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Capítulo 5: Estudo de caso

5.3. Principais etapas dos processos do SAA e SAR

Conforme abordado anteriormente, a actividade da empresa, encontra-se dividida por dois processos de actuação distintos, ou seja: tratamento e abastecimento de água para consumo e tratamento de águas residuais.

O processo SAA compreende cinco grandes fases, conforme passamos a descrever: A primeira fase inicia-se pela captação de água em meios hídricos superficiais ou subterrâneos, nomeadamente, barragens, albufeiras, assim como através de furos artesianos.

Aqui, a empresa dispõe de origens em quantidade e qualidade suficiente para cobrir as necessidades que assegurem a fiabilidade no abastecimento a toda a população abrangida.

A segunda fase respeita à elevação da água captada até ao local de tratamento da mesma.

Esta fase revela-se necessária, compreendendo que o ponto de recolha da água bruta se encontra a uma cota inferior ao local de tratamento da mesma. Por razões óbvias os pontos de recolha estão situados numa posição geográfica baixa, que permita a maior recolha e armazenamento de água nas suas bacias de retenção. Para além do exposto, o facto de esta fase ser realizada sob pressão e não por gravidade, resulta das vantagens decorrentes para o processo de tratamento, nomeadamente para os equipamentos instalados. A terceira fase diz respeito ao tratamento da água propriamente dito. Este processo desenrola-se em ETA, com o fundamento de corrigir as características físicas, químicas e biológicas da água, de maneira a torná-la adequada para consumo, sendo esta fase do processo denominada pela fase líquida.

As lamas extraídas e resultantes da fase líquida passam por um processo de espessamento, que incorpora o processo da fase sólida. A concepção e instalação de cada ETA, difere de instalação para instalação, no que respeita à sua capacidade produtiva, assim como, pelo método ou processo instalado para realizar o tratamento, no entanto o fundamento básico final mantem-se inalterado para qualquer uma delas. A quarta fase do processo é integrada pela adução, ou seja, o processo de transporte da água tratada em ETA, até ao ponto de entrega ou armazenamento em “alta” da mesma.

A fase de adução pode compreender uma distância muito elevada, chegando mesmo a atingir dezenas de quilómetros de condutas que permitem o transporte da água ao ponto de entrega final. Por fim, a quinta fase compreende o armazenamento da água em “alta”. Este armazenamento é conseguido com recurso a reservatórios existentes para o efeito, que permitem o abastecimento de água aos reservatórios em “baixa”, existentes na área circundante a esta instalação. Em determinadas situações, resultante da distância entre a ETA e os reservatórios, verifica-se a necessidade de corrigir alguns parâmetros no tratamento da água, que foram alterados no processo de transporte realizado na fase de adução.

66 Considerando o processo do SAR, verifica-se que este é realizado em quatro fases gerais, sendo estas:

Recolha das rejeições provenientes de fontes tópicas de origem urbana; transporte para local de tratamento; tratamento; e descarga das águas e sólidos tratados em condições que não adulterem a qualidade da água, bem como os demais meios receptores. Serão de seguida descritas em pormenor cada uma das referidas fases.

A primeira fase, denominada por drenagem, diz respeito à recolha das águas residuais em “alta”, ou seja, no local onde a rede municipal deposita a recolha feita em “baixa”.

A segunda fase é caracterizada pela elevação. Esta fase acarreta a condução das águas residuais desde os locais de recolha, até ao local de tratamento, podendo o transporte das águas residuais ser feito sob pressão ou em modo gravítico. Contrariamente ao processo do SAA, no SAR denota-se a predominância desta fase em modo gravítico, em virtude das instalações de tratamento se encontrarem estrategicamente a uma cota inferior ao local de produção dos resíduos.

A terceira fase diz respeito ao processo de tratamento das águas residuais, sendo este realizado em estações de tratamento de águas residuais (ETAR). Nesta fase são realizadas correcções das características físicas, químicas e biológicas, considerando as características do meio receptor, no final do tratamento. Esta fase é subdividida em duas subfases, resultante da tipologia do material tratado, ou seja, a fase líquida, pode resultar na eventual reutilização das águas residuais tratadas, para usos compatíveis com a sua qualidade. A fase sólida compreende o tratamento das lamas geradas no processo produtivo da ETAR.

Por último, a quarta fase compreende o processo de transporte para destino final do resultado do tratamento das águas residuais efectuado na fase líquida, habitualmente descarregadas em meio hídricos, assim como, do resultado da fase sólida, através do transporte das lamas para destino adequado, usualmente destinadas para a agricultura, ou transportadas para aterro sanitário.

Na figura 5.2, encontram-se esquematizadas as fases do processo produtivo do SAA e SAR, respeitante à actividade da AdTMAD.

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Figura 5.2 – Etapas gerais do processo do SAA e SAR.

Processo do SAA

Fases do processo produtivo na actividade

da AdTMAD

Processo do SAR Captação

Recolha de água no meio hídrico, superficial ou subterrâneo

Elevação

Elevação de água, com o objectivo que esta circule sobre pressão e vença barreiras

Tratamento

Correcção das características, físicas, químicas e biológicas da água, de maneira a torná-la própria para consumo

Adução

Transporte da água tratada, desde a ETA, até às zonas de consumo Armazenamento em “alta” Armazenamento da água, assegurando o ininterrupto abastecimento Drenagem

Recolha de águas residuais

Elevação

Condução sob pressão ou gravidade das águas residuais para

tratamento

Tratamento

Correcção das características, físicas, químicas e biológicas, tendo em consideração o meio receptor

Fase Líquida

Eventual utilização das águas residuais tratadas para uso compatível com a sua qualidade

Fase Sólida

Tratamento e destino final das lamas geradas no tratamento das águas residuais Destino final Descarga no meio receptor dos líquidos resultantes do tratamento Destino final Encaminhamento das lamas para destino final adequado Fase Líquida Fase Sólida Espessamento de lamas Destino final Entrega das lamas em aterro sanitário

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