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ESCOLA PARTICULAR EM TEMPO INTEGRAL: A VOZ DE UMA

PRÁTICA

Neste capítulo são analisados os dados obtidos por meio dos instrumentos utilizados para sua coleta, obedecendo a seguinte seqüência: Análise documental, que envolve a análise da documentação pertinente aos interesses do estudo, tais como a Proposta Pedagógica, os Planejamentos dos professores e os Boletins bimestrais dos alunos; análise dos dados dos questionários, análise dos dados das entrevistas e, por fim a análise dos dados decorrentes da observação. Os dados obtidos pela investigação com pais e alunos, por tratar-se de dados apenas complementares, são inseridos na análise de alguns dos outros instrumentos com a finalidade de ilustrar ou estabelecer conexão com questões aí emergentes.

A análise consistirá essencialmente em verificar o que existe, com o intuito de criar um quadro da realidade. O significado destes dados e seu impacto na Proposta Pedagógica será assunto do capítulo seguinte.

3.1 - Análise documental: A Proposta Pedagógica

Na Proposta Pedagógica em vigor, datada de março de 2002, está declarado que os Parâmetros Curriculares Nacionais serviram de ponto de partida para a sua elaboração e que os componentes curriculares - objetivos, conteúdo, metodologia, avaliação - são estruturados com base nas experiências educacionais de todo o país e em pesquisas científicas realizadas na área. A Proposta é baseada na teoria construtivista:

Através deste documento observamos de maneira mais sistemática como a aprendizagem ganha nova força. A perspectiva da construção do conhecimento traz à tona um novo foco: a importância da atividade mental construtiva nos processos de aquisição dos conhecimentos. Assim, o conhecimento não é visto como algo externo ao indivíduo ou exclusivamente interno. É algo que se constrói a partir de referências históricas e sociais, interferindo neste processo fatores culturais e psicológicos. (p. 4).

Inicialmente constata-se a presença de alguns princípios bem abrangentes, referindo-se à filosofia da escola como um todo. Espalhados ao longo do texto estão uma série de referências a diversos aspectos da vida escolar que são como que princípios de ação ou linhas de orientação.

Para efeito didático, os “princípios” assim expressos, foram agrupados em categorias e descritos de forma sucinta, unicamente para facilitar sua posterior utilização na discussão dos resultados.

Princípios filosóficos gerais

a) Todo processo educativo há de orientar-se pela visão cristã do ser humano segundo a qual o centro do processo educativo é a pessoa em sua totalidade, visando a liberdade do indivíduo de acordo com os fundamentos do Evangelho.

b) Formar bons cidadãos e bons cristãos, através da aquisição de conhecimentos da ciência, da técnica e da religião, do desenvolvimento de valores naturais, morais e religiosos e da formação de atitudes coerentes com estes valores, visando à construção de uma sociedade justa e fraterna.

c) A proposta curricular não define conteúdos curriculares fechados, antes propõe posturas e caminhos metodológicos, assumindo a formação cristã e a do cidadão como eixos norteadores da sua organização curricular. Na proposta, vencer os conteúdos programados não é o primeiro objetivo, pois a maior preocupação é atuar na formação do indivíduo, no processo de recriação do seu “ser gente”, de ampliação dos conhecimentos e valores humanos como solidariedade, participação, justiça, enfim, de construção de um cidadão sem medo da vida.

d) Os conteúdos a serem ministrados são de vital importância na formação deste indivíduo-cristão-cidadão competente que está inserido num mundo de informações e que precisa antes de tudo saber o que realmente fazer com elas e como agir perante elas.

e) Observar os princípios básicos da educação de formação integral do ser humano que busca desenvolver suas quatro relações fundamentais, que lhe facilitam construir a felicidade para si e para os outros, quais sejam: relação consigo mesmo; relação com os outros; relação com a natureza; relação com Deus.

Conceito de Currículo

Considera-se como Currículo o conjunto integrado - formado pelos conteúdos, pelos procedimentos educativos e instrucionais explícitos e ocultos, e pelas expectativas e relações institucionais e humanas idealizadas como valores - a ser efetivado no processo escolar. Conceito de Educação

O conceito de currículo fundamenta-se numa concepção de educação que consiste numa ação integrada de conhecer, provocar e acompanhar o ser humano no processo de seu crescimento em direção à maturidade, no nível físico, psíquico e espiritual e em sua dimensão cognitiva, afetiva e comportamental. O conceito implica necessariamente a compreensão do ser humano como imbuído de forças e fraquezas poderosas tanto explícitas como ocultas.

