector e gerais da empresa;

viii) As práticas de manutenção autónoma, promovem a eficiência dos equipamentos,

através da participação dos operadores para a execução de pequenas actividades de inspecção, lubrificação e limpeza, permitindo antecipar e alertar para potenciais problemas;

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ix) A formação e educação adoptada pela empresa promove, a aquisição de novos conhecimentos para os técnicos de manutenção, habilitando-os a agir de forma correcta e autónoma, promovendo as práticas de higiene, segurança e controlo ambiental intrínsecas à actividade;

x) Os indicadores de desempenho, embora de uma forma limitada no que respeita à sua abrangência, denota-se o reconhecimento da sua importância por parte da organização, como forma de identificar e eliminar perdas de ineficiência nos equipamentos e instalações produtivos que possam comprometer os objectivos da empresa.

Fraquezas

i) A falta atempada de peças e materiais de substituição, condiciona o tempo de resposta na resolução de avarias. Verifica-se que o procedimento adoptado pela empresa para o serviço de compras, revela ser um tanto ou quanto burocrático, influenciando negativamente a actuação do sector da manutenção;

ii) As equipas técnicas de manutenção, tendo em conta a dispersão das instalações no plano geográfico, denota-se serem em número insuficiente para responder às solicitações de carácter urgente;

iii) Organização de stocks centralizada, com alguns materiais de baixo valor, influencia negativamente o tempo de resposta à resolução de avarias e induz ao aumento de custos com transportes entre o armazém e o local onde os materiais são necessários;

iv) Os baixos índices de retorno financeiro, com a deficiente cobrança de facturas, compromete não só a sustentabilidade geral da empresa, assim como a celeridade na resposta às solicitações impostas ao sector de manutenção, com a disponibilidade de materiais.

v) A falta de indicadores de desempenho para a organização e planeamento da manutenção, revela ser uma lacuna, na medida em que não se encontram definidos pela empresa indicadores que permitam conhecer o desempenho da gestão e planeamento do sector, assim como os custos associados à sua actividade geral.

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Oportunidades

i) A Implementação do PEAASAR II, através das suas metas poderá permitir a sustentabilidade e dinamização do sector da manutenção, assim como a reabilitação das instalações produtivas na actividade do SAA e SAR. Tal facto poderá vir a traduzir- se na diminuição de avarias e consequente necessidade de acções de manutenção correctiva;

ii) A construção de novas vias de comunicação, nomeadamente a conclusão das infra- estruturas rodoviárias na região de Trás-os-Montes e Alto Douro, poderá diminuir o tempo e custo associado às deslocações dos técnicos de manutenção, permitindo o aumento da taxa efectiva de intervenções realizadas;

iii) A concessão dos serviços em “baixa”, pela AdTMAD, permitirá à empresa realizar o serviço de abastecimento e tratamento de águas residuais directamente ao consumidor/produtor. Pensa-se que a prática deste serviço, poderá garantir a sustentabilidade financeira da empresa, na medida em que a cobrança das facturas será feita directamente aos Munícipes, sem intermédio dos Municípios, possibilitando a recuperação integral dos custos incorridos com os serviços prestados.

Ameaças

i) Dispersão geográfica das instalações, resultante dos baixos aglomerados populacionais existentes na região, traduz-se num elevado esforço financeiro por parte da empresa no que respeita às deslocações inerentes à actividade dos técnicos de manutenção. Para além do exposto, verifica-se que limita as deslocações e consequente apoio dos Coordenadores de manutenção aos Responsáveis de manutenção, afectos às respectivas sub-regiões, e diminui o tempo de resposta às solicitações de manutenção;

ii) Diminuição dos recursos hídricos disponíveis para o SAA, nomeadamente na época de Verão, compromete a actividade diária da manutenção no que respeita ao cumprimento dos planos de manutenção preventiva, na medida em que todos os esforços são canalizados para a instalação de equipamentos e soluções provisórias que evitem interromper o abastecimento de água às populações;

iii) Aumento da pluviosidade para o SAR, traduz-se num aumento de avarias e consequente acréscimo de solicitação de manutenção correctiva, na medida em que juntamente com as águas residuais são arrastados um elevado número de detritos para as instalações de tratamento de águas residuais, aumentando as avarias nos equipamentos electromecânicos instalados.

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