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2.4 RESULTADOS DA PESQUISA

2.4.4 Análise das Principais Referências de CPSIC

A análise das principais referências sobre Competências Profissionais em Sistemas de Informações Contábeis (objetivo específico 04) é dividida em três produtos: (1) distribuição das referências por ano; (2) referências mais citadas; (3) idade das referências. Os dados são obtidos a partir do objeto de análise: referências citadas nos artigos. As informações são comparadas a outros dados obtidos pela amostra no momento de refinamento das unidades de análise (artigos relacionados a SIC) e também demais informações pertinentes evidenciadas ao longo da pesquisa.

A análise das referências citadas é realizada a partir da coleta de todas as referências dos 18 artigos científicos identificados sobre Competências Profissionais em Sistemas de Informações Contábeis. Foram encontradas 717 referências citadas, sendo 665 diferentes - uma taxa de 7,3% de repetições de citações. A análise da quantidade de referências por artigo evidencia uma média de 40 referências citadas. O artigo com menos referências possui 10 e é o mais atual da coleta. Há dois artigos com o maior número de referências (74), ambos publicados há mais de cinco anos – portanto, mais antigos (1995 e 2013). Os resultados estão sintetizados na Figura 2.10. Em relação a outros artigos bibliométricos publicados na área de administração e sistemas de informações, não foram encontrados dados relacionados que possam ser comparáveis.

Figura 2.10 -Quantidade de referências por artigo

Fonte: elaborado a partir dos dados de pesquisa (2020)

A partir da identificação dos anos das referências citadas, é possível estabelecer a idade média das referências de cada artigo levando em consideração o ano de publicação do documento (Figura 2.11). A média global da idade das referências citadas é de 6,88 anos. O artigo com a média de referencial mais antigo possui 12,3 anos – o número é elevado pois

possui um artigo de 1949. E a média do artigo com referencial mais novo é de 3,3 anos. Portanto, há variação nas médias das idades das referências citadas nos artigos. Se considerarmos todas as referências citadas comparadas ao ano de 2019, a média sobe para 13,6 anos. Em relação a outros artigos bibliométricos publicados na área de administração e sistemas de informações, não foram encontrados dados relacionados que possam ser comparáveis.

Figura 2.11 – Idade das referências citadas nos artigos

Fonte: elaborado a partir dos dados de pesquisa (2020)

A partir da coleta das referências citadas nos artigos em análise, foi possível identificar também os documentos mais citados da amostra – apresentados de forma decrescente na Tabela 2.2. Das 9 referências, 5 possuem o termo “big data” em seu título, evidenciando a importância do termo para a presente pesquisa. Nenhuma das referências encontradas são unidades de análise da presente pesquisa e nota-se que há um baixo índice de repetição de referências entre os artigos da amostra (máximo de 27,8%). Ainda, outras 31 referências foram citadas 2 vezes na amostra encontrada, e o restante (625) foi referenciado apenas uma vez.

Tabela 2.2 – Referências mais citadas nos artigos

REFERÊNCIAS MAIS CITADAS FQ. %

CAO, M.; CHYCHYLA, R.; STEWART, T. Big Data analytics in financial statement audits. Accounting Horizons,

v. 29, n. 2, p. 423-429, 2015. 5 27,8%

ACCOUNTING EDUCATION CHANGE COMMISSION. Objectives of education for accountants: Position

statement number one. Issues in Accounting Education, v. 5, p. 307-312, 1990. 4 22,2% PRICE WATERHOUSE COOPERS (PwC). Data Driven: What Students Need to Succeed in a Rapidly Changing

Business World. 2015. 4 22,2%

ASSOCIATION TO ADVANCE COLLEGIATE SCHOOLS OF BUSINESS (AACSB). Accounting Accreditation Standard A7: Information Technology Skills and Knowledge for Accounting Graduates: An Interpretation. White

Paper AACSB. 2014.

3 16,7% WARREN JR, J. D.; MOFFITT, K. C.; BYRNES, P. How Big Data will change accounting. Accounting Horizons,

v. 29, n. 2, p. 397-407, 2015. 3 16,7%

ACCA & IMA. “Big Data: Its power and perils”. 2013 3 16,7%

CAPRIOTTI, R. J. Big Data Bringing Big Changes to Accounting. Pennsylvania CPA Journal, v. 85, n. 2, p. 1-3,

2014. 3 16,7%

LAWSON, R. A. et al. Focusing accounting curricula on students' long-run careers: Recommendations for an integrated competency-based framework for accounting education. Issues in Accounting Education, v. 29, n. 2, p. 295-317, 2014.

