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Capítulo 5: Estudo de caso

5.7. Descrição do processo e equipamentos de um subsistema pertencente ao SAR – Vale

5.7.2. Tratamento de águas residuais em ETAR

5.7.2.3. Decantação secundária

Nesta etapa, os efluentes residuais provenientes do tratamento biológico são encaminhados em modo gravítico para os tanques de decantação secundária, através de um tubo deflector que descarrega o efluente na parte central de cada decantador. O fundamento prático desta etapa resume-se na separação da biomassa proveniente da etapa de tratamento anterior, e pela extracção de lamas e efluente tratado para os processos subsequentes.

Para este efeito, a instalação dispõe de dois decantadores secundários instalados em paralelo. Cada um dos decantadores secundários está equipado com uma ponte raspadora de fundo e de superfície, que permite auxiliar o processo de sedimentação das lamas, encaminhando-as para o respectivo tanque de armazenamento. O funcionamento das pontes raspadoras é conseguido através de um redutor mecânico acoplado a um motor eléctrico, sendo este accionado por um variador de frequência que permite controlar a velocidade de cada ponte raspadora. As lamas acumuladas no fundo dos decantadores são encaminhadas para o tanque da estação elevatória, sendo este, composto por duas electrobombas submersíveis que transportam as lamas para o tanque de espessamento gravítico, integrando a fase sólida.

O efluente tratado resultante deste processo de tratamento é recepcionado numa caleira existente em todo o perímetro dos decantadores, sendo posteriormente conduzido em modo gravítico para a descarga final no meio receptor. As escorrências das lamas provenientes dos decantadores secundários são elevadas para o tanque de tratamento biológico, com recurso a três electrobombas submersíveis, iniciando novamente o processo de tratamento nesta etapa.

Nas figuras seguintes podemos observar em pormenor um dos dois decantadores secundários, com representação da ponte raspadora e a caleira de descarga do efluente tratado, em condições biológicas de ser conduzido em modo gravítico para o meio receptor, ou seja, o rio Távora.

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Figura 5.75 – Decantador secundário

Figura 5.76 – Descarga do efluente tratado para o rio Távora

Como forma de garantir a qualidade necessária do efluente residual tratado e a consequente preservação do meio receptor, a AdTMAD tem instalado um laboratório na ETAR, onde periodicamente são realizadas análises às amostras do efluente tratado.

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Figura 5.77 – Laboratório de análises instalado na ETAR do Vilar

5.7.2.4. Tratamento de lamas

Nesta etapa do processo, verifica-se que as lamas provenientes das ETAR compactas, associadas ao subsistema de águas residuais do Vilar, são descarregadas por meio de transporte rodoviário no tanque de recepção de lamas existente na ETAR do Vilar, com o fundamento de integrarem a fase sólida e consequentemente concluírem o processo de tratamento.

No tanque de recepção de lamas, encontra-se instalado um agitador submersível que permite a total homogeneização da matéria orgânica aqui depositada, sendo esta extraída para o tanque de espessamento gravítico através de uma electrobomba de rotor excêntrico.

Desta forma, as lamas provenientes das ETAR compactas e dos decantadores secundários, são compactadas por gravidade num decantador gravítico, sendo este composto por uma ponte raspadora motorizada que auxilia este processo. A extracção das lamas espessadas no decantador gravítico é realizada através de duas electrobombas de rotor excêntrico, que as conduzem para a unidade de desidratação de lamas. O efluente líquido que resulta do processo realizado no decantador gravítico é conduzido para descarga no meio receptor, através de uma caleira existente em todo o perímetro do mesmo.

Nas figuras seguintes encontram-se respectivamente representados, o decantador gravítico, o motor eléctrico acoplado à ponte raspadora e as electrobombas responsáveis pelo transporte das lamas à unidade de desidratação.

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Figura 5.78 – Decantador gravítico e respectivos equipamentos instalados

Nesta etapa do processo, encontra-se instalado um conversor de caudal electrónico que permite registar a quantidade de lamas desidratadas e tratadas na instalação.

O processo de desidratação mecânica das lamas é efectuado por meio de uma unidade de centrifugação, semelhante à utilizada na fase sólida do processo de tratamento de lamas desenvolvido na ETA do Vilar. Esta unidade de centrifugação é autónoma, encontrando-se o seu funcionamento, completamente integrado no processo de tratamento da ETAR. Para auxiliar o processo de desidratação de lamas, verifica-se que esta instalação de tratamento dispõe de uma unidade de preparação de polímero, sendo o seu funcionamento controlado pela unidade centrifuga.

Nas figuras seguintes encontram-se respectivamente representadas, a unidade de centrifugação e a unidade de preparação de polímero, com os respectivos motores agitadores de preparação deste produto químico e as electrobombas responsáveis pela sua adição na unidade centrífuga.

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Figura 5.79 – Unidade centrífuga de desidratação de lamas

Figura 5.80 – Unidade de preparação e transporte do polímero

Após a etapa de desidratação, as lamas são conduzidas para um contentor de armazenamento, através de um parafuso sem-fim acoplado a um moto-redutor eléctrico.

Considerando as escorrências resultantes da unidade centrífuga, verifica-se que estas são encaminhadas em modo gravítico para o poço de escorrências, sendo posteriormente elevadas por meio de uma electrobomba para o tanque de tratamento biológico, iniciando novamente o processo de tratamento.

Na figura seguinte, podemos observar o parafuso sem-fim que se encarrega de transportar as lamas provenientes da unidade centrífuga para o respectivo contentor de armazenamento, sendo estas, posteriormente transportadas para a valorização de terrenos agrícolas da região.

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Figura 5.81 – Equipamento de transporte de lamas da unidade centrífuga para o contentor