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Nas questões subjetivas, disponibilizadas aos empreendedores incubados, por meio dos questionários, buscou-se identificar e extrair a forma como esses atores enxergavam as ações e circunstâncias que permeiam o processo de incubação existente na INEGRO, juntamente com suas respectivas opiniões acerca do que os motivou a buscar apoio em uma incubadora, para tentar desenvolver suas ideias/produtos. Também se procurou compreender como os incubados (e pré-incubados) analisavam as questões técnicas e burocráticas do referido processo, apresentando uma visão da importância das ações desenvolvidas pela INEAGRO, na construção das suas experiências tanto profissionais quanto motivacionais, se possível, relatando os pontos fortes e os empecilhos, que possam ter contribuído, de forma decisiva, para o sucesso, ou mesmo o fracasso, de suas ideias ou empreendimentos incubados.

Assim, com relação às questões abertas (subjetivas), constantes no instrumento de pesquisa (questionário), o pesquisador obteve relevantes respostas, referentes às opiniões e informações fornecidas pelos respondentes, que, certamente, colaboram e corroboram em grande parte das hipóteses e pressupostos levantados, inicialmente, no presente estudo.

Primeiramente, com as respostas dadas pelos empreendedores incubados, buscou- se identificar, de imediato, como foi o ingresso dos mesmos, na Incubadora, se foi ou não através de um processo de seleção, e, em caso positivo, o que eles acharam desse processo e da importância do mesmo para sua motivação em desenvolver uma ideia (ou um negócio), em um ambiente de incubação.

Dessa forma, com base – fielmente – no que afirmaram esses empreendedores, nas suas decisões em participar do processo seletivo da INEAGRO, e, consequentemente, dos seus anseios em ingressar naquele ambiente de incubação, procurou-se observar quais informações foram importantes no favorecimento do processo de incubação da ideia de negócio, o qual foi comprovado – pelas respostas dadas – que esses incubados visavam basicamente sua preparação técnica, no tocante à gestão empresarial, ao processo de inovação, ao acesso a mercados, e a possibilidade de se beneficiarem com apoio de consultorias especializadas, tendo em vista que a referida incubadora contava com equipe

de consultores, proveniente do convênio que tinha com parceiros, como o SEBRAE e outras incubadoras de grande porte, do RN, que prestava assistência empresarial em diversas áreas, que ia desde a elaboração do plano de negócios, passando pelo planejamento estratégico, até a elaboração do marketing empresarial.

Essas ações, da Incubadora, foram muito importantes e se alinham, perfeitamente, com o proposto por Dornelas (2002) quando defende que o ambiente de incubação deve favorecer à criação e a aceleração do desenvolvimento de empreendimentos incubados, ofertando-lhes serviços e suporte técnico de forma compartilhada, buscando conciliar orientação prática e profissional do negócio (ou da ideia) com a capacitação técnica dos empreendedores cuja finalidade é de tornar os empreendimentos sustentáveis financeiramente e mercadologicamente competitivos.

Leite (2002) fortalece ainda mais essa narrativa quando afirma que o processo de incubação se constitui em uma poderosa e oportuna ferramenta de desenvolvimento da ação empreendedora, em especial, quando esse eficiente mecanismo está atrelado a universidades e demais instituições de pesquisa, que procuram conciliar componentes da inovação tecnológica com oportunidades de mercado, além de estimular e desenvolver a habilidade empreendedora nos jovens que têm iniciativas para criar a sua própria atividade empresarial. Sentimento esse, que apesar de ser externado pela maioria dos entrevistados desta pesquisa, à qual reconhecia na INEAGRO a capacidade para desenvolver suas ideias (ou negócios), ainda precisam passar por maiores experiências de incubação, de forma a serem instigados a pensar alto, como autênticos e intrépidos empreendedores.

