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Capítulo 5: Estudo de caso

5.6. Descrição do processo e equipamentos de um subsistema pertencente ao SAA – Vale

5.6.2. Tratamento de água em ETA

5.6.2.2. Coagulação/Floculação/Adsorção

Nesta fase de tratamento, à água proveniente da etapa de remineralização são doseados reagentes em duas fases, denominadas pela fase de mistura rápida e pela fase de mistura lenta. Na primeira fase, a mistura rápida é conseguida em duas câmaras dispostas em série, com agitadores mecânicos, onde é adicionado um coagulante. Nesta fase do processo, verifica-se que em determinados períodos do ano resultante das características da água da albufeira é ainda doseado um reagente à base de carvão em pó. Na segunda fase, a mistura lenta é feita igualmente em duas câmaras em série com agitadores mecânicos, onde é adicionado um floculante.

A adição destes reagentes permite a agregação das partículas em suspensão, facilitando a sua separação nas etapas subsequentes.

A denominação desta etapa, por mistura rápida e mistura lenta, resulta do tempo estacionário da água em cada uma das fases, permitindo desta forma, a correcta diluição e contacto dos reagentes na água. As fases de mistura referidas decorrem ao longo de 11 minutos no processo de tratamento.

Nas figuras seguintes encontram-se respectivamente representados, o tanque de mistura rápida e o tanque de mistura lenta, onde podemos observar os motores eléctricos acoplados a redutores mecânicos, que permitem a agitação e mistura dos reagentes na água através de turbinas submersas.

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Figura 5.23 – Tanque de mistura rápida

Figura 5.24 – Tanque de mistura lenta

Na figura anterior, podemos ainda observar o tubo de adição de reagentes na entrada da câmara de mistura lenta.

Nesta câmara encontram-se instaladas duas válvulas de fundo, permitindo a descarga das lamas acumuladas, que serão posteriormente encaminhadas para o processo de tratamento da fase sólida, conforme será abordado mais à frente neste trabalho.

Quer na câmara de mistura rápida, como na câmara de mistura lenta, encontram-se instalados medidores de PH que permitem a análise das características da água e consequente informação do sistema de gestão da ETA, que por sua vez, efectuará o controlo do doseamento de reagentes no processo de tratamento, conforme se mostra na figura seguinte.

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Figura 5.25 – Controlador e sonda de medição de PH

Considerando aos reagentes utilizados nesta etapa do processo de tratamento, verifica- se que a ETA dispõe na sua instalação de uma área dedicada aos mesmos, na qual é feito o armazenamento, preparação e adição ao tratamento. Na figura seguinte, encontram-se representados os silos de armazenamento dos reagentes que são preparados e adicionados ao processo através das respectivas electrobombas, dedicadas para o efeito.

Consoante o tipo de produto armazenado em cada um dos silos, verifica-se que estes se encontram equipados com motores eléctricos, ou electrobombas, que efectuam o transporte dos reagentes para a sala de preparação, onde se encontram os tanques e as bombas doseadoras responsáveis pela adição dos reagentes ao processo de tratamento. De referir, que o doseamento dos reagentes é realizado em modo automático, sendo este processo controlado através dos equipamentos de análise de água, anteriormente referidos.

95 No interior da sala de preparação de reagentes, o coagulante, é preparado num tanque onde se encontra instalado um moto-redutor que permite a agitação do mesmo, evitando sedimentações indesejáveis. A adição do coagulante é feita com recurso a duas electrobombas doseadoras de diafragma, sendo uma de reserva activa da outra, ou seja, estas electrobombas funcionam em modo de alternância no processo. De referir que as bombas doseadoras trabalham em função do caudal e características da água de entrada na ETA, estando o seu funcionamento controlado por variadores de frequência que permitem a variação do caudal de reagente necessário ao processo de tratamento.

Na figura seguinte encontram-se representados os dois grupos doseadores responsáveis pela adição do coagulante.

