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AUDITORIA INDEPENDENTE

7. A PESQUISA DOCUMENTAL

7.4. Análise de documentos, normas, regimentos internos

O IFSP rege-se pela Lei nº. 11.892, de 29 de dezembro de 2008, pela legislação federal e pelos seguintes instrumentos normativos:

I. Estatuto;

II. Regimento Geral; III. Regimento dos campi;

IV. Atos Administrativos do IFSP.

Nos capítulos anteriores já foram observadas algumas das leis e atos normativos (Resoluções e Portarias) que balizam as ações do âmbito do IFSP. Nesta etapa do presente estudo, serão analisados outros instrumentos normativos com o objetivo de compreender até que ponto os documentos institucionais corroboram ou impedem os esforços para a implementação do nível I de Governança Corporativa na organização.

O estatuto do IFSP é o instrumento normativo de controle, referendado pela Resolução n. º 1, de 31 de agosto de 2009, do Conselho Superior. Em seu artigo 4. º, o estatuto do IFSP dispõe como princípios norteadores da instituição o compromisso com a justiça social, a equidade, a cidadania, a ética, a preservação do meio-ambiente, a transparência e a gestão democrática (BRASIL, 2009).

Conforme visto anteriormente, o compromisso da instituição com a transparência e com a gestão democrática constituem elementos essenciais para a implantação de Governança Corporativa. Entretanto, o trabalho de implementação de ferramentas que propiciem maior transparência dos atos da administração, bem como o accountability e um controle social mais efetivo das ações da gestão demandam um compromisso maior da instituição.

No documento do Plano de Desenvolvimento Institucional (BRASIL, 2013a), dentre os objetivos específicos estipulados pela Pró-Reitoria de Administração para o período 2014-2018, destaca-se, no que concerne às práticas de Governança Corporativa, a promoção de mecanismos que assegurem uma gestão administrativa mais articulada, participativa, transparente e focada no cumprimento da missão principal do IFSP.

Dentre as metas elencadas para atingir este objetivo, destacam-se com relação ao tema Governança Corporativa as seguintes metas: ampliação das práticas de participação e transparência sobre a alocação de recursos orçamentários, a criação e ampliação de canais

permanentes de comunicação com os campi e demais usuários e a publicação do orçamento no sítio eletrônico do IFSP corroboram com a necessidade de prover a comunidade com informações para que se efetive o monitoramento social da gestão pública.

Este documento também aborda como um dos objetivos institucionais o fortalecimento do controle interno com o objetivo de prevenir eventuais desconformidades e vulnerabilidades da gestão. As ações previstas para atender a este objetivo podem contribuir para que o IFSP aprimore suas normas e regimentos internos para atender às exigências dos órgãos de controle externo.

Em seu Regimento Geral (BRASIL, 2013d), o IFSP trata de forma bastante superficial de questões correlatas ao tema deste trabalho. Na descrição das atribuições das Pró- Reitorias, das Diretorias, Gerências e Coordenadorias vinculadas à administração financeira, contábil e orçamentária, o regimento não trata de nada, senão das atribuições pertinentes às atividades internas destes departamentos.

Apenas em seu artigo 179.º, que trata das atribuições gerais dos Conselhos de

Campus, é possível observar em seu item I, a preocupação da instituição com a divulgação de

informações à comunidade relativas a assuntos de caráter administrativo, de ensino, de pesquisa e extensão, e, no item IV deste mesmo artigo, o Regimento destaca como atribuição do CONCAM a promoção e a divulgação das atividades desenvolvidas pelo IFSP junto à comunidade.

Outro documento observado é o Regimento Interno do campus Hortolândia do IFSP. No entanto, tal estudo mostra que este documento não trata de nada mais que um descritivo pormenorizado das funções de cada departamento do campus Hortolândia do IFSP.

No decorrer das 50 páginas deste documento não fora feita qualquer menção à transparência, à prestação de contas ou à gestão participativa e igualitária. As informações observadas neste documento são essencialmente referentes ao exercício das funções de coordenadorias, diretorias adjuntas e da direção geral do campus, além da definição da natureza, da finalidade e das características do campus Hortolândia, previstas também na Lei n. º 11.892, de 29 de dezembro de 2008, que institui a rede federal de educação profissional, científica e tecnológica (lei de criação dos Institutos Federais).

Outro documento analisado nesta pesquisa fora o Relatório de Gestão do IFSP (BRASIL, 2015a). Este relatório é um documento extenso, porém muito completo. Neste documento é destacado o trabalho de implantação da Sala de Cidadania, um serviço disponibilizado com a missão de promover a gestão democrática e atender às demandas do

cidadão. Este serviço integra a Ouvidoria do IFSP, o Serviço de Acesso à Informação – SIC, a Comissão Própria de Avaliação – CPA, a Política de Participação Social no IFSP – PPSI, e o Sistema de Avaliação da Gestão Pública – GESPUBLICA, todos disponíveis através do endereço Web: http://www.ifsp.edu.br/cidadania/. Esta é realmente uma ferramenta que promove a participação social na gestão do IFSP. Não obstante, carece de divulgação e da disponibilização de informações de forma prática e rápida O Relatório de Gestão é um documento exigido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) como forma de prestação de contas decorrente da aplicação dos recursos públicos federais pelas organizações que os recebe (conselhos de classe, fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal, inclusive as organizações não-governamentais).

As Atas de reunião da Comissão Interna do Plano de Desenvolvimento Institucional do campus Hortolândia do IFSP (BRASIL, 2016d) também foram analisadas para que, através de sua leitura, fosse possível levantar elementos que pudessem contribuir para com a implementação da Governança Corporativa no campus. Contudo, os elementos presentes nestas Atas faziam referência apenas ao planejamento da demanda por cursos e da viabilidade de implantação destes cursos no campus, a análise da força de trabalho e da infraestrutura para a implementação dos cursos previstos no Plano de Desenvolvimento Institucional. Embora essas informações tenham importância estratégica para o desenvolvimento da instituição, elas pouco contribuem para com a análise da viabilidade de implantação da Governança Corporativa na instituição, que é, de fato, o objeto do presente estudo.