A ação integrada pressupõe uma sintonia, ou seja, uma compreensão a mais unitária possível dos conceitos, valores e métodos por parte dos agentes educativos. Acrescente- se a convergência das compreensões e práticas em direção ao ideal institucional. Estes dois elementos - sintonia e convergência - são como dados indispensáveis à eficácia da ação educativa.

O método

a) A abordagem pedagógica privilegia a construção de conceitos pelos alunos. A base deste processo é a “integração curricular”. Os objetivos que definem capacidades e os

conteúdos que estão a serviço destas capacidades formam uma unidade, buscando o princípio da totalidade do conhecimento de forma sistematizada.

b) As questões sociais são tratadas de forma transversal, isto é, perpassam todo o conteúdo em todas as séries.

c) É adotada uma prática pedagógica interdisciplinar, capaz de superar a compartimentalização dos componentes curriculares.

d) A atenção à realidade emocional e desenvolvimento da afetividade são elementos essenciais na relação educativa.

O professor

a) Proporcionar aos profissionais da escola uma visão globalizada e integrada do ensino na instituição, sem a fragmentação em cada uma das séries, graus e modalidades de ensino.

b) Suscitar a discussão de caráter teórico-metodológico, revitalizadora da prática educativa, na linha de integração entre a teoria e a prática.

c) Estabelecer uma linguagem comum entre os agentes educativos, de forma a eliminar a dubiedade de interpretação e favorecer o trabalho pedagógico.

d) Capacitar os alunos, professores e demais funcionários para a mudança de postura, buscando formar seres críticos e conscientes dos seus papéis na construção de um mundo mais humano e solidário.

e) Privilegiar a participação ativa dos profissionais da escola nos encaminhamentos dos trabalhos mediante realização semanal de reuniões com professores, coordenações e direção, para reflexão conjunta de temas referentes aos princípios filosóficos da escola e debate sobre os problemas em busca de soluções.

O aluno

a) É esperado que o Currículo ... possa viabilizar (ao aluno) os princípios expressos na LDB 9394/96 de igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, de liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento a arte e o saber, do respeito à liberdade e apreço à tolerância, da valorização do profissional da educação escolar e da garantia do padrão de qualidade (Cf. na LDB 9394/96 – Art. 3º).

b) Formar indivíduos conscientes, capazes de dimensionar e redimensionar seus conhecimentos, utilizando-se de sua capacidade intelectual e de liderança, e contribuir para o bem comum, através de sua participação crítica, criatividade e ética, no sentido da procura dinâmica de integração da pessoa humana nos níveis físico, psíquico e espiritual, orientados pelos princípios da fé cristã.

c) É estabelecido o compromisso de auxiliar o aluno no seu processo de construção do conhecimento através da didática do aprender a aprender, na formação do ser humano cristão, dotado de valores éticos, tornando-o cidadão capaz de acreditar no seu potencial, de intervir na realidade que o cerca e de colaborar na construção da Civilização do Amor.

Os conteúdos e sua avaliação

a) Os conteúdos são considerados como meio para o desenvolvimento amplo do aluno.

b) A avaliação é o elemento favorecedor da melhoria e da qualidade da aprendizagem e diz respeito ao aluno, mas também ao professor e ao sistema escolar.

Relação teoria prática

a) Indicar referenciais teóricos pedagógicos para que haja efetiva integração entre teoria e prática.

b) Oferecer parâmetros para que os professores elaborem os projetos de trabalho, em consonância com as diretrizes curriculares estabelecidas pela escola.

c) Dominar os conhecimentos a respeito do desenvolvimento e aprendizagem da criança e do adolescente, a fim de adequar os métodos aos seus anseios e às suas possibilidades reais de compreensão dos fenômenos humanos e ecológicos e de construção de conhecimentos, valores e atitudes.

d) Suscitar a discussão de caráter teórico-pedagógico, revitalizadora da prática educativa, na linha da integração entre a teoria e a prática.