Feitas essas oportunas ponderações e esclarecimentos, percebe-se que o foco do contexto da presente pesquisa, volta-se para a avaliação do questionamento inicial, da pergunta acerca do ingresso dos empreendedores na Incubadora, e suas respectivas opiniões sobre o processo de incubação, no qual, os resultados identificados demonstram que a maioria dos entrevistados classificou o processo seletivo como relativamente fácil, porém, com muitos termos rebuscados, de difícil entendimento. Desta forma, dentre os 16 respondentes dos instrumentos de pesquisa, 11 disseram, basicamente, que esperavam, por parte da INEAGRO CABUGI, a realização de um treinamento específico, com todos os candidatos à incubação, esclarecendo temas até então desconhecidos pela maioria deles, e que o processo (de seleção) em si, fosse mais difundido no ambiente interno da UFERSA, conforme trecho do relato feito por três dos respondentes, conforme abaixo,

que foram participantes do processo de pré-incubação (2) e incubação (1), respectivamente, e que, em reposta a uma das perguntas do questionário, resumem bem as demais opiniões que foram nessa direção.

Trecho da resposta do Empreendedor “B”

Eu era aluna do curso de Engenharia Civil, e participei do processo seletivo porque fui incentivada por um professor, em sala de aula, pois até então não tinha tomado conhecimento das ações da INEAGRO, apesar de estudar no Campus há quase 3 anos [...].

Trecho da resposta do Empreendedor “I”

Quando participei do processo seletivo da INEAGRO, em 2013, tivemos encontros com o pessoal da incubadora e também do SEBRAE, que nos deu muita força e apoio para que nossa empresa pudesse ser trabalhada e atingir logo um patamar favorável de crescimento. Achei o processo seletivo bem tranquilo, muito fácil [...]

Trecho da Resposta do Empreendedor “G”

[...] a proposta da INEAGRO atendia meus anseios, naquele momento. Sentimos muito dificuldade no processo seletivo porque não tivemos orientações que esclarecessem conceitos que não tínhamos nem ideia [...] e isso acabou sendo cobrado na hora da apresentação do nosso plano de negócio para a banca examinadora.

Ainda nessa mesma pergunta, também foi mencionada a participação de alunos em recentes palestras sobre o processo de incubação, proferidas por profissionais da área, e promovidas pelo gerente administrativo, responsável pelas ações da incubadora, juntamente com o apoio de professores ministrantes de disciplinas voltadas para iniciativas empreendedoras, conforme relatado em parte da resposta dada, logo abaixo, por um dos empreendedores respondentes:

Trecho da resposta do empreendedor “D”

[...] palestras sobre incubação, promovidas pelo gerente e coordenador responsável pelas ações da INEAGRO, com apoio dos professores ministrantes da disciplina administração e empreendedorismo [...] Falaram muito sobre temas técnicos [...] [...]

quando na hora da apresentação nos foi perguntado sobre o MVP da nossa ideia, tivemos muita dificuldade.

Quanto ao processo de sensibilização empregado, os meios utilizados para divulgação e orientação geral sobre o processo seletivo, de incubação e pré-incubação, da INEAGRO CABUGI, podem até ter cumprindo, de alguma forma, o objetivo de alcançar seu público-alvo (alunos de cursos de graduação da UFERSA – Campus Angicos), no entanto, uma constatação preocupante que se verificou foi o fato de que a quantidade de proponentes que vem submetendo propostas de negócios aos editais daquela Incubadora, ainda está muito aquém de um número razoável em relação às vagas ofertadas pela mesma, nos seus processos seletivos. Para se ter uma ideia, nos últimos editais lançados, mesmo com um trabalho (de sensibilização) realizado na divulgação, principalmente, no programa de rádio da Incubadora e também na realização de eventos ligados à área do empreendedorismo e inovação, ocorridos no Campus da UFERSA-Angicos, constatou- se que o volume de propostas nesses editais ficou sempre abaixo do número de vagas potencialmente ofertado pela INEAGRO, o que não acontecia em períodos anteriores, nos quais não havia o suporte da metodologia CERNE. Há indícios, segundo alguns relatos inferidos dos questionários, de que o processo de sensibilização pode não ter sido feito da forma inicialmente planejada (com base nos processos do CERNE), o que faz todo sentido quando alguns dos respondentes afirmam que todos os eventos (palestras e oficinas) realizados eram direcionados para áreas muito genéricas, sendo que a necessidade dos alunos, naquele dado momento, seria de ações mais no sentido de instruir, de capacitar, os futuros empreendedores para que enxergassem as possibilidades existentes e vislumbrassem o potencial que detinham.

A seguir, dois trechos, transcritos das respostas dadas por dois dos empreendedores respondentes, que corrobora com essa afirmação, acima:

Trecho da resposta do empreendedor “C”

[...] sentia muito interesse em desenvolver um negócio próprio e participava das palestras que a INEAGRO promovia [...] esses eventos não esclareciam as muitas duvidas que eu tinha, ao contrário me deixava era mais confuso, a ponto de me deixar desmotivado [...]