3 16,7% MOFFITT, K. C.; VASARHELYI, M. A. AIS in an age of Big Data. Journal of Information Systems, v. 27, n. 2, p.

1-19, 2013. 3 16,7%

Fonte: elaborado a partir dos dados de pesquisa (2020)

O primeiro artigo mais citado, aborda a análise de big data como um diferencial na eficiência das auditorias (CAO; CHYCHYLA; STEWART, 2015). O segundo artigo mais citado trata de uma diretriz de objetivos educacionais para contadores, importante documento publicado pela Accounting Education Change Comission (1990). Logo após, há uma publicação da Price Waterhouse Coopers (PwC), na qual apresenta “o que os alunos precisam para ter sucesso em um mundo empresarial em rápida mudança” (PWC, 2015, p.1), esse documento possui uma seção que trata sobre recomendações de um novo currículo contábil e traz habilidades técnicas necessária ao estudante.

A AACSB (2014) também está no topo da lista de mais citados. O documento em questão trata sobre as diretrizes do padrão de acreditação A7 (Habilidades e Conhecimentos em Tecnologia da Informação para Graduados em Contabilidade) da AACSB e é uma importante diretriz para as instituições de ensino que buscam obter a acreditação e aumentar seu grau de excelência. A norma já possui uma versão atualizada de 2018 (não citada na amostra) e busca padronizar e direcionar as necessidades da formação do contador, em especial relacionado a tecnologia da informação. Também há uma referência sobre o impacto do big data na contabilidade, identificando tendências no mercado de trabalho e na contabilidade. Tal estudo foi elaborado pela ACCA (Association of Chartered Certified Accountants), em conjunto com profissionais contábeis e com o IMA® (Institute of Management Accountants). A ACCA é uma instituição global de profissionais contábeis, enquanto o IMA é uma associação de contadores

e profissionais financeiros – se consideram uma das “maiores e mais respeitadas” associações, onde o foco são os avanços na profissão contábil.

Há dois artigos científicos que tratam dos impactos do big data na área contábil e um editorial. O artigo de Warren, Moffiitt e Byrnes (2015) traz impactos positivos do big data para a contabilidade – como melhora na qualidade e relevância das informações, maior transparência nos dados contábeis, bem como maior acurácia nos relatórios para tomada de decisões. Por sua vez, Capriotti (2014) tem como foco identificar tópicos de incorporação de assuntos relacionados a análise de big data no currículo contábil. Por fim, Moffitt e Vasarhelyi (2013) publicaram um editorial a respeito de SIC e big data, apontando uma mudança na operação das organizações e a necessidade de analisar e estar preparado para incorporar o big data na execução dos trabalhos contábeis. Aborda também uma série de implicações para a pesquisa contábil, como a afirmativa de que o ensino em contabilidade precisará abordar aspectos de big

data e análise de dados – reforçando a importância da temática estar inserida nos currículos

contábeis (PINCUS et al. 2017; CHIU et al.; 2019).

Outro artigo citado foi o de Lawson et al. (2014), trata-se de um artigo que apresenta um

framework a respeito das competências básicas inerentes a profissão contábil, as quais devem

ter relação com: (a) comunicação; (b) pensamento quantitativo; (c) pensamento analítico e solução de problemas; (d) relação interpessoal; (e) competência tecnológica. Para o autor, entende-se que tais competências não necessariamente sejam aprendidas dentro da universidade, mas sim ao longo da vida nos diferentes ambientes que o indivíduo frequenta. Já em relação as competências técnicas (contábeis), Lawson et al. (2014) expõe que as mesmas devem compreender os seguintes assuntos: (a) relatórios externos e análises; (b) planejamento, análises e controle; (c) fiscal: compliance e planejamento; (d) sistemas de informações; (e) confiança e controle interno; (f) valores profissionais, ética e atitude. Ou seja, as competências profissionais do contador devem ser exploradas a partir das temáticas apresentadas e cada uma delas pode ser aprofundada conforme objetivos e conteúdos necessários ao profissional. Além disso, Lawson et al. (2014) acreditava que competências gerais de gestão, como liderança e ética profissional são também complementares e necessárias ao profissional contábil.