O tempo integral

a) As novas gerações devem ter a garantia de acesso democrático ao conhecimento, utilizando-se dos recursos disponíveis em todas as áreas. O prolongamento da permanência do aluno na escola é importante neste processo. A experiência internacional sugere que não há como atender a todas as demandas contemporâneas na escola de turno único. Na escola, além destes aspectos, adota-se como conceito necessário a formação do aluno-pessoa: “Aqui pretendemos “formar gente” que pense, que decida, que crie, que respeite, que estude, que pergunte, que responda; que tenha uma visão global de mundo, e que, portanto, necessita estar bem formada e atualizada” .

b) Cada atividade proposta em nosso quadro curricular se integra ao mesmo projeto, buscando assim a superação da fragmentação do conhecimento e do ser humano.

c) A escola em período integral não é, pois, uma forma de auxiliar a família ocupada a despreocupar-se com as atividades diária das suas crianças, ao contrário é um espaço aberto à ampla oportunidade de desenvolvimento do indivíduo integral. Portanto, mais do que atender apenas a uma conveniência da vida familiar, essa é certamente uma contribuição importante para o aperfeiçoamento do trabalho da escola em benefício do aluno.

Quesitos indicadores de execução da Proposta Pedagógica

Com base nos princípios acima apresentados, e para efeitos de verificação dos objetivos propostos, foram selecionados os quesitos abaixo como indicadores de execução da Proposta Pedagógica:

1. Presença e transversalidade dos “temas transversais” nos planejamentos dos professores.

2. Registro de indicadores atitudinais e de indicadores de processo ou desempenho nos boletins bimestrais (participação nas atividades, relações sociais dentro e fora da sala, trabalho em grupo, respeito, ajuda mútua...).

3. Caráter interdisciplinar nos planejamentos dos Professores.

4. Participação de todos os alunos em atividades ao longo de todo período integral.

5. Registro de avaliação de todas as atividades do período integral nos boletins bimestrais dos alunos.

6. Realização de atividades de atualização dos educadores: formação, reuniões de planejamento e revisão, avaliação.

7. Presença de “sinais cristãos” no contexto escolar.

8. Presença, nos instrumentos de avaliação, de parâmetros de verificação do desempenho do aluno (participação nas atividades, leituras extra-classe, tarefas realizadas, pesquisas, comportamento social (hábitos e atitudes), trabalhos individuais e de grupo, pesquisas de campo, pesquisas bibliográficas, provas, seminários, exposição de trabalhos em Feiras Científicas, demonstrações na vida prática da formação de valores éticos e morais, outras atividades de cunho pedagógico).

9. Participação dos alunos: na organização das atividades, na ambientação, na solução de problemas.

10. Aproveitamento de dados da vida do aluno para incrementar aprendizagens.

3.2 - Análise documental: Os planejamentos dos professores

Os "Planejamentos dos Professores" são uma extensão dos "Planos de Unidade" devidamente organizados pela escola com base na Proposta Pedagógica e nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Os Planos de Unidade são peças didático-pedagógicas que explicitam a Proposta Pedagógica, organizando-a em eixos de aprendizagem, objetivos, conteúdos, sugestões metodológicas, instrumentos de avaliação e indicadores de aprendizagem. A sua estruturação esquemática permite visualizar o conjunto destas informações na seqüência: série, disciplina, bimestres.

A escola adota um esquema padrão de planejamento, com algumas nuances entre o da 5ª a 8ª série e o da Educação Infantil e 1ª a 4ª série. Em geral sua estrutura compreende os seguintes itens: Objetivos gerais (da semana ou da quinzena conforme o caso); roda inicial1; conteúdos didáticos a serem contemplados; estratégias e atividades (no laboratório de informática, na biblioteca, no painel da turma, na área externa); exercícios a serem feitos, (no livro, em fichas, no caderno); tarefas de casa; material didático necessário; agenda (atividades e compromissos especiais do período); bibliografia de apoio; avaliação e/ou observação da semana; observações da Coordenação. Cada item é livremente utilizado pelo professor segundo as necessidades e circunstâncias.