Trecho da resposta do empreendedor “F”

[...] passei pela seleção da incubadora mas muitos colegas meus que tinha boas ideias ficaram com receio de participar.

Outro fator que pode estar por trás desse baixo número de propostas de negócios para incubação, no ambiente da INEAGRO, talvez seja o fato dos estudantes ainda estarem presos ao paradigma do emprego convencional no mercado formal de trabalho. Essa constatação se coaduna com a afirmação de Lopes (2010) o qual defende que para se instituir uma educação empreendedora, seria necessário fazer a integração das escolas e das IES com a comunidade, objetivando uma aproximação dos empreendedores com outros profissionais nas etapas de implementação, concepção de oportunidades de negócios e experiências vivenciadas por esses profissionais. O autor afirma, ainda, que é muito importante sensibilizar e conquistar a adesão dos ‘decisores das políticas públicas’, mostrando para eles os benefícios trazidos por uma educação empreendedora, capaz de transformar cenários adversos.

Neste sentido, a universidade poderia ter um papel mais desafiador e estimulante de práticas voltadas para o incentivo do empreendedorismo na formação acadêmica e, sobretudo, canalizar esforços na direção de que o corpo docente abraçasse mais esse desafio, como parte da formação profissional dos estudantes. É fato que muita coisa já vem sendo feita nessa direção, mas ainda há muito o que se fazer, caso contrário, certamente o Brasil perderá competitividade e correrá enormes riscos de ver seus talentos derretendo, ou mesmo migrando para outros países, com economia que lhes ofereçam maiores oportunidades.

No estudo de campo, verificou-se, in loco, muitos jovens (alunos da UFERSA, Campus Angicos) que questionados acerca do futuro profissional, praticamente todos, respondiam que suas expectativas estavam em trabalhar para alguma grande empresa, ou mesmo para o Estado, garantindo-lhes uma certa estabilidade e um salário adequado para uma vida confortável. É nesse sentido, que Dornelas (2010) argumenta que até meados da década de 80, no século XX, em função de haver boas ofertas de empregos com salários convidativos e possibilidade de crescimento profissional com alcance de posição social, favorecia o ingresso no mercado formal de trabalho de jovens recém-formados. No entanto, com a mudança que vem ocorrendo nesse cenário, e a partir da implementação de novas tecnologias e novos processos produtivos, profissionais experientes no mercado,

jovens em busca de uma oportunidade e até mesmo as escolas de formação profissional não estão prontos para lidar com esse novo contexto. Ainda para aquele autor, a mudança de visão relacionada com certos valores sociais pode levar algum tempo para gerar resultados. No Brasil, a partir dessas constatações e seguindo o exemplo de outros países, inicia-se um novo olhar para as questões relacionadas com o empreendedorismo.

Outra pergunta apresentada no instrumento de pesquisa (questionário) que merece uma especial análise, foi com relação à opinião dos respondentes sobre o que poderia ser mudado/ter sido mudado para que o processo de incubação pudesse contribuir/tivesse contribuído, de forma mais efetiva, com o amadurecimento de sua ideia ou desenvolvimento do seu negócio. Mais de 62% dos respondentes ou, mais precisamente, 10 empreendedores, afirmaram que o quadro diretivo (gestores e assessores técnicos) da Incubadora, deveria permanecer inalterado, pelo menos por períodos mais longos, de forma que as metodologias de trabalho e o planejamento feito em comum, entre gestores da INEAGRO e empreendedores incubados, contribuísse para que não houvesse tanta mudança brusca em tão curto espaço de tempo, como vinha ocorrendo, pois, certamente, isso tem sido primordial nos fatores que vem prejudicando o referido processo de incubação. Como se percebe, tem-se aí um típico caso de turnover (rotatividade), no qual a Incubadora tem convivido, de acordo com relatos, e sofrido bastante com essa situação, tendo em vista que esse fato compromete não só o processo de incubação, mas todas as áreas da Incubadora. Corroborando com esse contexto Mobley (1992, p. 30), indica que o fenômeno da alta rotatividade dentro de uma organização, reflete diretamente na produtividade, no clima organizacional e no relacionamento interpessoal. A seguir, trecho dos relatos de dois incubados, que refletem a opinião da maioria dos respondentes do mencionado instrumento:

Trecho da resposta do empreendedor “E”

[...] prejudicou bastante, pois quando um gestor traçava metas para nossos negócios antes de começar colocar em prática já vinha outra mudança de gestor e isso atrapalhava demais não só o planejamento como todo o processo de incubação.