Figura 5.27 – Equipamentos de adição de coagulante

Para preparação do floculante, a ETA dispõe de um equipamento autónomo para o efeito, que está integrado no processo automático de tratamento da estação. Este equipamento está dotado de um quadro eléctrico, dois agitadores para preparação do reagente e três electrobombas doseadoras que permitem adicionar o floculante nos tanques de tratamento. À semelhança do exemplo anterior, também para a adição do floculante, as respectivas electrobombas funcionam em modo de alternância, em função do caudal e características da água de chegada à ETA, sendo estas controladas por variadores de frequência, o que permite aumentar ou diminuir a quantidade de reagente necessário para o tratamento. Na figura seguinte, encontra-se representado o equipamento de preparação do floculante, com as electrobombas de doseamento a um nível inferior do tanque de preparação.

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Figura 5.28 – Equipamento de preparação e adição de floculante

O terceiro reagente, utilizado nesta etapa do processo é denominado por leite de cal. Este reagente é produzido à base de cal em pó, proveniente do respectivo silo de armazenamento, sendo esta transportada mecanicamente através de um parafuso sem fim, accionado por meio de um motor eléctrico. A preparação deste reagente é realizada em dois reservatórios, nos quais se encontram instaladas bóias de nível para controlo do processo de preparação, através de níveis máximos e mínimos de reagente existente no tanque. A fim de auxiliar a preparação do reagente, encontram-se instalados nos tanques dois moto-redutores acoplados a turbinas submersas, que efectuam a sua agitação mecânica, evitando sedimentações de cal no fundo do tanque de preparação.

Para o doseamento do leite de cal no processo de tratamento, encontram-se instaladas quatro electrobombas doseadoras, sendo duas de reserva activa das outras duas, funcionando estas em modo de alternância. Também aqui, o caudal de adição deste reagente varia automaticamente em função do caudal e características da água de entrada na ETA, estando para o efeito, as electrobombas doseadoras controladas por variadores de frequência.

Nas figuras seguintes podemos observar respectivamente, os agitadores instalados na parte superior dos tanques, as electrobombas de adição de leite de cal, as válvulas de corte manual e as válvulas anti-retorno, instaladas nas respectivas condutas que efectuam o transporte do reagente até à zona de contacto no processo de tratamento.

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Figura 5.29 – Preparação do reagente leite de cal

Figura 5.30 – Equipamentos para adição de leite de cal

Por último, na sala de reagentes, verifica-se a existência de uma unidade de preparação e adição de carvão em pó activado. Esta unidade é constituída por uma tremonha de recepção do carvão em pó, que é descarregado nesta por meio de “big-bags”. O carvão em pó é transportado da tremonha para a cuba de preparação através de um parafuso sem-fim, accionado por um motor eléctrico, onde é feita a adição de água de modo a preparar este reagente para ser adicionado ao processo de tratamento. Esta cuba de preparação de carvão activado é constituída por um moto-redutor que efectua a agitação e diluição do carvão, assim como, por uma sonda de nível que comanda o processo de preparação.

Este reagente é posteriormente adicionado ao processo de tratamento através de duas bombas doseadoras de diafragma, que funcionam em alternância no processo como reserva activa uma da outra.

98 Na figura seguinte podemos ver a unidade de preparação do carvão em pó activado, onde se encontram representados os equipamentos electromecânicos que constituem esta unidade.

Figura 5.31 – Equipamento de preparação e adição de carvão em pó activado

A sala dos reagentes está dotada de um diferencial eléctrico com ponte móvel, que possibilita o transporte e elevação dos ”big-bags” de carvão em pó para a unidade de preparação de carvão activado.

Todos os equipamentos afectos a esta etapa do processo revelam-se essenciais para garantir a qualidade no tratamento da água realizado pela ETA. Desta forma, e não obstante ao facto da instalação dispor de equipamentos em permanente monitorização do estado físico, biológico e químico do processo de tratamento, os sectores de operação e manutenção dedicam especial atenção e esforços na manutenção aos equipamentos instalados nesta etapa, como forma de garantir que os resultados espectáveis e necessários no final do tratamento não sejam alterados. Considerando o exposto, verifica-se que as OT´s referentes aos equipamentos associados a esta etapa de tratamento são por norma, classificadas com prioridade 4 ou 5, respeitante à classificação de prioridades estipulada pela empresa, anteriormente abordada neste trabalho.