Supondo-se que o professor organizou suas atividades didático-pedagógicas para executar os referidos Planos de Unidade, buscam-se nos Planejamentos alguns dos dados necessários com o intuito de verificar a fidelidade à Proposta Pedagógica, no que se refere à presença, nos planejamentos, dos temas transversais, do caráter intedisciplinar, de parâmetros de verificação do desempenho do aluno, de previsão de instrumentos de avaliação e do aproveitamento de dados da realidade atual e da vida do aluno para incrementar aprendizagens. Para cada um destes temas registram-se a seguir, sumariamente, os dados encontrados em trinta e nove planejamentos quinzenais ou semanais analisados.

a) Temas transversais

Para execução deste quesito da Proposta Pedagógica foram encontradas as seguintes previsões em planejamentos de diversas disciplinas: Uso e produção de textos sobre determinados temas (desigualdade social, drogas, trânsito, lixo, criança trabalhadora, programas de televisão) e relação com a realidade pessoal, para o que os professores serviram-se de noticiários de televisão, jornais e revistas, bem como de entrevistas com pais e outros adultos.

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No início do dia as crianças sentam em roda e conversam, orientados pela professora, sobre assuntos do programa do dia, situações pessoais ou da turma, fatos marcantes, etc.

Observou-se que do total dos planejamentos analisados, apenas um deles não registrou previsões de transversalidade, embora os temas apontassem para tal.

b) Interdisciplinaridade

Nos planejamentos de 5ª a 8 série a disciplina Língua Portuguesa previu a montagem de texto sobre os recursos hídricos, acompanhando os conteúdos da geografia. Aliadas, as disciplinas de Língua Portuguesa, Geografia e Ciências programaram visita ao lixão da cidade.

Na produção e apresentação de textos teatrais a professora de português programou prestar atenção à linguagem oral e escrita. Da mesma forma, quer observar a linguagem oral em debate sobre a cultura indígena, preconceitos, impacto sobre a cultura brasileira, relação com o meio ambiente. Pretende ainda estudar regionalismos em termos de vocabulário, costumes alimentares, festas.

A professora de história registrou no planejamento sua preocupação com a dificuldade que os alunos da 5ª série têm de elaborar textos e programou entendimentos com a professora de português para trabalhar técnicas de construção de textos.

Na 4ª série, referindo-se ao tema da Campanha da Fraternidade, abordado pela Educação Religiosa, estudaram em geografia a localização das águas na terra, abordaram as grandes navegações em História, a importância da água para o sistema digestório nas ciências e os alunos construíram maquetes e depois serviram-se de barbante para fazer medidas do intestino em mm, cm, dm, conforme programa de matemática. No programa de língua portuguesa estava prevista a construção de texto sobre a água. Os alunos também deveriam fazer a montagem do painel sobre a importância do mar para o homem.

A 2ª série programou explorar histórias (Arca de Noé, Mar Vermelho, Iara Mãe d’Água) e provérbios relacionados com água, conduzir discussão sobre os sonhos pessoais em relação à água e sobre o uso pessoal da água, com registro dos dados e elaboração de um gráfico na disciplina de matemática. Na língua portuguesa buscariam fixar substantivos relacionados à água, (mar, rio, riacho, mangue, cascata, lago ...), enquanto em ciências propuseram-se a verificar a diferença de significado entre estes lugares e as riquezas de vida existente em cada um deles.

Na 1ª série, letras de músicas, histórias, figuras, notícias, eventos, etc., foram utilizadas para quase tudo: formação de palavras, vocabulário, conhecimentos históricos, ciências, conhecimento pessoal, criação de painéis, conceitos matemáticos, pensamento lógico. c) Verificação do desempenho

Para verificar o desempenho dos alunos como parte integrante do processo de avaliação, os professores servem-se de uma diversidade de procedimentos. Dentre eles registram- se:

O aluno busca textos adequados ao conteúdo a ser tratado, produz imagens e textos (de diversas naturezas: jornalístico, teatral, jogral, crônica), que são utilizados no estudo do assunto em pauta e verificados coletivamente em sala. Os textos e imagens produzidos são expostos em varal ou painel da sala.

Montagem de um grupo jornalístico (repórter, redator, fotógrafo).