Trecho da resposta do empreendedor “J”

[...] sempre que ocorria rotatividade de gestor na INEAGRO a incubação sofria um duro golpe [...] a continuidade do trabalho era totalmente comprometido, forçando até nossa

desistência.

Os respondentes também apontaram questões relacionadas a um planejamento de ações de capacitação, que contemplasse os segmentos envolvidos no processo de incubação de forma individualizada, ou seja, que essas ações fossem desenvolvidas visando beneficiar cada um dos empreendimentos, individualmente, com foco nas necessidades específicas de cada um deles, ao invés de promover eventos genéricos (oficinas, palestras e consultorias), difusos, que não atacam um alvo definido. Coadunando com essa narrativa, Petrin et al. (2014) assevera que as incubadoras têm o objetivo de instalar e apoiar o desenvolvimento de empresas com uso intensivo de tecnologia, de modo a possibilitar a capacitação em áreas de interesse dos empresários. A seguir, trechos dos relatos de três incubados, que vão ao encontro de todo esse contexto narrado:

Trecho da resposta do empreendedor “K”

[...] e sentimos muita dificuldade em absorver os conhecimentos passados nos treinamentos que a INEAGRO promoveu, porque muitos não tinham muito a ver com nossa ideia de negócio.

Trecho da resposta do empreendedor “F”

As oficinas e palestras que participei não era diretamente ligada as necessidades voltadas para minha área [...] acho que o planejamento não foi seguido [...] prejudicou o desenvolvimento da minha ideia [...]

Trecho da resposta do empreendedor “C”

[...] uma postura mais firme da equipe da INEAGRO com relação aos treinamentos pra nossa empresa, pois não fomos atendidos, como havia sido combinado no planejamento inicial [...]

Na questão de número 16, do instrumento de pesquisa, os incubados respondentes foram instigados a discorrer sobre o seguinte questionamento: “Em sua opinião, o que poderia ser mudado (ou ter sido mudado) para que o processo de incubação pudesse contribuir (ou tivesse contribuído) com um efetivo amadurecimento de sua ideia ou

desenvolvimento do seu negócio?

As respostas foram um tanto diversificadas, pois os respondentes apontaram para mais de um posicionamento, mesmo assim, ainda foi possível notar a predominância de, pelo menos, duas escolhas que convergiram em quase a totalidade das opiniões. A primeira, acerca do foco dado pela gestão da incubadora, que sempre foi no sentido de voltar-se mais para os processos em si mesmos, com uma preocupação excessiva e quase exclusiva em torno das práticas do CERNE, deixando as questões mais práticas, efetivas, fora do centro de suas atenções. Nessa perspectiva, grande parte dos incubados respondentes sugeriram que a Incubadora não tenha tanta atenção apenas aos processos do CERNE, de forma a seguir piamente as teorias daquele modelo, mas que também se volte para aquilo que está “além” do CERNE, que são os incubadores, aqueles que representam a “matéria-prima” de qualquer incubadora. Afinal, do que adianta uma gestão toda empenhada em cumprir à risca as práticas e processos do CERNE, se não tem incubados (empreendedores) para trabalhar esses processos? Incubadoras voltadas para seus próprios processos podem perder a grande oportunidade de focar nas competências empreendedoras de seus incubados, que de fato é o que traz sucesso para esses entes. E nesse contexto, de acordo com Schumpeter (1982), a competência empreendedora pode ser considerada a força mais importante para as mudanças sociais e econômicas, desenvolvendo novas oportunidades de negócios e empregos que proporcionam o desenvolvimento de uma rede de contatos. Confira trechos, abaixo, que corroboram com as opiniões dadas:

Trecho da resposta do empreendedor “N”

[...] que a incubadora buscasse acompanhar melhor o processo de incubação, sem se importar tanto com as questões burocráticas de trabalhar somente para fazer registro das ações [...]