Júri simulado: verificação da linguagem oral e análise do relatório do escrivão. Observação de correção gramatical em anúncios publicitários de rua, jornais, revistas. Criação de anúncios.

Todas as séries trabalham a montagem de mural, varal, feira das ciências, confecção de cartazes, maquetes a partir de temas estudados e projetos em andamento.

d) Vida do aluno e realidade atual no desenvolvimento da aprendizagem

Uma das insistências da Proposta Pedagógica, de especial interesse em vista da base teórica do construtivismo e do interacionismo, é o aproveitamento de situações da vida do aluno e da realidade presente (social, política, cultural, etc.), para incrementar e motivar o processo de aprendizagem. Neste sentido os planejamentos anotaram uma série de intentos relativamente simples que são a seguir registrados:

Os alunos buscam informações com os familiares, ou em jornais, noticiários da TV, sobre temas diversos a serem tratados em aula ou sobre os quais devem produzir textos.

Os alunos levam para sala materiais de sua preferência (livros, músicas, objetos, fotografias, brinquedos,....) relacionados aos conteúdos a serem trabalhados.

Os professores utilizam filmes e letras de sucessos musicais ou de datas comemorativas, para formação de vocabulário, produção de textos e ilustração ou exploração de temas em áreas como geografia, ciências, língua portuguesa, língua estrangeira.

Identificação de erros mais comuns em cartazes, anúncios, bilhetes, e até no jornal interno da escola.

Pesquisa mediante entrevista com adultos, para resgatar como vivem ou viveram determinadas experiências (brinquedos, músicas, brincadeiras infantis, casamento). Relacionar essas experiências com as de hoje.

Busca de documentos que comprovem a história da família. Relatar como o aluno faz parte da história atual de sua família, de sua cidade ou comunidade.

Elaboração (primeiro pessoalmente depois em conjunto) das normas, regras de convivência e valores que vão orientar a vida da turma ao longo do ano.

Estabelecer um parâmetro entre a utilização do mar antigamente e hoje.

Utilização dos recursos das "aulas-passeio" para estudo dos mais variados assuntos. Utilização do espaço ecológico da escola para tratar diversos assuntos.

e) Instrumentos de avaliação

A grande maioria dos planejamentos analisados previam mais de um instrumento de avaliação dos conteúdos abordados. Entre os instrumentos mais comuns estão: Provas; registro de conteúdos, pesquisas e trabalhos no caderno; elaboração de trabalhos para montagem de painel, da sala ambiente e da "Feira das Ciências"; apresentação de trabalhos em equipe; participação na discussão e debate dos temas.

f) Espontaneidades

Por considerar interessantes, registram-se a seguir, a título de ilustração, alguns aspectos inusitados constatados no transcurso da seleção e da análise dos planejamentos. São manifestações espontâneas, sem programação, que revelam um estado de espírito e um clima relacional.

Cabe salientar que para a análise dos planejamentos dos professores só puderam ser utilizadas peças recentes, uma vez que os professores não guardaram os planejamentos do ano anterior nem dos bimestres anteriores. “O que vem pela frente é novo”, justificou uma professora.

Na análise dos planejamentos, constatou-se que freqüentemente as professoras solicitam sugestões da coordenadora para incrementar o planejamento. Às vezes incluem desejos ou intenções. A coordenadora sempre dá seu retorno. Num deles a professora sonhou: “...Se Deus quiser, nesta aula eu consigo.” A coordenadora responde: “Deus vai querer!”

A professora com base no rascunho dos textos produzidos pelos alunos desenvolve uma discussão com correção coletiva das idéias para posterior redação final do texto.

A professora de história registrou no seu planejamento que após a abordagem do tema da escravidão, faria com os alunos a dinâmica "De que nós precisamos nos libertar", consistindo em escrevê-lo numa folha de papel, fabricar com ele um barquinho e soltá-lo no lago existente na área da escola.

Freqüentemente coordenadora e professores dialogam via planejamento, mandam recados e bons desejos, elogios, votos de boas festas e pensamentos para reflexão.

Em síntese

Os planejamentos representam uma aula de didática. Um repertório de criatividade e interdisciplinaridade, e retratam uma boa visão de conjunto que os professores

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