Trecho da resposta do empreendedor “C”

[...] se fazer mais presente nas ações concretas do dia a dia com os incubados [...] [...] sem estar tão preocupada em só atingir as metas com relação as praticas do CERNE, isso precisava ser revisto [...]

aos eventos promovidos pela INEAGRO, os respondentes incubados reclamam que a gestão da Incubadora deveria fazer um planejamento mais efetivo na área de capacitação, com eventos mais voltados exclusivamente para atender demandas pontuais dos empreendimentos, ou seja, dentro das necessidades de cada um deles. Abaixo, dois trechos de respostas dadas, que fazem menção a essas opiniões:

Trecho da resposta do empreendedor “H”

Dos eventos promovidos pela incubadora não vi nenhum que não fosse apenas voltado para questões genéricas, sem qualquer proveito pra nossa realidade [...]

Trecho da resposta do empreendedor “B”

[...] boas palestras e oficinas, que realmente seja voltada pro nosso ramo de negócio [...] [...] creio que perdemos tempo e deixamos de ter uma capacitação na área em que mais tínhamos carência [...]

Na pergunta que se segue, o respondente tinha a incumbência de discorrer sobre sua opinião com relação a: “quais as principais contribuições e possíveis dificuldades, verificadas durante o processo de incubação, em que sua ideia/negócio está/esteve participando? “. Sobre as contribuições percebidas, houve posicionamentos, predominantes, no sentido do ganho de experiências que eles (empreendedores) tiveram ao longo do processo, juntamente com as ricas capacitações recebidas nas diversas áreas em que atuavam, que certamente serviram não só para a vida profissional, mas também para o cotidiano desses jovens empreendedores. Com relação às dificuldades, os respondentes relataram a falta de um planejamento, por parte da INEAGRO, no sentido de buscar uma adequação dos horários de desenvolvimento das atividades acadêmicas, com o trabalho desempenhado no processo de incubação, de forma a conciliar essas atividades, para que uma não prejudicasse a outra. Ainda com relação às dificuldades verificadas pelos respondentes, estes também apontaram o fato de não terem recebido uma orientação efetiva, por parte de consultores especializados, ou mesmo pelos assessores técnicos e gestores da Incubadora, no sentido de capacitá-los para um entendimento básico do funcionamento do mercado e suas nuances, de maneira que os fizessem abrir a mente para entender o empreendedorismo como solução inovadora para problemas existentes, e não apenas um meio de vender ou produzir bens e serviços,

somente com a intenção de comercializá-los e sem agregar qualquer valor que os tornem diferenciados, únicos. A terceira dificuldade mais presente nas respostas dos empreendedores foi com relação à busca por potenciais clientes, e também traçar estratégias para tentar persuadi-los a comprar suas ideias ou seus produtos.

Abaixo, seguem trechos de depoimentos dados por um empreendedor incubado e dois pré-incubados, que relataram sobre as principais contribuições e dificuldades verificadas no período de incubação.

Trecho da resposta do empreendedor “G”

A maior contribuição a meu ver foi a oportunidade de empreender, de desenvolver uma ideia da nossa equipe, que já era um sonho antigo, antes mesmo de entrar na INEAGRO [...]

[...] maiores dificuldades foram com relação a conciliação do desenvolvimento das nossas atividades na INEAGRO com os nossos estudos

Trecho da resposta do empreendedor “D”

[...] ajudou muito na minha parte motivacional, necessária no início das atividades e também no planejamento no início das ações [...]

[...] sentimos falta da continuidade das ações que foram iniciadas, houve troca na gestão da incubadora, e isso atrapalhou o planejamento, que não pode ser executado [...]

Trecho da resposta do empreendedor “A”

[...] a INEAGRO ter sido bem presente no início do processo, me motivando, pois se não fosse isso eu teria desistido logo, pois não me sentia capacitado pra ir adiante.

[...] tive muita dificuldade de entender os conceitos ligados ao empreendedorismo [...] para procurar mercado pro meu produto [...] desisti de continuar com meu projeto incubando na INEAGRO.

Como se percebe, os empreendedores citam muitas dificuldades enfrentadas no processo de incubação da INEAGRO, e esses embaraços provém de vários fatores, que – segundo os próprios respondentes – vão desde a falta de um planejamento, voltado para

questões de ajustes de horários (conciliação entre as atividades acadêmicas e profissionais, na Incubadora), que talvez fosse resolvido com uma maior integração dos